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SUMÁRIO
1. PETIÇÃO INICIAL – PROCEDIMENTO COMUM ...............................................................................................................................................................................3
2. AÇÃO CIVIL PÚBLICA ...................................................................................................................................................................................................................................................15
3. CONTESTAÇÃO ................................................................................................................................................................................................................................................................25
4. AGRAVO DE INSTRUMENTO .............................................................................................................................................................................................................................. 36
5. APELAÇÃO ............................................................................................................................................................................................................................................................................... 47
6. CONTRARRAZÕES À APELAÇÃO ................................................................................................................................................................................................................. 59
7. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ...................................................................................................................................................................................................................... 69
8. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE.......................................................................................................................................................................................................... 75
9. EMBARGOS À EXECUÇÃO .................................................................................................................................................................................................................................. 84
10. IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA .............................................................................................................................................................. 93
11. MANDADO DE SEGURANÇA ...........................................................................................................................................................................................................................100
12. AÇÃO RESCISÓRIA........................................................................................................................................................................................................................................................ 110
13. INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS (IRDR) ........................................................................................................................ 118
14. RECURSO ESPECIAL ................................................................................................................................................................................................................................................... 126
15. RECURSO EXTRAORDINÁRIO .......................................................................................................................................................................................................................... 135
16. RECLAMAÇÃO ..................................................................................................................................................................................................................................................................145
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 2
PETIÇÃO INICIAL – PROCEDIMENTO COMUM
1. FUNDAMENTO LEGAL
Assim, a regra é que o procedimento comum seja utilizado na esfera cível, ressalvadas
as exceções previstas no ordenamento jurídico. Além disso, quando se tratar de procedimento
especial ou de execução, há incidência subsidiária (geralmente para suprir lacunas dos
procedimentos especiais e da execução).
Portanto, é de suma importância ter atenção ao art. 319 do CPC, pois é ele que traz os
requisitos da petição inicial, sendo esse o seu fundamento legal principal. Vejam:
V - o valor da causa;
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 3
§ 3º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao
disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar
impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça.
Um dos momentos mais tensos na prova de segunda fase é identificar a peça correta.
Em relação à petição inicial, cuidado nos elementos do enunciado que indiquem que ainda
não há uma demanda em curso. Normalmente, o examinador trará uma situação em que a
Defensoria tentou resolver a questão extrajudicialmente, mas não obteve sucesso. Dessa
forma, muito provavelmente o examinador quer que vocês façam uma petição inicial para
buscar a tutela jurisdicional do(s) direito(s) no caso.
3. FIQUE LIGADO!
Independentemente do conteúdo, lembrem-se que o art. 319, CPC será o principal guia
de vocês para montagem da peça. Naturalmente, caso se trate de um procedimento especial,
vocês devem analisar os artigos referentes a esse procedimento e buscar por especificidades
que devem estar presentes na inicial. Porém, o “esqueleto” da peça já foi dado pelo art. 319,
CPC, de maneira que vocês devem dar atenção especial a esse dispositivo.
Outra observação que vocês devem estar sempre atentos é em relação à audiência de
conciliação / mediação. Ela possui previsão no próprio art. 319, CPC, no inciso VII:
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 4
tentem sempre se lembrar de abrir tópico para tratar da realização de audiência de
conciliação / mediação. Como vocês verão no modelo mais à frente, não precisa ser nada
muito extenso, apenas para que o examinador veja que vocês conhecem essa especificidade
trazida pelo CPC/15.
4. PROBLEMA CONCRETO
Thiago, pessoa com 65 anos de idade, possui uma assinatura de TV a Cabo em sua residência,
mas constantemente o sinal do serviço simplesmente desaparece. Recentemente, inclusive,
Thiago ficou 15 dias seguidos sem o serviço.
Totalmente insatisfeito com a situação, Thiago procura a Defensoria no dia 28 de abril de 2020
e solicita uma providência, tendo em vista que deseja cancelar o contrato, mas a operadora
de TV, chamada TELEVISÃO 10, se nega a realizar o cancelamento.
Informa que sofreu diversos transtornos, pelo excesso de estresse e desgaste que a situação
tem causado, principalmente pelo fato de sempre passar horas ao telefone com atendentes
que nada resolvem.
O membro da Defensoria entra em contato com a operadora de TV, explica a situação e tenta,
extrajudicialmente, solucionar o problema, porém sem sucesso. Considerando o exposto,
elabore a peça cabível ao caso, excluindo a possibilidade de a situação ser resolvida em sede
de Juizado Especial Cível.
ENDEREÇAMENTO
Pessoal, o endereçamento é o juízo para o qual a peça será endereçada. No nosso caso,
o enunciado não deu maiores detalhes acerca do Estado ou Comarca em que os fatos se
passaram; por isso, JAMAIS “invente” um local. Se o enunciado não colocou nada, não indique
locais, pois o examinador poderá considerar isso como identificação de prova.
Situação contrária seria se o enunciado trouxesse Estado e/ou Comarca. Nesse cenário,
aí sim vocês devem indicar os locais no endereçamento, pois geralmente esses dados
constam do espelho do examinador.
Obs.: o inciso I do art. 319, CPC é expresso ao mencionar o vocábulo “juízo”. Sabemos que existe
diferença entre a figura do juiz propriamente dita e a figura do juízo o qual aquele exerce suas
funções. Por isso, o mais técnico é fazer o endereçamento “AO JUÍZO” e não “AO JUIZ”. Alguns
examinadores não descontam ponto em relação a isso, mas outros podem sim fazer
descontos tendo como base justamente o inciso I do art. 319, CPC. Portanto, cuidado.
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O enunciado era expresso no sentido de que Thiago é pessoa idosa com 65 anos de
idade. Dessa forma, ele faz jus à prioridade na tramitação do feito e isso precisa estar na peça
de vocês. Vejam os dispositivos:
PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO: PESSOA IDOSA (art. 1048, I, CPC c/c art. 71, Estatuto
do Idoso – Lei 10.741/03)
QUALIFICAÇÃO DO AUTOR
A qualificação se encontra no inciso II do art. 319, CPC. Como o enunciado não trouxe
maiores informações, vocês não inventarão nenhum dado. Ao contrário, se o enunciado tivesse
mencionado detalhes sobre a qualificação, a colocação deles na peça será indispensável.
FUNDAMENTO LEGAL
Após, mencionem o artigo do procedimento que vocês estão se valendo e, por fim,
façam uma alusão à LC 80/94. Dessa forma vocês mostram para o examinador que
conhecem bem o conteúdo da nossa Lei Orgânica.
Obs.: os dispositivos citados não são taxativos, de maneira que vocês podem colocar os artigos
que acreditam que se encaixam no caso. A atenção, no entanto, deve ficar no fato de que se
vocês colocarem dispositivos que não tenham relação com o caso, o examinador pode
acabar descontando ponto (da mesma forma, deixar de colocar algum artigo que esteja no
espelho também acarreta perda de ponto).
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Vem, com base no art. 5º, XXXV, CRFB c/c art. 319, CPC c/c art. 4º, I, LC 80/94, por
intermédio do membro da Defensoria Pública do Estado, que esta subscreve,
propor a presente demanda de OBRIGAÇÃO DE FAZER E COMPENSAÇÃO POR
DANO TEMPORAL em face de......
QUALIFICAÇÃO DO RÉU
Nesse momento, façam a qualificação do(s) réu(s) lembrando dos detalhes do inciso II
do art. 319, CPC.
TELEVISÃO 10, inscrita no CNPJ sob o nº...., endereço eletrônico, domiciliado em.....,
pelas razões de fato e de direito abaixo.
I - PRELIMINARES
A) GRATUIDADE DE JUSTIÇA
O autor não possui condições financeiras de pagar as custas judiciais sem
prejuízo de sua subsistência, razão pela qual requer que seja declarado o
direito à gratuidade de justiça nos termos do art. 5º, LXXIV, CRFB c/c art. 98 e
99, §3º, CPC.
Conforme já mencionado, o autor é pessoa idosa e, por isso, faz jus à prioridade na
tramitação do feito. Geralmente esse tipo de preliminar vale ponto, portanto atenção com as
prioridades (pessoa idosa, criança, pessoa com deficiência, etc).
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Requer que seja reconhecido o direito à tramitação preferencial do feito,
tendo em vista que o autor é pessoa idosa, nos termos do art. art. 1048, I, CPC
c/c art. 71, Estatuto do Idoso – Lei 10.741/03.
D) COMPETÊNCIA DO JUÍZO
Assim, mencionem a presença dessas condições, pois isso também pode estar presente
no espelho do examinador.
No caso, estão presentes as condições da ação, art. 17, CPC, tendo em vista
que o autor tutela direito próprio em nome próprio, havendo legitimidade
ativa no caso; noutro giro, há legitimidade passiva da ré, pois ela é a
fornecedora do serviço de TV a Cabo contratado pelo autor.
Essa preliminar é importante pois demonstra para o examinador que vocês conhecem
as especificidades do procedimento comum trazido pelo CPC/15.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 8
II – FATOS
1- por vezes, o examinador dispensa o candidato de falar dos fatos. Nessa situação,
vocês vão abrir o tópico “Dos fatos” e, na linha abaixo, escrever “narrativa fática
dispensada pelo enunciado”.
III – DO MÉRITO
No mérito, vocês devem trabalhar todos os argumentos possíveis, desde que sejam
depreendidos do enunciado, para tutela do direito do assistido. Lembrem sempre de
colocarem um “título” sobre o tópico que vocês vão tratar, pois isso ajuda o examinador na
hora da correção.
Fiquem atentos: é principalmente nesse momento que vocês irão demonstrar para o
examinador o conhecimento teórico, que deve envolver doutrina, jurisprudência e letra de lei.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 9
A ré é a fornecedora direta do serviço contratado pelo autor, serviço esse
que constantemente apresenta falhas conforme narrado nesta inicial. O art.
20, CDC é expresso ao dizer que o fornecedor responde por vícios de
qualidade, que tornem o serviço impróprios ao consumo ou lhes diminuam
o valor, o que acontece no presente caso.
Lembrem que, caso seja necessário (como, por exemplo, em situações de dano temporal ou
dano moral) é possível que vocês coloquem um valor determinado no pedido.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 10
IV – DOS PEDIDOS (ATENÇÃO ÀS PROVAS E AOS HONORÁRIOS)
Os pedidos são uma parte chave da nossa peça, tendo em vista que representam uma
síntese do que foi discutido até o momento. O examinador também costuma atribuir uma alta
pontuação a essa parte da peça, de maneira que vocês devem ficar atentos ao elaborá-la!
Além disso, lembrem-se sempre de fazer o pedido de produção de provas, a menos que
o procedimento não comporte dilação probatória (como no Mandado de Segurança e na
Exceção de pré-executividade).
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 11
Dá-se à causa o valor de .....
Local, data.
Defensor(a) Público(a)
6. MODELO DE PEÇA
PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO: PESSOA IDOSA (art. 1048, I, CPC c/c art. 71, Estatuto
do Idoso – Lei 10.741/03)
THIAGO, estado civil, profissão, inscrito no CPF sob o nº, endereço eletrônico, domiciliado em....
vem, com base no art. 5º, XXXV, CRFB c/c art. 319, CPC c/c art. 4º, I, LC 80/94, por intermédio do
membro da Defensoria Pública do Estado .... que esta subscreve, ajuizar demanda de
OBRIGAÇÃO DE FAZER E COMPENSAÇÃO POR DANO TEMPORAL em face de
TELEVISÃO 10, inscrita no CNPJ sob o nº...., endereço eletrônico, domiciliado em....., pelas razões de
fato e de direito abaixo.
I - PRELIMINARES
A) GRATUIDADE DE JUSTIÇA
O autor não possui condições financeiras de pagar as custas judiciais sem prejuízo de sua
subsistência, razão pela qual requer que seja declarado o direito à gratuidade de justiça nos
termos do art. 5º, LXXIV, CRFB c/c art. 98 e 99, §3º, CPC.
Informa-se ao juízo que serão observadas as prerrogativas dos membros da DPE, mormente a
vista pessoal, prazo em dobro e dispensa de procuração, nos termos do art. 128, I, VII e XI, LC
80/94.
Requer que seja reconhecido o direito à tramitação preferencial do feito, tendo em vista que o
autor é pessoa idosa, nos termos do art. art. 1048, I, CPC c/c art. 71, Estatuto do Idoso – Lei 10.741/03.
D) COMPETÊNCIA DO JUÍZO
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E) PRESENÇA DAS CONDIÇÕES DA AÇÃO
No caso, estão presentes as condições da ação, art. 17, CPC, tendo em vista que o autor tutela
direito próprio em nome próprio, havendo legitimidade ativa no caso; noutro giro, há
legitimidade passiva da ré, pois ela é a fornecedora do serviço de TV a Cabo contratado pelo
autor.
Requer o autor a realização da audiência de conciliação prevista no art. 334, CPC, tendo em
vista a possibilidade de acordo com a parte ré.
II – FATOS
O autor celebrou contrato com a ré, relacionado ao serviço de TV a Cabo. Ocorre que o sinal
da TV constantemente fica ausente e a ré não adota providências para melhoria da situação.
Além disso, recentemente o autor tentou cancelar seu contrato, não obtendo êxito.
Impossibilidade de resolver a situação extrajudicialmente, busca a tutela do Judiciário.
III – DO MÉRITO
A presente demanda se caracteriza como relação de consumo, nos termos da Lei 8.078/90
(CDC), eis que o autor, como destinatário final, contratou serviço de TV a Cabo, conforme art.
2º. Por sua vez, a ré se caracteriza como fornecedora, art. 3º, CDC, pois é pessoa jurídica privada
que desenvolve atividade de prestação de serviço profissionalmente.
Tendo em vista que o autor é pessoa hipossuficiente no sentido técnico, jurídico e econômico,
bem como suas alegações são verossímeis, requer a inversão do ônus da prova a seu favor,
nos termos do art. 6º, VIII, CDC.
A ré é a fornecedora direta do serviço contratado pelo autor, serviço esse que constantemente
apresenta falhas conforme narrado nesta inicial. O art. 20, CDC é expresso ao dizer que o
fornecedor responde por vícios de qualidade, que tornem o serviço impróprios ao consumo ou
lhes diminuam o valor, o que acontece no presente caso.
O autor não consegue assistir TV adequadamente tendo, inclusive, ficado sem serviço por 15
dias seguidos recentemente. Nessa esteira, é direito subjetivo do autor que haja o
cancelamento do serviço, tendo em vista que ele não pode ser obrigado a continuar
associado a uma empresa que desrespeita continuamente a legislação consumerista (art. 5º,
II, CRFB).
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 13
C) DA COMPENSAÇÃO POR DANO TEMPORAL
O dano temporal, categoria autônoma de dano, é admitida pelo STJ nos casos em que a
pessoa gasta, por ato ilícito de outrem, tempo excessivo para resolver determinada situação
que lhe desfavorece.
No caso dos autos, está presente a possibilidade de condenação da ré em dano temporal por
desvio produtivo do consumidor; ao fazer com que o autor constantemente busque uma
solução no problema do sinal de TV, a ré “obriga” o autor a gastar seu tempo (que poderia ser
melhor aproveitado de outra forma) com uma situação que não foi causada por ele. Assim,
justamente pela ilicitude na conduta da ré em se manter inerte na solução, é que cabe a sua
responsabilidade.
IV – DOS PEDIDOS
Posto isso, frisando que serão observadas as prerrogativas dos membros da defensoria
pública, tais como prazo em dobro, vista pessoal e dispensa de mandato, requer:
Local, data.
Defensor(a) Público(a)
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 14
AÇÃO CIVIL PÚBLICA
1. FUNDAMENTO LEGAL
Pessoal, o fundamento maior está na Constituição, pois ela atribui à Defensoria a tutela
coletiva de direitos:
A LC 80/94, que é a nossa lei orgânica, trata da tutela coletiva de direitos, o que se
encontra em consonância com a Constituição:
Ainda, a própria Lei de Ação Civil Pública, 7.347/85, atribui à Defensoria essa legitimidade:
II - a Defensoria Pública;
2. MOMENTO DE UTILIZAÇÃO
A ação civil pública é uma inicial e, por lógica, inaugura um processo judicial. Portanto,
sempre que o examinador narrar um caso que ainda não se encontra no Judiciário,
principalmente se for ressaltado que não houve acordo extrajudicial, provavelmente deve-se
apresentar uma ação civil pública (quando a situação comportar direitos coletivos lato sensu).
3. FIQUE LIGADO!
A ação civil pública é uma forma eficaz de tutela de interesses coletivos lato sensu.
Contudo, a própria lei da Defensoria (80/94) requer que haja previamente tentativas de
conciliação extrajudicial. Isso porque um acordo, em regra, será mais célere do que uma ação
judicial. Vejam:
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 15
II – promover, prioritariamente, a solução extrajudicial dos litígios, visando
à composição entre as pessoas em conflito de interesses, por meio de
mediação, conciliação, arbitragem e demais técnicas de composição e
administração de conflitos;
4. PROBLEMA CONCRETO
ENDEREÇAMENTO
O endereçamento será feito ao juízo do local do dano e, como se trata de uma ação
contra o Estado, será ajuizada na vara de fazenda pública.
Aqui, a Defensoria age em nome próprio e assim deverá figurar na inicial. Em relação ao
réu, a qualificação será comum tal como no CPC. Quanto ao fundamento legal, lembrem da
Constituição Federal, da LC 80/94 e da própria lei de ACP, todas relacionadas com a tutela
coletiva pela DPE.
I – PRELIMINARES
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 16
Aqui basta trazer o fundamento legal tanto para o ajuizamento, quanto para a
competência, ambos na própria lei de ACP.
A lei de ACP dispensa o recolhimento prévio de custas no art. 18, devendo isso ser
mencionado por vocês em sua ACP.
Como não poderia deixar de ser, abram um tópico sobre as prerrogativas dos membros
da Defensoria Pública.
D) AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
E) DA LEGITIMIDADE
É importante que você abra um tópico para falar sobre a legitimidade da Defensoria
para propor ACP. Embora hoje a situação não tenha controversa, houve um determinado
período em que sua legitimidade foi questionada, por isso esse tópico ainda é muito
importante.
A Defensoria Pública tem legitimidade para propor ação civil pública, nos
termos do art. 5º, II da Lei 7.347/1985 (LACP). Além disso, o STF já reconheceu,
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 17
em 2015, a constitucionalidade da referida legitimidade, através da ADI 3943.
Não há, assim, qualquer dúvida sobre sua legitimidade.
II – FATOS
Como o enunciado não dispensou a narrativa fática, façam uma síntese do ocorrido (poucas
linhas, pois geralmente os fatos não são expressamente pontuados pelo examinador).
III – MÉRITO
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 18
Informa o princípio do numerus clausus que o quantitativo de presos em
uma unidade deve permanecer, no máximo, igual ao número de vagas
disponíveis e possuir uma tendência de queda.
Por estarem sujeitos a essa situação degradante, presos e familiares fazem jus à
compensação por dano moral. Em relação aos familiares, pode ser suscita a violação ao
princípio da intranscendência, já que a família também acaba sofrendo os efeitos desses
abusos estatais.
D) DO DANO SOCIAL
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 19
A situação narrada é tão grave que foi apta a reduzir a o nível de qualidade
de vida da população que vive no entorno do presídio. Isso porque há uma
constante preocupação e pavor dos moradores em relação aos riscos
concretos de fuga e rebeliões no interior do presídio.
Assim, conforme já entendido cabível pelo STF, é necessário que o réu seja
condenado à compensação por dano social, no valor de R$ 100.000,00,
devendo o valor ser revertido ao Fundo Penitenciário, sendo mais uma
receita para colaborar no aprimoramento da política criminal do país.
Pela urgência da situação, cabível requerer a presente liminar, para que, desde logo, o
Estado comece a reformar o presídio. Importante também pedir multa para o caso de
descumprimento por parte do réu.
V – PEDIDOS
Ao final, os pedidos são uma síntese do que foi narrado na peça. Não esqueçam nada.
Eles costumam ter uma boa pontuação na sua segunda fase.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 20
domiciliar com a contagem do tempo no cumprimento da pena ou devem
permanecer em liberdade plena, mas com o transcurso do prazo
prescricional ativo, até o surgimento de vaga;
g) ainda no mérito, a condenação do réu ao pagamento de compensação
por dano moral e material em favor dos presos e de seus respectivos
familiares, no valor de R$ 10.000,00;
g) a condenação do réu ao pagamento de compensação por dano social,
no valor de R$ 100.000,00;
h) a produção de provas admitidas em direito, mormente a documental; e
i) a condenação do réu às custas e honorários, estes revertidos em favor do
Fundo de Aparelhamento da DPE/SP.
6. MODELO DA PEÇA
A Defensoria Pública do Estado de São Paulo, inscrita no CNPJ sob o nº...., com sede em ....,
endereço eletrônico ....., no uso de suas atribuições constitucionais e legais, vem, com base no
art. 134, CRFB c/c art. 4º, VII, LC 80/94 e art. 5º, II, Lei 7.347/85, apresentar AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM
PEDIDO LIMINAR, em face do Estado de São Paulo, inscrito no CNPJ sob o nº ...., domiciliado em ....,
endereço eletrônico ....., pelas razões de fato e jurídicas abaixo.
I – PRELIMINARES
A presente demanda é cabível, tendo em vista que se trata da tutela de direitos difusos e
coletivos, nos termos do art. 1º, IV, Lei 7347/85. Há competência do juízo pois a demanda foi
ajuizada no local do dano, conforme preconiza o art. 2º da Lei 7347/85.
Não há adiantamento de custas em ação civil pública, nos termos do art. 18 da Lei 7347/85,
razão pela qual a Defensoria deixa de realizar o referido recolhimento.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 21
Informa-se ao juízo que serão observadas as prerrogativas dos membros da Defensoria,
mormente prazo em dobro, dispensa de mandato e intimação pessoal, nos termos do art. 128,
I e XI, LC 80/94.
D) AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
E) DA LEGITIMIDADE
A Defensoria Pública tem legitimidade para propor ação civil pública, nos termos do art. 5º, II
da Lei 7.347/1985 (LACP). Além disso, o STF já reconheceu, em 2015, a constitucionalidade da
referida legitimidade, através da ADI 3943. Não há, assim, qualquer dúvida sobre sua
legitimidade.
II – FATOS
Um ofício foi enviado ao réu visando uma solução consensual para a situação, porém não
houve resposta, razão pela qual o ajuizamento da presente demanda é a única forma capaz
de tutelar os direitos dos envolvidos.
III – MÉRITO
Dessa forma, é inconcebível que pessoas cumpram pena privativa de liberdade nas condições
narradas. A reforma do presídio, com melhoras em sua estrutura, bem como na regularização
do fornecimento de alimentos é medida crucial para a tutela dos direitos dos internos.
Informa o princípio do numerus clausus que o quantitativo de presos em uma unidade deve
permanecer, no máximo, igual ao número de vagas disponíveis e possuir uma tendência de
queda.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 22
conforme o STF, o que demanda medidas drásticas. Ademais, o enunciado de súmula
vinculante 56 dispõe sobre a necessidade de se respeitar a situação processual dos presos, o
que pode incluir a questão da superlotação.
Dessa forma, requer a progressão imediata dos presos que estejam próximos a atingir o
requisito objetivo para tanto e o impedimento da entrada de novos internos; neste último caso,
devem os novos condenados aguardar em prisão domiciliar com a contagem do tempo no
cumprimento da pena ou devem permanecer em liberdade plena, mas com o transcurso do
prazo prescricional ativo, até o surgimento de vaga.
O Estado, ao agir da forma narrada em relação aos internos, viola a honra subjetiva dessas
pessoas, que são submetidas a tratamentos absolutamente degradantes. Pior, sequer
respondeu o ofício enviado pela Defensoria, o que demonstra a total desídia com o caso.
D) DO DANO SOCIAL
A situação narrada é tão grave que foi apta a reduzir a o nível de qualidade de vida da
população que vive no entorno do presídio. Isso porque há uma constante preocupação e
pavor dos moradores em relação aos riscos concretos de fuga e rebeliões no interior do
presídio.
Assim, conforme já entendido cabível pelo STF, é necessário que o réu seja condenado à
compensação por dano social, no valor de R$ 100.000,00, devendo o valor ser revertido ao
Fundo Penitenciário, sendo mais uma receita para colaborar no aprimoramento da política
criminal do país.
Tendo em vista a plausibilidade jurídica do pedido, haja vista a demonstração dos abusos
estatais cometidos, e do perigo da demora, pois a cada dia a vida dos internos sofre risco
iminente, requer a concessão de tutela antecipada liminar. A tutela consubstancia-se na
ordem imediata para que o réu proceda à reforma do presídio, oferecendo aos presos
condições humanas para que estes possam cumprir a pena que lhes foi imposta.
Em caso de descumprimento da liminar pelo réu, requer que se imponha uma multa diária no
valor de R$ 50.000,00.
V – PEDIDOS
Posto isso, reiterando que serão observadas as prerrogativas dos membros da Defensoria,
requer:
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 23
a) o recebimento desta inicial, eis que cabível e há competência do juízo;
d) a concessão de tutela antecipada liminar, para que o réu seja obrigado a proceder à
reforma do presídio em questão, sob pena de multa diária no valor de R$ 50.000,00;
e) no mérito, a confirmação da liminar, para que o réu seja condenado em definitivo à reforma
do presídio;
f) a progressão imediata dos presos que estejam próximos a atingir o requisito objetivo para
tanto e o impedimento da entrada de novos internos; neste último caso, devem os novos
condenados aguardar em prisão domiciliar com a contagem do tempo no cumprimento da
pena ou devem permanecer em liberdade plena, mas com o transcurso do prazo prescricional
ativo, até o surgimento de vaga;
Defensor Público.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 24
CONTESTAÇÃO
1. FUNDAMENTO LEGAL
III - prevista no art. 231 , de acordo com o modo como foi feita a citação,
nos demais casos.
3- considerando a forma como foi feita a citação, nos demais casos. Nessa situação, atentem-
se para o art. 231, CPC:
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 25
V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou
ao término do prazo para que a consulta se dê, quando a citação ou a
intimação for eletrônica;
VIII - o dia da carga, quando a intimação se der por meio da retirada dos
autos, em carga, do cartório ou da secretaria.
2. MOMENTO DE UTILIZAÇÃO
3. FIQUE LIGADO!
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 26
O dispositivo também é claro ao afirmar que, em sede de contestação, deve-se
especificar as provas que o réu pretende produzir.
4. PROBLEMA CONCRETO
Thiago, pessoa com 65 anos de idade, possui uma assinatura de TV a Cabo em sua residência,
mas constantemente o sinal do serviço simplesmente desaparece. Recentemente, inclusive,
Thiago ficou 15 dias seguidos sem o serviço.
Totalmente insatisfeito com a situação, Thiago procura a Defensoria no dia 28 de abril de 2020
e solicita uma providência, tendo em vista que deseja cancelar o contrato, mas a operadora
de TV, chamada TELEVISÃO 10, se nega a realizar o cancelamento.
O representante da TELEVISÃO 10, que passa por grave dificuldade financeira, não possuindo
dinheiro para sequer pagar suas despesas correntes, procura a Defensoria em busca de
assistência jurídica, o que foi deferido pelo Órgão.
ENDEREÇAMENTO
Pessoal, o endereçamento é o juízo para o qual a peça será endereçada. No nosso caso, o
enunciado não deu maiores detalhes acerca do Estado ou Comarca em que os fatos se
passaram; por isso, JAMAIS “invente” um local. Se o enunciado não colocou nada, não indique
locais, pois o examinador poderá considerar isso como identificação de prova.
Situação contrária seria se o enunciado trouxesse Estado e/ou Comarca. Nesse cenário, aí sim
vocês devem indicar os locais no endereçamento, pois geralmente esses dados constam do
espelho do examinador.
Ademais, não só a petição inicial, mas a contestação e qualquer outra peça processual
precisa ter o endereçamento.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 27
Nesse caso, como já houve distribuição, coloquem logo abaixo “processo nº....” para demonstrar
ao examinador que vocês se atentam aos mínimos detalhes.
Processo nº....
QUALIFICAÇÃO
Lembrem das previsões do art. 319, CPC em relação à qualificação. Como no caso
concreto se trata de uma pessoa jurídica, as informações a serem apresentadas são menores
(pois não se fala de estado civil ou profissão, por exemplo).
TELEVISÃO 10, inscrita no CNPJ sob o nº, endereço eletrônico, domiciliada.... vem,
com base no art. 5º, XXXV, CRFB c/c art. 335, CPC c/c art. 4º, I, LC 80/94, por
intermédio do membro da Defensoria Pública do Estado .... que esta
subscreve, apresentar CONTESTAÇÃO à presente demanda, pelas razões de
fato e de direito abaixo.
I – PRELIMINARES
Nesse ponto, chamo a atenção de vocês para o fato de que as pessoas jurídicas
também podem fazer jus à justiça gratuita. A diferença é que a pessoa jurídica não conta com
presunção relativa de hipossuficiência tal como a pessoa natural.
A) GRATUIDADE DE JUSTIÇA
A ré não possui condições financeiras de pagar as custas judiciais sem
prejuízo de sua subsistência, tendo em vista que passa por sérios problemas
financeiros em sua atual gestão. Por essa razão, frisando que à Pessoa
Jurídica que comprove insuficiência de recursos também é assegurada a
gratuidade de justiça, requer que seja declarado o referido direito nos termos
do art. 5º, LXXIV, CRFB c/c art. 98, CPC.
Lembrem que pela eventualidade tudo pode ser suscitado na contestação (desde que
tenha relação com os fatos narrados no caso). Uma dessas alegações é justamente no que
diz respeito à concessão de justiça gratuita ao autor. No enunciado do problema concreto foi
dito que o autor solicitou o deferimento de tal direito, o que sugeria a vocês a necessidade de
impugnação desse ponto.
A gratuidade de justiça, direito previsto nos termos do art. 98, CPC, permite
que a pessoa natural ou jurídica exerça seu direito de acesso à justiça (art.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 28
5º, LXXIV, CRFB), mesmo sem possuir condições financeiras para arcar com as
custas.
Contudo, tal direito não é absoluto; há casos em que deve ser comprovada
a hipossuficiência financeira. O autor não demonstrou ter dificuldades para
subsistência; pelo contrário. Por ser assinante de um serviço não essencial (TV
a cabo), há indícios de que ele possui sim condições financeiras para arcar
com as custas.
Por essa razão, requer que este juízo, antes de revogar a concessão da
gratuidade ora deferida, determine a intimação do autor para que este junte
aos autos documentos capazes de comprovar sua hipossuficiência.
Essa preliminar é obrigatória nas peças para Defensoria Pública, de maneira que vocês
precisam SEMPRE se lembrar dela. Não é necessário escrever muito na peça, apenas façam o
suficiente para demonstrar ao examinador que vocês conhecem as prerrogativas.
D) TEMPESTIVIDADE DA CONTESTAÇÃO
A audiência de conciliação foi realizada no dia 15 de abril de 2020 (quarta-
feira). O prazo para contestar é de 15 dias e, conforme o art. 335, I, conta-se
da data da audiência de conciliação quando não houver autocomposição.
Considerando o prazo em dobro da Defensoria, tem-se que a data final para
manifestação é 27 de maio de 2020, data na qual se apresenta esta
contestação.
II – FATOS
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 29
constantemente ficava ausente e a ré não teria adotado providências para
melhoria da situação. O autor também afirma que recentemente tentou
cancelar seu contrato e que não teria obtido êxito. Diante do exposto,
apresenta a ré suas razões fáticas e jurídicas em relação ao caso.
III – DO MÉRITO
Pela leitura do enunciado era possível identificar que esse era um dos pontos a ser
abordado na contestação. Como o autor pediu a obrigação de fazer, vocês deveriam ter
tentado convencer o juízo acerca da improcedência desse pedido, apresentando argumentos
técnicos para tanto.
Entretanto, a alegação autoral não merece prosperar. Frisa-se que a lei que
rege o serviço é a Lei 12.485/11, havendo previsão em seu art. 33, II de que o
assinante tem direito à manutenção dos equipamentos atrelados à
transmissão do sinal de TV. A ré preza pela qualidade de seus serviços e, nas
vezes em que o autor ficou sem sinal, era porque, provavelmente, estava
acontecendo manutenção.
Ademais, o autor não acostou aos autos qualquer prova de que o sinal teria
sido interrompido e, tampouco, de que não conseguiu cancelar o serviço. É
inverossímil a alegação de que a ré não quer proceder ao cancelamento,
pois isso iria de encontro à política da companhia de bem tratar seus clientes.
Assim como no tópico anterior, o dano temporal também deveria ter sido tratado por
vocês. Lembrando que como se trata de uma contestação, o objetivo é apresentar
argumentos para fazer com que o juízo julgue os pedidos autorais como sendo improcedentes.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 30
O dano temporal, categoria autônoma de dano, é admitida pelo STJ nos
casos em que a pessoa gasta, por ato ilícito de outrem, tempo excessivo para
resolver determinada situação que lhe desfavorece.
Ademais, não é cabível a alegação de que o autor ficou sem sinal durante
dias; isso porque, conforme já mencionado, não há provas desse ocorrido.
Até mesmo diante de uma eventual inversão de ônus da prova (art. 6º, VIII,
CDC), é necessário que o autor traga, pelo menos, início de prova material.
Isso porque, caso contrário, haveria imposição à ré de uma verdadeira prova
diabólica, o que é refutado pelo ordenamento jurídico.
Como foi feito um pedido pelo autor de compensação, uma primeira estratégia é
afastar a condenação; contudo, justamente pela regra da eventualidade, o réu precisa
também considerar o risco de ser condenado. Nessa situação, deve-se arguir que o valor
trazido pela parte autora é alto, de maneira que deve ser imposto um quantum menor.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 31
IV DOS PEDIDOS
Posto isso, frisando que serão observadas as prerrogativas dos membros da
defensoria pública, tais como prazo em dobro, vista pessoal e dispensa de
mandato, requer:
Como se trata de uma contestação, não há valor da causa, a menos que tivesse sido
feito pedido de reconvenção (nesse caso, vocês abririam um tópico na peça para falar da
reconvenção e atribuiriam ao final valor da causa reconvencional).
Defensor(a) Público(a)
6. MODELO DE PEÇA
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 32
Processo nº....
TELEVISÃO 10, inscrita no CNPJ sob o nº, endereço eletrônico, domiciliada.... vem, com base no art.
5º, XXXV, CRFB c/c art. 335, CPC c/c art. 4º, I, LC 80/94, por intermédio do membro da Defensoria
Pública do Estado que esta subscreve, apresentar CONTESTAÇÃO à presente demanda, pelas
razões de fato e de direito abaixo.
I - PRELIMINARES
A) GRATUIDADE DE JUSTIÇA
A ré não possui condições financeiras de pagar as custas judiciais sem prejuízo de sua
subsistência, tendo em vista que passa por sérios problemas financeiros em sua atual gestão.
Por essa razão, frisando que à Pessoa Jurídica que comprove insuficiência de recursos também
é assegurada a gratuidade de justiça, requer que seja declarado o referido direito nos termos
do art. 5º, LXXIV, CRFB c/c art. 98, CPC.
A gratuidade de justiça, direito previsto nos termos do art. 98, CPC, permite que a pessoa natural
ou jurídica exerça seu direito de acesso à justiça (art. 5º, LXXIV, CRFB), mesmo sem possuir
condições financeiras para arcar com as custas.
Contudo, tal direito não é absoluto; há casos em que deve ser comprovada a hipossuficiência
financeira. O autor não demonstrou ter dificuldades para subsistência; pelo contrário. Por ser
assinante de um serviço não essencial (TV a cabo), há indícios de que ele possui sim condições
financeiras para arcar com as custas.
Por essa razão, requer que este juízo, antes de revogar a concessão da gratuidade ora deferida,
determine a intimação do autor para que este junte aos autos documentos capazes de
comprovar sua hipossuficiência.
Informa-se ao juízo que serão observadas as prerrogativas dos membros da DPE, mormente a
vista pessoal, prazo em dobro e dispensa de procuração, nos termos do art. 128, I, VII e XI, LC
80/94.
D) TEMPESTIVIDADE DA CONTESTAÇÃO
A audiência de conciliação foi realizada no dia 15 de abril de 2020 (quarta-feira). O prazo para
contestar é de 15 dias e, conforme o art. 335, I, conta-se da data da audiência de conciliação
quando não houver autocomposição. Considerando o prazo em dobro da Defensoria, tem-se
que a data final para manifestação é 27 de maio de 2020, data na qual se apresenta esta
contestação.
II – FATOS
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 33
O autor celebrou contrato com a ré, relacionado ao serviço de TV a Cabo prestado por esta.
Afirma o autor que buscou o Judiciário pois o sinal da TV constantemente ficava ausente e a
ré não teria adotado providências para melhoria da situação. O autor também afirma que
recentemente tentou cancelar seu contrato e que não teria obtido êxito. Diante do exposto,
apresenta a ré suas razões fáticas e jurídicas em relação ao caso.
III – DO MÉRITO
Alega o autor que a ré oferece um serviço de TV a cabo com baixa qualidade, tendo em vista
que o sinal supostamente sofre constantes oscilações. Afirma também que a ré se recusa a
cancelar seu contrato.
Entretanto, a alegação autoral não merece prosperar. Frisa-se que a lei que rege o serviço é a
Lei 12.485/11, havendo previsão em seu art. 33, II de que o assinante tem direito à manutenção
dos equipamentos atrelados à transmissão do sinal de TV. A ré preza pela qualidade de seus
serviços e, nas vezes em que o autor ficou sem sinal, era porque, provavelmente, estava
acontecendo manutenção.
Ademais, o autor não acostou aos autos qualquer prova de que o sinal teria sido interrompido
e, tampouco, de que não conseguiu cancelar o serviço. É inverossímil a alegação de que a ré
não quer proceder ao cancelamento, pois isso iria de encontro à política da companhia de
bem tratar seus clientes.
O pedido de obrigação de fazer, portanto, deve ser julgado improcedente, tendo em vista que
são infundadas as alegações de inércia da ré suscitadas pelo autor.
O dano temporal, categoria autônoma de dano, é admitida pelo STJ nos casos em que a
pessoa gasta, por ato ilícito de outrem, tempo excessivo para resolver determinada situação
que lhe desfavorece.
No entanto, no presente caso, não há falar em dano temporal. Isso porque o autor gastou seu
tempo para cancelar o serviço por livre e espontânea vontade sua. Como existe um trâmite
administrativo adequado para o cancelamento, é necessário que o consumidor percorra por
esse caminho antes de o cancelamento ser finalizado, tudo por questões de segurança (para
garantir que é realmente o consumidor que está realizando o cancelamento).
Ademais, não é cabível a alegação de que o autor ficou sem sinal durante dias; isso porque,
conforme já mencionado, não há provas desse ocorrido. Até mesmo diante de uma eventual
inversão de ônus da prova (art. 6º, VIII, CDC), é necessário que o autor traga, pelo menos, início
de prova material. Isso porque, caso contrário, haveria imposição à ré de uma verdadeira prova
diabólica, o que é refutado pelo ordenamento jurídico.
Dessa forma, o pedido de compensação por dano temporal também deve ser julgado
improcedente.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 34
C) DA REDUÇÃO DO QUANTUM COMPENSATÓRIO
Subsidiariamente, requer que seja reduzido o quantum compensatório para R$ 200,00, valor da
mensalidade do autor. Isso porque uma eventual conduta ilícita da ré não teve nível alto de
dano. Tanto que o autor até hoje é assinante do serviço, o que demonstra satisfação com a
atuação da ré.
IV – DOS PEDIDOS
Posto isso, frisando que serão observadas as prerrogativas dos membros da defensoria
pública, tais como prazo em dobro, vista pessoal e dispensa de mandato, requer:
Local, data.
Defensor(a) Público(a)
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 35
AGRAVO DE INSTRUMENTO
1. FUNDAMENTO LEGAL
I - tutelas provisórias;
II - mérito do processo;
XII - (VETADO);
Mas o que é taxatividade mitigada? Bem, conforme o STJ o critério para definir a hipótese
de cabimento do agravo de instrumento é a urgência1:
1 Disponível em <https://www.dizerodireito.com.br/2019/02/cabimento-do-agravo-de-instrumento.html>,
acesso em 12/11/2020.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 36
Foi uma expressão cunhada pela Min. Nancy Andrighi.
O objetivo da Ministra foi o de dizer o seguinte: o objetivo do legislador foi
o de prever um rol taxativo e isso deve ser, na medida do possível,
respeitado. No entanto, trata-se de uma
taxatividade mitigada (suavizada, abrandada, relativizada) por uma
“cláusula adicional de cabimento”.
O rol do art. 1.015 do CPC é de taxatividade mitigada, por isso admite a interposição de agravo
de instrumento quando verificada a urgência decorrente da inutilidade do julgamento da
questão no recurso de apelação.
STJ. Corte Especial. REsp 1.704.520-MT, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 05/12/2018 (recurso
repetitivo) (Info 639).
O momento processual de sua utilização é após uma decisão interlocutória que tenha
previsão no art. 1015, CPC. Atentem-se, portanto, aos enunciados, pois se for narrada uma
decisão durante o iter processual, provavelmente o examinador quer um agravo de
instrumento.
3. FIQUE LIGADO!
Outro detalhe é que o art. 356, CPC trata da situação do julgamento parcial do mérito.
Ou seja, se o processo estiver instruído de forma suficiente, de maneira que parte dos pedidos
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 37
possa ser julgada, o juízo decidirá por meio de uma decisão interlocutória. E como se trata de
uma decisão dessa natureza, adivinhem? Isso. Caberá agravo de instrumento dessa decisão:
I - mostrar-se incontroverso;
Por fim, lembrem que o STJ e doutrina admitem a aplicação da teoria da causa madura
(maiores detalhes sobre a teoria podem ser conferidos na explicação referente à apelação
quando cuidarmos desta peça processual) em relação ao agravo de instrumento2:
Admite-se a aplicação da teoria da causa madura (art. 515, § 3º, do CPC/1973 / art. 1.013, § 3º do
CPC/2015) em julgamento de agravo de instrumento.
STJ. Corte Especial. REsp 1.215.368-ES, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 1/6/2016 (Info 590).
2 Disponível em <https://www.dizerodireito.com.br/2016/11/possibilidade-de-aplicacao-da-teoria-da.html>,
acesso em 12/11/2020.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 38
não se realize, e entender também que nenhuma outra existe a ser
realizada, é de rigor que passe desde logo ao julgamento do meritum
causae, porque assim é o espírito da Reforma - acelerar a oferta da tutela
jurisdicional, renegando mitos seculares, sempre que isso não importe
prejuízo à efetividade das garantias constitucionais do processo nem
prejuízo ilegítimo às partes (...)" (DINAMARCO, Cândido Rangel. A reforma da
reforma. 6ª ed., São Paulo: Malheiros, 2003, p. 162-163).
4. PROBLEMA CONCRETO
Thiago, pessoa com 65 anos de idade, possui uma assinatura de TV a Cabo em sua
residência, mas constantemente o sinal do serviço simplesmente desaparece. Recentemente,
inclusive, Thiago ficou 15 dias seguidos sem o serviço.
A Defensoria ajuizou demanda em vara cível comum, no dia 05 de maio de 2020, tendo
Thiago como autor, sendo feitos os seguintes pedidos: obrigação de fazer, consubstanciada
no cancelamento do serviço de TV a Cabo a ser feito pela ré e pagamento de compensação
por dano temporal no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).
Processo nº....
PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO: PESSOA IDOSA (art. 1048, I, CPC c/c art. 71, Estatuto
do Idoso – Lei 10.741/03)
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 39
QUALIFICAÇÃO E FUNDAMENTO LEGAL
DETALHES ESPECÍFICOS
Cuidado porque o art. 1017, CPC faz menção aos documentos obrigatórios acostados ao
agravo de instrumento. Assim, vocês fazer essa previsão. Ademais, há a figura do juízo de
retratação, que deverá também ser mencionada.
Requer que seja realizado o juízo de retratação previsto no art. 1.018, §1º. CPC
e, caso o juízo não se retrate, que seja determinada a intimação da agravada
para, querendo, manifestar-se, com posterior remessa dos autos ao Órgão
julgador competente, independentemente de juízo de admissibilidade.
Defensor Público
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 40
ENDEREÇAMENTO – FOLHA DE RAZÕES
Processo nº
Prioridade na tramitação: PESSOA IDOSA (art. 1048, I, CPC c/c art. 71, Estatuto
do Idoso – Lei 10.741/03)
INTRODUÇÃO
Por questões de cordialidade, é costume que seja feito um cumprimento aos julgadores
e ao Procurador de Justiça que oficia perante o Órgão. Essa passagem também costuma
figurar nos espelhos de correção. Além disso, façam uma pequena introdução, antes de
adentrarem na estrutura da peça.
I – PRELIMINARES
A) DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 41
B) DAS PRERROGATIVAS DOS MEMBROS DA DEFENSORIA PÚBLICA
C) DO INTERESSE E LEGITIMIDADE
D) DO CABIMENTO E TEMPESTIVIDADE
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 42
II – FATOS
Façam uma explicação rápida sobre os fatos. Atenção também porque às vezes o
examinador dispensa o candidato de transcrever os fatos. Nesse caso, abram o tópico e
escrevam apenas “dispensado pelo enunciado”.
O caso é simples: o juízo rejeitou o pedido de gratuidade de justiça e a ideia é que isso
seja revertido. Assim, argumentos importantes, por exemplo, a presunção de hipossuficiência à
pessoa natural é importante.
A gratuidade de justiça tem previsão no art. 98, caput, CPC. Frisa-se que, em
relação à pessoa natural (que é o caso do agravante), existe presunção legal
iuris tantum de hipossuficiência financeira (art. 99, §3º, CPC).
IV – PEDIDOS
Por fim, em relação aos pedidos no agravo de instrumento, lembrem da previsão do art.
1019, III, CPC, que trata da intimação do MP.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 43
b) a intimação do agravado para, querendo, manifestar-se;
Por fim, chegamos ao momento de finalizar a peça. Tal como na folha de interposição,
temos o pedido de deferimento, local, data e assinatura:
Defensor Público
6. MODELO DE PEÇA
Processo nº....
PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO: PESSOA IDOSA (art. 1048, I, CPC c/c art. 71, Estatuto
do Idoso – Lei 10.741/03)
Thiago, já devidamente qualificado aos autos, vem, por meio do membro da Defensoria
Pública do Estado... que esta subscreve, com base no art. 1.015, V, CPC c/c art. 4º, I, LC 80/94,
interpor AGRAVO DE INSTRUMENTO em face da decisão proferida às fls... do processo em que
figura como demandada a ré TELEVISÃO 10, já qualificada aos autos.
Requer que seja realizado o juízo de retratação previsto no art. 1.018, §1º. CPC e, caso o juízo não
se retrate, que seja determinada a intimação da agravada para, querendo, manifestar-se, com
posterior remessa dos autos ao Órgão julgador competente, independentemente de juízo de
admissibilidade.
Defensor Público
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 44
À PRESIDÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO .......
Processo nº
Prioridade na tramitação: PESSOA IDOSA (art. 1048, I, CPC c/c art. 71, Estatuto
do Idoso – Lei 10.741/03)
AGRAVANTE: Thiago, representado pela Defensoria Pública do Estado ....., inscrita no CPNJ .....,
endereço eletrônico ....., domiciliada em......
AGRAVADO: TELEVISÃO 10, representada por....., inscrito no CPF / CNPJ ....., endereço eletrônico .....,
domiciliado em ......
Em que pese a competência técnica do juízo de 1º grau, a decisão agravada não merece
prosperar, pelas razões de fato e jurídicas abaixo.
I – PRELIMINARES
A) DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Informa o agravante que requereu a gratuidade de justiça em primeiro grau, por não possuir
condições financeiras para arcar com os custos do processo judicial. No entanto, o juízo
indeferiu o pedido. Reiterando a falta de condições financeiras para pagamento das custas,
deixa o agravante de recolher os valores referentes.
Informa-se ao juízo que serão usadas as prerrogativas dos membros da Defensoria Pública,
mormente a vista pessoal, prazo em dobro e dispensa de procuração, nos termos do art. 128, I,
VII e XI, LC 80/94.
C) DO INTERESSE E LEGITIMIDADE
D) DO CABIMENTO E TEMPESTIVIDADE
O recurso trata de irresignação à decisão interlocutória proferida pelo juízo de piso. Nos termos
do art. 1.015, V, CPC, o recurso cabível é o agravo de instrumento, sendo essa a peça processual
apresentada pelo agravante. Está presente, portanto, o pressuposto do cabimento.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 45
II – FATOS
Entretanto, o juízo de primeiro grau rejeitou o pedido, razão pela qual interpôs-se o presente
recurso.
A gratuidade de justiça tem previsão no art. 98, caput, CPC. Frisa-se que, em relação à pessoa
natural (que é o caso do agravante), existe presunção legal iuris tantum de hipossuficiência
financeira (art. 99, §3º, CPC).
Assim, a decisão do juízo de 1º grau não merece prosperar, devendo ser reformada para que
haja o reconhecimento do direito à gratuidade de justiça em favor do agravante.
IV – PEDIDOS
Posto isso, ressaltando que serão observadas as prerrogativas dos membros da Defensoria,
requer:
e) no mérito, a reforma da decisão de primeiro grau para que seja reconhecido o direito à
gratuidade de justiça em favor do agravante.
Defensor Público.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 46
APELAÇÃO
1. FUNDAMENTO LEGAL
Como estamos tratando de uma apelação cível, o fundamento legal principal é o art.
1.009, CPC, que diz:
O §1º traz a regra acerca da recorribilidade das decisões que não são passíveis de
questionamento por agravo de instrumento. Caso uma decisão não comporte o agravo de
instrumento, ela deverá ser questionada como preliminar de apelação, sob pena de preclusão.
Essa preliminar será aberta na chamada folha de razões do recurso, devendo existir tópico
específico para ela.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 47
§ 3º Após as formalidades previstas nos §§ 1º e 2º, os autos serão
remetidos ao tribunal pelo juiz, independentemente de juízo de
admissibilidade.
Lembro a vocês que, em regra, a apelação possui efeito suspensivo, salvo nos seguintes
casos:
VI - decretação de interdição.
3- FIQUE LIGADO!
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 48
Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria
impugnada.
Assim, se a apelação tiver como um dos fundamentos alguma dessas hipóteses, então
vocês devem abrir um tópico específico acerca do julgamento do mérito pela incidência da
teoria da causa madura.
Além disso, atenção pois determinadas defensorias (como a do RJ) costuma cobrar
tópico referente ao prequestionamento. Esse tópico simplesmente quer se referir a um
prequestionamento acerca de dispositivos constitucionais ou infraconstitucionais, que sejam
aptos a ensejar uma interposição de RE ou Resp. Dessa forma, em recurso, lembrem desse
ponto porque certamente fará a peça de vocês se destacar.
4- PROBLEMA CONCRETO
Thiago, pessoa com 65 anos de idade, possui uma assinatura de TV a Cabo em sua residência,
mas constantemente o sinal do serviço simplesmente desaparece. Recentemente, inclusive,
Thiago ficou 15 dias seguidos sem o serviço.
Totalmente insatisfeito com a situação, Thiago procura a Defensoria no dia 28 de abril de 2020
e solicita uma providência, tendo em vista que deseja cancelar o contrato, mas a operadora
de TV, chamada TELEVISÃO 10, se nega a realizar o cancelamento.
A Defensoria ajuizou demanda em vara cível comum tendo Thiago como autor, sendo feitos
os seguintes pedidos: obrigação de fazer, consubstanciada no cancelamento do serviço de TV
a Cabo a ser feito pela ré e pagamento de compensação por dano temporal no valor de R$
5.000,00 (cinco mil reais).
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 49
O autor informou que gostaria de questionar o mérito na instância superior, tendo sido a
Defensoria intimada pessoalmente da sentença no dia 21 de outubro de 2020, quarta-feira.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 50
FECHAMENTO - PEDIDO DE DEFERIMENTO, LOCAL, DATA E ASSINATURA
Ao final, vocês devem pedir o deferimento, fazer menção ao local e à data, bem como
à assinatura (nunca coloquem identificação de vocês na peça). No que tange a data, vejam
que a intimação pessoal ocorreu em 21 de outubro de 2020, quarta-feira. O prazo recursal é de
15 dias úteis, mas será contado em dobro tendo em vista a prerrogativa dos membros da
Defensoria. O prazo final, portanto, é 02 de dezembro de 2020.
No recurso deve ser apresentada também a folha de razões, dessa vez direcionada à
Presidência do Tribunal. Aqui, vocês não falam em “Comarca”, pois como estão se referindo à
Presidência, estão abrangendo o tribunal como um todo.
Além disso, decorem os demais dados que figurarão no cabeçalho, como “nº do
processo”, “apelante” e “apelado”:
INTRODUÇÃO
Por questões de cordialidade, é costume que seja feito um cumprimento aos julgadores
e ao Procurador de Justiça que oficia perante o Órgão. Essa passagem também costuma
figurar nos espelhos de correção. Além disso, façam uma pequena introdução, antes de
adentrarem na estrutura da peça:
I – PRELIMINARES
Também em recursos há preliminares, que devem ser suscitadas por vocês. No caso
proposto, as preliminares foram:
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 51
a) DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Recomendo que vocês suscitem a questão da gratuidade na folha de razões,
principalmente se o enunciado não tiver falado nada sobre o deferimento do direito em
primeira instância:
a) Da gratuidade de justiça
É imprescindível que vocês tratem das prerrogativas; atentem para o fato de que as
prerrogativas não dizem respeito à Defensoria, mas sim aos membros da instituição:
c) DO INTERESSE E LEGITIMIDADE
D) DO CABIMENTO E TEMPESTIVIDADE
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 52
visando a reforma daquela. Assim, a resposta a ser apresenta pelo apelado
(ora contrarrazoante) é a contrarrazão, prevista no art. 1.010, §1º, CPC.
Ademais, a intimação pessoal da interposição do recurso à Defensoria
ocorreu no dia 03 de dezembro de 2020, quinta-feira. Considerando o prazo
de 15 dias a ser contado em dobro, a data final para apresentação das
contrarrazões é 14 de janeiro de 2021, data essa observada pelo
contrarrazoante. Presente, portanto, a tempestividade.
II – FATOS
Façam uma explicação rápida sobre os fatos. Atenção também porque às vezes o examinador
dispensa o candidato de transcrever os fatos. Nesse caso, abram o tópico e escrevam apenas
“dispensado pelo enunciado”:
Agora vocês farão as razões recursais; no caso apresentado, não houve nulidade a ser
suscitada. Porém, caso se tratasse de um problema com nulidade, bastaria que vocês
abrissem tópicos da seguinte forma:
Antes de vocês iniciarem sobre o tópico das razões para reforma, observem quais foram
as conclusões da sentença. Esse será o principal guia para orientar vocês na elaboração do
recurso. No problema apresentado, as teses a serem levantadas são:
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 53
No caso, o juízo informou que a obrigação de fazer era indevida. O argumento
principal foi que o apelante não conseguiu provar que o sinal de sua TV era
instável e, tampouco, que a apelada se mantinha inerte em cancelar o
serviço.
Assim, deve a sentença ser reformada para que a apelada seja condenada
à obrigação de fazer, consubstanciada no cancelamento do serviço de TV a
Cabo fornecido ao apelante.
Assim, pelo tempo desviado do apelante, que poderia ter sido aproveitado
para atividades de interesse próprio, é cabível compensação por dano
temporal. Por isso, deve a sentença ser reformada, para que a apelada seja
condenada ao pagamento do valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a título
de compensação por dano temporal em favor do apelante.
IV – PEDIDOS
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 54
Posto isso, ressaltando que serão observadas as prerrogativas dos membros
da Defensoria, requer:
Por fim, chegamos ao momento de finalizar a peça. Tal como na folha de interposição,
temos o pedido de deferimento, local, data e assinatura:
Defensor Público
6- MODELO DE PEÇA
Processo nº....
PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO: PESSOA IDOSA (art. 1048, I, CPC c/c art. 71, Estatuto
do Idoso – Lei 10.741/03)
Thiago, já devidamente qualificado aos autos, vem, por meio do membro da Defensoria
Pública do Estado... que esta subscreve, com base no art. 1009, CPC c/c art. 4º, I, LC 80/94, interpor
APELAÇÃO em face da sentença prolatada às fls... do processo em que figura como
demandada a ré TELEVISAO 10, já qualificada aos autos.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 55
Nestes termos, pede deferimento.
Defensor Público
RAZÕES RECURSAIS
Processo nº
Prioridade na tramitação: PESSOA IDOSA (art. 1048, I, CPC c/c art. 71, Estatuto
do Idoso – Lei 10.741/03)
APELANTE: Thiago
APELADO: TELEVISÃO 10
Em que pese a competência técnica do juízo de 1º grau, a sentença recorrida não merece
prosperar, pelas razões de fato e jurídicas abaixo.
I – PRELIMINARES
A) DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Informa o apelante que este é beneficiário da justiça gratuita, tendo em vista sua
hipossuficiência econômica, razão pela qual deixa de realizar o recolhimento do preparo
referente à interposição do recurso.
Informa-se ao juízo que serão usadas as prerrogativas dos membros da Defensoria Pública,
mormente a vista pessoal, prazo em dobro e dispensa de procuração, nos termos do art. 128, I,
VII e XI, LC 80/94.
C) DO INTERESSE E LEGITIMIDADE
D) DO CABIMENTO E TEMPESTIVIDADE
O recurso trata de irresignação à sentença prolatada pelo juízo de piso. Nos termos do art.
1.009, CPC, o recurso cabível é a apelação, sendo essa a peça processual apresentada pelo
apelante. Está presente, portanto, o pressuposto do cabimento.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 56
interposição do recurso é 02 de dezembro de 2020, data essa observada pelo apelante.
Presente, portanto, a tempestividade.
II – FATOS
Em que pese a conclusão do juízo de 1º grau, é fato que a inversão do ônus da prova é direito
do consumidor, uma vez demonstrada sua hipossuficiência ou verossimilhança de suas
alegações (art. 6º, VIII, CDC). Tal regra, conforme já definido pelo STJ, é de instrução, de maneira
que deverá lastrear toda a atividade probatória ao longo da demanda.
No caso, o juízo informou que a obrigação de fazer era indevida. O argumento principal foi que
o apelante não conseguiu provar que o sinal de sua TV era instável e, tampouco, que a apelada
se mantinha inerte em cancelar o serviço.
Ocorre que a inversão do ônus da prova foi deferido ao apelante, de maneira que a ele cabia
demonstrar os fatos que alegava (o que foi feito), mas sem a necessidade cabal de provar a
conduta ilícita da apelada. Esse ônus, inclusive, seria impossível de ser cumprido (prova
diabólica), pois questões atinentes ao fornecimento de sinal ou sobre o procedimento de
cancelamento ficam em poder exclusivo da apelada.
Assim, deve a sentença ser reformada para que a apelada seja condenada à obrigação de
fazer, consubstanciada no cancelamento do serviço de TV a Cabo fornecido ao apelante.
O juízo de 1º grau também entendeu ser incabível a compensação por dano temporal em favor
do apelante. Ocorre que, conforme já acolhido pelo STJ, e reforçado pela doutrina, casos
semelhantes ao do apelante são passíveis desse tipo de compensação.
O apelante precisou gastar horas de seu tempo para solucionar a questão que, aliás,
permanece até o momento sem um desfecho adequado. Por atos ilícitos exclusivamente da
apelada, o apelante não consegue assistir a TV e tampouco não consegue cancelar o serviço.
A situação é tão grave que foi preciso recorrer ao Judiciário para uma solução.
Assim, pelo tempo desviado do apelante, que poderia ter sido aproveitado para atividades de
interesse próprio, é cabível compensação por dano temporal. Por isso, deve a sentença ser
reformada, para que a apelada seja condenada ao pagamento do valor de R$ 5.000,00 (cinco
mil reais) a título de compensação por dano temporal em favor do apelante.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 57
IV – PEDIDOS
Posto isso, ressaltando que serão observadas as prerrogativas dos membros da Defensoria,
requer:
Defensor Público.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 58
CONTRARRAZÕES À APELAÇÃO
1. FUNDAMENTO LEGAL
Assim, o CPC é expresso (Art. 1.010, §1º) de que deve ser aberta vista à outra parte para
que ela se manifeste:
Dessa forma, por haver tal dispositivo específico para as contrarrazões, é imprescindível
que vocês façam menção expressa a ele na peça. Dito isso, podemos concluir que se a peça
for contrarrazões e o candidato fundamentar com o art. 1.009, CPC (referente à apelação)
provavelmente o examinador descontará valiosos pontos.
2. MOMENTO DE UTILIZAÇÃO
3. FIQUE LIGADO!
Cuidado com relação ao prazo para apresentação: tal como a própria interposição da
apelação, o prazo para contrarrazoar é de 15 dias ( Art. 1.010, §1º, CPC), em dobro para a
Defensorai Púnlica.
Além disso, atenção, pois determinadas defensorias (como a do RJ) costumam cobrar
tópico referente ao prequestionamento. Esse tópico simplesmente quer se referir a um
prequestionamento acerca de dispositivos constitucionais ou infraconstitucionais, que sejam
aptos a ensejar uma interposição de RE ou Resp. Dessa forma, em recurso, lembrem desse
ponto porque certamente fará a peça de vocês se destacar.
4. PROBLEMA CONCRETO
Thiago, pessoa com 65 anos de idade, possui uma assinatura de TV a Cabo em sua residência,
mas constantemente o sinal do serviço simplesmente desaparece. Recentemente, inclusive,
Thiago ficou 15 dias seguidos sem o serviço.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 59
Totalmente insatisfeito com a situação, Thiago procura a Defensoria no dia 28 de abril de 2020
e solicita uma providência, tendo em vista que deseja cancelar o contrato, mas a operadora
de TV, chamada TELEVISÃO 10, se nega a realizar o cancelamento.
A Defensoria ajuizou demanda em vara cível comum tendo Thiago como autor, sendo feitos
os seguintes pedidos: obrigação de fazer, consubstanciada no cancelamento do serviço de TV
a Cabo a ser feito pela ré e pagamento de compensação por dano temporal no valor de R$
5.000,00 (cinco mil reais).
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 60
REMESSA AO ÓRGÃO JULGADOR
No caso das contrarrazões não se faz pedido de intimação do autor; ademais, atenção
porque aqui também NÃO HÁ, duplo juízo de admissibilidade (art. 1.010, §3º, CPC). Portanto, o
requerimento é no sentido de que os autos sejam enviados diretamente à segunda instância:
Ao final, vocês devem pedir o deferimento, fazer menção ao local e à data, bem como
à assinatura (nunca coloquem identificação de vocês na peça). No que tange a data, vejam
que a intimação pessoal ocorreu em 03 de dezembro de 2020, quinta-feira. O prazo recursal é
de 15 dias úteis, mas será contado em dobro tendo em vista a prerrogativa dos membros da
Defensoria. O prazo final, portanto, é 14 de janeiro de 2021.
Além disso, decorem os demais dados que figurarão no cabeçalho, como “nº do
processo”, “contrarrazoante” (aquele que apresenta as contrarrazões) e “contrarrazoado”
(aquele que teve o seu recurso rebatido):
INTRODUÇÃO
Por questões de cordialidade, é costume que seja feito um cumprimento aos julgadores
e ao Procurador de Justiça que oficia perante o Órgão. Essa passagem também costuma
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 61
figurar nos espelhos de correção. Além disso, façam uma pequena introdução, antes de
adentrarem na estrutura da peça:
I – PRELIMINARES
Também em contrarrazões há preliminares, que devem ser suscitadas por vocês. No caso
proposto, as preliminares foram:
A) DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Recomendo que vocês suscitem a questão da gratuidade na folha de contrarrazões,
principalmente se o enunciado não tiver falado nada sobre o deferimento do direito em
primeira instância:
a) Da gratuidade de justiça
IInforma o contrarrazoante que este é beneficiário da justiça gratuita, tendo
em vista sua hipossuficiência econômica, razão pela qual deixa de realizar o
recolhimento do preparo referente às contrarrazões à apelação.
É imprescindível que vocês tratem das prerrogativas; atentem para o fato de que as
prerrogativas não dizem respeito à Defensoria, mas sim aos membros da instituição:
C) DO INTERESSE E LEGITIMIDADE
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 62
D) DO CABIMENTO E TEMPESTIVIDADE
II – FATOS
Façam uma explicação rápida sobre os fatos; em uma folha de papel, procurem não
gastar mais do que cinco linhas com esse ponto. Atenção também para o fato de que as vezes
o examinador dispensa o candidato de transcrever os fatos. Nesse caso, abram o tópico e
escrevam apenas “dispensado pelo enunciado”:
Agora vocês farão as contrarrazões; no caso apresentado, não houve nulidade a ser
suscitada. Porém, caso se tratasse de um problema com nulidade, bastaria que vocês
abrissem tópicos da seguinte forma:
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 63
Antes de vocês iniciarem sobre o tópico das contrarrazões, observem quais foram as
conclusões da sentença e os fundamentos do recurso interposto pela outra parte. Esse será o
principal guia para orientar vocês na elaboração do recurso. No problema apresentado, as
teses a serem levantadas são:
O dano temporal, aceito atualmente pelo STJ e trabalhado cada vez mais
pela doutrina, dispõe, em síntese: o tempo é um ativo precioso; por isso, cada
vez que uma pessoa, por ato ilícito, faz com que outra faça dispêndios de
tempo para resolver uma situação que ela não deu causa, há necessidade
de compensação por dano temporal.
No entanto, para que haja responsabilidade por dano temporal há o
pressuposto de que haja uma conduta ilícita de determinado sujeito, pois
caso contrário a condenação será indevida (justamente por não haver o que
compensar).
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 64
Nessa esteira, não houve nenhum ato ilícito por parte do contrarrazoante, isso
porque, conforme dito, não há provas de que o sinal de TV a Cabo tinha um
fornecimento defeitoso. Tampouco há provas de que a contrarrazoante se
furtava em cancelar o contrato do contrarrazoado.
Ainda que houvesse a necessidade de o contrarrazoado entrar em contato
com a contrarrazoante em algum momento, tal fato por si só não gera direito
à compensação, por se tratar de situação inerente às relações
consumeristas. Caso contrário, estar-se-ia afirmando que todo serviço de
atendimento ao consumidor seria ilícito.
Assim, tal como decidido no 1º grau, deve o pedido do contrarrazoado ser
julgado improcedente, afastando-se a possibilidade de o contrarrazoante
ser condenado ao pagamento de compensação por dano temporal.
IV – PEDIDOS
Por fim, chegamos ao momento de finalizar a peça. Tal como na folha de interposição,
temos o pedido de deferimento, local, data e assinatura:
6. MODELO DE PEÇA
Processo nº....
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 65
TELEVISÃO 10, já devidamente qualificada aos autos, vem, por meio do membro da Defensoria
Pública do Estado... que esta subscreve, com base no art. 1010, §1º, CPC c/c art. 4º, I, LC 80/94,
apresentar CONTRARRAZÕES tendo em vista a apelação interposta por Thiago, já qualificada
aos autos.
Defensor Público
CONTRARRAZÕES À APELAÇÃO
Processo nº ...
CONTRARRAZOANTE: TELEVISÃO 10
CONTRARRAZOADO: Thiago
I – PRELIMINARES
A) DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Informa o contrarrazoante que este é beneficiário da justiça gratuita, tendo em vista sua
hipossuficiência econômica, razão pela qual deixa de realizar o recolhimento do preparo
referente às contrarrazões à apelação.
Informa-se ao juízo que serão usadas as prerrogativas dos membros da Defensoria Pública,
mormente a vista pessoal, prazo em dobro e dispensa de procuração, nos termos do art. 128, I,
VII e XI, LC 80/94.
C) DO INTERESSE E LEGITIMIDADE
D) DO CABIMENTO E TEMPESTIVIDADE
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 66
A presente manifestação é cabível, tendo em vista que o autor, inconformado com o conteúdo
da sentença de 1º grau, interpôs apelação visando a reforma daquela. Assim, a resposta a ser
apresenta pelo apelado (ora contrarrazoante) é a contrarrazão, prevista no art. 1.010, §1º, CPC.
II – FATOS
Isso porque não bastam meras alegações no sentido de que o autor consumidor teria sofrido
com algum tipo de vício ou defeito de produto ou serviço (art. 12, 14, 18 e 20, CDC). A
responsabilidade na seara consumerista é de natureza objetiva; assim, para que a
responsabilidade seja caracterizada, é necessário que haja demonstração mínima de que
houve uma conduta do fornecedor, que houve um dano e que entre a conduta e o dano haja
nexo causal.
Raciocínio diferente conduziria a uma responsabilidade integral do fornecedor, o que não pode
ocorrer por esse tipo de responsabilidade ser restrita a determinados tipos de dano, como o
nuclear (art.21, XXIII, “d”, CRFB).
No caso, o juízo informou que a obrigação de fazer era indevida. Essa conclusão foi acertada,
pois não houve demonstração mínima pelo contrarrazoado de que o contrarrazoante teria
agido ilicitamente. Ao contrário: há sempre por parte do contrarrazoante uma postura de
tutelar os interesses de seus clientes, mesmo quando estes desejam encerrar seus contratos.
Tanto em relação ao fornecimento de sinal de TV a Cabo, quanto em relação ao procedimento
de cancelamento, o contrarrazoado sempre recebeu de maneira adequada o serviço.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 67
Assim, tal como decidido no 1º grau, deve o pedido do contrarrazoado ser julgado
improcedente, afastando-se a obrigação de fazer em desfavor da contrarrazoante.
O dano temporal, aceito atualmente pelo STJ e trabalhado cada vez mais pela doutrina,
dispõe, em síntese: o tempo é um ativo precioso; por isso, cada vez que uma pessoa, por ato
ilícito, faz com que outra faça dispêndios de tempo para resolver uma situação que ela não
deu causa, há necessidade de compensação por dano temporal.
No entanto, para que haja responsabilidade por dano temporal há o pressuposto de que haja
uma conduta ilícita de determinado sujeito, pois caso contrário a condenação será indevida
(justamente por não haver o que compensar).
Nessa esteira, não houve nenhum ato ilícito por parte do contrarrazoante, isso porque,
conforme dito, não há provas de que o sinal de TV a Cabo tinha um fornecimento defeitoso.
Tampouco há provas de que a contrarrazoante se furtava em cancelar o contrato do
contrarrazoado.
Assim, tal como decidido no 1º grau, deve o pedido do contrarrazoado ser julgado
improcedente, afastando-se a possibilidade de o contrarrazoante ser condenado ao
pagamento de compensação por dano temporal.
IV – PEDIDOS
Posto isso, ressaltando que serão observadas as prerrogativas dos membros da Defensoria,
requer:
a) o conhecimento das contrarrazões, tendo em vista a presença dos requisitos para sua
apresentação;
b) no mérito, o provimento das contrarrazões, com a improcedência dos pedidos feitos pelo
contrarrazoado em seu recurso de apelação; e
Defensor Público
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 68
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
1. FUNDAMENTO LEGAL
Em relação ao prazo, ele é diferente da regra geral dos recursos (15 dias), pois a parte
tem apenas 5 dias para interposição:
3. FIQUE LIGADO!
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 69
Assim, por terem esse efeito de interrupção, uma vez julgado os embargos o prazo de
outros recursos será devolvido à parte (recomeçará a contagem do início).
4. PROBLEMA CONCRETO
Thiago, pessoa com 65 anos de idade, possui uma assinatura de TV a Cabo em sua residência,
mas constantemente o sinal do serviço simplesmente desaparece. Recentemente, inclusive,
Thiago ficou 15 dias seguidos sem o serviço.
Totalmente insatisfeito com a situação, Thiago procura a Defensoria no dia 28 de abril de 2020
e solicita uma providência, tendo em vista que deseja cancelar o contrato, mas a operadora
de TV, chamada TELEVISÃO 10, se nega a realizar o cancelamento.
A Defensoria ajuizou demanda em vara cível comum tendo Thiago como autor, sendo feitos
os seguintes pedidos: obrigação de fazer, consubstanciada no cancelamento do serviço de TV
a Cabo a ser feito pela ré e pagamento de compensação por dano temporal no valor de R$
5.000,00 (cinco mil reais).
A intimação pessoal da sentença foi feita para você, Defensor(a) que representa Thiago no dia
3 de novembro de 2020.
Pessoal, como se trata de um recurso que visa suprimir a omissão do juízo de primeiro
grau, o recurso será endereçado para ele próprio.
PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO: PESSOA IDOSA (art. 1048, I, CPC c/c art. 71, Estatuto
do Idoso – Lei 10.741/03)
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 70
QUALIFICAÇÃO E FUNDAMENTO LEGAL
THIAGO, já qualificado aos autos, vem, com base no art. 1.022, II, CPC c/c art. 4º,
I, LC 80/94, por intermédio do membro da Defensoria Pública do Estado .... que
esta subscreve, opor EMBARGOS DE DECLARAÇÃO em face da sentença às
fls.….., em decorrência da omissão acerca do pedido de obrigação de fazer
feito pelo embargante em sua inicial, na demanda ajuizada em face da ré
TELEVISÃO 10.
DETALHE: os embargos devem ser OPOSTOS e não INTERPOSTOS. Cuidado com o rigor técnico,
pois em uma prova aberta esse tecnismo é levado em consideração.
I- PRELIMINAR
A) TEMPESTIVIDADE
Os embargos de declaração, conforme o art. 1023, CPC, deverão ser opostos no prazo
de 5 dias. Porém, por se tratar de Defensoria, ele será contado em dobro, ou seja, 10 dias para
oposição.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 71
II – FATOS
Aqui, caso o examinador não dispense vocês, façam uma breve abordagem da
situação processual que ensejou os embargos. Caso o enunciado dispense vocês da narrativa
fática, apenas coloquem na linha abaixo: “dispensado pelo enunciado”.
III – DA OMISSÃO
Falando do mérito propriamente dito, vocês explicarão ao juízo em que consiste a sua
omissão (ou outro vício que enseje a oposição dos embargos), sempre se lembrando de
mencionar o dispositivo legal.
IV – DOS PEDIDOS
Nos embargos de declaração os pedidos são sucintos, como vocês podem ver abaixo.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 72
b) no mérito, o acolhimento dos embargos para suprimento da omissão
apontada na sentença, manifestando-se o juízo acerca do pedido de
obrigação de fazer.
Neste momento, vocês encerrarão a peça, pedindo deferimento, fazendo menção ao local , a
data e a assinatura.
Defensor(a) Público(a)
6. MODELO DE PEÇA
PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO: PESSOA IDOSA (art. 1048, I, CPC c/c art. 71, Estatuto
do Idoso – Lei 10.741/03)
THIAGO, já qualificado aos autos, vem, com base no art. 1.022, II, CPC c/c art. 4º, I, LC 80/94, por
intermédio do membro da Defensoria Pública do Estado .... que esta subscreve, opor EMBARGOS
DE DECLARAÇÃO em face da sentença às fls.….., em decorrência da omissão acerca do pedido
de obrigação de fazer feito pelo embargante em sua inicial, na demanda ajuizada em face da
ré TELEVISÃO 10.
I- PRELIMINAR
A) TEMPESTIVIDADE
Informa-se ao juízo que serão usadas as prerrogativas dos membros da Defensoria Pública,
mormente a vista pessoal e prazo em dobro, nos termos do art. 128, I, VII e XI, LC 80/94.
II – FATOS
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 73
requereu a condenação da ré à obrigação de fazer, consubstanciada no cancelamento do
serviço de TV a Cabo e pagamento de compensação por dano temporal no valor de R$
5.000,00 (cinco mil reais).
III – DA OMISSÃO
Conforme dito acima, o embargante requereu em sua petição inicial duas providências
jurisdicionais: a condenação da ré à obrigação de fazer, ou seja, o cancelamento do serviço
de TV a Cabo, e a condenação ao pagamento de compensação por dano temporal no valor
de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).
Tendo o juízo se manifestado apenas sobre o dano temporal, resta a necessidade de o juízo
se manifestar sobre o pedido de condenação à obrigação de fazer, sanando a omissão nos
termos do art. 1.022, II, CPC.
IV – DOS PEDIDOS
Posto isso, frisando que serão observadas as prerrogativas dos membros da defensoria
pública, tais como prazo em dobro e vista pessoal, requer:
Defensor(a) Público(a)
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 74
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE
1. FUNDAMENTO LEGAL
Devem ser deduzidas por petição simples (que nada mais é do que uma
objeção de não executividade, conhecida no jargão forense por exceção
de pré-executividade). Para tanto, dispõe o executado do prazo de 15 dias,
a contar da comprovada ciência do fato ou da intimação do ato que se
pretenda impugnar (art. 525, §11, CPC).
2. MOMENTO DE UTILIZAÇÃO
Ainda, outras situações demandam a apresentação dessa peça, nos termos do art. 525,
§11, CPC, já mencionado:
3 CÂMARA, Alexandre Freitas. O NOVO PROCESSO CIVIL BRASILEIRO. 5ª ed., São Paulo: Atlas, 2019, p. 417.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 75
- questões relativas a fato superveniente ao término do prazo para apresentação da
impugnação ou
3. FIQUE LIGADO!
4. PROBLEMA CONCRETO
Anderson contraiu empréstimo com Júlia Mendes, sua vizinha no condomínio edilício em que
residem, no valor de R$ 10.000,00. Anderson havia perdido o emprego e precisava de capital
para pagar suas contas, razão pela qual ele procurou a mencionada vizinha para solicitar o
dinheiro.
Júlia, tendo em vista a natureza do contrato celebrado e a obediência aos requisitos legais,
promoveu execução em face de Anderson. Este, por sua vez, apresentou embargos à
execução, que foram julgados improcedentes. Júlia, então, promoveu a penhora de bens para
ver seu crédito satisfeito, tudo dentro dos ditames legais.
Entretanto, Júlia indicou à penhora o apartamento em que Anderson vive com sua esposa e
dois filhos, sendo que a família não possui outro imóvel para viver. A penhora foi efetivada e
você, membro da Defensoria que assiste Anderson na execução, foi intimado(a) pessoalmente
da decisão no dia 03 de novembro de 2020, terça-feira.
ENDEREÇAMENTO
Processo nº
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 76
QUALIFICAÇÃO E FUNDAMENTO LEGAL
I – PRELIMINARES
No que tange ao cabimento, o fundamento legal, como dito, será o art. 525, §11, CPC, que
dá o prazo de 15 dias para que a exceção seja apresentada. Como se trata de prazo em dobro
para a Defensoria, então são 30 dias. No caso, a intimação pessoal ocorreu em 3 de novembro,
findando o prazo no dia 15 de dezembro de 2020.
B) GRATUIDADE DE JUSTIÇA
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 77
O excipiente não possui condições financeiras de pagar as custas judiciais
sem prejuízo de sua subsistência, razão pela qual requer que seja declarado
o direito à gratuidade de justiça nos termos do art. 5º, LXXIV, CRFB c/c art. 98
e 99, §3º, CPC.
Outro tópico que deve estar presente é o referente às prerrogativas dos membros, tendo
em vista sua constante cobrança pelos examinadores.
II – FATOS
Como o enunciado não dispensou vocês da narrativa fática, então é necessário fazê-
la. No entanto, caso o enunciado fizesse essa dispensa, bastaria escrever “narrativa fática
dispensada pelo enunciado”.
III – MÉRITO
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 78
A impenhorabilidade do bem de família visa tutelar o direito à moradia
previsto no art. 6º, CRFB, dada a sua natureza de direito fundamental social.
Como forma de tutela desse direito, a Lei 8009/90 em seu art. 1º atribui o
caráter de impenhorável ao imóvel residencial próprio do casal, ou da
entidade familiar, não respondendo por dívida civil.
O outro ponto de mérito é justamente alegar que há prova pré-constituída sobre o bem
de família, o que cumpre com a exigência legal acerca da impossibilidade de dilação
probatória.
Por fim, em casos dessa natureza, uma menção ao princípio da menor onerosidade é
importante por demonstrar ao examinador um conhecimento acerca da letra da lei e da
doutrina.
Nesses termos, o art. 525, §11, CPC prevê a possibilidade de alegação por mera
petição, devendo haver prova pré-constituída da situação. O excipiente
atende aos requisitos legais, tendo em vista que se manifesta em
decorrência de ato que ocorreu após o julgamento dos embargos. Ademais,
há prova pré-constituída, tendo em vista que foram juntados aos autos
comprovantes sobre o imóvel ser bem de família.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 79
IV- EFEITO SUSPENSIVO
V- PEDIDOS
Por fim, em relação aos pedidos, lembrem de não pedir dilação probatória, eis que
incabível neste tipo de procedimento.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 80
PEDIDO DE PROCEDÊNCIA, LOCAL, DATA E ASSINATURA
Por fim, o encerramento da peça. No que tange a data, lembrem que colocar
exatamente a mesma que foi aposta no tópico da “tempestividade”.
Defensor Público.
6. MODELO DE PEÇA
Processo nº
Anderson, já devidamente qualificado aos autos, vem, por intermédio da Defensoria Pública do
Estado ....., com base no art. 134, CRFB c/c art. 4º, X, LC 80/94 e art. 525, §11, CPC apresentar
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE nestes autos de execução de título extrajudicial promovida
por Júlia Mendes, já devidamente qualificada aos autos, pelas razões de fato e jurídicas abaixo.
I – PRELIMINARES
O juízo possui competência para análise da exceção, tendo em vista que é o responsável por
conduzir a execução promovida pela excepta. Há, nessa esteira, cabimento na apresentação
da exceção de pré-executividade, tendo em vista a ocorrência de ato inadequado de penhora
sobre os bens do excipiente, nos termos do art. 525, §11, CPC.
B) GRATUIDADE DE JUSTIÇA
O excipiente não possui condições financeiras de pagar as custas judiciais sem prejuízo de sua
subsistência, razão pela qual requer que seja declarado o direito à gratuidade de justiça nos
termos do art. 5º, LXXIV, CRFB c/c art. 98 e 99, §3º, CPC.
Informa-se ao juízo que serão observadas as prerrogativas dos membros da DPE, mormente a
vista pessoal, prazo em dobro e dispensa de procuração, nos termos do art. 128, I, VII e XI, LC
80/94.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 81
II – FATOS
O excipiente contraiu empréstimo com a excepta no valor de R$ 10.000,00 mas, por dificuldades
financeiras, não conseguiu realizar a devolução do valor na forma combinada. A excepta
promoveu execução em face do excipiente e, tendo sido julgado improcedente os embargos
deste, a excepta promoveu a penhora de bens. Entretanto, a excepta indicou à penhora a casa
em que o excipiente vive com sua esposa e dois filhos, de maneira que o bem é impenhorável.
Por essa razão, apresenta-se esta exceção de pré-executividade.
III – MÉRITO
A impenhorabilidade do bem de família visa tutelar o direito à moradia previsto no art. 6º, CRFB,
dada a sua natureza de direito fundamental social. Como forma de tutela desse direito, a Lei
8009/90 em seu art. 1º atribui o caráter de impenhorável ao imóvel residencial próprio do casal,
ou da entidade familiar, não respondendo por dívida civil.
Assim, na ponderação entre o direito de o credor receber o seu crédito e o devedor manter
sua dignidade humana, por intermédio da moradia, o ordenamento jurídico pende em favor
deste.
Como se sabe, os embargos à execução existem como forma de defesa daquele que sofre a
execução, sendo a manifestação principal nesse sentido. No entanto, situações posteriores à
apresentação dos embargos, ou mesmo anteriores mas de ordem pública, podem surgir,
demandando atuação imediata do juízo que conduz a execução.
Nesses termos, o art. 525, §11, CPC prevê a possibilidade de alegação por mera petição, devendo
haver prova pré-constituída da situação. O excipiente atende aos requisitos legais, tendo em
vista que se manifesta em decorrência de ato que ocorreu após o julgamento dos embargos.
Ademais, há prova pré-constituída, tendo em vista que foram juntados aos autos
comprovantes sobre o imóvel ser bem de família.
Assim, é necessária procedência desta exceção, de maneira que a penhora realizada sobre o
bem de família do excipiente seja imediatamente desconstituída, como tutela do seu direito à
moradia.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 82
Em que pese haver dissenso doutrinário sobre o tema, é imperioso que no presente caso seja
concedido o efeito suspensivo à exceção de pré-executividade. A situação é de extrema
urgência, tendo em vista que a penhora no bem de família do excipiente foi realizada. Em
termos simples, em decorrência desse ato há risco concreto de o excipiente e toda a sua
família ficar sem residência por conta de dívida civil. Há prova pré-constituída no sentido de
que o imóvel serve de moradia, constatando-se, portanto, perigo da demora e relevância nas
alegações.
V- PEDIDOS
Posto isso, reiterando que serão observadas as garantias dos membros da Defensoria, requer:
Defensor Público.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 83
EMBARGOS À EXECUÇÃO
1. FUNDAMENTO LEGAL
No que tange o fundamento legal dos embargos à execução, o caput do art. 914, CPC
dispõe:
Ademais, seu prazo de interposição é de 15 dias (em dobro para a Defensoria), nos
termos do art. 915, CPC:
Mas, afinal, o que pode ser alegado? Vejam os incisos do art. 917, CPC:
2. MOMENTO DE UTILIZAÇÃO
Sempre que o enunciado da questão narrar um caso de execução de título, com vista
dos autos para manifestar-se, acendam o alerta em relação aos embargos à execução. Essa
é a peça adequada para rebater problemas na execução, como excessos, inexequibilidade
do título, inexigibilidade da obrigação etc.
3. FIQUE LIGADO!
Quanto aos embargos à execução, é importante frisar um recurso que não está
disponível para a impugnação ao cumprimento de sentença. Trata-se do parcelamento do
débito, previsto no art. 916, CPC. Vejamos:
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 84
Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente
e comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução,
acrescido de custas e de honorários de advogado, o executado poderá
requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas
mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de um por cento
ao mês.
Essa foi uma forma que o CPC encontrou de tutelar a menor onerosidade; se por um
lado isso preserva o direito do exequente, por outro faz com que o executado não tenha
dispêndios altos de uma única vez, o que poderia prejudicar sua subsistência.
Frisa-se que esse direito NÃO CABE no cumprimento de sentença, nos termos expressos
do art. 916, §7º, CPC.
4. PROBLEMA CONCRETO
Maria Thereza possui três filhos pequenos e ficou desempregada em abril, em decorrência da
pandemia causada pelo Corona Vírus. Em situação de dificuldade financeira, Maria procura
sua amiga, Ana Lopes, para solicitar um empréstimo urgente no valor de R$ 10.000,00, visando
pagar as contas de casa.
Ana empresta o dinheiro, mas antes elabora documento particular escrito em que consta o
valor do empréstimo, a assinatura de Maria e a assinatura de duas testemunhas.
Ficou combinado que Maria pagaria o valor integralmente no mês seguinte, tendo em vista
que ela seria contratada em um cargo alto numa multinacional. Porém, a companhia adiou a
contratação para 2021 e, por isso, Maria ficou sem dinheiro para pagar Ana. Esta, por sua vez,
munida do documento assinado, ajuizou execução em face de Maria Thereza, cobrando o
valor de R$ 10.000,00 referente ao empréstimo, mais um valor de R$ 5.000,00 a título de
“compensação” por ter emprestado o montante.
Maria procura a Defensoria Pública do Estado ….. e explica a situação. Você é designado para
atuar no caso e é citado pessoalmente no dia 6 de outubro de 2020, terça-feira. Apresente a
manifestação cabível, no último dia do prazo. Considere os sábados e domingos, mas
desconsidere eventuais feriados que surjam na contagem.
ENDEREÇAMENTO
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 85
O endereçamento dos embargos à execução é para o juízo em que é promovida a
ação de execução. Isso porque o art. 914, §1º, CPC dispõe que os embargos à execução serão
distribuídos por dependência e autuados em apartado. Assim, logo abaixo do endereçamento
propriamente dito, façam alusão à distribuição por dependência.
Maria Thereza, estado civil, profissão, inscrita no CPF sob o nº ….., endereço
eletrônico ….., domiciliada em….., vem, por intermédio da Defensoria Pública do
Estado ....., com base no art. art. 134, CRFB c/c art. 4º, X, LC 80/94 e art. 914, CPC
opor os presentes EMBARGOS À EXECUÇÃO em face de Ana Lopes, estado civil,
profissão, inscrita no CPF sob o nº ….., endereço eletrônico ….., domiciliada em…..,
pelas razões de fato e jurídicas abaixo.
I – PRELIMINARES
A) GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Tópico sempre presente nas peças, a gratuidade de justiça é direito a ser reconhecido
em favor da assistida.
Igualmente, as prerrogativas dos membros da Defensoria devem ser lembradas por vocês,
pela importância desse instrumento e também porque o espelho do examinador no concurso
certamente cobrará esse detalhe.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 86
Informa-se ao juízo que serão observadas as prerrogativas dos membros da
DPE, mormente a vista pessoal, prazo em dobro e dispensa de procuração,
nos termos do art. 128, I, VII e XI, LC 80/94.
C) COMPETÊNCIA DO JUÍZO
Nos termos do art. 914, §1º, CPC, os embargos são distribuídos por dependência
e autuados em apartados. No presente caso, a distribuição deu-se por
dependência nos autos em que a embargada promove execução em face
da embargante, razão pela qual o juízo é competente para análise desta
manifestação.
D) CABIMENTO E TEMPESTIVIDADE
Os embargos são cabíveis pois, como foi proposto pela embargada uma
execução de título executivo (art. 784, III, CPC), a manifestação defensiva
adequada são os embargos à execução (art. 914, CPC).
II – FATOS
Como o enunciado não dispensou vocês da narrativa fática, então é necessário fazê-
la. No entanto, caso o enunciado fizesse essa dispensa, bastaria escrever “narrativa fática
dispensada pelo enunciado”.
A embargante foi executada pela embargada nos autos do processo ….., tendo
a embargada cobrado o valor de R$ 15.000,00 referente a um empréstimo que
esta fez à embargante.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 87
Entretanto, o embasamento para o processo de execução é um documento
particular assinado pela embargante e por duas testemunhas, nos termos do
art. 784, III, CPC. Ocorre que o documento traz o valor de R$ 10.000,00, bastante
inferior àquele mencionado pela embargada em sua inicial. Por essa razão,
apresentam-se estes embargos à execução.
Nos termos do art. 917, III c/c §2º, I, CPC, o excesso de execução por parte
daquele que promove a execução de título executivo é motivo apto a ensejar
embargos à execução. Nesse sentido, nos termos do art. 917, §3º, CPC, o valor
que o impugnante entende correto é de R$ 10.00,00, conforme demonstrativo
acostado à petição.
Dessa forma, solicitem esse efeito nos termos do art. 919, §1º, CPC, pois, em regra, os
embargos NÃO POSSUEM efeito suspensivo. Além disso, um detalhe é que o CPC condiciona
esse efeito à garantia do juízo. Contudo, como se trata de parte hipossuficiente, o argumento
deve ser no sentido da desnecessidade dessa garantia, como forma de garantir o devido
processo legal.
Nos termos do art. 919, §1º, CPC, requer a concessão de efeito suspensivo aos
embargos. Os argumentos da embargante têm embasamento, haja vista que
o título executivo é expresso acerca do valor a ser executado (R$ 10.000,00). A
execução foi promovida no valor de R$ 15.000,00, o que é um claro excesso de
execução, de maneira que tal conduta deve ser obstada pelo Judiciário.
Ademais, há perigo na demora, haja vista que o processo de execução
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 88
poderá gerar constrição aos bens da embargante, causando-lhe prejuízos
imensuráveis.
V – PEDIDOS
Por fim, os pedidos. Detalhe é que como se trata de ação, deve haver o requerimento
de citação da embargada.
Encerrem a peça como de praxe, lembrando de datá-la com o mesmo dia que vocês
colocaram no tópico da tempestividade.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 89
Defensor Público.
6. MODELO DE PEÇA
Maria Thereza, estado civil, profissão, inscrita no CPF sob o nº ….., endereço eletrônico …..,
domiciliada em….., vem, por intermédio da Defensoria Pública do Estado ....., com base no art. art.
134, CRFB c/c art. 4º, X, LC 80/94 e art. 914 CPC opor os presentes EMBARGOS À EXECUÇÃO em
face de Ana Lopes, estado civil, profissão, inscrita no CPF sob o nº ….., endereço eletrônico …..,
domiciliada em….., pelas razões de fato e jurídicas abaixo.
I – PRELIMINARES
A) GRATUIDADE DE JUSTIÇA
A embargante não possui condições financeiras de pagar as custas judiciais sem prejuízo de
sua subsistência, razão pela qual requer que seja declarado o direito à gratuidade de justiça
nos termos do art. 5º, LXXIV, CRFB c/c art. 98 e 99, §3º, CPC.
Informa-se ao juízo que serão observadas as prerrogativas dos membros da DPE, mormente a
vista pessoal, prazo em dobro e dispensa de procuração, nos termos do art. 128, I, VII e XI, LC
80/94.
C) COMPETÊNCIA DO JUÍZO
Nos termos do art. 914, §1º, CPC, os embargos são distribuídos por dependência e autuados em
apartados. No presente caso, a distribuição deu-se por dependência nos autos em que a
embargada promove execução em face da embargante, razão pela qual o juízo é
competente para análise desta manifestação.
D) CABIMENTO E TEMPESTIVIDADE
Os embargos são cabíveis pois, como foi proposto pela embargada uma execução de título
executivo (art. 784, III, CPC), a manifestação defensiva adequada são os embargos à execução
(art. 914, CPC).
Ademais, a presente impugnação é tempestiva, tendo sido oferecida dentro do lapso temporal
previsto no art. 915, CPC. A citação pessoal relacionada ao processo de execução ocorreu no
dia 6 de outubro de 2020. Considerando o prazo de 15 dias, contado em dobro tendo em vista
a prerrogativa dos membros da Defensoria, ele encerrou no dia 17 de novembro de 2020, data
da apresentação destes embargos.
II – FATOS
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 90
A embargante foi executada pela embargada nos autos do processo ….., tendo a embargada
cobrado o valor de R$ 15.000,00 referente a um empréstimo que esta fez à embargante.
Nos termos do art. 917, III c/c §2º, I, CPC, o excesso de execução por parte daquele que promove
a execução de título executivo é motivo apto a ensejar embargos à execução. Nesse sentido,
nos termos do art. 917, §3º, CPC, o valor que o impugnante entende correto é de R$ 10.00,00,
conforme demonstrativo acostado à petição.
Assim, devem os embargos ser julgados procedentes, para que a execução promovida pela
embargada ocorra nos exatos termos do título acostado aos autos do processo nº …….
Nos termos do art. 919, §1º, CPC, requer a concessão de efeito suspensivo aos embargos. Os
argumentos da embargante têm embasamento, haja vista que o título executivo é expresso
acerca do valor a ser executado (R$ 10.000,00). A execução foi promovida no valor de R$
15.000,00, o que é um claro excesso de execução, de maneira que tal conduta deve ser obstada
pelo Judiciário. Ademais, há perigo na demora, haja vista que o processo de execução poderá
gerar constrição aos bens da embargante, causando-lhe prejuízos imensuráveis.
Ainda, requer que se conceda o efeito suspensivo em favor da embargante sem que haja
necessidade desta promover a garantia do juízo, como forma de acesso ao devido processo
legal e ampla defesa (art. 5º, LIV e LV, CRFB). A embargante enfrenta um sério problema
financeiro, o que gerou inclusive a necessidade de contrair empréstimo com a embargada. É
inviável promover a garantia do juízo nesse momento, pois certamente isso prejudicaria sua
subsistência.
V – PEDIDOS
Posto isso, reiterando que serão observadas as prerrogativas dos membros da Defensoria,
requer:
d) no mérito, a procedência do pedido, para que a execução seja feita nos exatos termos do
título judicial executado, ou seja, no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais);
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 91
e) a produção de provas admitidas em direito, mormente a documental; e
Defensor Público.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 92
IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
1. FUNDAMENTO LEGAL
O art. 525, CPC embasa a impugnação ao cumprimento de sentença. O §1º dispõe sobre
as possíveis alegações em tal manifestação:
II - ilegitimidade de parte;
Assim, na hora de embasar a peça, esses incisos devem ser considerados e será
colocado aquele que se adequa perfeitamente à situação.
2. MOMENTO DE UTILIZAÇÃO
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 93
forma, o enunciado normalmente narrará uma situação em que, não tendo sido pago o débito,
iniciou imediatamente o prazo para manifestação. Essa manifestação é justamente a
impugnação ao cumprimento de sentença.
3. FIQUE LIGADO!
Pessoal, conforme o art. 916, CPC, No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do
exequente e comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de
custas e de honorários de advogado, o executado poderá requerer que lhe seja permitido
pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de
juros de um por cento ao mês.
Ou seja, o CPC traz uma “facilidade” ao devedor para pagar seu débito, trazendo a
possibilidade de parcelamento, tudo isso a ser resolvido no prazo para os embargos à
execução. Contudo, estamos tratando de IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. Nesse
caso, nos termos do art. 916, §7º, CPC, esse parcelamento não se aplica ao cumprimento da
sentença.
4. PROBLEMA CONCRETO
André Luiz é um senhor de 50 anos de idade, casado e que possui dois filhos adolescentes.
André perdeu seu emprego e, em um momento de extrema necessidade, procura sua prima,
Clara Mendes, em busca de um empréstimo no valor de R$ 2.500,00.
André Luiz realizou o pagamento de 8 parcelas, mas, novamente em grave situação financeira,
não conseguiu pagar as duas últimas parcelas.
Iniciado processo judicial sobre a situação, André Luiz foi condenado ao pagamento das duas
últimas parcelas, no valor total de R$ 500,00, corrigidos monetariamente e com juros de mora.
Clara iniciou cumprimento de sentença, mas executou o valor de R$ 900,00, por entender que
esse é o valor devido pelo tempo “perdido” com o processo.
O prazo para pagamento voluntário transcorreu e agora, você, defensor(a) de André, precisa
adotar a medida cabível ao caso.
ENDEREÇAMENTO
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 94
AO JUÍZO DA ..... VARA CÍVEL DA COMARCA ..... DO ESTADO......
Processo nº .....
Como não é ação autônoma, a qualificação é aquela que já consta nos autos. Em
relação ao fundamento legal, ATENÇÃO à indicação do dispositivo legal correto. Como o caso
trata de excesso de execução, então deve ser mencionado o art. 525, V, CPC.
I – PRELIMINARES
A) GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Em tese, se a pessoa já tem gratuidade de justiça, não é necessário requerer novamente
na impugnação ao cumprimento de sentença. Contudo, estamos falando de prova de
concurso. Então a gratuidade muito provavelmente está no espelho do examinador, de
maneira que essa preliminar É ESSENCIAL.
C) COMPETÊNCIA DO JUÍZO
A competência é uma preliminar simples, mas que também provavelmente estará no
espelho do examinador.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 95
O juízo é competente para análise da presente impugnação, tendo em vista
que nele foi proposto o cumprimento de sentença, prolatada às fls ....
D) TEMPESTIVIDADE
Como não foi solicitado no enunciado que a peça fosse datada no último dia de prazo,
basta fazer uma alusão genérica a esse assunto. No entanto, caso tal pedido fosse realizado,
lembrem-se: o prazo da impugnação começa só depois do prazo para pagamento voluntário,
nos termos do art. 525, caput, CPC.
II – FATOS
Como o enunciado não dispensou a narrativa fática, vocês devem fazer alusão ao
ocorrido da forma mais sucinta possível. No entanto, como houvesse essa dispensa, basta abrir
o tópico e, na linha abaixo, escrever “narrativa dispensada pelo enunciado”, ou similar.
Nos termos do art. 525, V, CPC, o excesso de execução por parte daquele que
promove o cumprimento de sentença é motivo apto a ensejar impugnação.
Nesse sentido, nos termos do art. 525, §4º, CPC, o valor que o impugnante
entende correto é de R$ 500,00, corrigidos monetariamente e com incidência
dos juros de mora, nos termos da sentença de fls ...., conforme demonstrativo
acostado à petição.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 96
Assim, deve a presente impugnação ser julgada procedente, para que o
cumprimento de sentença seja realizado nos exatos termos da sentença
prolatada pelo juízo.
Nos termos do art. 525, §6º, CPC, requer a concessão de efeito suspensivo à
presente impugnação. Isso porque o fundamento da impugnação é
relevante, tendo em vista que a sentença foi explícita no sentido de que eram
devidas apenas as duas últimas parcelas do empréstimo, totalizando o valor
de R$ 500,00 (mais as devidas atualizações).
V – PEDIDOS
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 97
Por fim, façam o pedido de deferimento, data, local e assinatura.
Local, data.
Defensor Público.
6. MODELO DE PEÇA
Processo nº .....
André Luiz, já qualificado aos autos, vem, por intermédio da Defensoria Pública do Estado .....,
com base no art. art. 134, CRFB c/c art. 4º, X, LC 80/94 e art. 525, CPC apresentar IMPUGNAÇÃO
AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA iniciada por Clara Mendes, já qualificada aos autos, pelas
razões de fato e jurídicas abaixo.
I – PRELIMINARES
A) GRATUIDADE DE JUSTIÇA
O reclamante não possui condições financeiras de pagar as custas judiciais sem prejuízo de
sua subsistência, razão pela qual requer que seja declarado o direito à gratuidade de justiça
nos termos do art. 5º, LXXIV, CRFB c/c art. 98 e 99, §3º, CPC.
Informa-se ao juízo que serão observadas as prerrogativas dos membros da DPE, mormente a
vista pessoal, prazo em dobro e dispensa de procuração, nos termos do art. 128, I, VII e XI, LC
80/94.
C) COMPETÊNCIA DO JUÍZO
O juízo é competente para análise da presente impugnação, tendo em vista que nele foi
proposto o cumprimento de sentença, prolatada às fls ....
D) TEMPESTIVIDADE
A presente impugnação é tempestiva, tendo sido oferecida dentro do lapso temporal previsto
no art. 525, caput, CPC.
II – FATOS
Conforme sentença prolatada às fls ...., o impugnante contraiu empréstimo com a impugnada
no valor de R$ 2.500,00, tendo sido combinado que o valor seria devolvido em 10 prestações
mensais de R$ 250,00 cada, com vencimento todo dia 10. Como somente foram pagas 8
parcelas, o impugnante foi condenado ao pagamento das duas parcelas restantes, com valor
corrigido e juros de mora.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 98
No entanto, em cumprimento de sentença, a impugnada cobra o valor de R$ 900 reais, valor
esse muito superior ao real débito do impugnante. Por essa razão, apresenta-se esta
impugnação.
Nos termos do art. 525, V, CPC, o excesso de execução por parte daquele que promove o
cumprimento de sentença é motivo apto a ensejar impugnação. Nesse sentido, nos termos do
art. 525, §4º, CPC, o valor que o impugnante entende correto é de R$ 500,00, corrigidos
monetariamente e com incidência dos juros de mora, nos termos da sentença de fls ....,
conforme demonstrativo acostado à petição.
Assim, deve a presente impugnação ser julgada procedente, para que o cumprimento de
sentença seja realizado nos exatos termos da sentença prolatada pelo juízo.
Nos termos do art. 525, §6º, CPC, requer a concessão de efeito suspensivo à presente
impugnação. Isso porque o fundamento da impugnação é relevante, tendo em vista que a
sentença foi explícita no sentido de que eram devidas apenas as duas últimas parcelas do
empréstimo, totalizando o valor de R$ 500,00 (mais as devidas atualizações).
V – PEDIDOS
Posto isso, reiterando que serão observadas as prerrogativas dos membros da Defensoria,
requer:
Local, data.
Defensor Público.
@CURSOEBLOGRDP #TÔCOMORDP 99
MANDADO DE SEGURANÇA
1. FUNDAMENTO LEGAL
Porém, não apenas a CRFB é usada para fundamentar o MS; lembrem da lei que regula
esse remédio, que é a Lei 12.016/09 (tratando das hipóteses de cabimento, além do
procedimento em si).
O MS será impetrado nos casos de tutela de direito líquido e certo, que não seja
amparado por HC ou HD. Nessa esteira, sempre que o enunciado fizer alusão a “direito líquido
e certo” , “urgência” ou situações congêneres, acendam o alerta. Provavelmente haverá a
necessidade de elaboração de Mandado de Segurança.
3. FIQUE LIGADO!
1- NÃO HÁ dilação probatória, tendo em vista que o remédio constitucional em questão só trata
de direito líquido e certo.
Por fim, atenção ao enunciado do STJ que trata sobre apontamento errôneo da
autoridade coatora (teoria da encampação). Nem sempre isso impedirá que o juízo de
imediato analise o mérito, ao contrário:
4. PROBLEMA CONCRETO
Felipe Costa é microempreendedor individual e está com o CNPJ regular. Ele possui créditos a
serem restituídos em decorrência da Restituição do Simples Nacional. No entanto, no dia 11 de
setembro de 2020 o impetrante recebeu em seu domicílio uma comunicação informando que
a restituição não seria integral pois o pagamento do recolhimento referente ao ICMS estava
em aberto (não obstante o impetrante realizar o pagamento de uma guia unificada).
Ricardo informou que não poderia considerar os pagamentos feitos, pois o comprovante
apresentado não possuía fé pública suficiente. Ainda, Ricardo informou que a compensação
já estava em vias de ser realizada, de maneira que não havia mais nada a ser feito no caso.
Felipe quer garantir seu direito líquido e certo à restituição e quer comprovar que não possui
débitos de ICMS, ou seja, referente à fazenda estadual. Há urgência no caso, de forma que
somente há uma via específica para a tutela do direito. Felipe buscou a Defensoria Pública no
dia 12 de setembro de 2020, e o membro do órgão adotou a providência legal no mesmo dia,
verificando que Ricardo não possui foro no tribunal de justiça.
ENDEREÇAMENTO
MANDADO DE SEGURANÇA
I – PRELIMINARES
A) COMPETÊNCIA
B) INTERESSE E LEGITIMIDADE
Também no MS incidem as condições da ação, de forma que deverá ser feita alusão à
elas.
C) TEMPESTIVIDADE
D) GRATUIDADE DE JUSTIÇA
II – FATOS
III – MÉRITO
No mérito, serão abordados os temas atinentes ao caso concreto. Aqui, serão dois: a
ausência de débitos de ICMS e o direito à declaração de créditos em favor do impetrante.
Por fim, os pedidos. Lembrem de seguir as observações da lei do MS, como notificação
à autoridade coatora, ciência do feito ao órgão de representação judicial do Ente e ciência ao
MP.
Aqui, como em toda peça, vocês não podem identificar o nome de vocês. Igualmente,
se o enunciado não trata de um lugar ou data específica, coloquem a previsão genérica sobre
esses pontos.
local, data
Defensor Público
6. MODELO DE PEÇA
Felipe Costa, estado civil, inscrito no CPF sob o nº ....., microempreendedor individual inscrito sob
o CNPJ nº ......, endereço eletrônico: ......, domiciliado em ...., vem, por meio da Defensoria Pública do
Estado ...., com base no art. 5º, inciso LXIX, CRFB c/c art. 1º, Lei 12.016/09 e art. 4º, I, LC 80/94, impetrar
MANDADO DE SEGURANÇA
I – PRELIMINARES
A) COMPETÊNCIA
O juízo possui competência para processamento e julgamento do feito, tendo em vista que o
ato ilegal foi praticado por agente público lotado na circunscrição desta Comarca. Assim, para
definição de competência, deve ser considerada a sede funcional da autoridade coatora,
conforme entendimento dos tribunais superiores. Ademais, a Constituição do Estado ..... não
trata de competência originária do Tribunal de Justiça para julgar e processar o feito.
B) INTERESSE E LEGITIMIDADE
O impetrante possui interesse para atuar no feito, tendo em vista que o Mandado de
Segurança, no caso, é a única forma apta a tutelar seu direito líquido e certo, em face de ato
ilícito da autoridade coatora. Ainda, também há legitimidade, pois o impetrante tutela direito
próprio em nome próprio.
C) TEMPESTIVIDADE
Nos termos do art. 23 da Lei 12.016/09, o direito de requerer mandado de segurança extinguir-
se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato
impugnado.
D) GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Requer o impetrante que seja reconhecido o direito à gratuidade de justiça, nos termos do art.
92, §3º, CPC, pois as custas da demanda causariam prejuízo a sua subsistência.
Informa-se ao juízo que serão usadas as prerrogativas dos membros da Defensoria Pública,
mormente a vista pessoal, prazo em dobro e dispensa de mandato, nos termos do art. 128, I, VII
e XI, LC 80/94.
II – FATOS
Ainda, a autoridade coatora informou que a compensação já estava em vias de ser realizada,
de maneira que não havia mais nada a ser feito no caso. Portanto, diante do ato ilícito da
autoridade, não restou outra alternativa que não a impetração do presente remédio
constitucional.
III – MÉRITO
Nessa situação, ao impetrante foi imposta uma inversão forçada do ônus da prova, sem
qualquer baliza legal, no sentido de que o impetrante quem deveria provar que estava quite
com o Fisco. Tal tipo de procedimento fere a boa-fé objetiva, que é corolário das relações
sociais.
IV – PEDIDOS
Posto isso, frisando que serão observadas as prerrogativas dos membros da Defensoria, requer:
c) a notificação à autoridade coatora para que esta apresente informações em 10 (dez) dias;
d) a ciência do feito ao órgão de representação judicial do Estado .... para que, querendo,
ingresse no feito;
e) a abertura de vista ao Ministério Público para que este, querendo, opine no feito;
f) no mérito, a concessão da ordem para que seja declarado nulo o ato de atribuição de débito
tributário em desfavor do impetrante, reconhecendo-se, em consequência, que o impetrante
está quite com a Receita Federal; e
g) sucessivamente, a concessão da ordem para que seja declarado que o impetrante possui
direito a receber a restituição de todos os créditos apurados no exercício, sem qualquer tipo
de desconto.
local, data
Defensor Pública
1. FUNDAMENTO LEGAL
O principal fundamento da rescisória é o art. 966, CPC, que trata das hipóteses que
autorizam essa medida:
IV - aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a
intervenção.
2. MOMENTO DE UTILIZAÇÃO
3. FIQUE LIGADO!
Assim, da última decisão proferida no processo, será possível ajuizar a rescisória em até
2 anos. CONTUDO, situação diferente é aquela que trata da rescisória fundada em prova nova.
Quando o caso for esse, cuidado com o §2º do artigo mencionado:
4. PROBLEMA CONCRETO
Paolo litigava com Maria Aparecida em uma ação de cobrança que foi julgada procedente
em favor desta. Chateado com a condenação, Paolo não interpôs recurso e deixou que a
demanda transitasse em julgado. Porém, 15 dias após o trânsito em julgado, Paolo descobre,
por meio de uma amiga em comum com Maria Aparecida, que o juiz sentenciante é neto dela.
De posse de documentos que comprovam o alegado, ele procura você, membro da
Defensoria para adotar a providência cabível ao caso.
ENDEREÇAMENTO
Como se trata de uma ação autônoma, a qualificação será feita nos mesmos moldes
de uma inicial comum, conforme se verá abaixo. Além disso, em relação ao fundamento legal,
fiquem atentos ao art. 966, CPC, pois os incisos que trarão a justificativa adequada apta a
embasar a rescisória.
Paolo, estado civil, profissão, inscrito no CPF sob o nº …, endereço eletrônico ….,
domiciliado em….., por intermédio da Defensoria Pública do Estado …., vem, com
base no art. 134, CRFB c/c art. 4º, X, LC 80/94 e art. 966, II, CPC ajuizar AÇÃO
RESCISÓRIA em face de Maria Aparecida, estado civil, profissão, inscrita no CPF
sob o nº …, endereço eletrônico …., domiciliada em….., tendo em vista a sentença
de mérito prolatada nos autos do processo nº……, conforme documentação.
I – PRELIMINARES
O juízo possui competência para análise do feito, tendo em vista que a ação
rescisória será proposta no Tribunal o qual o juízo sentenciante está vinculado.
Há também tempestividade, tendo em vista que a rescisória foi ajuizada
dentro do lapso de 2 anos previsto no art. 975, CPC.
Por fim, também resta presente o cabimento, pois conforme o art. 966, II, CPC,
esse é o instrumento apto a afastar a validade e eficácia de sentença
prolatada por juiz impedido.
O autor não possui condições para arcar com as custas processuais sem
prejuízo da sua subsistência, razão pela qual requer que se declare o direito à
Façam também alusão às prerrogativas dos membros da DPE, que igualmente devem
ser observadas na rescisória.
II – FATOS
Como o enunciado não dispensou vocês da narrativa fática, então é necessário fazê-
la. No entanto, caso o enunciado fizesse essa dispensa, bastaria escrever “narrativa fática
dispensada pelo enunciado”.
Dessa forma, tendo em vista o impedimento tratado no art. 144, IV, CPC, o juiz
não poderia ter sentenciado a demanda (que, inclusive, foi decidida
favoravelmente à ré). Por essa razão, ajuíza-se a presente rescisória.
Neste momento de discussão do mérito, agora será necessário atacar a situação que
embasa a rescisória. No caso posto, o juiz é neto da parte que figura como ré na rescisória
(autora da ação originária). Portanto, há impedimento do juiz, o que enseja rescisória.
Ainda, lembrem-se do conteúdo do art. 974, CPC, no sentido de ser pedida a rescisão da
decisão, com novo julgamento.
Salienta-se que no impedimento é vedado que o juízo atue, de forma que ele
deveria ter enviado os autos ao seu substituto legal. No entanto, o juiz não agiu
dessa forma, tendo inclusive sentenciado o feito.
IV – EFEITO SUSPENSIVO
Como existe uma sentença transitada em julgado, é possível que a parte beneficiária
promova o seu cumprimento. Por isso, é importante solicitar tutela para que se impeça essa
conduta da parte adversária. Lembrem que rescisória não tem efeito suspensivo em regra,
devendo este ser expressamente solicitado.
V – PEDIDOS
Por fim, façam o pedido de deferimento, atribuindo valor à causa, colocando o local, datando
e assinando.
Local, data.
Defensor Público.
6. MODELO DE PEÇA
Paolo, estado civil, profissão, inscrito no CPF sob o nº …, endereço eletrônico …., domiciliado em…..,
por intermédio da Defensoria Pública do Estado …., vem, com base no art. 134, CRFB c/c art. 4º, X,
LC 80/94 e art. 966, II, CPC ajuizar AÇÃO RESCISÓRIA em face de Maria Aparecida, estado civil,
profissão, inscrita no CPF sob o nº …, endereço eletrônico …., domiciliada em….., tendo em vista a
sentença de mérito prolatada nos autos do processo nº……, conforme documentação.
I – PRELIMINARES
O juízo possui competência para análise do feito, tendo em vista que a ação rescisória será
proposta no Tribunal o qual o juízo sentenciante está vinculado. Há também tempestividade,
tendo em vista que a rescisória foi ajuizada dentro do lapso de 2 anos previsto no art. 975, CPC.
Por fim, também resta presente o cabimento, pois conforme o art. 966, II, CPC, esse é o
instrumento apto a afastar a validade e eficácia de sentença prolatada por juiz impedido.
O autor não possui condições para arcar com as custas processuais sem prejuízo da sua
subsistência, razão pela qual requer que se declare o direito à gratuidade de justiça, nos termos
do art. 5º, LXXIV, CRFB c/c art. 98 e 99, §3º, CPC. Ainda, tendo como base o art. 968, §1º, CPC, requer
também a dispensa do depósito de 5% sobre o valor da causa, tendo em vista o pedido de
gratuidade de justiça.
Informa-se ao juízo que serão observadas as prerrogativas dos membros da DPE, mormente a
vista pessoal, prazo em dobro e dispensa de procuração, nos termos do art. 128, I, VII e XI, LC
80/94.
II – FATOS
O autor figurou como demandando no processo nº ….. movido por Maria Aparecida, ré nesta
ação rescisória. Ocorre que o juiz que conduziu o processo em primeiro grau é, conforme
documento acostado a estes autos, neto da ré, sendo, portanto, descendente em linha reta.
Dessa forma, tendo em vista o impedimento tratado no art. 144, IV, CPC, o juiz não poderia ter
sentenciado a demanda (que, inclusive, foi decidida favoravelmente à ré). Por essa razão,
ajuíza-se a presente rescisória.
Salienta-se que no impedimento é vedado que o juízo atue, de forma que ele deveria ter
enviado os autos ao seu substituto legal. No entanto, o juiz não agiu dessa forma, tendo
inclusive sentenciado o feito.
Assim, não há outra alternativa, devendo a sentença ser rescindida nos termos do art. 974, CPC,
proferindo-se novo julgamento.
IV – EFEITO SUSPENSIVO
Considerando o disposto no art. 969, CPC, requer a concessão de tutela provisória visando
obstar o cumprimento da decisão rescindenda, tendo em vista que há relevância nas
alegações do autor (conforme documentação), além do risco de dano pela possibilidade de
a ré executar o julgado.
V – PEDIDOS
Posto isso, reiterando que serão observadas as garantias dos membros da Defensoria, requer:
e) no mérito, a procedência da ação rescisória, com a sentença sendo rescindida nos termos
do art. 974, CPC, proferindo-se novo julgamento;
1. FUNDAMENTO LEGAL
O IRDR possui previsão no art. 976, CPC, sendo cabível nos casos lá enunciados:
Além disso, o IRDR tem prazo determinado para julgamento, possuindo preferência legal
salvo as exceções legais:
Art. 980, CPC. O incidente será julgado no prazo de 1 (um) ano e terá
preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu
preso e os pedidos de habeas corpus.
Uma vez julgado o incidente, a tese jurídica firmada possui aplicação em processos que
tratem de idêntica questão de direito e casos futuros. Esse é o conteúdo o art. 985, CPC:
Atenção que o IRDR será instaurado mediante uma pluralidade de demandas, que
versem sobre questão jurídica e que traga risco à isonomia e à segurança jurídica. Assim,
qualquer enunciado de prova que indique a presença de tais requisitos e a necessidade de
resolver a instabilidade jurídica é um importante indicativo acerca de a peça ser um IRDR.
3. FIQUE LIGADO!
No IRDR a Defensoria é expressamente legitimada, nos termos do art. 977, CPC. Vejam os
demais legitimados:
Outra questão a ser analisada é a discussão sobre se o CPC adota a teoria da “causa-
piloto” ou “procedimento-modelo” no IRDR.
Em síntese, na causa-piloto existe um caso de referência para, a partir dele, ser gerada
a tese jurídica que influenciará na decisão de outros casos similares. Já no procedimento-
modelo há multiplicação de processos, mas não há um processo de referência específico.
4. PROBLEMA CONCRETO
A Defensoria Pública verificou que diversos processos do Estado .... foram iniciados tratando da
responsabilidade estatal em decorrência de falecimento de presos nas carceragens. Há
decisões nesses processos que entendem que, em caso de omissão estatal, o Estado pode
ser responsabilizado nos termos do art. 37, §6º, CRFB. Por outro lado, há decisões que entendem
o oposto, no sentido de não ser possível tal responsabilidade.
Um exemplo é o processo de origem ....., que trata da presente questão. Frisa-se que não existe
afetação do tema em Tribunais Superiores e que as decisões conflitantes podem causar
insegurança jurídica.
Você, sendo membro da Defensoria Pública do Estado, deve adotar a providência cabível para
tentar sanar a referida insegurança jurídica.
ENDEREÇAMENTO
Em relação ao endereçamento, o IRDR tem curso no Tribunal, de maneira que deverá ser
proposto na segunda instância. Ademais, tem como referência uma demanda específica, de
maneira que se faz menção a ela também.
QUALIFICAÇÃO
I – PRELIMINARES
a) CABIMENTO
b) COMPETÊNCIA
Prevê o art. 978, CPC que o órgão responsável pelo julgamento será indicado
pelo regimento interno do Tribunal. Assim, há competência para julgamento,
devendo ser a petição distribuída ao órgão definido regimentalmente.
c) LEGITIMIDADE
Nos termos do art. 977, III, CPC, a Defensoria é legitimada para requerer a
instauração do IRDR, de maneira que está presente o requisito da
legitimidade.
d) REGULARIDADE FORMAL
Deve haver menção aos documentos necessários à admissão do requerimento, como
aspecto da regularidade formal.
Um requisito negativo para admissibilidade é que não haja afetação da matéria nos
Tribunais Superiores. Como o enunciado expressamente mencionou que não há tal afetação,
cabível o IRDR.
A discussão é sobre questões de direito, não de fato. É importante que seja trazida essa
explicação na peça, pois demonstra ao examinador conhecimento sobre o instituto.
Ademais, informa-se que não foram recolhidas custas, tendo em vista que
elas não são exigidas em IRDR, nos termos do art. 976, §5º, CPC.
II – FATOS
Façam uma breve síntese sobre os fatos, caso o enunciado não tenha dispensado
vocês dessa narrativa.
III – MÉRITO
a) DA QUESTÃO DE DIREITO
IV – PEDIDOS
Nos pedidos é feito um resumo da peça, lembrando que o MP deverá ser intimado para
intervir no feito. Ao final, o requerimento é no sentido de que seja instaurado o IRDR e o tema
jurídico seja analisado.
Como o enunciado não trata de local e data, não inventem dados, façam apenas a
previsão genérica.
Local, data.
Defensor Público
6. MODELO DE PEÇA
I – PRELIMINARES
A) CABIMENTO
O presente requerimento de IRDR é cabível, tendo em vista que existem diversos processos em
cursos no Estado .... que tratam da controvérsia em questão. Ademais, pela complexidade do
tema, há risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.
B) COMPETÊNCIA
Prevê o art. 978, CPC que o órgão responsável pelo julgamento será indicado pelo regimento
interno do Tribunal. Assim, há competência para julgamento, devendo ser a petição distribuída
ao órgão definido regimentalmente.
Nos termos do art. 977, III, CPC, a Defensoria é legitimada para requerer a instauração do IRDR,
de maneira que está presente o requisito da legitimidade.
D) REGULARIDADE FORMAL
O art. 976, §4º, CPC veda a instauração do IRDR se os tribunais superiores já tiverem afetado
essa questão. No entanto, na presente matéria, não há essa afetação, de maneira que há
possibilidade de esse requerimento ser admitido.
No caso, é possível a admissão do requerimento, tendo em vista que ele trata apenas de
questão de direito. O objetivo é definir, em nome da segurança jurídica, a possibilidade de
responsabilização do Estado .... nos termos do art. 37, §6º, CRFB, por morte de detentos em suas
dependências, considerando que condutas omissivas também se enquadram na
responsabilidade objetiva.
Ademais, informa-se que não foram recolhidas custas, tendo em vista que elas não são
exigidas em IRDR, nos termos do art. 976, §5º, CPC.
II – FATOS
III – MÉRITO
A) DA QUESTÃO DE DIREITO
No entanto, esse entendimento é controverso nos juízos de primeiro grau, razão pela qual o
presente IRDR é necessário.
Nos juízos em que se apura essa questão, verificam-se que decisões contraditórias têm sido
adotadas, com algumas admitindo essa responsabilidade e outras não admitindo. Assim, não
há isonomia nas decisões, o que certamente fere a segurança jurídica da questão.
IV – PEDIDOS
Posto isso, frisando que serão observadas as prerrogativas dos membros da Defensoria, requer:
a) o recebimento deste requerimento de IRDR, tendo em vista a presença dos requisitos para
tanto;
c) a requisição de informações dos juízos os quais possuem processos que tratam do ponto
abordado neste requerimento de instauração de IRDR;
e) no mérito, a instauração de IRDR, para que este Tribunal aprecie a questão jurídica acerca
responsabilidade do Estado em casos de condutas omissivas que causem o falecimento de
detentos em presídios, nos termos do art. 37, §6º, CRFB.
Local, data.
Defensor Público
RECURSO ESPECIAL
Para interposição do RESP, além de conhecer a sistemática do CPC (art. 1029 e ss), é
necessário conhecer as hipóteses de cabimento do recurso no art. 105, III, CRFB:
2. MOMENTO DE UTILIZAÇÃO
O RESP será acionado quando houver incidência de algum caso previsto no art. 105, III,
CRFB. Portanto, o examinador no enunciado fará a narrativa de alguma das situações que se
enquadram no dispositivo legal, além de procurar afastar a possibilidade de interposição de
outras peças (para evitar a possibilidade de anulação do gabarito).
3. FIQUE LIGADO!
4. PROBLEMA CONCRETO
Gilberto é cliente do plano de saúde “Saúde beleza” e estava numa viagem de negócios
quando, numa noite, passou mal. Socorrido e levado a um hospital particular que não tinha
cobertura de seu plano, Gilberto foi atendido.
Feito o pagamento pelo serviço, Gilberto solicitou ao seu plano de saúde reembolso, nos
termos do art. 12, VI, Lei 9656/98. O plano contudo, negou o direito, alegando que havia cláusula
contratual que vedada tal direito.
Gilberto demandou o plano de saúde mas, em primeira instância, seu pedido foi julgado
improcedente. Em sede de apelação, houve a mesma decisão: improcedência. Gilberto
destituiu o advogado que o assistia e procurou você, membro da Defensoria Pública, para
tomar a atitude judicial cabível, excluindo a possibilidade de Recurso Extraordinário.
Processo nº….
FUNDAMENTO LEGAL
O fundamento legal do RESP levará em conta a situação fática narrada. No caso, houve
negativa ao cumprimento de lei federal, o que atrai a incidência do art. 105, III, “a”, CRFB.
Lembrem também que na folha de interposição será feito o pedido de intimação da outra
parte, bem como o recebimento do recurso (no RESP há duplo juízo de admissibilidade).
Local, data.
Defensor Público.
RAZÕES RECURSAIS
Recorrente: Gilberto
I – PRELIMINARES
A) DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
C) DO INTERESSE E LEGITIMIDADE
O Recurso Especial, conforme art. art. 105, III, “a”, CRFB é cabível nos casos em
que for prolatada decisão que negue vigência de lei federal. No presente caso,
conforme será demonstrado, negou-se aplicação de lei federal, o que torna
cabível este recurso.
E) DO PREQUESTIONAMENTO
Por fim, o prequestionamento deve ser abordado, sendo requisito específico para o RESP
e o RE.
II – FATOS
Como o enunciado não dispensou vocês da narrativa fática, então é necessário fazê-
la. No entanto, caso o enunciado fizesse essa dispensa, bastaria escrever “narrativa fática
dispensada pelo enunciado”.
No caso, como dito, houve error in judicando por recusa à aplicação de lei federal. Nesse
caso, é necessária a reforma da decisão recorrida, com a aposição de todos os fundamentos
legais cabíveis para embasar o pedido.
A Lei 9656/98 prevê em seu art. 12, VI, de forma expressa, o direito ao
ressarcimento nos casos de despesas efetuadas pelo beneficiário com
assistência à saúde, em casos de urgência ou emergência, quando não for
possível a utilização dos serviços próprios, contratados, credenciados ou
referenciados pelas operadoras, de acordo com a relação de preços de
serviços médicos e hospitalares praticados pelo respectivo produto, pagáveis
no prazo máximo de trinta dias após a entrega da documentação adequada.
O recorrente tão somente alegou que, como havia previsão contratual que
vedava esse direito, então não seria possível cumpri-lo.
Dessa forma, deve a decisão ser reformada para, nos termos do art. art. 12, VI,
Lei 9656/98, ser a parte recorrida condenada a promover o ressarcimento
devido ao recorrente.
IV – PEDIDOS
Em relação aos pedidos, basta sintetizar o que foi alegado na peça. Sem grandes
mistérios, portanto.
Local, data.
Defensor Público
6. MODELO DE PEÇA
Processo nº….
Gilberto, já devidamente qualificado aos autos, vem, por meio da Defensoria Pública do Estado
…., com base no art. 105, III, “a”, CRFB c/c art. 134, CRFB c/c art. 1029, CPC interpor RECURSO ESPECIAL
em face de plano de saúde “Saúde beleza”, já devidamente qualificada aos autos.
Local, data.
Defensor Público.
RAZÕES RECURSAIS
Processo nº
Recorrente: Gilberto
Em que pese a competência técnica do juízo do Tribunal de Justiça do Estado ….., a decisão
recorrida viola frontalmente o art. 105, III, “a”, CRFB, razão pela qual não pode prosperar.
A) DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Informa o recorrente que este é beneficiário da justiça gratuita, tendo em vista sua
hipossuficiência econômica, razão pela qual deixa de realizar o recolhimento do preparo
referente à interposição do recurso.
Informa-se ao juízo que serão usadas as prerrogativas dos membros da Defensoria Pública,
mormente a vista pessoal, prazo em dobro e dispensa de procuração, nos termos do art. 128, I,
VII e XI, LC 80/94.
C) DO INTERESSE E LEGITIMIDADE
D) DO CABIMENTO E TEMPESTIVIDADE
O Recurso Especial, conforme art. art. 105, III, “a”, CRFB é cabível nos casos em que for prolatada
decisão que negue vigência de lei federal. No presente caso, conforme será demonstrado,
negou-se aplicação de lei federal, o que torna cabível este recurso.
Em relação à tempestividade, respeitou-se o previsto no art. 1.003, §5º, CPC, razão pela qual a
manifestação é tempestiva.
E) DO PREQUESTIONAMENTO
II – FATOS
A Lei 9656/98 prevê em seu art. 12, VI, de forma expressa, o direito ao ressarcimento nos casos
de despesas efetuadas pelo beneficiário com assistência à saúde, em casos de urgência ou
emergência, quando não for possível a utilização dos serviços próprios, contratados,
credenciados ou referenciados pelas operadoras, de acordo com a relação de preços de
O recorrente atendeu a todos os requisitos legais para usufruir de seu direito, de maneira que
ao recorrido não cabia opção entre cumprir ou não o dispositivo legal.
O recorrente tão somente alegou que, como havia previsão contratual que vedava esse direito,
então não seria possível cumpri-lo.
Dessa forma, deve a decisão ser reformada para, nos termos do art. art. 12, VI, Lei 9656/98, ser
a parte recorrida condenada a promover o ressarcimento devido ao recorrente.
IV – PEDIDOS
Posto isso, ressaltando que serão observadas as prerrogativas dos membros da Defensoria,
requer:
Local, data.
Defensor Público.
1. FUNDAMENTO LEGAL
Para interposição do RE, além de conhecer a sistemática do CPC (art. 1029 e ss), é
necessário conhecer as hipóteses de cabimento do recurso no art. 102, III, CRFB:
Além disso, o parágrafo terceiro é de suma importância, por versar sobre a repercussão
geral da matéria (sendo esse o elemento autorizador principal do RE):
2. MOMENTO DE UTILIZAÇÃO
O RESP será acionado quando houver incidência de algum caso previsto no art. 105, III,
CRFB. Noutro giro, o RE será usado diante das possíveis situações abarcadas pelo art. 102, III,
CRFB. Assim, o enunciado do examinador irá afastar a possibilidade de uso de outras peças
processuais, para evitar confundir os candidatos em demasia (gerando risco de anulação do
gabarito). Assim, normalmente serão contados casos em que o processo está perto de
encerrar e não resta outra opção a não ser recorrer em Brasília.
3. FIQUE LIGADO!
Assim, o RE é autorizado quando determinada lide trata de assuntos que tenham grande
relevância no sentido social, político, jurídico. Tudo isso conforme o art. 102, §3º, CRFB:
Atenção também ao quórum que autoriza a rejeição à repercussão geral, que será de
2/3 dos ministros.
4. PROBLEMA CONCRETO
Gilberto é cliente do plano de saúde “Saúde beleza” e estava numa viagem de negócios
quando, numa noite, passou mal. Socorrido e levado a um hospital particular que não tinha
cobertura de seu plano, Gilberto foi atendido.
Feito o pagamento pelo serviço, Gilberto solicitou ao seu plano de saúde reembolso, nos
termos do art. 12, VI, Lei 9656/98. O plano contudo, negou o direito, alegando que havia cláusula
contratual que vedada tal direito.
Gilberto demandou o plano de saúde mas, em primeira instância, seu pedido foi julgado
improcedente. Em sede de apelação, houve a mesma decisão: improcedência. Gilberto
destituiu o advogado que o assistia e procurou você, membro da Defensoria Pública, para
tomar a atitude judicial cabível.
Considere que o advogado anterior já havia interposto Recurso Especial e que o caso trata de
possível violação aos artigos 1º, III e 6º, caput, da Constituição Federal.
Processo nº….
FUNDAMENTO LEGAL
Local, data.
Defensor Público.
RAZÕES RECURSAIS
Processo nº
Recorrente: Gilberto
I – PRELIMINARES
A) DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
C) DO INTERESSE E LEGITIMIDADE
D) DO CABIMENTO E TEMPESTIVIDADE
O Recurso Extraordinário, conforme art. 102, III, “a”, CRFB é cabível nos casos em
que for prolatada decisão que contrarie dispositivo da Constituição Federal.
No presente caso, conforme será demonstrado, houve essa contrariedade, o
que torna cabível este recurso.
Por fim, o prequestionamento deve ser abordado, sendo requisito específico para o RESP
e o RE.
II – FATOS
Como o enunciado não dispensou vocês da narrativa fática, então é necessário fazê-
la. No entanto, caso o enunciado fizesse essa dispensa, bastaria escrever “narrativa fática
dispensada pelo enunciado”.
Na parte de mérito, o ideal é que a explicação fique o mais detalhada possível. Por isso,
no caso, uma sugestão era dividir o mérito em duas partes; a primeira, explicando a violação
à Lei 9656/98 e, na outra, as implicações constitucionais que essa violação teria.
A Lei 9656/98 prevê em seu art. 12, VI, de forma expressa, o direito ao
ressarcimento nos casos de despesas efetuadas pelo beneficiário com
assistência à saúde, em casos de urgência ou emergência, quando não for
O recorrente tão somente alegou que, como havia previsão contratual que
vedava esse direito, então não seria possível cumpri-lo.
Dessa forma, deve a decisão ser reformada para, nos termos do art. art. 12, VI,
Lei 9656/98, ser a parte recorrida condenada a promover o ressarcimento
devido ao recorrente.
A norma do art. 12, VI da Lei 9656/98 visa tutelar a saúde das pessoas, que é
direito fundamental previsto no art. 6º, caput, CRFB. Isso porque em caso de
emergência médica, não há possibilidade de se perquirir se determinado
hospital é ou não conveniado ao plano de saúde.
IV – PEDIDOS
6. MODELO DE PEÇA
Processo nº….
Gilberto, já devidamente qualificado aos autos, vem, por meio da Defensoria Pública do Estado
…., com base no art. 102, III, “a”, CRFB c/c art. 134, CRFB c/c art. 1029, CPC interpor RECURSO
EXTRAORDINÁRIO em face de plano de saúde “Saúde beleza”, já devidamente qualificada aos
autos.
Local, data.
Defensor Público.
RAZÕES RECURSAIS
Processo nº
Em que pese a competência técnica do juízo do Tribunal de Justiça do Estado ….., a decisão
recorrida viola frontalmente o art. 1º, III e art. 6º, caput, CRFB, razão pela qual não pode prosperar.
I – PRELIMINARES
A) DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Informa o recorrente que este é beneficiário da justiça gratuita, tendo em vista sua
hipossuficiência econômica, razão pela qual deixa de realizar o recolhimento do preparo
referente à interposição do recurso.
Informa-se ao juízo que serão usadas as prerrogativas dos membros da Defensoria Pública,
mormente a vista pessoal, prazo em dobro e dispensa de procuração, nos termos do art. 128, I,
VII e XI, LC 80/94.
C) DO INTERESSE E LEGITIMIDADE
D) DO CABIMENTO E TEMPESTIVIDADE
O Recurso Extraordinário, conforme art. 102, III, “a”, CRFB é cabível nos casos em que for prolatada
decisão que contrarie dispositivo da Constituição Federal. No presente caso, conforme será
demonstrado, houve essa contrariedade, o que torna cabível este recurso.
Em relação à tempestividade, respeitou-se o previsto no art. 1.003, §5º, CPC, razão pela qual a
manifestação é tempestiva.
Igualmente demonstrou-se a repercussão geral da causa, tendo em vista que se trata de tema
com relevância social e jurídica, que extrapola os interesses subjetivos da causa.
II – FATOS
A Lei 9656/98 prevê em seu art. 12, VI, de forma expressa, o direito ao ressarcimento nos casos
de despesas efetuadas pelo beneficiário com assistência à saúde, em casos de urgência ou
emergência, quando não for possível a utilização dos serviços próprios, contratados,
credenciados ou referenciados pelas operadoras, de acordo com a relação de preços de
serviços médicos e hospitalares praticados pelo respectivo produto, pagáveis no prazo
máximo de trinta dias após a entrega da documentação adequada.
O recorrente atendeu a todos os requisitos legais para usufruir de seu direito, de maneira que
ao recorrido não cabia opção entre cumprir ou não o dispositivo legal.
O recorrente tão somente alegou que, como havia previsão contratual que vedava esse direito,
então não seria possível cumpri-lo.
Dessa forma, deve a decisão ser reformada para, nos termos do art. art. 12, VI, Lei 9656/98, ser
a parte recorrida condenada a promover o ressarcimento devido ao recorrente.
A norma do art. 12, VI da Lei 9656/98 visa tutelar a saúde das pessoas, que é direito fundamental
previsto no art. 6º, caput, CRFB. Isso porque em caso de emergência médica, não há
possibilidade de se perquirir se determinado hospital é ou não conveniado ao plano de saúde.
Justamente por isso, há possibilidade de a pessoa ser atendida em local que não é coberto
pelo plano e, em contrapartida, solicitar reembolso ao plano de saúde, dentro dos limites legais.
A dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, CRFB) inclui também o direito de salvaguarda à saúde
e todos os meios idôneos a essa tutela são protegidos pela constituição. Dessa forma, é
inconcebível que normas que protejam situações-limite para a vida de alguém sejam
afastadas puramente por interesses contratuais.
Ademais, busca-se evitar um enriquecimento sem causa do plano de saúde, que recebe a
mensalidade integral e, em casos de emergência como a narrada, não teria custos
operacionais.
Posto isso, ressaltando que serão observadas as prerrogativas dos membros da Defensoria,
requer:
Local, data.
Defensor Público
1. FUNDAMENTO LEGAL
2. MOMENTO DE UTILIZAÇÃO
Assim, fiquem atentos aos enunciados de prova, pois o examinador será explícito no
sentido de existir uma decisão ilegal que precisa ser imediatamente combatida.
3. FIQUE LIGADO!
Na reclamação, é imprescindível que se tenha ciência do conteúdo do art. 988, §5º, CPC:
§ 5º É inadmissível a reclamação:
4. PROBLEMA CONCRETO
Pedro, 25 anos de idade, cumpre pena em regime fechado pelo crime de tráfico de drogas.
Em 22 de junho de 2020, Pedro adquiriu o direito de progressão de pena para o regime
semiaberto, tendo a Defensoria do Estado.... peticionado ao juízo da execução penal
requerendo a imediata transferência para o regime prisional menos gravoso.
Você, membro da Defensoria que assiste Pedro, foi intimado pessoalmente da decisão no
mesmo dia. Redija a peça cabível para enfrentar a decisão, considerando que a posição do
juízo da execução viola o enunciado de Súmula vinculante nº 56.
ENDEREÇAMENTO
Pessoal, no endereçamento vocês precisam considerar o art. 988, §1º, CPC, direcionando
a petição ao tribunal cuja decisão deve ser cumprida. No caso, como há descumprimento de
um enunciado de Súmula Vinculante, e o STF é o único órgão do Judiciário apto a editar tais
enunciados, o endereçamento dar-se-á à Presidência da Corte.
QUALIFICAÇÃO
Pedro, estado civil, profissão, inscrito no CPF sob o nº ....., endereço eletrônico
...., domiciliado em ...., vem, por intermédio da Defensoria Pública do Estado .....,
com base no art. 134, CRFB c/c art. 4º, X, LC 80/94 c/c art. 988, III, CPC apresentar
RECLAMAÇÃO em face da decisão do juízo de Execução Penal do Estado ......,
pelas razões de fato e jurídicas abaixo.
I – PRELIMINARES
a) GRATUIDADE DE JUSTIÇA
O pedido de custas é algo sucinto, mas que deve aparecer.
c) COMPETÊNCIA DO JUÍZO
e) REGULARIDADE FORMAL
Nos termos do art. 988, §2º, CPC, façam alusão à instrução da prova documental adequada.
II – FATOS
Caso o enunciado não dispense vocês da narrativa fática, façam uma alusão rápida
aos acontecimentos que ensejaram a interposição da reclamação.
Tendo em vista a urgência da situação, nos termos do art. 989, II, CPC, requer
a suspensão da decisão reclamada, com a transferência do reclamante
para o regime semiaberto ou, na falta de vagas, à prisão domiciliar.
V – PEDIDOS
Neste momento, vocês farão os pedidos da peça. Lembrem-se de detalhes trazidos pelo
CPC, como a necessidade de requisição de informações ao juízo reclamado e a necessidade
de que o MP tenha vista dos autos.
Por fim, deem o valor da causa, peçam o deferimento, façam menção à data, local e à
assinatura.
Local, data.
Defensor Público.
6. MODELO DE PEÇA
Pedro, estado civil, profissão, inscrito no CPF sob o nº ....., endereço eletrônico ...., domiciliado em
...., vem, por intermédio da Defensoria Pública do Estado ....., com base no art. 134, CRFB c/c art. 4º,
X, LC 80/94 c/c art. 988, III, CPC apresentar RECLAMAÇÃO em face da decisão do juízo de
Execução Penal do Estado ......, pelas razões de fato e jurídicas abaixo.
I – PRELIMINARES
A) GRATUIDADE DE JUSTIÇA
O reclamante não possui condições financeiras de pagar as custas judiciais sem prejuízo de
sua subsistência, razão pela qual requer que seja declarado o direito à gratuidade de justiça
nos termos do art. 5º, LXXIV, CRFB c/c art. 98 e 99, §3º, CPC.
Informa-se ao juízo que serão observadas as prerrogativas dos membros da DPE, mormente a
vista pessoal, prazo em dobro e dispensa de procuração, nos termos do art. 128, I, VII e XI, LC
80/94.
O juízo é competente para processar e julgar o feito, tendo em vista que a decisão do juízo da
execução penal do Estado .... afrontou enunciado de Súmula Vinculante emanado desta Corte
Suprema. Nesse sentido, o art. 988, III, CPC dispõe ser cabível a apresentação de reclamação
para cassação da decisão.
D) CONDIÇÕES DA AÇÃO
E) REGULARIDADE FORMAL
Informa-se ao juízo que foi feita a juntada de documentação necessária para apreciação da
reclamação, nos termos do art. 988, §2º, CPC.
II – FATOS
Tendo em vista que a decisão afronta o enunciado de súmula vinculante 56, a presente
reclamação é cabível.
A única hipótese incabível, que é a permanência no regime mais gravoso, foi justamente a
adotada pelo juízo reclamado.
Nesse sentido, há patente violação do entendimento sedimentado por este STF. Portanto, a
decisão do juízo reclamado precisa ser cassada, nos termos do art. 992, sendo imediatamente
determinada a transferência do reclamante para o regime semiaberto ou, na falta de vagas,
para a prisão domiciliar.
Tendo em vista a urgência da situação, nos termos do art. 989, II, CPC, requer a suspensão da
decisão reclamada, com a transferência do reclamante para o regime semiaberto ou, na falta
de vagas, à prisão domiciliar.
V – PEDIDOS
Posto isso, reiterando que serão observadas as prerrogativas dos membros da Defensoria,
requer:
a) o recebimento desta reclamação, eis que cabível, sendo o juízo competente para seu
processamento e julgamento;
Local, data.
Defensor Público.