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Área do Direito:
Civil; Processual
Resumo:
Trata-se de pesquisa qualitativa exploratória, de procedimento monográfico, de abordagem dedutiva, com
o escopo de investigar a possibilidade de negócios jurídicos processuais e de tutelas provisórias na ação de
procedimento especial de inventário. Com o desenvolvimento da pesquisa, pode-se observar a inclusão de
negócios jurídicos processuais atípicos no sistema jurídico brasileiro; a regulamentação das tutelas
provisórias em duas espécies: urgência (antecipada e cautelar) e evidência; e a inclusão do parágrafo único
no art. 647 do CPC15, possibilitando a concessão de determinadas medidas provisórias na ação de
procedimento especial de inventário. Diante disso, torna-se possível a concessão de tutelas provisórias no
procedimento de inventário. Em relação aos negócios jurídicos processuais atípicos na ação de inventário,
esses são cabíveis, possibilitando ao juiz o controle de sua validade, premissas ratificadas pelo STJ no
julgamento do REsp 1.738.656.
Palavras-chave:
Negócios Jurídicos Processuais – Tutela Provisória – Tutela de Urgência – Tutela de Evidência –
Procedimento de inventário
Abstract:
It’s an exploratory qualitative research, of monographic procedure, of deductive approach, with the purpose
of investigating the possibility of procedural contracts and interim protections in the action of special
inventory procedure. With the development of the research, it can be observed the inclusion of atypical
procedural contracts in the Brazilian legal system; the regulation of interim protections in two species:
urgency (anticipated and preventive) and evidence; and the inclusion of the sole paragraph in art. 647 of
CPC15 enabling the granting of certain provisional measures in the special inventory procedure action. With
this, it becomes possible to interim protections in the inventory procedure. In relation to atypical procedural
contracts in inventory actions, they are applicable, and the judge may control their validity, premises ratified
by the STJ in the judgment of REsp 1,738,656.
Keywords:
Procedural contracts – Interim protection – Urgency protection – Evidence protection – Inventory
Procedure
Sumário:
1. Introdução - 2. Negócios jurídicos processuais - 3. Tutelas provisórias - 4. Procedimento especial
de inventário e da partilha - 5. A possibilidade de tutelas provisórias e negócios processuais na ação
de inventário - 6. Análise do caso concreto no Resp 1.718.656/RJ - 7. Considerações finais - 8.
Referências
Para citar este artigo: STEFFLER, Luan Eduardo. Negócios jurídicos processuais e tutelas provisórias na
ação de procedimento especial de inventário. Revista de Processo. vol. 327. ano 47. p. 287-307. São Paulo:
Ed. RT, maio 2022. Disponível em: <http://revistadostribunais.com.br/maf/app/document?stid=st-
rql&marg=DTR-2022-9025>. Acesso em: DD.MM.AAAA.
1. Introdução
Após ser sancionado o CPC (LGL\2015\1656)15 através da Lei 13.105/15, diversos institutos processuais
foram introduzidos e alterados, buscando agasalhar o processo civil brasileiro nas necessidades do mundo
contemporâneo. Os negócios jurídicos processuais constituem uma grande inovação albergada pelo diploma
processual de 2015, já que foram pouco explorados pelas legislações processuais anteriores, ganhando
sucessivos estudos nos dias atuais. Nessa perspectiva, o CPC (LGL\2015\1656)15 positivou a possibilidade,
mediante certas condições, de que regras processuais sejam criadas pelas partes (art. 190 e 191),
sobrevalorizando a vontade dos jurisdicionados na busca por uma tutela jurisdicional efetiva, célere e justa.
No que concerne às tutelas provisórias, essas ganharam nova roupagem, extinguindo-se o processo cautelar
conjuntamente com as medidas cautelares atípicas contidas no CPC (LGL\2015\1656)73, de maneira a
unificar em um único regime, as “tutelas provisórias”, sejam elas de urgência (antecipada e cautelar),
concedidas a partir dos pressupostos da existência de perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo
e da probabilidade do direito, ou da evidência, sem que haja o perigo de dano, mas apenas altíssima
probabilidade de acolhimento do direito previsto em lei.
Não bastasse isso, de igual modo, outra novidade foi a inserção no parágrafo único do art. 647 da
possibilidade do magistrado, em decisão fundamentada, deferir antecipadamente, a qualquer dos herdeiros,
o exercício dos direitos de usar e de usufruir determinado bem, desde que, ao término do processo de
inventário, tal bem integre a cota do respectivo herdeiro, cabendo a este, desde o deferimento, todos os
ônus decorrentes do exercício daqueles direitos.
Diante de tais peculiaridades, o STJ, por meio do REsp. 1.738.656/RJ, pronunciou-se acerca da possibilidade
de negócios jurídicos processuais e do deferimento de tutelas provisórias no procedimento especial de
inventário e partilha. Portanto, a pesquisa tem como objetivo analisar o alcance da decisão da Corte
Superior, buscando com base em pesquisa bibliográfica apontar os fundamentos que possibilitam a
elaboração de negócios jurídicos processuais pelas partes, bem como o deferimento de tutelas provisórias
(urgência e evidência), nas ações de procedimento especial de inventário e partilha.
3. Tutelas provisórias
Desde os primórdios do ensino do direito, busca-se restringir os efeitos perniciosos do tempo, determinando
medidas que assegurem a plena realização do devido processo legal e a efetividade da tutela jurisdicional,
sobretudo em casos que comportam um certo grau de urgência.
Enrico Tullio Liebman24 acrescentava uma terceira atividade à função jurisdicional, além da
cognição/conhecimento e da execução, da qual a jurisdição realiza todo o ciclo de suas principais funções.
Tal atividade, tem por objetivo auxiliar, com o intuito de assegurar o curso eficaz do processo conjuntamente
com seu resultado útil, concorrendo assim, indiretamente, para a consecução dos objetivos gerais da
jurisdição, essa terceira atividade era denominada de processo cautelar pelo autor.
O CPC (LGL\2015\1656)73, elaborado pelo então ministro Alfredo Buzaid, discípulo direto de Enrico Tullio
Liebman, que durante os anos difíceis da Segunda Guerra, abrigou-se no território nacional, conduzindo um
movimento de atualização da processualística brasileira segundo os princípios jurídico-científicos revelados
na revolução operada a partir da obra de Oskar Bülow e ao longo das históricas lições de Giuseppe
Chiovenda25. Adotou no seu livro III, as chamadas medidas cautelares “Do processo Cautelar”, de Título
único “Das Medidas Cautelares”, do qual foi dividido em dois capítulos, o primeiro contendo as disposições
gerais e o segundo os procedimentos cautelares específicos.
Nas disposições gerais, constava o “Poder Geral de Cautela” previsto no art. 798, possibilitando ao
magistrado determinar medidas provisórias que julgasse necessárias, quando houvesse fundado receio de
que uma parte, antes do julgamento da lide, viesse a causar ao direito da outra lesão grave e de difícil
reparação.
O CPC (LGL\2015\1656)73 regulamentou a tutela de urgência de forma separada, isto é, em locais distintos.
A tutela de urgência não satisfativa (cautelar) era disciplinada pelo Livro III, que tratava do “processo
cautelar”, contendo o dever-poder geral de cautela, a teoria geral da cautelar, as cautelares inominadas
(atípicas) e as cautelares nominadas (típicas) em espécie26. No ano de 1994, foi introduzida no CPC
(LGL\2015\1656)73 a generalização da técnica antecipatória acoplada no art. 273, visando possibilitar a
tomada de decisões de cunho executivo e satisfativo no bojo do processo de conhecimento, através de
cognição sumária. Tratou-se de modificação com o escopo de contribuir para a eliminação de uma falha
estrutural do sistema processual, decorrente de uma opção não muito satisfatória pelo legislador, mas
também e, principalmente, se preocupou em distinguir a técnica antecipatória da técnica cautelar não as
equiparando.
Assim, pelo fato desses mecanismos processuais serem tratados em artigos esparsos, a doutrina daquela
época tentou traçar as diferenças entre as modalidades de tutelas. Teori Albino Zavascki27 sintetizou tais
distinções, sendo que na antecipação da tutela com base no art. 273 do CPC (LGL\2015\1656)73, a decisão
se destinava a antecipar os efeitos da futura decisão de mérito, ou seja, os efeitos que a parte pretende-se
antecipar seriam os mesmos a se obter no futuro com a tutela definitiva. De outra maneira, as medidas
cautelares possuem conteúdo próprio, diverso do conteúdo obtido pela tutela definitiva de mérito, o objeto
da cautelar não satisfaz o direito afirmado, mas apenas promove garantias para sua certificação ou para a
sua futura execução, as cautelares seriam então, medidas com eficácia limitada no tempo, mas sucedidas
por outra medida de semelhante natureza.
A comissão constituída pela presidência do Senado Federal para elaboração do anteprojeto do CPC
(LGL\2015\1656)15, sugeriu a criação de um título próprio para regular as modalidades de tutela
jurisdicional que obtivessem em princípio decisões provisórias, com intuito de tão somente assegurar a plena
utilidade prática da tutela definitiva, esta sim, apta a solucionar o litígio. Tal iniciativa, aprovada pelo Senado,
visou eliminar discussões acadêmicas sobre a natureza da antecipação provisória dos efeitos da tutela
jurisdicional28.
Desse modo, o CPC (LGL\2015\1656)15 passou a dedicar todo um livro, o quinto, denominado “Tutela
Provisória”, estipulando-se regras que permitem, generalizadamente, a concessão antecedente ou incidental
de medidas aptas a acautelar (no sentido de conservar) ou antecipar (no sentido de satisfazer) o direito
controvertido29.
Nesse norte, o diploma processual de 2015 impôs à tutela cautelar um tratamento bastante distinto do seu
antecessor. Visto que, este último consagrou o processo cautelar no seu livro III, do qual disciplinava em
um primeiro capítulo as regras gerais sobre a matéria e o procedimento cautelar comum, desdobrando o
segundo capítulo em quinze seções sobre os procedimentos cautelares específicos30. Os
arts. 294 a 311 do CPC (LGL\2015\1656)15, denominam de “tutela provisória” a ampla categoria
abrangendo as chamadas tutela de urgência (antecipada e cautelar) e de evidência, ressistematizando e
unificando no ponto de vista procedimental o instrumento das tutelas provisórias.
3.1. Tutela Provisória de Urgência
Em consonância com a sobrecarga do Poder Judiciário e com a demora na resolução dos processos
jurisdicionais, as partes em grande parcela das vezes, não podem suportar a morosidade final do
procedimento padrão para obterem sua pretensão, em virtude da existência de um perigo iminente de perda
ou de lesão do direito objeto de tutela jurisdicional. Tal situação de urgência, portanto, exige a concessão
de uma proteção judicial ágil e rápida31. Nesse ensejo, os jurisdicionados poderão lograr-se do manejo da
tutela provisória de urgência que tem como fundamento a existência de perigo de dano ou risco ao resultado
útil do processo (periculum in mora) e a probabilidade do direito (fumus boni iuris)32.
O perigo de dano e risco ao resultado útil do processo são pressupostos próprios da tutela provisória de
urgência, do qual recebeu tal denominação justamente por conter esses pré-requisitos. Sendo uma das mais
importantes técnicas processuais, por meio da qual impede que o tempo necessário à duração razoável do
processo cause danos à parte que tem razão. Hodiernamente não se pode pensar em processo efetivo, sem
que exista a possibilidade de se buscar medidas de urgência para combater o efeito nocivo do tempo, aliado
a situações de perigo e de perecimento do direito material durante todo o curso do processo33.
O § 1º do art. 300 do CPC (LGL\2015\1656)15, encapa a possibilidade de caução como contracautela, com
ressalva, reconhecida pela doutrina e pela jurisprudência, de que ela pode ser dispensada em caso de
hipossuficiência da parte interessada, sobre o assunto há entendimento consolidado no enunciado 49734 do
FPPC, segundo o qual: “as hipóteses de exigência de caução para a concessão de tutela provisória de
urgência devem ser definidas à luz do art. 520, IV, CPC (LGL\2015\1656)15”. O § 2º do art. 300 do CPC
(LGL\2015\1656)15, admite a concessão de liminar inaudita altera parte ou após justificação prévia da
tutela de urgência. Já, o art. 302 do CPC (LGL\2015\1656)15 impõe a responsabilidade da parte requerente
da tutela provisória de urgência, pelos danos que ela causar à parte contrária, caso a sentença final lhe seja
desfavorável, se obtida a medida em caráter antecedente não tiver promovido a citação do requerido no
prazo legal e, se a medida caducar ou se o magistrado acolher o pedido de decadência ou prescrição35.
Teori Albino Zavascki36 ratifica que são basicamente três situações que podem ocasionar risco à efetividade
da prestação jurisdicional: a) risco à certificação do direito material, pois a prova da sua existência se
encontra ameaçada (neste caso, cabe medida urgente para antecipar a produção das provas); b) risco à
futura execução forçada em virtude da dissipação patrimonial do devedor (a medida urgente terá, aqui, o
desiderato de garantir a execução – tutela de urgência cautelar); e c) risco em virtude da demora na fruição
do direito (a medida urgente, nessa situação, terá o objeto de antecipar a própria fruição do direito
afirmado).
A tutela de urgência é gênero das tutelas provisórias, dividida em duas categorias: a tutela cautelar – possui
o condão de tão somente assegurar o direito com técnicas como o arresto, sequestro, arrolamento de bens,
registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito.
E a tutela antecipada – satisfativa, entregando, desde logo, o bem da vida ou parte dele, possibilitando-se
sua estabilização, conforme o art. 304 do CPC (LGL\2015\1656)15.
Leonardo Ferres da Silva Ribeiro dispõe que a única diferença entre a tutela cautelar e a antecipada, reside
na eficácia entre elas, ou seja, na forma de sua atuação, no meio utilizado para imunizar o periculum in
mora, na antecipação utiliza-se a técnica satisfativa, ao passo que, na cautelar a técnica é conservativa.
Todavia, o que importa é a concessão da tutela jurisdicional de forma efetiva, com o meio mais adequado
a salvaguardar o direito. A técnica deve ser aquela que melhor se mostrar efetiva à tutela pretendida, não
sendo conveniente fixar marcos divisórios entre a cautelar e antecipação de tutela37.
Justamente por isso, é que se tem a possibilidade de fungibilidade esculpida no parágrafo único do
art. 305 do CPC (LGL\2015\1656)15. Muito por conta da “dúvida objetiva”, criada pela doutrina e pela
jurisprudência desde o CPC (LGL\2015\1656)73, sendo que, até hoje a sustação de protesto, por exemplo,
é medida de urgência considerada cautelar por determinados julgadores, mas de cunho antecipatório por
outros. Apesar disso, a realidade operativa tem demonstrado sensatez, empregando o desapego às formas
técnicas, prevalecendo-se a ideia de que as técnicas cautelar e antecipada são apenas meios para que se
atinja o fim de toda a jurisdição, isto é, a prestação da tutela jurisdicional38.
No mais, a tutela de urgência pode ser manejada em caráter antecedente (antes do pedido principal), ou
incidental (após ou em conjunto com o pedido principal), devendo estar condicionada a um juízo positivo
firme da existência do direito e da inevitabilidade do dano iminente. Sendo assim, o juízo deve equivaler-se
de uma ponderação favorável à prioridade da tutela do direito – alegado pelo requerente sobre eventual
direito do requerido, sacrificando o contraditório e a ampla defesa, cuja postergação constitui sempre uma
violência39.
7. Considerações finais
O CPC (LGL\2015\1656)15, instituído pela Lei 13.105/15, obteve como uma de suas premissas enquadrar
o Processo Civil com a Constituição Federal. Buscou-se novas técnicas processuais, com o propósito de dar
mais efetividade ao processo (direito fundamental à duração razoável do processo – artigo 5º,
LXXXVIII da CF (LGL\1988\3)), como também reduzir custos e a sobrecarga dos tribunais.
Os negócios jurídicos processuais foram sobrevalorizados no ordenamento jurídico nacional contemporâneo
no afago de realçar a vontade das partes, possibilitando aos sujeitos processuais flexibilizaram o
procedimento, buscando obter uma tutela jurisdicional efetiva, célere e justa. Tal mecanismo, inovou ao
positivar de forma expressa a possibilidade de celebração pelas partes de negócios processuais atípicos
(art. 190 do CPC (LGL\2015\1656)15). Pois, antes do advento do CPC (LGL\2015\1656)15, o entendimento
que se predominava na doutrina era no sentido de inexistência da categoria negócio jurídico processual
atípico, reconhecendo-se, de forma geral, somente atos processuais e não negócios processuais (estes eram
considerados sinônimos daqueles ou eram neles englobados).
Em se tratando das tutelas provisórias, o CPC (LGL\2015\1656)15 extinguiu o processo cautelar, de modo
que, as tutelas provisórias – abarcam o gênero de urgentes (cautelar e antecipada) e evidente, passando a
serem tratadas de forma conjunta, unificando o sistema.
Novidade trazida pelo diploma processual de 2015, está inserida no parágrafo único do art. 647,
possibilitando o juízo, em decisão fundamentada, deferir antecipadamente a qualquer dos herdeiros o
exercício dos direitos de usar e de usufruir determinado bem, desde que ao término do processo de
inventário, tal bem integre a cota do respectivo herdeiro, cabendo ao mesmo, desde o deferimento, todos
os ônus decorrentes do exercício daqueles direitos.
Portanto, em consonância com a análise dos negócios jurídicos processuais, das tutelas provisórias e do
procedimento de inventário e partilha. A presente pesquisa, chega à conclusão do cabimento tanto de
negócios jurídicos processuais atípicos, ressalvando o devido controle jurisdicional, somente em casos de
vícios de validade, bem como de tutelas provisórias (urgência e evidência) na ação de inventário e partilha,
prestigiando a efetividade, a duração razoável do processo, a cooperação e a autonomia da vontade das
partes.
Vale destacar, por fim, que o parágrafo único do art. 647 do CPC (LGL\2015\1656)15 encapa uma hipótese
de tutela de evidência esparsa, além do rol previsto no art. 311 do CPC (LGL\2015\1656)15. Cabendo a
pesquisas sucessivas identificar outras hipóteses, visto a importância do instituto no sistema jurídico
nacional.
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São Paulo: Dialética, n. 149, ago. 2015. p. 09-16.
14
.MITIDIERO, Daniel Francisco; ZANETI JÚNIOR, Hermes. Introdução ao estudo do processo civil: primeiras
linhas de um paradigma emergente. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris, 2004. p. 143.
15
.REDONDO, Bruno Garcia. Negócios processuais: necessidade de rompimento radical com o sistema do
CPC/1973 para a adequada compreensão da inovação do CPC/2015. Op. cit., p. 11.
16
.DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de direito processual civil. São Paulo: Malheiros, 2001. v. 1.
p. 484.
17
.BARBOSA MOREIRA, José Carlos. Convenções das partes sobre matéria processual. In: BARBOSA MOREIRA,
José Carlos. Temas de direito processual. São Paulo: Saraiva, 1984. p. 87-88.
18
.YARSHELL, Flávio Luiz. Convenção das partes em matéria processual: rumo a uma nova era? In: CABRAL,
Antonio do Passo; NOGUEIRA, Pedro Henrique (Coord.). Negócios processuais. Salvador: JusPodivm, 2015.
p. 63-64.
19
.REDONDO, Bruno Garcia. Negócios processuais: necessidade de rompimento radical com o sistema do
CPC/1973 para a adequada compreensão da inovação do CPC/2015. Op. cit., p. 15.
20
.BRASIL. Lei 11.105 de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Disponível em:
[www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm]. Acesso em: 29.09.2020: Art. 190.
Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes
estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os
seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.
21
.DIDIER JR., Fredie. Negócios Jurídicos Processuais Atípicos e Execução. Revista de Processo, v. 275, São
Paulo: Ed. RT, 2018. p. 194.
22
.TALAMINI, Eduardo. Op. cit.
23
.YARSHELL, Flávio Luiz. Op. cit., p. 79-80.
24
.LIEBMAN, Enrico Tullio. Op. cit., p. 277-278.
25
.Idem.
26
.REDONDO, Bruno Garcia. Estabilização, modificação e negociação da tutela de urgência antecipada
antecedente: principais controvérsias. Revista de Processo, v. 244. São Paulo: Ed. RT, jun. 2015. p. 167-194.
27
.ZAVASCKI, Teori Albino. Medidas cautelares e medidas antecipatórias: técnicas diferentes, função
constitucional semelhante. Revista de Processo, v. 82. São Paulo: Ed. RT, abr.-jun. 1996. p. 60.
28
.BEDAQUE, José Roberto dos Santos. Tutela provisória: considerações gerais. In: O novo Código de Processo
Civil: questões controvertidas. São Paulo: Atlas, 2015. p. 253-254.
29
.BUENO, Cassio Scarpinella. Novo Código de Processo Civil anotado. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. p. 33.
30
.GRECO, Leonardo. A tutela da urgência e a tutela da evidência no código de processo civil de 2015. In: DIDIER
JR., Fredie; FREIRE, Alexandre; MACÊDO, Lucas Buril de; PEIXOTO, Ravi (Orgs.). Procedimentos especiais,
tutela provisória e direito transitório. Salvador: JusPodivm, 2016. v. 4. p. 185. (Coleção Novo CPC. Doutrina
Selecionada. 2. ed.).
31
.OLIVEIRA NETO, Olavo de; MEDEIROS NETO, Elias Marques de; OLIVEIRA, Patrícia Elias Cozzolino
de. Curso de Direito Processual Civil. São Paulo: Verbatim, 2015. v. I.
32
.Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade
do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
33
.ANDRADE, Érico; NUNES, Dierle. Os contornos da estabilização da tutela provisória de urgência
antecipatória no novo CPC e o mistério da ausência de formação da coisa julgada. In: DIDIER JR., Fredie;
FREIRE, Alexandre; MACÊDO, Lucas Buril de; PEIXOTO, Ravi (Orgs.). Procedimentos especiais, tutela
provisória e direito transitório. Salvador: Juspodivm, 2016. p. 77. (Coleção Novo CPC – Doutrina Selecionada.
v. 4. 2. ed.).
34
.ENCONTRO DO FÓRUM PERMANENTE DE PROCESSUALISTAS CIVIS, 7, 2016, São Paulo. Enunciados do
Fórum Permanente de Processualistas Civis. Disponível em: [www.cpcnovo.com.br/wp-
content/uploads/2016/06/FPPC-Carta-de-Sa%CC%83o-Paulo.pdf]. Acesso em: 01.10.2020.
35
.GRECO, Leonardo. Op. cit., p. 199.
36
.ZAVASCKI, Teori Albino. Antecipação da tutela. São Paulo: Saraiva, 2009. p. 49-50.
37
.RIBEIRO, Leonardo Ferres da Silva. Tutela Provisória: tutela de urgência e tutela de evidência: Do CPC 1973
ao CPC/2015. ARRUDA ALVIM, Teresa; TALAMINI, Eduardo (Coord.). 3. ed. rev. e atual. São Paulo:
Thomson Reuters Brasil, 2018. (livro digital).
38
.LAMY, Eduardo de Avelar. Aproveitamento de meios no Processo Civil. Salvador: JusPodivm, 2020. p. 140-
152.
39
.GRECO, Leonardo. Op. cit., p. 199.
40
.LAMY, Eduardo de Avelar. Tutela provisória. São Paulo: Atlas, 2018. (sem páginas).
41
.FUX, Luiz. A tutela dos direitos evidentes. Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, Brasília, ano 2, n. 16,
abr. 2000. p. 1-2.
42
.DOTTI, Rogéria Fagundes. Tutela da evidência: probabilidade, defesa frágil e o dever de antecipar a tempo.
São Paulo: Ed. RT, 2020. (livro digital).
43
.MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela antecipatória, julgamento antecipado e execução imediata da sentença. São
Paulo: Ed. RT, 1997. p. 104.
44
.Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou
de risco ao resultado útil do processo, quando:
I – ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte;
II – as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em
julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
III – se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito,
caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;
IV – a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do
autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.
45
.DOTTI, Rogéria Fagundes. Op. cit. (livro digital).
46
.MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo Código de Processo Civil
comentado. rev. Atual e ampl. São Paulo: Ed. RT, 2017. p. 742.
47
.BUENO, Cassio Scarpinella. Op. cit., p. 543.
48
.NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil. 10. ed. Salvador: JusPodivm, 2018.
p. 972.
49
.NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Op. cit., p. 972
50
.BUENO, Cassio Scarpinella. Op. cit., p. 548.
51
.Art. 647. Cumprido o disposto no art. 642, § 3º, o juiz facultará às partes que, no prazo comum de 15
(quinze) dias, formulem o pedido de quinhão e, em seguida, proferirá a decisão de deliberação da partilha,
resolvendo os pedidos das partes e designando os bens que devam constituir quinhão de cada herdeiro e
legatário.
Parágrafo único. O juiz poderá, em decisão fundamentada, deferir antecipadamente a qualquer dos
herdeiros o exercício dos direitos de usar e de fruir de determinado bem, com a condição de que, ao término
do inventário, tal bem integre a cota desse herdeiro, cabendo a este, desde o deferimento, todos os ônus e
bônus decorrentes do exercício daqueles direitos
52
.SILVA, Ricardo Alexandre da; LAMY, Eduardo. Comentários ao Código de Processo Civil: artigos 539 ao
673. v. IX. ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel (Coord.). São Paulo: Ed. RT, 2016. p. 575-576.
53
.SILVA, Ricardo Alexandre da; LAMY, Eduardo. Op. cit., p. 575-576.
54
.PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Direito das Sucessões e tutela de evidência no novo CPC.
2016. ConJur. Disponível em: [www.conjur.com.br/2016-abr-10/processo-familiar-direito-sucessoes-tutela-
evidencia-cpc]. Acesso em: 12.10.2020.
55
.Civil. Processual civil. Ação de inventário. Celebração de negócio jurídico processual atípico. Cláusula geral
do art. 190 do novo CPC. Aumento do protagonismo das partes, equilibrando-se as vertentes do
contratualismo e do publicismo processual, sem despir o juiz de poderes essenciais à obtenção da tutela
jurisdicional efetiva, célere e justa. Controle dos negócios jurídicos processuais quanto ao objeto e
abrangência. Possibilidade. Dever de extirpar as questões não convencionadas e que não podem ser
subtraídas do poder judiciário. Negócio jurídico entre herdeiros que pactuaram sobre retirada mensal para
custeio de despesas, a ser antecipada com os frutos e rendimentos dos bens. Ausência de consenso sobre
o valor exato a ser recebido por um herdeiro. Arbitramento judicial. Superveniência de pedido de majoração
do valor pelo herdeiro. Possibilidade de exame pelo poder judiciário. Questão não abrangida pela convenção
que versa também sobre o direito material controvertido. Inexistência de vinculação do juiz ao decidido,
especialmente quando houver alegação de superveniente modificação do substrato fático. Negócio jurídico
processual atípico que apenas pode ser bilateral, limitados aos sujeitos processuais parciais. Juiz que não
pode ser sujeito de negócio jurídico processual. Interpretação estritiva do objeto e da abrangência do
negócio. Não substração do exame do poder judiciário de questões que desbordem o objeto convencionado
violação ao princípio do acesso à justiça. Revisão do valor que pode ser também decidida à luz do
microssistema de tutelas provisórias. Art. 647, parágrafo único, do novo CPC. Suposta novidade. Tutela
provisória em inventário admitida, na modalidade urgência e evidência, desde a reforma processual de 1994,
complementada pela reforma de 2002. Concretude aos princípios constitucionais da inafastabilidade da
jurisdição e da razoável duração do processo. Hipótese específica de tutela provisória da evidência que
obviamente não exclui da apreciação do poder judiciário pedido de tutela de urgência. Requisitos processuais
distintos. Exame, pelo acórdão recorrido, apenas da tutela da evidência. Acordo realizado entre os herdeiros
com feições particulares que o assemelham a pensão alimentícia convencional e provisória. Alegada
modificação do substrato fático. Questão não examinada pelo acórdão recorrido. Rejulgamento do recurso
à luz dos pressupostos da tutela de urgência. (BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Resp 1.738.656-RJ,
Recorrido: J A M S, Recorridos: A A S F; N A S; M M S; A A S – ESPÓLIO; M A S – INVENTARIANTE, rel.
Nancy Andrighi. Brasília, DF, 03.12.2019. Diário Oficial da União. Brasília).