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aplicado somente à pessoas naturais, e não à PJs, por não serem

vulneráveis.

→ Teoria maximalista: há aplicação do CDC na compra de


insumos entre empresas. Porém, foi uma corrente pouco
adotada.

A teoria finalista mitigada é a teoria consolidada na jurisprudência


 Conceito: brasileira.
É um ramo novo do direito, disciplina transversal entre o direito → Teoria finalista mitigada (pacificada no STJ):
privado e o direito público, que visa proteger um sujeito de direitos,
o consumidor, em todas as duas relações jurídicas frente ao A PJ não se enquadra no conceito de destinatária final mas, se ela
fornecedor, um profissional, empresário ou comerciante. for vulnerável (economicamente, tecnicamente, juridicamente),
ela será considerada consumidora, e as regras do CDC serão
O CDC é um microssistema, pois estabelece regras que inferem aplicadas.
sobre o âmbito, civil, administrativo e penal.
Assim, essas PJs vulneráveis são equiparadas ao consumidor.
 Conceito de consumidor:
Nos termos da jurisprudência do STJ, o CDC não se aplica no caso
CDC 2°. Consumidor é toda PF ou PJ que adquire ou utiliza produto em que o produto ou serviço é contratado para implementação de
ou serviço como destinatário final. atividade econômica, já que não estaria configurado o destinatário
final da relação de consumo (teoria finalista ou subjetiva).
O CDC estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de
ordem pública e interesse social, nos termos do artigo 5°XXXII, 170, Contudo, tem admitido o abrandamento da regra quando ficar
V da CF, e art. 48 de suas Disposições Transitórias. demonstrada a condição de hipossuficiência técnica, jurídica ou
econômica da PJ, autorizando excepcionalmente, a aplicação das
Norma de ordem pública é cogente¸ ou seja, não se pode dispor,
normas do CDC (teoria finalista mitigada).
ela é obrigatória!
Apesar da teoria finalista mitigada conceder aplicação do CDC às
É um direito imperativo e indisponível.
PJs vulneráveis, há uma EXCEÇÃO:
Súmula 381 do STJ: nos contratos bancários, é vedado ao julgador
O CDC não incidirá no caso de PJ vulnerável firmar contrato de
reconhecer de ofício (sem o pedido da parte), da abusividade das
mútuo*, ou similar, com o objetivo de financiar ações e estratégias
cláusulas.
empresariais, pois configura insumo à atividade.
- Porém, diversos doutrinadores não concordam com
*Contrato de mútuo é aquele que trata da transferência de bens
essa súmula.
fungíveis, móveis, que podem ser substituídos por outros de
 Relação de consumo: mesma espécie, qualidade e quantidade. As partes envolvidas são
chamadas mutuante e mutuário. O mutuante é aquele que
Só há relação de consumo quando há em um polo o consumidor empresta ou transfere a propriedade do bem fungível.
(ou equiparado*) e, no outro, o fornecedor.
Ou seja, toda vez que a PJ toma dinheiro no banco para aumentar
*Equiparado = como se fosse consumidor (PJs vulneráveis) suas instalações, investir de alguma maneira no próprio
estabelecimento, ela não está dando destinação final ao produto.
Para ser um consumidor, deve-se ser um destinatário final. O Estará apenas implementando a sua atividade, logo, não será
destinatário final é aquele que consumirá o produto, de modo a lhe destinatário final e, com isso, o CDC não será aplicado.
dar um fim.
Outros exemplos clássicos:
Logo, esse indivíduo é presumidamente vulnerável.
Bordadeira que fez contrato de financiamento com fabricante para
Princípio da vulnerabilidade: a norma do CDC foi criada a fim de comprar uma máquina. Ela atrasou uma parcela e pediu aplicação
proteger os consumidores. do CDC. O STJ alegou que, por ela ser vulnerável, o CDC se aplicaria.

 Porém, quando a pessoa jurídica será destinatário final? OAB XXIX: Uma concessionária compra veículos de uma montadora
para revender. Em relação ao veículo que a concessionária
Quando a loja compra da fábrica, há uma relação entre dois comprou para uso próprio, o CDC se aplica, pois nesse sentido a
fornecedores, então o direito civil em seu aspecto empresarial é concessionária seria considerada vulnerável.
utilizado.
Figuras equiparadas ao consumidor:
A relação entre loja e consumidor é disciplinada pelo CDC (relação
fornecedor – consumidor final). I. A coletividade de pessoas:

Fábrica peça e Fábrica peça pronta para fazer carro – há uma São pessoas que serão de alguma forma prejudicadas pela relação
relação civil empresarial, pois há fornecimento de insumos. de consumo.

→ Teoria finalista: Art. 2°, §único. Equipara-se a consumidor a coletividade de


pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas
Pensam na finalidade do direito do consumidor, que é proteger a relações de consumo.
parte vulnerável. Assim, a corrente finalista entedia que o CDC seria
Nesse sentido, a palavra “coletivo” é usada como gênero.
Os direitos coletivos (gênero coletivo) são: Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser
promovidas pela vítima e seus sucessores, assim como pelos
Espécies... legitimados de que trata o art. 82.
• Direitos difusos: (pessoas não individualizadas);É Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos
indivisível. legitimados de que trata o art. 82, abrangendo as vítimas cujas
• Coletivos: (é possível identificar o grupo – compradores indenizações já tiveram sido fixadas em sentença de liquidação,
de determinado produto); É indivisível. sem prejuízo do ajuizamento de outras execuções.
• Individuais: (pessoa individual); é divisível.

→ Importante:
II. Vítimas pelo Fato do Produto e do Serviço:
Os incisos já caíram em diversas provas da OAB.
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das consumidores todas as vítimas do evento.
vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título
Vítimas, nesse caso, são aqueles que não adquiriram o produto ou
coletivo.
serviço, mas que, em razão do defeito do produto, são
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar indiretamente vítimas dele.
de:
Exemplo:
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos
Marcelo, brasileiro, casado, advogado, residente e domiciliado na
deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que
cidade do Rio de Janeiro/RJ, adquiriu um veículo zero quilômetro
sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias
em 2005. Exatos seis anos depois da aquisição do referido
de fato;
automóvel, quando viajava com sua família em Natal/RN, o motor
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos do carro explodiu, o que gerou um grave acidente, com sérias
deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja consequências para Marcelo e sua família bem como para dois
titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com pedestres que estavam no acostamento da rodovia. Apesar de ter
a parte contrária por uma relação jurídica base; seguido à risca o plano de revisão sugerido pela montadora do
veículo, com sede em São Paulo/SP, um exame pericial no carro de
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim Marcelo constatou claramente que o motor apresentava um sério
entendidos os decorrentes de origem comum. defeito de fabricação que provocou o desgaste prematuro de
determinadas peças e, consequentemente, a explosão.
→ Legitimados a mover uma ação coletiva:
Marcelo = adquirente
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados
concorrentemente: Família no carro = usuários

I - o Ministério Público, 02 pedestres = vítimas pelo defeito de fabricação do carro

II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal; III. Pessoas determináveis ou não:

III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte (Práticas
indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente comerciais), equiparam-se aos consumidores todas as pessoas
destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.
código;
Nesse caso, a pessoa não é usuária, mas foi exposta a uma prática
IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano comercial e sofreu danos em decorrência disso.
e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses
e direitos protegidos por este código, dispensada a autorização Exemplo: ofertas com propaganda enganosa.
assemblear.
Questão:
 Das Ações Coletivas para a defesa de interesses
Heitor foi surpreendido pelo recebimento de informação de
individuais Homogêneos:
anotação de seu nome no cadastro restritivo de crédito, em
Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82 poderão propor, em decorrência de suposta contratação de serviços de telefonia e
nome próprio e no interesse das vítimas ou seus sucessores, ação Internet.
civil coletiva de responsabilidade pelos danos individualmente
Heitor não havia celebrado tal contrato, sendo o mesmo fruto de
sofridos, de acordo com o disposto nos artigos seguintes
fraude, e busca orientação a respeito de como proceder para
Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, a rescindir o contrato, cancelar o débito e ter seu nome fora do
fim de que os interessados possam intervir no processo como cadastro negativo, bem como o recebimento de reparação por
litisconsortes, sem prejuízo de ampla divulgação pelos meios de danos extrapatrimoniais, já que nunca havia tido o seu nome
comunicação social por parte dos órgãos de defesa do consumidor. inscrito em tal cadastro. Com base na hipótese apresentada, na
qualidade de advogado(a) de Heitor, assinale a opção que
Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a condenação será apresenta o procedimento a ser adotado.
genérica, fixando a responsabilidade do réu pelos danos causados.
A) Cabe o pedido de cancelamento do serviço, declaração § 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de
de inexistência da dívida e exclusão da anotação consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza
indevida, inexistindo qualquer dever de reparação, já que bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes
a operadora não foi atribuído defeito ou falha do serviço das relações de caráter trabalhista (relação de emprego – CLT).
digital, que seria a motivação para tal pleito.
B) Trata-se de cobrança devida pelo serviço prestado, - Produto não tem o requisito remuneração.
restando a Heitor pagar imediatamente e. somente → Serviços podem possuir remuneração
assim, excluir a anotação de seu nome em cadastro
negativo, e, então, Ingressar com a medida judicial, - Direta: paga pelo próprio consumidor
comprovando que nao procedeu com a contratação e
buscando a rescisão do contrato irregular com devolução - Indireta: o fornecedor não é remunerado diretamente pelo
em dobro do valor pago. consumidor (empresas terceirizadas – Unimed).
C) Heitor não pode ser considerado consumidor em razão
Súmula 297 do STJ – O CDC é aplicável às instituições financeiras.
da ausência de vinculação contratual verídica e válida que
consagre a relação consumerista, afastando-se os Súmula 608 - O CDC é aplicado aos planos de saúde, salvos os
elementos principiológicos e fazendo surgir a administrados por entidades de autogestão (aquelas entidades
responsabilidade civil subjetiva da operadora de telefonia que não visam o lucro).
e Internet.
D) Heitor e consumidor por equiparação, aplicando-se a Súmula 597: não pode haver carência com mais de 24h para
teoria do risco da atividade e devendo a operadora serviços de emergência ou urgência.
suportar os riscos do contrato fruto de fraude, caso não
Súmula 302: é abusiva a cláusula contratual de plano de saúde
consiga comprovar a regularidade da contratação e a
que limita no tempo a internação hospitalar do segurado.
consequente reparação pelos danos extrapatrimoniais in
re ipsa, além da declaração de Inexistência da dívida e da - o tempo de internação é determinado apenas pelo
exclusão da anotação indevida. médico.

Gabarito: letra D. Súmula 609: a seguradora não pode negar o direito a indenização
do segurado sob a premissa de que a doença já era pré existente,
Risco da atividade = se o falsário conseguiu contratar em nome de
se no momento da venda não pediu exames ou se não vier a
outra pessoa, significa que o banco não deu a segurança que
demonstrar a má-fé do segurado.
deveria dar. O fornecedor responde pelos danos que são causados
pelos estelionatários.  Objeto da relação de consumo:

Produtos (móveis ou imóveis).

→ Prazo para reclamar da relação de consumo:


 Conceito de fornecedor:

Art. 3°. Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou • Duráveis: 90 dias.
privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes - acabam com o consumo.
despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, • Não duráveis: 30 dias.
montagem, criação, construção, transformação, importação, - não acabam com o consumo.
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou
Segundo a jurisprudência, o CDC não é aplicado...
prestação de serviços.
o Nas relações com entidades fechadas de previdência
Fornecedor é gênero
privada;
Espécies: o Para incrementar atividade comercial do contratante
(insumos);
- Fabricar o Nas relações contratuais entre clientes e advogados;
o Aos planos de saúde de autogestão;
- Produzir
o Às locações de imóveis urbanos regidas pela Lei
- Importar 8.245/1991; ► Ao seguro obrigatório (DPVATI.
o Aos contratos firmados no âmbito do Programa de
- Montar Financiamento Estudantil - FIES.
o Entre franqueador e franqueado;
- Comercializar
o Entre condomínio e condôminos.
→ Serviços públicos

• Próprios ou universais:  Conceito da relação de consumo:

São prestados a uma coletividade/ o CDC não é aplicado. Relação jurídica de consumo é o vínculo que se estabelece entre
um consumidor, destinatário final, e entes a ele equiparados, e um
Ex: segurança pública
fornecedor profissional, decorrente de um ato de consumo, a qual
• Individuais: sofre a incidência da norma jurídica específica, com o objetivo de
harmonizar as interações naturalmente desiguais da sociedade
Se aplica o CDC. moderna de massa.
→ Questão: VI - A efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e
morais, individuais, coletivos e difusos;
Saulo e Bia são casados há quinze anos e, há dez, decidiram
ingressar no ramo das festas de casamento, produzindo os VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à
chamados "bem-casados", deliciosos doces recheados oferecidos prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais,
aos convidados ao final da festa. Saulo e Bianca não possuem individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica,
registro da atividade empresarial desenvolvida, sendo essa a fonte administrativa e técnica aos necessitados;
única de renda da família. No mês passado, os noivos Carla e Jair
encomendaram ao casal uma centena de "bem-casados" no sabor VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a
doce de leite. A encomenda foi entregue conforme contratado, no inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando,
dia do casamento. Contudo diversos convidados que ingeriram os a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele
quitutes sofreram infecção gastrointestinal, já que o produto hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
estava estragado. A impropriedade do produto para o consumo foi IX - (Vetado);
comprovada por perícia técnica. Com base no caso narrado,
assinale a alternativa correta. X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.
Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput
A) O casal Saulo e Bianca se enquadra no conceito de fornecedor deste artigo deve ser acessível à pessoa com deficiência, observado
do Código do Consumidor, pois fornecem produtos com o disposto em regulamento. (redação de 2015).
habitualidade e onerosidade, sendo que apenas Carla e Jair, na
qualidade de consumidores indiretos, poderão pleitear
indenização.

B) Embora a empresa do casal Saulo e Branca não esteja


devidamente registrada na Junta Comercial, pode ser considerada
fornecedora à luz do Código do Consumidor, e os convidados do
casamento, na qualidade de consumidores por equiparação,
poderão pedir indenização diretamente àqueles.
A inversão do ônus da prova é a chamada:
C) O Código de Defesa do Consumidor é aplicável ao caso. sendo
Distribuição dinâmica do ônus da prova (inversão)
certo que tanto Carla e Jair quanto seus convidados intoxicados são
consumidores por equiparação e poderão pedir indenização, Art. 6°, VIII. a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a
porém a inversão do ónus da prova só se aplica em favor de Carla e inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando,
Jair, contratantes diretos. a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
D) A atividade desenvolvida pelo casal Saulo e Branca não está
oficialmente registrada na Junta Comercial e, portanto, por ser ente A inversão do ônus da prova se subdivide em:
despersonalizado, não se enquadra no conceito legal de fornecedor
da lei do consumidor, aplicando-se ao caso as regras atinentes aos I. Judicial
vícios redibitórios do Código Civil. II. Legal

→ Distribuição estática:

 Direitos básicos do consumidor: CPC Art. 373. O ônus da prova incumbe:

I - A proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
provocados por praticas no fornecimento de produto ÇOS
considerados perigosos ou nocivos; (artigos 8°, 9° e 10 e 12 e II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou
seguintes) extintivo do direito do autor.

II - A educação e divulgação sobre o consumo adequado dos A inversão do ônus da prova relativiza o que está no CPC 373, pois
produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a atribui ao fornecedor o ônus de ter que provar que os fatos não
igualdade nas contratações; ocorreram da forma narrada pelo consumidor.

III - A informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e Sem a inversão judicial, o consumidor precisaria provar suas
serviços, com especificação correta de quantidade, características, alegações para obter êxito na demanda, ao tempo em que o
composição, qualidade, tributos incidentes e preto, bem como fornecedor, à falta de provas do consumidor, não precisaria provar
sobre os riscos que apresentem; (redação de 2012) nada.

O consumidor SEMPRE tem que ser informado dos RISCOS Requisitos da inversão judicial:
do produto.
I. Verossimilhança: aparência de verdade, provável;
IV - A proteção contra a publicidade abusiva, todos comerciais OU
coercitivos ou desleais, bem como praticas e clausulas abusivas ou II. Hipossuficiência: falta de condições de realizar a
impostas no fornecimento de produtos e serviços; (art. 37) dilação probatória.
→ Momento apropriado para a inversão do ônus da prova:
V - Modificação s cláusulas contratuais que estabeleçam prestações
s ou suafern2em razão de fatos supervenientes que as tornem O juiz deve avaliar se há caso de inversão no momento da decisão
excessivamente onerosas; (art. 51 e 529— de saneamento, ou seja, antes da instrução (fase de produção de
provas).
→ Observação - para transporte aéreo internacional: Art. 8°: determina que os produtos e serviços colocados no
mercado não podem oferecer riscos, no entanto, existem alguns
A norma aplicada que terá prevalência será a dos Tratados produtos que o risco lhes é inerente (da sua própria natureza),
Internacionais. neste caso, as informações precisam ser adequadas a seu respeito.
O julgado do STF que assim decidiu, se referiu a dois assuntos: Ex.: produto naturalmente perigoso (veículos, derivados do
tabaco). Veículo com defeito de fabricação = gera responsabilidade
i. Extravios e danos a bagagens (dano material);
civil por fato do produto. Produtos derivados do tabaco devem
ii. Prazo prescricional (nas convenções é de 2 anos) –
Ps.: no CDC, era de 5. informar o consumidor dos riscos causados pelo produto.

Art. 9°. O fornecedor de produtos e serviços potencialmente


→ Regra de solidariedade para responsabilidade civil:
nocivos ou perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de
A regra é que se há mais de um responsável solidário, a vítima pode maneira ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou
escolher contra quem ajuizar a ação, podendo cobrar a totalidade periculosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis
do prejuízo de qualquer um dos responsáveis. em cada caso concreto.

Coautoria: Defeito: recall para o art. 10.

CDC art. 7°, Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, - O fornecedor não pode colocar no mercado um produto
todos responderão solidariamente pela reparação dos danos com defeito. Se colocou, tem que indenizar.
previstos nas normas de consumo.
Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo
→ Solidariedade no CDC: produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau
de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança.
Art. 7° "tendo mais de um autor a ofensa" COAUTORIA
→ Teoria da qualidade:
Art. 12 (importante) - "O fabricante. o produtor, o
construtor, nacional ou estrangeiro, e o Importador No Direito do Consumidor, todos os produtos e serviços devem ter
respondem, independentemente da existência de culpa, qualidade.
pela reparação dos danos causados aos consumidores por
A. Problemas de SEGURANÇA ao consumidor (dano maior)
defeitos..." • RESPONSABILIDADE DOS INDICADOS;
= causados por FATO ou DEFEITO.
- o consumidor ficou de fora. B. Problemas de mera ADEQUAÇÃO = VÍCIO.

Art. 13: situações em que o comerciante também responderá por A. Problemas de segurança/ causado por FATO ou
fato do produto -RESPONSABILIDADE EXCEPCIONAL DO DEFEITO:
COMERCIANTE POR FATO;
CDC 12 e seguintes.
- produtos a granel contaminados. Não sei quem é o
produtor...então entro com ação contra o comerciante por ele não o Causam danos morais ou patrimoniais aos consumidores.
ter preservado adequadamente produto perecível. A
responsabilidade é subsidiária. o Devem atingir a PESSOA psicologicamente, moralmente
ou fisicamente.
Art. 14: "O fornecedor de serviços responde..." • OBSERVAR - Dano exclusivamente material ou à pessoa
CADEIA DF FORNECEDORES -SOLIDARIEDADE POR COAUTORIA: serão FATO ou DEFEITO.
- Ausência de informação também é defeito.
- alguns fornecedores trabalham em cadeia (associados). Ex:
pacote de viagem vendido pela seguradora (a seguradora responde
o Indenização pelos danos = se está diante de FATO
por todos aqueles serviços).
(ultrapassa o problema do produto em si, de modo a
Art. 18 - "Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou causar MAIS danos).
não duráveis respondem solidariamente pelos vicies" .
SOLIDARIEDADE LEGAL PELOS VICIOS; o A responsabilidade em regra é objetiva.

Art. 25: "Havendo mais de um responsável pela carnação do dano, - Há uma exceção: profissionais liberais terão a
todos responderão solidariamente pela reparação..." • culpa apurada.
COAUTORIA
CDC 14 § 4°. A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais
Art. 25, § 1° "Sendo o dano causado por componente ou peca será apurada mediante a verificação de culpa.
Incorporada ao produto ou serviço são responsáveis solidários seu
o Como verificar se há defeito:
fabricante, construtor ou Importador e o que realizou a
incorporação" • SOLIDARIEDADE LEGAL CDC 12 § 1°.O produto é defeituoso quando não oferece a
segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente
consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
responsável pelos atos de propostos ou representantes
autónomos SOLIDAREIDADE LEGAL DO PREPOSTO NA OFERTA I - sua apresentação;

II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;

→ Produtos ou serviços nocivos ou perigosos: III - a época em que foi colocado em circulação.
§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de B. Problemas de adequação/ são chamados de VÍCIO:
melhor qualidade ter sido colocado no mercado.
o CDC 18 e seguintes. Quando o produto não funciona direito, o
- CDC 12, §1°, inciso III + §2°: É o chamado risco de serviço não foi bem executado etc.
desenvolvimento. Os produtos evoluem com o tempo, e sofrem o O consumidor pede que o vício seja sanado ou um produto
mudanças (melhorias). É natural. novo = se está diante de VÍCIO.
§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não - Ex: vício de quantidade.
será responsabilizado quando provar:
o Questão sobre vício:
I - que não colocou o produto no mercado;
Elisabeth e Marcos, desejando passar a lua-de-mel em Paris,
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito adquiriram junto à Operadora de Viagens e Turismo "X" um pacote
inexiste; de viagem, composto de passagens aéreas de ida e volta,
hospedagem por sete noites, e seguro saúde e acidentes pessoais,
III - a culpa (FATO/ CAUSA)* exclusiva do consumidor ou de
este último prestado pela seguradora "Y". Após chegar a cidade,
terceiros.
Elisabeth sofreu os efeitos de uma gastrite severa e Marcos entrou
em contato com a operadora de viagens a fim de que o seguro fosse
- *Não se usa a palavra culpa aqui pois a responsabilidade
acionado, sendo informado que não havia médico credenciado
é, em regra, objetiva.
naquela localidade. O casal procurou um hospital, que manteve
o Questão sobre FATO do produto: Elisabeth internada por 24 horas, e retornou ao Brasil no terceiro
dia de estada em Paris, tudo às suas expensas. Partindo da hipótese
Determinado consumidor, ao mastigar uma fatia de pão com apresentada, assinale a afirmativa correta.
geleia, encontrou um elemento rígido, o que lhe causou intenso
desconforto e a quebra parcial de um dos dentes. Em razão do fato, O casal poderá acionar judicialmente a operadora de turismo,
ingressou com medida judicial em face do mercado que vendeu a mesmo que a falha do serviço tenha sido da seguradora, em razão
geleia, a fim de ser reparado. No curso do processo, a perícia da responsabilidade solidária aplicável ao caso. O casal somente
constatou que o elemento encontrado era uma pequena porção de poderá acionar judicialmente a seguradora Y, já que a operadora de
açúcar cristalizado, não oferecendo risco à saúde do autor. Diante turismo responderia por falhas na organização da viagem, e não
desta narrativa, assinale a afirmativa correta. pelo seguro porque esse foi realizado por outra empresa. O casal
terá que acionar judicialmente a operadora de turismo e a
Dente quebrado = FATO = DANO que a vítima sofreu. seguradora simultaneamente por se tratar da hipótese de
litisconsórcio necessário e unitário, sob pena de insurgir em
A) O fabricante e o fornecedor do serviço devem ser excluídos de
carência da ação. O casal não poderá acionar judicialmente a
responsabilidade, visto que o material não ofereceu qualquer risco
operadora de turismo já que havia liberdade de contratar o seguro
à integridade física do consumidor, não merecendo reparação.
saúde viagem com outra seguradora e, portanto, não se tratando
B) O elemento rígido não característico do produto, ainda que não de venda casada, não há responsabilidade solidaria na hipótese.
o tornasse impróprio para o consumo, violou padrões de
segurança, já que houve dano comprovado pelo consumidor.
Art. 18. Os fornecedores (FORNECEDOR = GÊNERO = TODOS
C) A responsabilidade do fornecedor depende de apuração de culpa
RESPONDEM) de produtos de consumo duráveis ou não duráveis
e, portanto, não tendo o comerciante agido de modo a causar
respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou
voluntariamente o evento, não deve responder pelo resultado.
quantidade que os tornem impróprios (PREJUÍZO INTEGRAL) ou
D) O comerciante não deve ser condenado e sequer caberia inadequados (PREJUÍZO PARCIAL) ao consumo a que se destinam
qualquer medida contra o fabricante, posto que não há fato ou vicio ou lhes diminuam o valor (QUE DEPRECIEM O PRODUTO), assim
do produto, motivo pelo qual não deve ser responsabilizado peto como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações
alegado defeito. constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem
publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza,
o Defeitos relativos à prestação dos serviços:
podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.*
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente
da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos *Produto viciado = SUBSTITUIÇÃO;
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem
como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua - Substituir as peças viciadas = SANAR O VÍCIO.
fruição e riscos.
§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias,
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as
circunstâncias relevantes, entre as quais: (DEFEITO/SEGURANÇA) I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em
perfeitas condições de uso;
I - o modo de seu fornecimento;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam; atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;

III - a época em que foi fornecido. III - o abatimento proporcional do preço.

Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos As partes podem convencionar um prazo diferente para resolução
consumidores todas as vítimas do evento. dos vícios.
Quando o consumidor não precisa esperar os 30 dias para ter o Havendo mais de um causador pelo dano, eles respondem
vício sanado? solidariamente.

i. Quando a substituição das partes viciadas puder


comprometer a qualidade ou características do
produto ou diminuir-lhe o valor. Ou seja, sempre I. GARANTIA:
que não for possível desfazer o vício ou deixa-lo em
condição de novo. É o prazo que o consumidor tem para reclamar dos vícios.
ii. Quando se tratar de produto essencial (alimento,
medicamento, necessário para o trabalho etc.) • 30 dias para SANAR o vício de produto não durável
• 90 dias para SANAR o vício de produto durável

A garantia garante a qualidade e adequação do produto. É diferente


Ao instalar um novo aparelho de televisão no quarto de seu filho, o do fato ou defeito, em que há um prazo prescricional. Na
consumidor verifica que a tecla de volume do controle remoto não adequação ou vício, há uma GARANTIA.
está funcionando bem. Em contato com a loja onde adquiriu o
produto, é encaminhado à autorizada. O que esse consumidor pode i. Garantia contratual: é uma liberalidade, cujas
exigir com base na lei, nesse momento, do comerciante? informações todas devem constar no termo de
garantia. O dever de reparar decorre do contrato.
A imediata substituição do produto por outro novo.
ii. Garantia legal: todos os produtos têm. Está
O dinheiro de volta.
relacionada ao prazo de durabilidade (leva-se em
O conserto do produto no prazo máximo de 30 dias. consideração a vida útil = expectativa de
durabilidade). Há presunção de que o vício é oculto.
Um produto idêntico emprestado enquanto durar o conserto.
Art. 24 CDC. A garantia legal de adequação do produto ou serviço
Dulce, cinquenta e oito anos de idade, fumante há três décadas, foi independe de termo expresso, vedada a exoneração contratual do
diagnosticada como portadora de enfisema pulmonar. Trata-se de fornecedor.
uma doença pulmonar obstrutiva crônica caracterizada pela
dilatação excessiva dos alvéolos pulmonares, que causa a perda da A garantia contratual é complementar a legal. Garantia contratual
capacidade respiratória e uma consequente oxigenação + prazo para reclamar. Encerrada a garantia contratual de um
insuficiente. Em razão do avançado estágio da doença, foi prescrito produto durável, nos próximos 90 dias a garantia ainda está
como essencial o tratamento de suplementação de oxigênio. Para garantida LEGALMENTE. O consumidor tem direito de reclamar!
tanto, Joana, filha de Dulce, adquiriu para sua mãe um aparelho
II. Prescrição:
respiratório na loja Saúde e Bem-Estar. Porém, com uma semana
de uso, o produto parou de funcionar. Joana procurou Somente os “direitos a uma prestação” conduzem à prescrição,
imediatamente a loja para substituição do aparelho, oportunidade pois somente eles são suscetíveis de lesão ou de violação.
na qual foi informada pela gerente que deveria aguardar o prazo
legal de trinta dias para conserto do produto pelo fabricante. C no Prazo prescricional por fato:
caso narrado, em relação ao Código de Proteção e Defesa do
O FATO do produto tem prazo prescricional, apenas. 05 anos para
Consumidor assinale a afirmativa correta.
ajuizar ação reparatória.
A) Está correta a orientação da vendedora. Joana deverá aguardar
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos
o prazo legal de trinta dias para conserto e, caso não seja sanado o
danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção
vício, exigir a substituição do produto, a devolução do dinheiro
II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do
corrigido monetariamente ou o abatimento proporcional do preço.
conhecimento do dano e de sua autoria.
B) Joana não é consumidora destinatária final do produto, logo tem
apenas direito ao conserto do produto durável no prazo de noventa
dias, mas não à devolução da quantia paga. III. Decadência:

C) Joana não precisa aguardar o prazo legal de trinta dias para Deve haver uma manifestação de vontade, pois é um direito
conserto, pois tem direito de exigir a substituição imediata do potestativo.
produto, em razão de sua essencialidade.
A decadência é relativa a VÍCIOS no produto.
D) Na impossibilidade de substituição do produto por outro da
mesma espécie, Joana poderá optar por um modelo diverso, sem Art. 26 CDC. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil
direito à restituição de eventual diferença de preço, e, se este for constatação caduca em:
de valor maior, não será devida por Joana qualquer
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos
complementação.
não duráveis;
o Produto a granel:
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de
CDC 19 § 2° O fornecedor imediato será responsável quando fizer produtos duráveis.
a pesagem ou a medição e o instrumento utilizado não estiver
→ Início da contagem:
aferido segundo os padrões oficiais.
Vício aparente ou de fácil constatação: conta-se a partir da
o Solidariedade:
ENTREGA ou do TÉRMINO DA EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS.
Tratando-se de VÍCIO OCULTO, o prazo decadencial se inicia no
momento em que ficar evidenciado o defeito.

→ Obstam a decadência: (suspensão ou interrupção – o


legislador não colocou qual dos dois):

CDC § 2° Obstam a decadência:

I - a reclamação comprovadamente formulada pelo


consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até a
resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de
forma inequívoca;

II - (Vetado).

III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.

→ Óbice ao Prazo

Se o legislador determinou um óbice (impedimento/obstáculo) ao


prazo, entende-se que o consumidor tem o mesmo prazo, tanto
para reclamar perante o fornecedor como judicialmente.

→ Forma da reclamação:

não tem um meio específico, as informações todas devem ser


guardadas.

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