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RESUMO N2 – NOTA 1 - DIREITO EMPRESARIAL

Registro de Empresa  2. âmbito estadual – Junta Comercial;

Órgãos de Registro: ambos ligados ao Ministério do

 É obrigação do empresário individual se Desenvolvimento, Indústria e Comércio

inscrever no Registro das Empresas, Exterior: é órgão com função executiva,

antes de dar início à exploração de seu realiza ato de registro de empresa; trata

negócio; de matéria técnica, administrativa; não

 É regido pela Lei 8.934/94 (Lei de pode interferir com as questões

Registro de Empresa – LRE); essa lei específicas do funcionalismo ou dotação

trata de todos os atos de registro de orçamentária do órgão estatal; não é

comércio. órgão legisferante.

 Integração de dois órgãos:  Âmbito municipal: os ofícios: todos ligados

1. âmbito federal – Departamento ao Ministério do Desenvolvimento


Indústria e Comércio Exterior.
Nacional de Registro de Comércio
 Observação: Junta Comercial não pode
(DNRC): é órgão sem função executiva
legisferante, em linhas gerais e abstratas negar prática de ato registral senão com

que fixa orientações gerais, diretrizes, fundamento em vício de forma, sempre

fiscalizando suas aplicabilidades e sanável; é defeso exigir atendimento de

corrigindo distorções; tem a função de requisito formal não estabelecido no

unificar. ordenamento, sob pena de interposição

 É um departamento que tem por ao Poder Judiciário de mandado de

função executar o que o Ministério do segurança (Competência da Justiça

Desenvolvimento Indústria e Comércio Estadual (Junta Comercial) ou da Justiça

Exterior teoriza. Federal (DNRC)).

Tudo interfere sobre legislação de Atos de Registro de Empresa


registro de empresa – exemplo criação  São três os atos de registro:
do CNAE da empresa. 1. Matrícula: é o nome dado do ato de inscrição

dos tradutores públicos, leiloeiros, trapicheiros e


administradores de armazéns gerais; profissionais
que desenvolvem atividades paracomerciais;

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2. Arquivamento: é pertinente à inscrição Empresário Irregular


do empresário individual, bem como à  É o empresário não regularmente
constituição, dissolução e alteração inscrito no órgão público de registro de
contratual da sociedade empresária; Tudo empresa;
que for alterado ou a dissolução da  Não pode usufruir das proteções e
empresa deve ser feita na junta judicial. benesses que o direito comercial libera

3. Autenticação: está ligada a determinados em seu favor;

instrumentos de escrituração, que são os livros  Está sujeito a determinadas restrições:


comerciais e as fichas escriturais; é condição de a) não tem legitimidade ativa para o
regularidade destes documentos; o empresário
pedido de falência, art. 97 da LF;
precisa manter atualizado seus documentos.
b) não tem legitimidade ativa para
Documentos manuscritos não tem validade
probatória – ex. livro caixa. requerer a recuperação judicial, art. 51 da
LF;
Inatividade da Empresa
 O empresário individual ou a sociedade c) não pode ter seus livros autenticados

empresária que não proceder com no registro de empresa, art. 1.181 do CC


qualquer arquivamento no período de 10 (eficácia comprobatória);
(dez) anos perante a junta comercial  Observaçaão: proibições em legislações
devem comunicar à Junta que ainda se esparsas, exs.: impossibilidade de participar
encontram em atividade, art. 60 da LRE;
de licitações, impossibilidade de inscrição
 Autoriza à Junta a proceder com o
em cadastro de pessoas (CNPJ); ausência
cancelamento do registro, com a
de matrícula junto ao INSS.
consequente perda da proteção do
Obrigações comuns a todos os empresários
nome empresarial;
 Todos empresários ou as sociedades
 Junta deve comunicar o empresário
empresárias estão sujeitos às três
acerca da possibilidade de cancelamento,
obrigações, art. 1.179 e seguintes do CC:
podendo inclusive por edital; se atendida
1º) Registrar-se no Registro de Empresa,
à comunicação desfaz-se a inatividade; se
não, efetua-se o cancelamento do art. 967 do CC;

registro e informa-se o fisco; 2º) Levantar o balanço patrimonial e de

resultado econômico a cada ano, art. 1.179


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do CC; tem haver com o mapeamento a) de levantar o chamado balanço


de dinheiro – custo, capital. patrimonial: demonstrando ativo e passivo,
3º) Escriturar regularmente os livros compreendendo todos os créditos e
obrigatórios; - confusão patrimonial débitos.
resulta aqui. b) de levantar o chamado balanço de
4º) Conservar em boa guarda toda a resultado econômico (projeção: será que
escrituração, correspondência e mais estou perdendo? Estou ganhando?)
papéis pertencentes ao giro de seu demonstrando a conta dos lucros e
comércio, até os prazos prescricionais, perdas, art. 1.179 do CC;
art. 1.194 do CC;  Consequências de ausência: em regra o

1° Registrar-se no Registro de Empresa Código Civil não estabelece sanção


 Dito anteriormente. genérica, podendo estabelecer

2° Balanço Patrimonial e Balanço de determinadas sanções específicas,


Resultados conforme estabelecido em legislação
 Obrigações do Registro das Contas: antigo especial, por exemplo, crime falimentar,
art. 10 e o Decreto-lei n. 486/69, art. 178 da LF;
estabeleciam as regras genéricas para a Escrituração dos Livros Comerciais
escrituração contábil;  Regra Geral: todos os empresários e as
 Contabilidade: é órgão visual das sociedades empresárias são obrigados a
empresas. É ciência autônoma que tem escriturar os chamados “livros
por objeto o estudo do patrimônio azienal empresariais (ou comerciais) obrigatórios”;
sob o ponto de vista estático e dinâmico.  Exceção: as microempresas (lei 8.864/94)
Serve-se da escrituração como para e as empresas de pequeno porte (lei
demonstrar as variações patrimoniais. 9.317/96), não optantes pelo chamado
 A lei brasileira não exige forma especial sistema do SIMPLES (regime tributário
de contabilidade, mas exige algumas que permite o recolhimento de diversos
regras e obrigações gerais que devem impostos em um pagamento único
ser observadas. mensal), não dispensam por completo a
 Duas obrigações anuais do empresário: escrituração. Mas sim a permitindo de

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uma maneira mais simples, sendo  Livros Facultativos: “Caixa” e o “Conta


obrigatória a escrituração de apenas dois Corrente”;
livros, CAIXA e REGISTRO DE  Regularidade na escrituração: é
INVENTÁRIO (art. 7º da Lei 9.317/96);
necessária a escrituração para que o livro
 Origem legal: art. 970 e 1.179, § 2º do CC.
possa produzir efeitos jurídicos, os
 Brasil: utiliza-se do sistema francês, onde chamados requisitos intrínsecos
os livros empresariais são classificados em (pertinentes às técnicas contábeis, art.
livros obrigatórios ou necessários 1.183 do CC) e extrínsecos (pertinentes à

(impostos aos empresários, com segurança dos livros empresariais, art. 1.181

consequências sancionadoras) e livros do CC; abertura e encerramento,

acessórios, auxiliares ou não-obrigatórios autenticação pela Junta Comercial);


Consequências: caso na haja o preenchimento dos
(visam melhores controles sobre os
requisitos há possibilidade de sujeição a sanções
negócios); podendo também ser
específicas, na área civil (eficácia probatória, art. 379
classificados como comuns (inerentes a
do CPC) e penal (art. 178 da LF, CP, etc.);
todos os empresários) e especiais (a
 Valor probante e exibição judicial:
determinados tipos de empresa);
necessidade de autenticação dos livros na
 Observação: livros empresariais são
Junta Comercial, com os termos de
equiparados a documento público, para abertura e encerramento, sob pena de
os efeitos penais (art. 297, falsidade ser admitidos como verdadeiros os fatos
documental); alegados pela pessoa contra quem os
 Livro Obrigatório Comum: “Diário”, art. 1.180 livros aproveitam;
do CC;  Gozam de privilégio de sigilo, de acordo
 Livros Obrigatórios Especiais: “Registro de com o princípio do sigilo dos livros

Duplicatas”, Lei 5.474/68; “Entrada e empresariais no art. 1.190 do CC;

Saída de Mercadorias”, Decreto n°  Exibição parcial (é aquela que pode ser

1.102/1903; “Registro de Ações decretada de ofício ou a requerimento da

Nominativas”, “Transferências de Ações parte, em qualquer ação judicial, sempre

Nominativas”, Lei 6.404/76; que útil à solução da demanda) e total (é


aquela que só pode ser determinada pelo
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juiz, a requerimento da parte, em apenas Conceito. Firma individual e firma social.


algumas ações, ex. sucessão, comunhão Denominação. Exclusividade do nome.
Registro. Título de estabelecimento.
ou sociedade, administração ou gestão,
 Conceito: o nome empresarial é tido a
falência), Súmula 260 do STF: arts. 381 e
firma individual, a firma ou razão social ou
382 do CP e 1.191 do CC;
a denominação, com as quais se faz a
 SV, 260, STF: O exame de livros
identificação das empresas mercantis no
comerciais, em ação judicial, fica limitado
país.
às transações entre os litigantes.
 Há um sistema de proteção ao nome
empresarial, lei 8.934/94, arts. 33 e 34
c/c arts. 1.155 e segs. do CC; trazem a

Aspectos Iniciais premissa - Princípios da Veracidade e da

1) Elementos de Identificação da Empresa: Novidade;

(Nome comercial, de empresa ou  Art. 33, Lei 8.934/94. A proteção ao nome

empresarial, marcas de produto ou empresarial decorre automaticamente do

serviço, expressões ou sinais de arquivamento dos atos constitutivos de

propaganda); firma individual e de sociedades, ou de

2) Elementos do Exercício da Empresa: (Fundo suas alterações.

de Comércio ou estabelecimento  Art. 34, Lei 8.934/94. O nome empresarial

comercial, título de estabelecimento, obedecerá aos princípios da veracidade e

invenção, modelo de utilidade, desenho da novidade.

industrial);  A importância de ser ter uma


designação que a separa das demais.
1) Elementos de Identificação da Empresa:
 É o nome que vai à nota fiscal.
 Código Civil: Tít. I ----- Tít. IV, Capítulo II (Do
Natureza Jurídica:
nome empresarial).
 Discussão doutrinária: expressão que se
 Legislação Esparsa: lei 9.279/96 (Lei de
refere ao empresário (ponto de vista
Propriedade Industrial), lei 8.934/94
subjetivo) ou a atividade de empresa
(Registro Público de Empresas Mercantis
(ponto de vista objetivo); direito
e Atividades Afins); IN n. 53/69 e 97/03
personalíssimo, inalienável (CC, art. 1.164)
do DNRC;
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ou direito patrimonial, alienável  Art. 1.157 do CC: sociedade empresária;


(penhorável). patronímico dos sócios - A sociedade em
 Art. 1.164,CC. O nome empresarial não que houver sócios de responsabilidade
pode ser objeto de alienação. ilimitada operará sob firma, na qual

Espécies: somente os nomes daqueles poderão

 Firma do empresário (firma individual): é a figurar, bastando para formá-la aditar ao

do empresário que comercia isolado, ou nome de um deles a expressão "e

o signo diferenciador do elemento companhia" ou sua abreviatura.

pessoal da empresa (documento);  Observações:

 Nome (gênero): Firma Social; é o nome a) registro da firma, razão social ou


sob o qual o comerciante ou sociedade denominação ocorre automaticamente
exerce o comércio e assina-se nos atos a com a inscrição dos atos constitutivos na
ele referentes; é o da pessoa jurídica Junta Comercial, (proteção estadual)
assim considerada como sociedade conforme as assinaturas constantes dos
comercial regular. instrumentos, ficando dispensadas
 Denominação: é o nome utilizado paras as quaisquer formalidades;
sociedades que não podem compor b) deixou de existir a antiga declaração
firma ou razão social, adotam uma de firma, que seguia documento de
denominação, em geral constituída por registro, onde eram inseridas as
nome fantasia. assinaturas do declarante (IN n. 2/86 do
 Ex.: sociedades anônimas. DNRC);
 Art. 1.156 do CC: empresário individual - O c) não há exigência do reconhecimento

empresário opera sob firma constituída de firma em declarações individuais


por seu nome, completo ou abreviado, prestadas após órgãos de registro do
aditando-lhe, se quiser, designação mais comércio, bem como em todos os
precisa da sua pessoa ou do gênero de demais atos levados a arquivamento, salvo
atividade. quanto às procurações; a partir do
momento que eu abri a firma não
precioso autenticar.

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RESUMO N2 – NOTA 1 - DIREITO EMPRESARIAL

Sistemas Legislativos: 2. Liberdade Plena:


 Há três sistemas no ordenamento jurídico  É adotado pela Inglaterra e Estados
internacional: Unidos, onde o comerciante individual ou
1) veracidade ou autenticidade; as sociedades podem adotar o nome que
2) o da plena liberdade; bem desejarem.

3) eclético ou misto; 3. Eclético:


 É germânico e suíço, onde os nomes na
1. Veracidade:
 Ordenamento jurídico brasileiro, art. 34 da firma contidos devem pertencer

lei 8.934/94, IN n. 104/07 do DNRC e arts. realmente ao titular da firma, e as adições

1.156, 1.157 e 1.158 do CC; que puderem ser acrescidas não devem

 Impõe que a firma seja instituída sob o conduzir a erro; exigência só no

patronímico do empresário individual e momento da criação da firma, podendo

quanto à firma social, sob os dos sócios ser posteriormente modificado.

que a compõem. Por que tenho que registrar o nome?


 Empresário Individual: deve adotar o seu Exclusividade do uso do nome empresarial:
 Direito à exclusividade é inerente ao
nome civil, podendo abreviá-lo ou
nome comercial; não deve haver
acrescê-lo de um elemento distintivo ou
homônimo ou homófono;
característico. Elemento distintivo ou
 Arts. 11 da IN 104/2007 c/c 1.166 do CC,
característico, tem haver com a
estabelecem que a proteção ao nome
modalidade de empresário.
compete à Junta Comercial da localidade;
 Não posso utilizar expressões
caso haja filiais em outras cidades há a
estrangeiras.
necessidade de arquivamento e registro
 Sociedade Empresária: firma social será
na junta respectiva; proteção nacional há
constituída com o nome de um dos
a necessidade arquivamento de certidão
sócios seguido da designação de
junto ao INPI, lei n. 9.279/96;
sociedade ou abreviado na forma usual
 Não há prazo para existência do nome
(& Cia).
empresarial, existindo enquanto perdurar
a personalidade jurídica ou a empresa
(art. 1.168 CC); enquanto durar a

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personalidade jurídica o nome terá sucessor. Princípios da Veracidade e da


vigência. Autenticidade.
 O nome empresarial perde a proteção e b.2) denominação: não se traduz em direito

a exclusividade quando expirado o prazo personalíssimo, pois são pertencentes às


de duração da sociedade ou quando ela sociedades anônimas e sociedades
entrar em liquidação; até mesmo quando limitadas, que se utilizam de nomes
a sociedade ou o empresário individual independentes do nome civil dos sócios,
ficar inativo por mais de 10 anos (arts. 59 nomes fantasias. Pode ser alienável e
e 60 da Lei 8.934/94 e 1.168 do CC); transmissível por qualquer título a

Alienabilidade do nome empresarial: terceiros.


 Indagação: pode o nome empresarial ser
alienado, dada a sua característica de ser
um direito personalíssimo?
 Resposta: necessários dois enfoques:
a) Direito Estrangeiro;

b) Direito Brasileiro; Conceito


a) considera o nome empresarial cessível,  Observação: essa matéria deve ser lida
integrado a empresa ou ao juntamente com a Lei 9.279/96.
estabelecimento; havendo doutrina no  Link:
sentido de que são coisas distintas dada http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l92
ao seu caráter patrimonial; 79.htm
b) depende do objeto da transferência:  É o sinal distintivo de determinado
b.1) firma individual ou firma social: é nome produto, mercadoria ou serviço;

civil, inalienável e intransferível, pois não  É garantia fundamental protegida pela

constitui bem imaterial, é um direito CRFB/88, art. 5º, XXIX; livre iniciativa é
apenas; atributo da personalidade; arts. limitada, não é absoluta.
1.164 e 1.165 do CC; adquirente deve  Lei de propriedade industrial: 9.279/96
exercitar a atividade em seu nome (Título III). Tratado de Cooperação em
pessoal, informando sua qualidade de

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RESUMO N2 – NOTA 1 - DIREITO EMPRESARIAL

Matéria de Patentes (PCT), promulgado Registro das Marcas


pelo Dec. N. 81.742/78;  Sistemas de registro: Declarativo e Atributivo (ou
 Art. 129 da Lei 9.279/96. “É garantida no constitutivo): você é dono de algo e isso

território nacional a propriedade da marca constitui que você pode explorar.


e o seu uso exclusivo àquele que obtiver  Direito Brasileiro: sistema atributivo: é
o registro conforme os ditames da Lei”. proprietário e titular do direito aquele que
 Divisão: marca de produto ou serviço, de primeiro a registra.
certificação (INMETRO, ISO) e coletiva  Órgão: Instituto Nacional de Propriedade
(representam um valor, um princípio, ex.: Industrial INPE (Autarquia Federal ligada ao
GREENPEACE) (art. 123, I da Lei 9.279/96). Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
 Devem ser usadas diretamente no Comércio Exteiror).
produto ou nas mercadorias, recipientes,  Art. 122 da Lei 9.279/96: sinais distintivos: são
rótulos, ou etiquetas; as marcas de palavras, denominações, monogramas,
serviço devem ser utilizadas somente em emblemas, símbolos, figuras e quaisquer
material de propagando; outros que não sejam vedados pela lei,
Natureza Jurídica art. 124;
 Início: apenas indicar a origem ou a  Olhar para o art. 124 para ver se aquele
procedência da mercadoria; símbolo está adequado.
 Atualmente (duplo aspecto): resguardar o  Doutrina: requisitos essenciais

trabalho e a clientela do empresário e a) originalidade (marca não deve


proteger os interesses do consumidor apresentar anterioridades, mas ser
(interesse público e privado); no sentido diferente de qualquer outra já criada e
de informar o consumidor. registrada);
 É direito patrimonial, sobre bens b) novidade (a marca deve ser formada de

incorpóreos; o que se protege é mais do elementos inconfundíveis de outras, já


que a representação material da marca; a apropriadas; não pode apresentar
origem é a ocupação, decorrendo do colidências na mesma “classe”);
direito natural que assegura a todos o c) licitude (não deve afetar a moral e aos
fruto do trabalho; bons costumes, art. 124, III; ofendam a

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RESUMO N2 – NOTA 1 - DIREITO EMPRESARIAL

honra ou a imagem de pessoas ou internacionais, bem como a respectiva


atentem contra a liberdade de designação, figura ou imitação;
consciência, crença, culto religioso ou  II - letra, algarismo e data, isoladamente,
ideia e sentimento dignos de respeito e salvo quando revestidos de suficiente
veneração). forma distintiva;
 Processo: tramitação administrativa pleiteada  III - expressão, figura, desenho ou
frente à Diretoria de Marcas do INPI qualquer outro sinal contrário à moral e
(requerimento dirigido ao Presidente do aos bons costumes ou que ofenda a
Instituto); busca prévia para saber se a honra ou imagem de pessoas ou atente
marca já existe. contra liberdade de consciência, crença,

 Arts. 155 e seguintes da Lei 9.279/96; culto religioso ou idéia e sentimento


dignos de respeito e veneração;
Prazo de Vigência
 IV - designação ou sigla de entidade ou
 Caráter temporário: 10 (dez) anos, art. 133 da
órgão público, quando não requerido o
Lei 9.279/96, podendo ser prorrogável
registro pela própria entidade ou órgão
por períodos de igual tempo,
público;
sucessivamente; quer dizer
 V - reprodução ou imitação de elemento
permanentemente.
característico ou diferenciador de título
Modalidades de Uso de estabelecimento ou nome de
 A proteção a marca abrange o seu uso
empresa de terceiros, suscetível de
em papéis, impressos, documentos
causar confusão ou associação com
relativos à atividade de seu titular;
estes sinais distintivos;
utilizadas também de modo aderente
 VI - sinal de caráter genérico, necessário,
sobre produtos e mercadorias;
comum, vulgar ou simplesmente
instrumentos de informação e publicidade.
descritivo, quando tiver relação com o
Sinais Não Registráveis produto ou serviço a distinguir, ou aquele
 Art. 124. Não são registráveis como marca: empregado comumente para designar
 I - brasão, armas, medalha, bandeira, uma característica do produto ou serviço,
emblema, distintivo e monumento oficiais, quanto à natureza, nacionalidade, peso,
públicos, nacionais, estrangeiros ou valor, qualidade e época de produção ou

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RESUMO N2 – NOTA 1 - DIREITO EMPRESARIAL

de prestação do serviço, salvo quando competente ou entidade promotora do


revestidos de suficiente forma distintiva; evento;
 VII - sinal ou expressão empregada  XIV - reprodução ou imitação de título,
apenas como meio de propaganda; apólice, moeda e cédula da União, dos
 VIII - cores e suas denominações, salvo se Estados, do Distrito Federal, dos
dispostas ou combinadas de modo Territórios, dos Municípios, ou de país;
peculiar e distintivo;  XV - nome civil ou sua assinatura, nome
 IX - indicação geográfica, sua de família ou patronímico e imagem de
imitação suscetível de causar confusão terceiros, salvo com consentimento do
ou sinal que possa falsamente induzir titular, herdeiros ou sucessores;
indicação geográfica;  XVI - pseudônimo ou apelido
 X - sinal que induza a falsa indicação notoriamente conhecidos, nome artístico
quanto à origem, procedência, natureza, singular ou coletivo, salvo com
qualidade ou utilidade do produto ou consentimento do titular, herdeiros ou
serviço a que a marca se destina; sucessores;
 XI - reprodução ou imitação de cunho  XVII - obra literária, artística ou científica,
oficial, regularmente adotada para garantia assim como os títulos que estejam
de padrão de qualquer gênero ou protegidos pelo direito autoral e sejam
natureza; suscetíveis de causar confusão ou
 XII - reprodução ou imitação de sinal que associação, salvo com consentimento do
tenha sido registrado como marca autor ou titular;
coletiva ou de certificação por terceiro,  XVIII - termo técnico usado na indústria,
observado o disposto no art. 154; na ciência e na arte, que tenha relação
 XIII - nome, prêmio ou símbolo de evento com o produto ou serviço a distinguir;
esportivo, artístico, cultural, social, político,  XIX - reprodução ou imitação, no todo
econômico ou técnico, oficial ou ou em parte, ainda que com acréscimo,
oficialmente reconhecido, bem como a de marca alheia registrada, para distinguir
imitação suscetível de criar confusão, ou certificar produto ou serviço idêntico,
salvo quando autorizados pela autoridade semelhante ou afim, suscetível de causar

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RESUMO N2 – NOTA 1 - DIREITO EMPRESARIAL

confusão ou associação com marca Nulidade de Registro


alheia;  Cancelamento administrativo pelo INPE ou
 XX - dualidade de marcas de um só ação de nulidade.
titular para o mesmo produto ou serviço,  Para cancelar o registro (arts. 165 e 173 da
salvo quando, no caso de marcas de Lei 9.279/96); caso de marcas idênticas.
mesma natureza, se revestirem de  Por ser um bem eu posso: Cessão,
suficiente forma distintiva; transferência e contrato de licença de
 XXI - a forma necessária, comum ou uso da marca:
vulgar do produto ou de  arts. 134 e seguintes da Lei 9.279/96;
acondicionamento, ou, ainda, aquela que Modelo de Utilidade e Desenho Industrial
não possa ser dissociada de efeito  Elementos do exercício de empresa:
técnico;
1. Invenção
 XXII - objeto que estiver protegido por
 Modelo de utilidade e desenho industrial
registro de desenho industrial de terceiro;
(Lei 9.279/96 – Tít. I)
e
 Invenção empresarial; primeiro elemento de
 XXIII - sinal que imite ou reproduza, no
exercício da empresa.
todo ou em parte, marca que o
 Distinção entre
requerente evidentemente não poderia
 a) descoberta e
desconhecer em razão de sua atividade,
 b) invenção;
cujo titular seja sediado ou domiciliado em
território nacional ou em país com o qual  a) Descoberta: se faz quase

o Brasil mantenha acordo ou que inesperadamente, pela revelação ou


assegure reciprocidade de tratamento, se encontro casual de processo ou produto
a marca se destinar a distinguir produto existente, real, mas desconhecido;
ou serviço idêntico, semelhante ou afim, trabalha por intermédio de ciência.
suscetível de causar confusão ou  É o ato de anunciar ou revelar um
associação com aquela marca alheia. princípio científico desconhecido, mas
preexistente na ordem natural;
 b) Invenção: é mais a ação ou o processo
de inventar do que o invento;

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RESUMO N2 – NOTA 1 - DIREITO EMPRESARIAL

 É dar aplicação prática ou técnica ao  Expede-se a “carta-patente”, que vigorará


princípio científico, no sentido de criar pelo prazo de 20 (vinte) anos, em se
algo novo, aplicável no aperfeiçoamento tratando de invenção e de 15 (quinze)
ou na criação industrial; dar serventia anos se modelo de utilidade, contados da
aquele invento. data do depósito data do registro;
 Deve ser algo original e novo, suscetível 4. Desenhos Industriais
de utilização industrial;  Conceito: é a forma plástica ornamental de
2. Modelo de Utilidade Empresarial um objeto ou o conjunto de linhas e
 É toda disposição ou forma nova obtida cores que possa ser aplicado a um
ou introduzida em objetos conhecidos, produto, proporcionando resultado visual
desde que se prestem a um trabalho ou novo e original na sua configuração
uso prático; refere-se a instrumentos, externa e que possa servir de tipo de
ferramentas de trabalho ou utensílios que fabricação industrial (art. 95 da Lei
nele são empregados para aumentar ou 9.279/96); certificado de registro.
desenvolver a sua eficiência ou utilidade;  É combinação de linhas, de cores, de
 Conhecidos por serem “pequenas forma dirigida a conseguir um novo
invenções”; situam-se em posição aspecto exterior de um produto,
intermediária entre as invenções segundas as dimensões de um plano;
propriamente ditas e os modelos  Expede-se o “certificado de registro”, que
industriais; vigorará por 10 (dez) anos a contar do
 Ex.: esteira de supermercado, tela touch depósito, prorrogável por três períodos
screen. sucessivos de cinco anos cada;

3. Patente  Regras:

 Traduz-se num direito a ser assegurado  Contrato um funcionário exclusivamente


em razão da propriedade sobre a para criar algo na empresa: todos os
invenção ou o modelo de utilidade; direitos são da empresa.
 É concessão pública, conferida pelo  Se eu trabalho dentro da área de
Estado, que garante ao seu titular a desenvolvimento, mas, não fui contratado
exclusividade ao explorar comercialmente
a sua criação;
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RESUMO N2 – NOTA 1 - DIREITO EMPRESARIAL

diretamente para criar: divido com a


empresa.
 Se eu não tenho nada haver com a
empresa, crio sozinho e aplico na
empresa: o invento é todo meu.

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