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CARTA DE APRESENTAÇÃO
Querido(a) aluno(a),
Roberta Queiroz
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ÉTICA PROFISSIONAL – MARIA CHRISTINA
DICA 1
O artigo 7º-B do EOAB tornou crime a violação das prerrogativas dos advogados
previstas no artigo 7°, II (inviolabilidade do local de trabalho), III (comunicar-se com o
cliente, em qualquer estabelecimento prisional, mesmo sem procuração), IV (prisão em
flagrante delito) e V (prisão antes do trânsito em julgado) do EOAB.
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Art. 3º-A do EOAB: Os serviços advocatícios podem ser considerados como técnicos
e singulares, tornando-se inexigível a realização de licitação por parte do poder pú-
blico, quando comprovado sua atuação por estudos, publicações, atuações anteriores
dentro do campo de sua especialidade.
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O artigo 37, § 2°, do EOAB prevê que, caso o advogado esteja inadimplente com a
OAB (anuidades em atraso), será suspenso do exercício profissional até que satisfaça
integralmente a dívida, inclusive com correção monetária. No entanto, o STF julgou,
em 2020, ser inconstitucional a suspensão do exercício da advocacia por inadimplência
com os órgãos da OAB por violação ao princípio do livre exercício profissional.
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A Ordem dos Advogados do Brasil é composta pelo Conselho Federal da OAB, Sec-
cionais, Caixa de Assistência e Subseções (único órgão que não possui personalidade
jurídica).
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DIREITO CIVIL – ROBERTA QUEIROZ
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Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores,
parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os de-
mais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação
pelo credor contra um ou alguns dos devedores.
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de
todos os devedores.
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, sub-
sistirá a dos demais.
Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonera-
dos da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.
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Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, im-
porta adiantamento do que lhes cabe por herança.
Art. 735. A responsabilidade contratual do transportador por acidente com o passa-
geiro não é elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva.
Art. 827. O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a
contestação da lide, que sejam primeiro executados os bens do devedor.
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Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obri-
gado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de cul-
pa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida
pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de
sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente
das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
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Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como
não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de ces-
sar a violência ou a clandestinidade.
Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa,
ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela
na posse do reivindicante.
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias neces-
sárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las,
quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo
valor das benfeitorias necessárias e úteis.
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DICA 6
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir
como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-
-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título
para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o pos-
suidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras
ou serviços de caráter produtivo.
Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem opo-
sição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos
e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-com-
panheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, ad-
quirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urba-
no ou rural.
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Art. 1.285. O dono do prédio que não tiver acesso a via pública, nascente ou porto,
pode, mediante pagamento de indenização cabal, constranger o vizinho a lhe dar pas-
sagem, cujo rumo será judicialmente fixado, se necessário.
§ 1º Sofrerá o constrangimento o vizinho cujo imóvel mais natural e facilmente se
prestar à passagem.
§ 2º Se ocorrer alienação parcial do prédio, de modo que uma das partes perca o
acesso a via pública, nascente ou porto, o proprietário da outra deve tolerar a passagem.
§ 3º Aplica-se o disposto no parágrafo antecedente ainda quando, antes da alie-
nação, existia passagem através de imóvel vizinho, não estando o proprietário deste
constrangido, depois, a dar uma outra.
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Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu
a idade núbil, observado o disposto no art. 1.517 deste Código.
Art. 1.581. O divórcio pode ser concedido sem que haja prévia partilha de bens.
Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:
Parágrafo único. Perderá também por ato judicial o poder familiar aquele que: (In-
cluído pela Lei n. 13.715, de 2018)
I – praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar: (Incluído
pela Lei n. 13.715, de 2018)
a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte,
quando se tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menos-
prezo ou discriminação à condição de mulher;
b) estupro ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão;
II – praticar contra filho, filha ou outro descendente:
a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte,
quando se tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menos-
prezo ou discriminação à condição de mulher;
b) estupro, estupro de vulnerável ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito
à pena de reclusão.
Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e inefi-
caz se não lhe seguir o casamento.
Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e ex-
tensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns
em falta de outros.
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PROCESSO CIVIL – RAQUEL BUENO
DICA 1
No prazo de resposta (15 dias), o réu pode apresentar contestação e/ou reconven-
ção, além de poder apresentar arguição de impedimento (CPC, 144) ou suspeição (CPC,
145) do juiz, esta última em petição própria, viu? Na contestação, deverão ser apre-
sentadas primeiramente as preliminares, como incompetência absoluta e relativa do
juízo, impugnação ao valor da causa, impugnação à gratuidade de justiça, ausência de
condições da ação (se houver), conforme artigo 337 do CPC, mais a defesa de mérito.
Caso o réu também queira formular sua pretensão em face do autor, poderá fazer o
pedido reconvencional no corpo da própria contestação, mas o réu pode optar por não
contestar e apresentar apenas reconvenção, oportunidade na qual apresentará uma
petição própria de reconvenção. Atenção! Por ocasião da reconvenção, poderá haver
ampliação subjetiva. Como assim? O réu pode se juntar a um terceiro para reconvir em
face do autor, ou reconvir em face do autor e terceira pessoa. Atenção também para os
detalhes da alegação de ilegitimidade passiva prevista nos artigos 338 e 339 do CPC
(incidente de retificação do polo passivo).
DICA 2
Você lembra a diferença entre indeferimento da petição inicial (CPC, 330) e julga-
mento de improcedência liminar do pedido (CPC, 332)? Vamos lá: no caso de indefe-
rimento da petição inicial, haverá sentença terminativa (CPC, artigo 485), sem citação
do réu. Caso haja recurso de apelação do autor, o juiz pode se retratar em cinco (05)
dias, denominado efeito regressivo do recurso ou juízo de retratação. Não havendo re-
tratação, o réu é citado para apresentar contrarrazões à apelação, seguindo o processo
para o tribunal. Caso não haja recurso, haverá a formação da coisa julgada formal, in-
timando-se o réu do trânsito em julgado da sentença. Já na improcedência liminar do
pedido, admitida nas hipóteses do artigo 332 do CPC (exemplos: reconhecimento de
prescrição/decadência, pretensão do autor em conflito com precedentes obrigatórios),
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haverá sentença com resolução de mérito (CPC, artigo 487), sem citação do réu. Caso o
autor apele, o juiz poderá se retratar em (05) dias. Caso não haja retratação, o réu é cita-
do para apresentar contrarrazões à apelação, seguindo o processo para o tribunal. Caso
não haja recurso, haverá a formação da coisa julgada formal e material, intimando-se o
réu do trânsito em julgado da sentença.
DICA 3
Vamos falar de apelação? Este recurso teve mudança significativa com o advento do
CPC/2015. Então, agora a apelação combate sentenças e decisões interlocutórias não
agraváveis. Mas o recorrente pode utilizar a apelação para impugnar somente decisões
interlocutórias não agraváveis? SIM! As interlocutórias serão alegadas em preliminar
de apelação ou nas contrarrazões da apelação. O prazo da apelação é de (15) dias, há
necessidade de preparo e é um recurso que admite a modalidade adesiva (CPC, 997). A
apelação é recebida, em regra, no efeito devolutivo e suspensivo, com algumas exce-
ções (CPC, 1012, § 1º). É um recurso interposto no juízo a quo, mas cuja admissibilidade
e julgamento de mérito é feito pelo juízo ad quem. Mesmo nas hipóteses nas quais a
apelação não tem o efeito suspensivo, este pode ser requerido? SIM! (CPC, artigo 1012,
§ 3º e § 4º). E lembre-se: recurso de apelação é diferente de recurso inominado (Lei n.
9.099/1995, artigos 41-43) e do recurso ordinário das causas internacionais do STJ (CPC,
1027, II, b).
DICA 4
O autor pode se beneficiar de uma testemunha arrolada pelo réu? Sim! A prova
pertence ao processo, segundo o Princípio da Comunhão da Prova ou da Aquisição
Processual da Prova (CPC, artigo 371). Este artigo também contempla o princípio do
Convencimento Motivado do julgador, que valorará as provas apresentadas, com
a consequente fundamentação da decisão. Neste estudo das provas, não esqueça a
possibilidade de uso da prova emprestada (CPC, artigo 372), da ata notarial, além da
possibilidade de uma ação de produção antecipada de prova e o mais importante: a
distribuição estática (autor prova o fato constitutivo de seu direito, e réu prova os fa-
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tos impeditivos, modificativos e extintivos do direito do autor) e dinâmica do ônus da
prova (inversão do ônus da prova judicial e consensual), prevista no artigo 373 do CPC.
Outro ponto importante são os meios de prova típicos previstos no CPC (prova teste-
munhal, perícia, depoimento pessoal, entre outros).
DICA 5
O que fazer quando o recurso especial ou extraordinário for “trancado” pelo presi-
dente ou vice-presidente do tribunal recorrido? Primeiramente, quero te lembrar que o
recurso especial e o recurso extraordinário são os únicos recursos do CPC que passam
por um duplo juízo de admissibilidade, feito no juízo a quo (provisório) e no juízo ad
quem (definitivo). Caso o presidente ou vice-presidente do tribunal recorrido negue
seguimento a um desses recursos, dois caminhos são possíveis: se a negativa se deu
em virtude da aplicação de tese jurídica firmada em sede de repercussão geral ou jul-
gamento de recurso repetitivo, caberá o agravo interno, para o próprio tribunal recor-
rido, em 15 dias. Caso a negativa ocorra por outro motivo, como intempestividade e
ausência de prequestionamento, o recurso cabível é o agravo do artigo 1042 do CPC
(15 dias), que, apesar de ser interposto perante o presidente ou vice-presidente do tri-
bunal recorrido, terá sua admissibilidade e seu julgamento feitos pelo tribunal superior
respectivo.
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O que dizer da execução pelo rito da prisão, envolvendo título executivo judicial?
(CPC, artigo 528) Primeiro ponto: tal caminho processual só pode ser utilizado para a co-
brança de até três parcelas vencidas, mais aquelas que se vencerem no curso do proces-
so. O procedimento se inicia por meio de um requerimento simples, nos mesmos autos
em que houve a formação do título (EXCEÇÃO: artigo 531, parágrafo único). Após análi-
se do juiz, o executado é intimado PESSOALMENTE, para pagar seu débito em três dias,
provar que já pagou ou apresentar justificativa da impossibilidade de pagamento. Caso
não efetuado o pagamento ou não acolhida a justificativa, o juiz determina o protesto
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do título e a prisão civil do devedor, de 1 a 3 meses, em regime fechado (na pandemia
tem-se aplicado o regime domiciliar). Atenção! A prisão civil não quita a dívida!
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+ 6 vezes), ou opor embargos à execução em 15 dias, a contar da juntada do manda-
do de citação cumprido. Neste caso, forma-se um processo incidente (distribuição por
dependência), julgado por sentença apelável, não possuindo os embargos à execução
efeito suspensivo automático.
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te é o mantra: “TPU-AA é a única que pode estabilizar se o réu não agravar”, em referên-
cia aos artigos 303 e 304 do CPC. Já a tutela de evidência (CPC, artigo 311) será sempre
satisfativa e incidental (tutela de evidência punitiva; tutela de evidência documental e
baseada em precedentes obrigatórios; tutela de evidência envolvendo pedido reiper-
secutório fundado em contrato de depósito e tutela de evidência baseada na conduta
desequilibrada de autor e réu no cumprimento do ônus probatório, não conseguindo
o réu gerar sequer dúvida razoável acerca da pretensão do autor).
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DIREITO CONSTITUCIONAL – ANA PAULA BLAZUTE
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Mesa das
Confederação Sindical
Assembleias
Governador (E) ou entidade de classe de
Legislativas ou
âmbito nacional (E)
Câmara Distrital (E)
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DICA 7
STF: Art. 102,I,e STJ: Art. 105, II,b Juiz Federal: Art. 109,II
Julgar, em recurso
ordinário: as causas
O litígio entre em que forem partes
Estado estrangeiro As causas entre Estado
Estado estrangeiro
ou organismo estrangeiro ou organismo
ou organismo
internacional X internacional e Município
internacional, de um
União, o Estado, o ou pessoa domiciliada ou
lado, e, do outro,
Distrito Federal ou o residente no País;
Município ou
Território; pessoa residente ou
domiciliada no País;
DICA 8
Direitos Políticos: Qual é a idade mínima para se candidatar? Art. 14, § 6º, VI, CRFB:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito
Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital,
Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
DICA 9
Direitos Políticos:
Inelegibilidade Reflexa: previsão no art. 14, § 7º, CRFB:
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes
consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da Repúbli-
ca, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem
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os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de
mandato eletivo e candidato à reeleição.
DICA 10
a) Legitimados:
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I – de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Se-
nado Federal;
II – do Presidente da República;
III – de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação,
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
b) Aprovação:
Art. 60, § 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacio-
nal, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos
votos dos respectivos membros. (2 Casas + 2 Turnos + 3/5)
d) Quais são as três situações que a Constituição não poderá ser emendada?
Art. 60, § 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção
federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
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DIREITO ADMINISTRATIVO – GUSTAVO BRÍGIDO
DICA 1
Necessidade ou
Art. 5º, XXIV, Justa, prévia e em
utilidade pública/
CRFB/88 dinheiro
interesse social
Títulos da Dívida
Art. 182, CRFB/88 Política Urbana
Pública
Títulos da Dívida
Art. 184, CRFB/88 Reforma Agrária
Agrária
DICA 2
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o
auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
I – apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, me-
diante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu
recebimento;
II – julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros,
bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e
sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que
derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erá-
rio público;
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DELEGAÇÃO FORMALIZAÇÃO
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Improbidade Administrativa
Apenas no prejuízo ao Erário se admite a conduta culposa na atuação do agen-
te público.
DICA 9
Licitações
Art. 24. É dispensável a licitação:
I – para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite
previsto na alínea “a”, do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a
parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mes-
ma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomi-
tantemente;
II – para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto
na alínea “a”, do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos
nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou
alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;
III – nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
IV – nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgên-
cia de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer
a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos
ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação
emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser
concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininter-
ruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorro-
gação dos respectivos contratos;
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V – quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente,
não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso,
todas as condições preestabelecidas;
DICA 10
PODERES
DICA 1 DICA 2
ADMINISTRATIVOS
ALVARÁ DE
DISCRICIONÁRIO REVOGÁVEL
AUTORIZAÇÃO
DECRETOS
NORMATIVO ATOS SECUNDÁRIOS
REGULAMENTARES
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DIREITO PENAL – MICHELLE TONON
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DICA 4
Concausas
Mais de uma causa convergindo para o resultado. Causa externa à vontade do autor
e que contribui para o resultado.
Concausas relativamente independentes supervenientes:
Art. 13, § 1º, CP. A superveniência de causa relativamente independente exclui a
imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, im-
putam-se a quem os praticou.
Adoção da teoria da causalidade adequada. Conduta idônea a gerar o resultado. A
contribuição deve ser eficaz. Regularidade estatística, com a exclusão de acontecimen-
tos extraordinários, fortuitos.
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Arrependimento posterior
CP, Art. 16. Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, repara-
do o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato
voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
• Pressupõe um crime consumado.
• Não há alteração da tipicidade.
• Trata-se de causa geral e obrigatória de diminuição de pena (terceira fase da
dosimetria) ou minorante.
DICA 8
Crime impossível
CP, Art. 17. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por
absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
• O agente se vale de meios absolutamente ineficazes ou volta-se contra objetos
absolutamente impróprios, tornando irrealizável a consumação do crime.
• A ineficácia ou impropriedade devem ser absolutas. Se relativas, haverá tentati-
va. Adoção da teoria objetiva temperada ou moderada.
• Causa de exclusão da tipicidade.
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DICA 9
Erro de tipo
CP, Art. 20. O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo,
mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
• Erro: falsa percepção da realidade ou falso conhecimento de algum objeto. É um
estado positivo.
• Exemplos de erro de tipo: agente que toma coisa alheia como própria; caçador
que atira em outra pessoa atrás de um arbusto imaginando se tratar de um ani-
mal; ter relações sexuais com alguém menor de 14 anos supondo maior.
• O erro de tipo, ao afastar a vontade e a consciência do agente, exclui sem-
pre o dolo.
• Todavia, há situações em que se permite a punição da conduta culposa, se hou-
ver previsão legal, nos casos do erro de tipo vencível, evitável ou inescusável.
• No erro de tipo, o agente não sabe exatamente o que faz. Já no erro de proibição,
o agente sabe exatamente o que faz, porém ignora o caráter ilícito de seu ato.
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Principais crimes da parte especial do Código Penal
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PROCESSO PENAL – CAROLINA CARVALHAL
DICA 1
A norma puramente processual tem eficácia a partir da data de sua vigência, con-
servando-se os efeitos dos atos já praticados. Entende-se por norma puramente pro-
cessual aquela que regulamente procedimento sem interferir na pretensão punitiva
do Estado. A norma procedimental que modifica a pretensão punitiva do Estado deve
ser considerada norma de direito material, que pode retroagir se for mais benéfica
ao acusado.
DICA 2
Para a aplicação do artigo 40, inciso VI, da Lei n. 11.343/2006, é necessária a prova
de que a criança ou adolescente atua ou é utilizada, de qualquer forma, para a prática
do crime, ou figura como vítima, não sendo a mera presença da criança ou adolescente
no contexto delitivo causa suficiente para a incidência da majorante.
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DICA 4
Nos casos de Estelionato (CP, art. 171) cometido por meio virtual, a competência
para processo e julgamento da ação será do local da agência bancária da conta deposi-
tária, se a vítima realizou depósito bancário em dinheiro, ou o local da agência bancária
da vítima, se ela realizou transferência bancária (TED).
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DIREITO DO TRABALHO – RAFAEL TONASSI
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DICA 3
O intervalo interjornada é aquele que ocorre entre uma jornada e outra de traba-
lho, sendo de no mínimo onze horas consecutivas, devendo-se computar também o
repouso semanal remunerado de 24 horas, como dispõe o art. 66 da CLT e a Súmula
110 do TST.
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DICA 5
Se um contrato por prazo determinado for extinto antes do prazo estipulado pelas
partes, o empregador que promoveu a ruptura terá que indenizar o empregado com o
valor equivalente à metade dos dias restantes para o término do contrato. O mesmo se
aplica para o empregado caso o empregador tenha prejuízo com a ruptura (arts. 479 e
480 da CLT).
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PROCESSO DO TRABALHO – ARYANNA LINHARES
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DIREITO TRIBUTÁRIO – MARIA CHRISTINA
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Súmula 555 do STJ: “Quando não houver declaração do débito, o prazo decaden-
cial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário conta-se exclusivamente na
forma do art. 173, I, do CTN, nos casos em que a legislação atribui ao sujeito passivo o
dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa”.
DICA 5
Súmula 622 do STJ: “A notificação do auto de infração faz cessar a contagem da de-
cadência para a constituição do crédito tributário; exaurida a instância administrativa
com o decurso do prazo para a impugnação ou com a notificação de seu julgamento
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definitivo e esgotado o prazo concedido pela Administração para o pagamento volun-
tário, inicia-se o prazo prescricional para a cobrança judicial”.
DICA 6
Súmula 614 do STJ: “O locatário não possui legitimidade ativa para discutir a relação
jurídico-tributária de IPTU e de taxas referentes ao imóvel alugado nem para repetir
indébito desses tributos”.
DICA 7
Súmula 626 do STJ: “A incidência do IPTU sobre imóvel situado em área considerada
pela lei local como urbanizável ou de expansão urbana não está condicionada à exis-
tência dos melhoramentos elencados no art. 32, § 1º, do CTN”.
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DIREITO EMPRESARIAL – EUGÊNIO BRÜGGER
DICA 1
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§ 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os
patrimônios, caracterizada por:
I – cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do admi-
nistrador ou vice-versa;
II – transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto
os de valor proporcionalmente insignificante; e
III – outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial.
§ 3º O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º deste artigo também se aplica à extensão
das obrigações de sócios ou de administradores à pessoa jurídica.
§ 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos de que
trata o caput deste artigo não autoriza a desconsideração da personalidade da pes-
soa jurídica.
§ 5º Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração da finalidade
original da atividade econômica específica da pessoa jurídica.
DICA 8
Paridade e simetria dos contratos civis e empresariais (artigo 421-A do Código Civil):
Art. 421-A.Os contratos civis e empresariais presumem-se paritários e simétricos até
a presença de elementos concretos que justifiquem o afastamento dessa presunção,
ressalvados os regimes jurídicos previstos em leis especiais, garantido também que:
I – as partes negociantes poderão estabelecer parâmetros objetivos para a inter-
pretação das cláusulas negociais e de seus pressupostos de revisão ou de resolução;
II – a alocação de riscos definida pelas partes deve ser respeitada e observada;
III – a revisão contratual somente ocorrerá de maneira excepcional e limitada.
DICA 9
41
§ 1º Não se aplicam ao fundo de investimento as disposições constantes dos arts.
1.314 ao 1.358-A deste Código.
§ 2º Competirá à Comissão de Valores Mobiliários disciplinar o disposto no caput
deste artigo.
§ 3º O registro dos regulamentos dos fundos de investimentos na Comissão de Va-
lores Mobiliários é condição suficiente para garantir a sua publicidade e a oponibilida-
de de efeitos em relação a terceiros.
DICA 10
42
DIREITOS HUMANOS E INTERNACIONAL – ALICE ROCHA
Direito Internacional
Temas mais cobrados
Fontes: art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça
Nacionalidade
Lei da migração: 13.445/2017
Relações diplomáticas e consulares: imunidades
Elementos de conexão: Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro
Competência internacional (exclusiva e concorrente): Arts. 21, 22 e 23 do CPC
DICA 1
Imunidade Diplomática
• Imunidade real e pessoal de natureza tributária
• Imunidade da missão: prédio, casa do embaixador, correspondência, malas e
veículos oficiais
• Extensão e validade
• IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO E DE EXECUÇÃO
DICA 2
Nacionalidade
Art. 12. São brasileiros:
I – natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros,
desde que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qual-
quer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que se-
jam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República
43
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,
pela nacionalidade brasileira.
DICA 3
Elementos de conexão
Impedimentos dirimentes e
formalidades para casamento no Lei brasileira
Brasil (art. 7°, § 1°, LINDB)
Regime de bens (legal ou
convencional)/invalidade de Domicílio conjugal (primeiro se diverso)
matrimônio (art. 7º, §§ 3° e 4°,
LINDB)
Domiciliado o defunto ou o desaparecido,
qualquer que seja a natureza e a situação
dos bens
* § 1º A sucessão de bens de estrangeiros,
Sucessão por morte ou por situados no País, será regulada pela lei
ausência (art. 10, caput, LINDB) brasileira em benefício do cônjuge ou dos
filhos brasileiros, ou de quem os represente,
sempre que não lhes seja mais favorável a lei
pessoal do de cujus.
44
DICA 4
• Competência exclusiva:
◦ ações relativas a imóveis situados no Brasil;
◦ em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamen-
to particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda
que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicí-
lio fora do território nacional;
◦ em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à
partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalida-
de estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.
DICA 5
45
1. Sistema Global de Proteção dos Direitos Humanos
*Estatuto de Roma
46
DICA 6
DICA 7
DICA 8
Dispensa do esgotamento
(CADH) Artigo 46
1) Para que uma petição ou comunicação apresentada de acordo com os
artigos 44 ou 45 seja admitida pela Comissão, será necessário:
a) QUE HAJAM SIDO INTERPOSTOS E ESGOTADOS OS RECURSOS DA JURISDI-
ÇÃO INTERNA ...;
(...)
47
ESGOTAMENTO DISPENSADO SE:
• inexistir lei que trate da violação;
• negação de acesso a justiça;
• houver demora injustificada na decisão interna.
DICA 9
SOMENTE:
• ESTADOS-MEMBROS
• COMISSÃO INTERAMERICANA
DICA 10
Convenções específicas
• Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhado-
res Migrantes e dos Membros das suas Famílias
– O Brasil não ratificou essa Convenção da ONU.
– O Brasil ratificou a Convenção 97 da OIT, que trata dos Trabalhadores Mi-
grantes, incorporada no Brasil pelo Dec. n. 58819/1966.
• Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas
Correlatas de Intolerância
– O Brasil ratificou no quórum do art. 5º, § 3º, CF.
– Ainda não foi internalizado.
48
ECA – PATRÍCIA DREYER
DICA 1
DICA 2
Direitos fundamentais
Dentro do direto à convivência familiar e comunitária das crianças e adolescentes,
está a hipótese do apadrinhamento, prevista no artigo 19-B do ECA, em que a criança
e o adolescente em programa de acolhimento institucional ou familiar poderão participar
de programa de apadrinhamento que consiste em estabelecer e proporcionar à criança e
ao adolescente vínculos externos à instituição para fins de convivência familiar e comuni-
tária e colaboração com o seu desenvolvimento nos aspectos social, moral, físico, cogniti-
vo, educacional e financeiro.
Quem pode ser padrinho? Pessoas maiores de 18 (dezoito) anos não inscritas nos ca-
dastros de adoção, desde que cumpram os requisitos exigidos pelo programa de apadri-
nhamento de que fazem parte, bem como pessoas jurídicas, a fim de colaborar para o seu
desenvolvimento.
Quem pode ser apadrinhado? O perfil da criança ou do adolescente a ser apadrinha-
do será definido no âmbito de cada programa de apadrinhamento, com prioridade para
crianças ou adolescentes com remota possibilidade de reinserção familiar ou colocação
em família adotiva.
49
DICA 3
Guarda
Nos termos do artigo 33 do ECA, a guarda obriga a prestação de assistência mate-
rial, moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de
opor-se a terceiros, inclusive aos pais, concedendo à criança ou adolescente a condição de
dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previdenciários. Ela se destina
a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos proce-
dimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros.
Em situações peculiares, a guarda será deferida, fora dos casos de tutela e adoção,
para atender a situações peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável, po-
dendo ser deferido o direito de representação para a prática de atos determinados, como,
por exemplo, para representar ou assistir o menor em contratos de trabalho.
Diante da sua precariedade, a guarda poderá ser revogada a qualquer tempo, me-
diante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministério Público.
Mas é importante lembrar que definiu o STJ que, a despeito da guarda não romper
o poder familiar, a existência ou não de vínculo familiar ou de parentesco não constitui
requisito para a legitimidade ativa do interessado na requisição da medida de perda ou
suspensão do poder familiar. (Informativo STJ n. 0659 – REsp 1.203.968-MG)
DICA 4
Tutela
Conforme artigo 36 do ECA, a tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa de
até 18 (dezoito) anos incompletos, e isso significa que o deferimento da tutela pressupõe a
prévia decretação da perda ou suspensão do poder familiar e implica necessariamente o
dever de guarda.
Tudo que for estudado no instituto da guarda poderá ser aplicado para a tutela,
conforme ensina o artigo 38, mas a perda e a suspensão do poder familiar serão decreta-
das judicialmente, em procedimento contraditório, nos casos previstos na legislação civil,
bem como na hipótese de descumprimento injustificado dos deveres e obrigações a que
50
alude o art. 22, quais sejam de sustento, guarda e educação dos filhos menores, caben-
do-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determi-
nações judiciais. Impende salientar que a mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos
iguais e deveres e responsabilidades compartilhados no cuidado e na educação da criança,
devendo ser resguardado o direito de transmissão familiar de suas crenças e culturas.
DICA 5
Adoção
Dentre tantos aspectos relacionados à adoção, importante tema para o exame de
Ordem, previsto nos artigos 39 a 52-D do ECA, está posto que a adoção é medida ex-
cepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de
manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa e que, em caso de
conflito entre direitos e interesses do adotando e de outras pessoas, inclusive seus pais bio-
lógicos, devem prevalecer os direitos e os interesses do adotando, pois a adoção atribui a
condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, des-
ligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais.
É sabido, ainda, que o adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do
que o adotando, mas o STJ já flexibilizou a diferença etária mínima à luz do princípio
da socioafetividade (Informativo 658 STJ – REsp 1.785.754-RS). Assim também, dentre
tantas exigências do procedimento de adoção, o STJ entende que eventuais irregula-
ridades na adoção podem ser superadas em virtude da situação de fato consolidada no
tempo, desde que favoráveis ao adotando. Tanto assim é que, há muito, desde 2010, no
mínimo, esse Tribunal decide no sentido de que não há óbice à adoção feita por casal
homoafetivo desde que a medida represente reais vantagens ao adotando (Edição n. 27
de Jurisprudência em Teses).
51
DICA 6
Conselho Tutelar
O ECA trata da proteção integral à criança e ao adolescente e dispõe que estes go-
zam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da prote-
ção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as
oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral,
espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.
Assim, entre as funções do Conselho Tutelar, está, por exemplo, a de zelar por crian-
ças e adolescentes, podendo, nos casos de suspeita ou confirmação de castigo físico,
de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra criança ou adolescente,
aplicar medidas protetivas que não envolvam contraditório e ampla defesa, sem preju-
ízo de outras providências legais.
DICA 7
Ato infracional
Nos termos dos artigos 103 e 104 do ECA, considera-se ato infracional a conduta descri-
ta como crime ou contravenção penal e, ainda, são penalmente inimputáveis os menores
de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei. Para os efeitos do ECA, deve ser
considerada a idade do adolescente à data do fato.
De toda sorte, na apuração do ato infracional, segundo entendimento do STJ, é pos-
sível a incidência do princípio da insignificância nos procedimentos que apuram a prática
de ato infracional (Edição 54 de Jurisprudência em Teses do STJ). Tanto assim que o ato
infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz obrigatoriamente à impo-
sição de medida socioeducativa de internação do adolescente, por não haver necessaria-
mente uma violência que justifique a aplicação da medida mais gravosa (Súmula n. 492/
STJ). Lembre-se de que em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra
medida adequada (art. 122, § 2º, do ECA).
52
DICA 8
Medidas socioeducativas
O rol de medidas socioeducativas a serem aplicadas ao adolescente que cometeu
ato infracional está previsto no artigo 112 do ECA, que traz, dentre essas, a medida
de internação, no inciso VI do referido artigo. Para o juízo da infância e da juventude
aplicar a medida de internação, conforme previsto no artigo 122, deve se tratar de ato
infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa; reiteração no co-
metimento de outras infrações graves; e descumprimento reiterado e injustificável da
medida anteriormente imposta. Entretanto, é importante ter em mente que a gravi-
dade do ato infracional equiparado ao crime de ameaça (art. 147 do CP) não se subsume
à grave ameaça exigida para a aplicação da medida de internação (art. 122, I, do ECA)
(Edição 54 de Jurisprudência em Teses do STJ) e que o Estatuto da Criança e do Adolescente
não estipulou um número mínimo de atos infracionais graves para justificar a internação
com base na reiteração (art. 122, II, do ECA), não havendo que se falar, portanto, no núme-
ro mínimo de três atos infracionais. A reiteração capaz de ensejar a incidência da medida
socioeducativa de internação (art. 122, II, do ECA) só ocorre quando praticados, no mínimo,
dois atos infracionais graves anteriores. (Edição 54 de Jurisprudência em Teses do STJ)
DICA 9
Acesso à Justiça
Lembremo-nos do que está posto nos artigos 146 a 178 do ECA, que trata da com-
petência da Justiça da Infância e da Juventude. Assim, a competência para procedi-
mentos que envolvam criança ou adolescente será determinada pelo domicílio dos
pais ou responsável ou pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à falta
dos pais ou responsável. Se for caso de ato infracional, será competente a autoridade
do lugar da ação ou omissão, observadas as regras de conexão, continência e preven-
ção, mas a execução das medidas poderá ser delegada à autoridade competente da
residência dos pais ou responsável, ou do local onde sediar-se a entidade que abrigar
a criança ou adolescente.
53
Assim, se Maria comete ato infracional na Comarca de Belo Horizonte e foge para
Betim, como já caiu em prova, a competência para apuração do fato será do Juízo da
Infância e Juventude em Belo Horizonte.
Assim também, em caso de infração cometida através de transmissão simultânea
de rádio ou televisão, que atinja mais de uma comarca, será competente, para aplica-
ção da penalidade, a autoridade judiciária do local da sede estadual da emissora ou
rede, tendo a sentença eficácia para todas as transmissoras ou retransmissoras do res-
pectivo estado.
DICA 10
54
estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as implicações da medida. Ob-
serve que é obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles forem identificados e estiverem em
local conhecido, ressalvados os casos de não comparecimento perante a Justiça quando
devidamente citados. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária dará vista dos autos
ao Ministério Público, por cinco dias, salvo quando este for o requerente, designando, des-
de logo, audiência de instrução e julgamento.
Na audiência, presentes as partes e o Ministério Público, serão ouvidas as testemunhas,
colhendo-se oralmente o parecer técnico, salvo quando apresentado por escrito, manifes-
tando-se sucessivamente o requerente, o requerido e o Ministério Público, pelo tempo de 20
(vinte) minutos cada um, prorrogável por mais 10 (dez) minutos, e a decisão será proferida
na audiência, podendo a autoridade judiciária, excepcionalmente, designar data para sua
leitura no prazo máximo de 5 (cinco) dias. Por fim, a sentença que decretar a perda ou a
suspensão do poder familiar será averbada à margem do registro de nascimento da crian-
ça ou do adolescente.
Todavia, o STJ, em 19 de dezembro de 2019, publicou o informativo 661, para deci-
dir que a mãe biológica detém legitimidade para recorrer da sentença que julgou proce-
dente o pedido de guarda formulado por casal que exercia a guarda provisória da criança,
mesmo se já destituída do poder familiar em outra ação proposta pelo Ministério Público
e já transitada em julgado (REsp 1.845.146-ES, Rel. Min. Raul Araújo, Quarta Turma, por
unanimidade, julgado em 19/11/2019, DJe 29/11/2019). O fundamento está no fato de que
a circunstância de a mãe biológica ter sido destituída, em outra ação, do poder familiar
em relação a seu filho não autoriza concluir pela falta de legitimidade recursal na ação de
guarda, sobretudo porque permanece, para a mãe, devido aos laços naturais, o interesse
fático e jurídico sobre a criação e destinação da criança, mesmo após destituída do poder
familiar. Assim, enquanto não cessado o vínculo de parentesco com o filho, através da ado-
ção, que extingue definitivamente o poder familiar dos pais biológicos, é possível a ação
de restituição do poder familiar, a ser proposta pelo legítimo interessado, no caso, os pais
destituídos do poder familiar. Dessa forma, a ação de destituição do poder familiar ajuiza-
da contra a genitora não eliminou o seu laço de parentesco natural com a criança. Assim,
a despeito de a sentença ter feito cessar, juridicamente, suas prerrogativas parentais, fa-
ticamente subsiste seu laço sanguíneo, que confere a ela legitimidade e interesse próprio
para, em prol da proteção e melhor interesse da menor, discutir o destino da criança, seus
cuidados e criação.
55
DIREITO AMBIENTAL – NILTON COUTINHO
DICA 1
DICA 2
DICA 3
Súmula 623-STJ: “As obrigações ambientais possuem natureza propter rem, sendo
admissível cobrá-las do proprietário ou possuidor atual e/ou dos anteriores, à escolha
do credor.”
DICA 4
Art. 225, § 2º, da CRFB: “Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recu-
perar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão
público competente, na forma da lei.”
DICA 5
Art. 225, § 3º, da CRFB: “As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio am-
biente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e adminis-
trativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.”
DICA 6
Art. 14, § 1º (Lei n. 6.938/1981): “Sem obstar a aplicação das penalidades previstas
neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a in-
56
denizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua
atividade.”
DICA 7
Ação popular na área ambiental: qualquer cidadão é parte legítima para propor
ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que
o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais
e do ônus da sucumbência.
DICA 8
Legitimidade para propor ação civil pública na área ambiental: Ministério Público;-
Defensoria Pública; administração direta; administração indireta e associação que este-
ja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil e inclua, entre suas fina-
lidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio ambiente etc.
DICA 9
DICA 10
57
DIREITO DO CONSUMIDOR – PATRÍCIA DREYER
DICA 1
58
DICA 2
DICA 3
59
reito do consumidor a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações
desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessi-
vamente onerosas; e a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do
ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil
a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experi-
ências (incisos V e VIII do art. 6º do CDC). Observe que o direito básico não é a inversão
do ônus da prova, e sim a facilitação na defesa dos seus direitos. A inversão do ônus é
aspecto processual que só vai ser deferido pelo juiz, no processo civil, se verificada a
verossimilhança das alegações do autor e sua dificuldade em prová-las, ou seja, a hi-
possuficiência.
DICA 4
DICA 5
60
mar defeitos de produtos duráveis. Esse prazo é contado a partir do momento em que
há a entrega efetiva quando o vício é aparente ou de fácil constatação, ou quando o
defeito é descoberto no caso de vício oculto. Reclamado o defeito, os fornecedores de
produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de
qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que
se destinam ou lhes diminuam o valor, (...), podendo o consumidor exigir a substituição
das partes viciadas, no prazo de 30 dias. Se o vício não for sanado nesse prazo, pode o
consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha a substituição do produto por outro
da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; a restituição imediata da quantia paga,
monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; ou o abatimento
proporcional do preço. Lembre-se que esse prazo de 30 dias pode ser convencionado,
de modo que pode ser ampliado ou reduzido, mas não pode ser inferior a sete nem
superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula de prazo deverá ser
convencionada em separado, por meio de manifestação expressa do consumidor. (art.
12 do CDC)
DICA 6
Prescrição e decadência
Além do prazo decadencial previsto no artigo 26 do CDC, o artigo 27 traz o prazo
prescricional de 5 anos para que o consumidor pleiteie a reparação de dano advindo
das relações de consumo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento
do dano e de sua autoria.
Todavia, há importante julgado do STJ que assevera que o prazo de 5 (cinco) anos
para o ajuizamento da ação popular não se aplica às ações coletivas de consumo. (REsp
1.736.091-PE, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em
14/05/2019, DJe 16/05/2019)
Segundo o STJ, a aplicação analógica do prazo de cinco anos do art. 21 da Lei de Ação
Popular para a ação coletiva de consumo, reconhecida pela jurisprudência desta Corte,
tem como pressuposto o fato de não existir na Lei de Ação Civil Pública expresso prazo para
o exercício dessa modalidade de direito subjetivo público, tampouco a previsão expressa
61
de perda da possibilidade de uso desse específico rito processual pela mera passagem do
tempo. Todavia, conforme consigna a doutrina especializada e ao contrário do entendi-
mento prevalente, esse “silêncio do ordenamento é eloquente, ao não estabelecer direta
e claramente prazos para o exercício dos interesses metaindividuais e para o ajuizamento
das respectivas ações, permitindo o reconhecimento da não ocorrência da prescrição”. O
silêncio do ordenamento deve ser considerado intencional, pois o prazo de 5 anos para
o ajuizamento da ação popular, contido no art. 21 da Lei n. 4.717/1965, foi previsto com
vistas à concretização de uma única e específica prestação jurisdicional, qual seja a anula-
ção ou declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio público em sentido amplo. As
ações coletivas de consumo, por sua vez, atendem a um espectro de prestações de direito
material muito mais amplo, podendo não só anular ou declarar a nulidade de atos, como
também quaisquer outras providências ou ações capazes de propiciar a adequada e efeti-
va tutela dos consumidores, nos termos do art. 83 do CDC. É, assim, necessária a superação
(overruling) da atual orientação jurisprudencial desta Corte, pois não há razão para se
limitar o uso da ação coletiva ou desse especial procedimento coletivo de enfrentamen-
to de interesses individuais homogêneos, coletivos em sentido estrito e difusos, sobretudo
porque o escopo desse instrumento processual é o tratamento isonômico e concentrado de
lides de massa relacionadas a questões de direito material que afetem uma coletividade de
consumidores, tendo como resultado imediato beneficiar a economia processual. De fato,
submeter a ação coletiva de consumo a prazo determinado tem como única consequência
impor aos consumidores os pesados ônus do ajuizamento de ações individuais, em pre-
juízo da razoável duração do processo e da primazia do julgamento de mérito, princípios
expressamente previstos no atual CPC em seus arts. 4º e 6º, respectivamente, além de preju-
dicar a isonomia, ante a possibilidade de julgamentos discrepantes. (Informativo 648 STJ)
DICA 7
Práticas comerciais
É bem importante conhecer o rol exemplificativo do artigo 39 do CDC, que indica
alguns exemplos de práticas abusivas, tais como enviar ou entregar ao consumidor,
sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço. De toda sorte,
62
é sabido que constitui prática comercial abusiva o envio de cartão de crédito sem pré-
via e expressa solicitação do consumidor, configurando-se ato ilícito indenizável e su-
jeito à aplicação de multa administrativa (Súmula 532 do STJ). Assim também, segundo
entendimento do STJ, é ilícita a conduta da casa bancária que transfere, sem autorização
expressa, recursos do correntista para modalidade de investimento incompatível com o
perfil do investidor (inf. 653 do STJ – REsp 1.326.592-GO) e é abusiva a venda de ingressos
em meio virtual (internet) vinculada a uma única intermediadora e mediante o pagamen-
to de taxa de conveniência (inf. 644 do STJ – REsp 1.737.428-RS), bem como considera-se
prática abusiva tanto o cancelamento de voos sem razões técnicas ou de segurança inequí-
vocas como o descumprimento do dever de informar o consumidor, por escrito e justifica-
damente, quando tais cancelamentos vierem a ocorrer (inf. 593 STJ – REsp 1.469.087-AC)
DICA 8
Proteção contratual
Conforme o artigo 43 do CDC, o consumidor terá acesso às informações existentes em
cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como
sobre as suas respectivas fontes e tais cadastros e dados de consumidores devem ser obje-
tivos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não podendo conter infor-
mações negativas referentes a período superior a cinco anos. Nesse sentido, o STJ afirma
que o termo inicial do prazo máximo de cinco anos que o nome de devedor pode ficar
inscrito em órgão de proteção ao crédito é o dia seguinte à data de vencimento da dívida.
A jurisprudência em relação ao termo inicial do prazo máximo de duração da anotação em
cadastro de inadimplentes ainda não foi consolidada pelas Turmas de Direito Privado des-
ta Corte. Entretanto, tendo em vista os princípios da veracidade e da finalidade, a orienta-
ção que mais se coaduna ao espírito do CDC é de que o termo a quo do quinquênio do art.
43, § 1º, do CDC deve tomar por base a data do fato gerador da informação depreciadora.
Com efeito, a inscrição de dado negativo de consumo do devedor nos bancos de dados de
proteção ao crédito não é imprescindível para a cobrança da dívida, consistindo, portanto,
em direito potestativo do credor. Ademais, esta Corte consignou, em julgamento de recurso
especial repetitivo, que “qualquer dívida resultante de documento público ou particular,
63
tenha ou não força executiva, submete-se à prescrição quinquenal, contando-se do respec-
tivo vencimento” (REsp 1.101.412-SP, Segunda Seção, DJe 3/2/2014). Nesse sentido, o termo
inicial do prazo de cinco anos previsto no § 1º do art. 43 do CDC deve corresponder ao pri-
meiro dia seguinte à data de vencimento da dívida, por ser esse o entendimento que mais
se coaduna com a função dos bancos de dados de inadimplentes de refletir com fidelidade
a situação financeira dos devedores. Inf. 0633 do STJ – REsp 1.630.889-DF, Rel. Min. Nancy
Andrighi, por maioria, julgado em 11/09/2018, DJe 21/09/2018
DICA 9
64
los danos causados e a liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas pela
vítima e seus sucessores, assim como pelos legitimados de que trata o art. 82.
DICA 10
Ações coletivas
Outro ponto com que devemos nos preocupar é como se dá o efeito da coisa jul-
gada no caso do ajuizamento das ações coletivas. Nos termos do artigo 103 do CDC,
funciona assim: Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada
erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hi-
pótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento
valendo-se de nova prova, se discutir direitos difusos. Se a discussão disser respeito a
direitos coletivos, a sentença fará coisa julgada ultra partes, mas limitadamente ao gru-
po, categoria ou classe, salvo improcedência por insuficiência de provas. Por fim, se a lide
disser respeito a direitos individuais homogêneos, a sentença fará coisa julgada erga
omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus
sucessores.
Lembre-se de que os efeitos da coisa julgada no caso dos direitos difusos e coletivos
não prejudicarão interesses e direitos individuais dos integrantes da coletividade, do grupo,
categoria ou classe; e, no caso de os direitos serem individuais homogêneos, em caso de
improcedência do pedido, os interessados que não tiverem intervindo no processo como
litisconsortes poderão propor ação de indenização a título individual.
Ainda, os efeitos da coisa julgada na ação civil pública não prejudicarão as ações de
indenização por danos pessoalmente sofridos, propostas individualmente ou na forma pre-
vista neste código, mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus sucessores,
que poderão proceder à liquidação e à execução, nos termos dos arts. 96 a 99 supracitados.
Por fim, incumbe lembrar que os autores de ações individuais em cujos autos não
foi dada ciência do ajuizamento de ação coletiva e que não requereram a suspensão das
demandas individuais podem se beneficiar dos efeitos da coisa julgada formada na ação
coletiva. STJ. 1ª Turma. (REsp 1.593.142-DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julga-
do em 7/6/2016 – Info 585).
65
FILOSOFIA DO DIREITO – ODAIR JOSÉ
DICA 1
Filosofia Clássica
A justiça se encontra no campo da ética, diz respeito à práxis humana (razão práti-
ca). É tida como uma virtude que se realiza na pólis, corpo cívico composto por homens
para realização do bem comum.
DICA 2
Filosofia Aristotélica
Trabalha com duas acepções de justiça: (1) justiça distributiva, que cuida da igual-
dade material e se refere à distribuição proporcional dos recursos realizada pelo Estado
aos particulares; (2) justiça corretiva, que se refere à igualdade formal, e divide-se em
reparativa, quando resultante de relações involuntárias, e comutativa, quando resul-
tante de relações voluntárias.
DICA 3
Contratualismo
Teoria que pretende justificar as razões de existência do Estado. Parte da concep-
ção segundo a qual, sem o Estado, os indivíduos se encontrariam numa condição de
igualdade e de liberdade, cujas ações se guiariam pelos próprios instintos, tendo como
limitações a própria natureza.
DICA 4
66
DICA 5
Utilitarismo
Teoria política que parte do pressuposto de que os homens buscam maximizar o
prazer e evitar a dor. A teoria se pretende orientadora da gestão política e, como os
recursos são escassos, defende que sejam aplicados com vistas ao bem-estar geral,
a sua otimização, análise prévia das consequências (consequencialismo) na aplicação
desses recursos e a tentativa de se atender o maior número possível de pessoas (uni-
versalismo).
DICA 6
DICA 7
Positivismo jurídico
Corrente doutrinária que defende a necessária separação entre direito e moral,
centra sua análise no direito enquanto norma e na noção de sistema jurídico. O direi-
to pensado cientificamente como sistema deve ser compreendido como dotado de
logicidade.
67
DICA 8
DICA 9
Pós-positivismo
Direito e moral não se separam necessariamente. Uma norma jurídica deve ser do-
tada de validade formal, mas também de eficácia social e de validade moral.
DICA 10
68
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