Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Parole chiave: Diritto - Procedura civile - Onere della prova - Dovere di pagare la prova.
Revista de Processo • RePro 273/149-167 • Nov./2017
Sumário:
O estudo do processo civil e de qualquer outra área do Direito deve partir de um modelo
1
constitucional. É que não é mais possível pensar em processo sem antes estar atento
aos direitos e às garantias fundamentais disciplinados na Constituição Federal de 1988.
Dessa forma, todo cidadão, parte de um processo, deve obter a tutela jurisdicional
efetiva e adequada do Estado-juiz. É de se dizer, portanto, que tem direito fundamental
a um processo justo, devendo esse mesmo processo se balizar pelo consagrado na Carta
2
Magna de 1988. É a chamada fase do formalismo valorativo do fenômeno processual,
em que os institutos fundamentais do processo são analisados a partir dos direitos e das
garantias previstos na Constituição Federal.
3
A prova atuará no processo para que se tente chegar ao resultado justo pretendido ,
sendo sua utilização extremamente importante para o Estado-juiz prover a tutela
jurisdicional adequada e efetiva para a parte. Por isso se diz que, no plano do direito
processual, a prova estará ligada à reconstrução dos fatos em determinado caso.
4
Logo, a prova é de fulcral importância para a descoberta da verdade , devendo esta ser
entendida como provável ou relativa, que irá se construir pelo diálogo entre os sujeitos
do processo, uma vez que a verdade absoluta dos fatos nunca poderá ser reconstruída,
sendo tal pensamento considerado uma utopia. Nessa esteira, o seguinte raciocínio vem
a lume: o que se prova não são os fatos em si, mas sim as alegações de fato, as quais
assumem a importância jurídico-processual pretendida.
Não se busca, em tal ponto, esgotar o tema da prova em si, porquanto é assunto muito
extenso, servindo o presente apenas para situar o tema principal do presente trabalho,
bem como para estabelecer algumas importantes premissas.
2 Ônus da prova
O tema ônus da prova deve muito seu estudo aos trabalhos do jurista alemão Leo
5
Rosenberg , que influenciou grandes diplomas dos atuais Estados, entre eles, o
brasileiro. Foi por meio da sua Teoria das Normas (Normentheorie) que o sistema de
distribuição dos ônus probatórios puderam ser melhor delineados.
Dessa forma, a partir do estudo da Teoria das Normas, cada parte no processo deve
provar os pressupostos de fato para aplicação da norma que lhe é favorável,
encontrando-se aqui regras para distribuição dos ônus probatórios para cada uma das
partes. Assim, no nosso Código (de 1973 e de 2015), a incumbência de provar fatos
constitutivos cabe ao autor, ao passo que os impeditivos, modificativos e extintivos, ao
réu.
Atua, então, o onus probandi para definir quem cabe comprovar determinada alegação
de fato, sendo certo afirmar que, se a parte não se desincumbir de provar o pressuposto
de fato arguido, suportará a sucumbência, na hipótese de o conjunto probatório formado
no processo se tornar insuficiente para convencimento do juiz.
Trata-se aqui de regra de julgamento para o órgão judicial, que poderá decidir com base
em quem não logrou êxito em seus encargos probatórios quando a prova coligida não for
suficiente para formação final da convicção do juiz no momento da sentença. Por isso se
encontram casos, e.g., em que certa demanda foi julgada improcedente para
determinado autor, pois este não conseguiu provar fatos constitutivos do direito alegado,
incumbência que lhe pertencia, e a produção probatória coligida durante todo o processo
foi insuficiente para o magistrado chegar à sua convicção final.
É importante ressaltar que tal aspecto objetivo existe justamente para evitar a
ocorrência do non liquet, isto é, o juiz não pode deixar de decidir por não estar
convencido ou na dúvida, sendo-lhe permitido utilizar a regra de julgamento para
proferir sentença, uma vez que o conjunto probatório produzido durante toda a instrução
foi insuficiente para sua convicção.
Quanto ao ônus da prova, o artigo 373 do novo Código de Processo Civil brasileiro assim
dispõe:
Página 2
Dinamização do ônus da prova e o dever de custeá-la
§ 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das
partes, salvo quando:
O novel Diploma Processual brasileiro utiliza, conforme clara influência da Teoria das
Normas, a regra estática ou fechada do ônus da prova, isto é, caberá ao autor provar os
fatos constitutivos de seu direito e, ao réu, existência de fato impeditivo, modificativo ou
extintivo do direito do autor, não havendo, quanto a esse ponto, mudanças em relação
ao Código de 1973. Dessa forma, a distribuição do encargo probatório pelo critério
estático ou fixo continua como a regra geral no novo Código de Processo Civil.
Com isso, quis o Código de Processo Civil, ao instituir as regras de distribuição dos ônus
da prova, considerar a posição processual das partes e os pressupostos de fato aos quais
estas fincam as alegações aduzidas, com o consequente interesse em sua comprovação.
O Diploma aqui estudado trata com muito mais detalhes o tema do ônus da prova,
sendo bem delineado a quem incumbe determinado encargo e outras possibilidades, que
são possíveis em razão do objeto do processo perquirido em processo civil, possuindo
corte teórico extremamente diverso. Além disso, o novo Código de Processo Civil
coaduna-se com as garantias previstas na Constituição Federal de 1988.
A gênese do tema ônus dinâmico da prova se deu com o jurista inglês Jeremy Bentham,
que sustentava que em todo caso concreto deveria ser analisada a questão da
distribuição dos ônus probatórios especificamente, tornando-se tal método a regra geral.
Entretanto, o estudo do presente tema foi consagrado pelo jurista argentino Jorge W.
7
Peyrano , segundo o qual a dinamização deveria ser utilizada apenas em caráter
supletivo, devendo o critério estático e fechado ser a regra geral a ser adotada. Seus
Página 3
Dinamização do ônus da prova e o dever de custeá-la
Logo, a dinamização do ônus da prova não é teoria de aplicação inédita nos tribunais
brasileiros e no dia a dia forense, porquanto, ainda que sua propagação no mundo
jurídico seja relativamente nova, os tribunais brasileiros já vinham aplicando-a em casos
concretos ainda na vigência do Código de 1973.
Por esse dispositivo, a parte autora, prejudicada por certa relação de consumo, ficaria
desobrigada de provar fato constitutivo de seu direito, no caso de o magistrado verificar
hipossuficiência ou verossimilhança da alegação deste último em relação à parte ré,
hipótese em que a regra estática não iria se aplicar.
Após a drástica mudança que a Lei 8.078/90 trouxe às então regras estáticas do ônus de
provar e com a difusão dos estudos realizados pelo argentino Jorge W. Peyrano, a
possibilidade de se dinamizar as regras do onus probandi em determinados casos
concretos foi tomando força no ordenamento jurídico brasileiro, até culminar com sua
positivação na Lei 13.105/2015 (CPC/2015 (LGL\2015\1656)).
Para entender o ônus dinâmico da prova, é preciso revisitar o início do presente trabalho
e relembrar que não é possível estudar, hoje, processo civil sem antes atentar para a
Constituição Federal de 1988.
Em primeiro lugar, pode ocorrer que a parte, em determinado caso concreto, não esteja
em melhores condições de assumir o encargo probatório que a ela foi estipulado pela
regra geral estática e fechada, violando nessa relação jurídica processual a igualdade
substancial que deve permear todo o processo.
A técnica processual em tela atua inclusive para a formação do juízo de fato pelo
magistrado, uma vez que, melhor distribuído os encargos probatórios, mais condições a
prova terá de ser produzida e se tornar suficiente para o juiz chegar em seu
convencimento para prolatar sentença, a fim de que a tutela jurisdicional pretendida seja
a mais adequada e efetiva possível.
Página 4
Dinamização do ônus da prova e o dever de custeá-la
Será possível, então, dinamizar o ônus da prova toda vez que certa parte na relação
jurídica processual tiver maiores condições de suportá-lo, seja ela autor ou réu,
retirando o peso probatório de um sujeito em detrimento de outro. A mesma
possibilidade se aplicará em casos que o ônus atribuído a uma parte seja impossível ou
extremamente difícil de ser realizado, evidenciando-se, aqui, a ocorrência da chamada
14
probatio diabolica (prova diabólica) .
Nessa esteira, toma-se como exemplo uma demanda de responsabilização civil por erro
médico.
É razoável raciocinar que, se tais ônus ficassem a cargo do autor, a produção da prova
seria extremamente difícil em comparação ao réu, havendo a chamada probatio diabolica
. Evidente, portanto, que, para dinamizar o ônus da prova, a lei estabeleceu como
requisito a possibilidade de a parte ter informações específicas sobre os fatos,
conhecimento técnico ou maior facilidade em sua demonstração.
É a essência disposta pela letra da lei, disciplinada no artigo 373, § 1º, do CPC/2015
(LGL\2015\1656), quando dispõe que
Há de ressaltar também que o novo Código de Processo Civil veda a chamada probatio
diabolica reversa, conforme estipulado no § 2º, do artigo 373. Tal hipótese ocorre
quando o ônus da prova é dinamizado; no entanto, a parte que sofre o encargo
probatório modificado vê-se em uma situação cuja produção de prova torna-se
impossível ou extremamente difícil. Seria, pois, uma contradição ao próprio fundamento
de dinamizar o onus probandi, o que não pode ser aceito.
Pode ocorrer que, em determinado caso concreto, o chamado encargo diabólico seja de
igual valor para ambas as partes do processo, hipótese em que a dinamização do ônus
da prova não teria muito sentido de ser, visto que ausente qualquer fundamento para
tanto. Em tais casos, a regra de distribuição pode não ser alterada, mas sim os
standards (ou módulos de constatação) probatórios, a fim de que influam diretamente
16
da formação da convicção judicial.
Página 5
Dinamização do ônus da prova e o dever de custeá-la
Com o advento do novo Código de Processo Civil, tal discussão se tornou despicienda,
uma vez que, por previsão legal, o instante procedimental para prolação da decisão que
dinamiza o ônus da prova às partes é o saneamento e organização do processo, a teor
do disposto no artigo 357, III, do referido Codex.
Com essa disposição, é possibilitado o contraditório (art. 5º, LV, CF/88 (LGL\1988\3))
para a parte se manifestar quanto à possibilidade de dinamização do ônus da prova,
ocasião na qual poderá se desincumbir do encargo que lhe será atribuído, devendo a
decisão que modificar as regras do ônus ser proferida de forma fundamentada (art. 93,
IX, da CF/88 (LGL\1988\3) e art. 489, § 1º, do CPC/2015 (LGL\2015\1656)), conforme
dispõe o artigo 373, § 1º, in fine, do CPC/2015 (LGL\2015\1656).
Assim, as partes irão para a instrução processual com seus encargos devidamente
delineados quanto à produção de prova, que será fundamental para a formação do
convencimento do juiz no momento do julgamento da causa. Extirpa-se, então, a
possibilidade de decisão da dinamização do ônus da prova no momento da sentença, o
que violava garantias constitucionais e tomava as partes de surpresa no processo.
Por fim, se a parte estiver irresignada com a decisão que aplicou a regra de dinamização
na forma do artigo 373, § 1º, do NCPC, será cabível agravo de instrumento, com fulcro
no artigo 1.015, XI, do referido Diploma Processual, que deverá ser dirigido diretamente
ao tribunal competente.
Dessa forma, pode ser possível que o consumidor seja hipossuficiente, em seu viés
econômico, mas ainda assim não tenha direito à inversão do ônus da prova, porquanto,
no ponto específico analisado, não se demonstre tecnicamente hipossuficiente perante o
Código de Defesa do Consumidor.
Ainda que a Lei 8.078/90 tenha sido planejada para tratar especificamente da relação
consumerista e a inversão do ônus da prova tenha sido introduzida especificamente para
Página 6
Dinamização do ônus da prova e o dever de custeá-la
isso, bem como não se assemelhe totalmente com os conceitos introduzidos no artigo
373 do novo Código de Processo Civil, as premissas ali contidas podem ser aplicadas ao
instituto do ônus dinâmico da prova, no que tange ao seu aspecto econômico.
É que o novel Digesto Processual Civil, nas hipóteses em que permite dinamizar o ônus
da prova, não contemplou a deficiência/hipossuficiência financeira da parte, restringindo
a opção para a impossibilidade ou extrema dificuldade técnica na produção da prova.
Dessa forma, a dinamização do ônus da prova não implica em um dever de custear a
prova, tendo em vista a impossibilidade ou extrema dificuldade da parte hipossuficiente
nesse ponto.
O ordenamento jurídico brasileiro reservou legislação específica para quem alega ser
20
hipossuficiente econômico , como se observa na Lei 1.050/60 e agora nos artigos 98 a
102 do novo Código de Processo Civil, que tratam sobre a questão da gratuidade
judiciária, não podendo ser o artigo 373, § 2º, do CPC/2015 (LGL\2015\1656) analisado
para dinamizar o ônus da prova em razão de existir parte economicamente
hipossuficiente na relação jurídica processual, a fim de que a contraparte tenha o dever
de custear a prova, pois tem melhores condições para sua produção.
Para tomar como exemplo o que se sustentou até agora, veja-se a questão da prova
pericial, a qual gera, na maioria dos casos, situações mais intrigantes quanto ao custo da
prova, analisada a partir da importância da sua produção e capacidade econômica das
partes de um litígio.
O novo Código de Processo Civil não difere substancialmente do que já ocorria no Código
de 1973 quanto ao pagamento dos honorários periciais e sua antecipação. Os artigos 82,
caput e § 2º, e 95 do referido diploma processual estabelecem claramente as regras
para antecipação dos honorários periciais, cabendo o pagamento destes a quem tiver
requerido a prova pericial, ou será rateado, quando tiver sido instaurada de ofício pelo
magistrado ou a requerimento de ambas as partes. Se a parte for beneficiária da justiça
21
gratuita, o Estado deverá prover o pagamento da referida prova .
Dessa forma, e.g., se o autor solicitar a prova pericial, não pode o juiz dinamizar o ônus
econômico da prova ao réu, sob o argumento que este teria maior capacidade financeira
e que o autor seria hipossuficiente, ainda que, ao final do processo, caso o autor ganhe
ou perca a demanda, venha a ter de ressarcir os honorários periciais pagos
antecipadamente.
O mesmo pensamento se aplica no caso de a prova pericial ser solicitada ex officio pelo
magistrado, devendo ser rateada igualmente entre as partes, ainda que uma tenha
capacidade financeira insuficiente, aplicando-se, no caso e somente para ela, as
disposições estabelecidas nos artigos 98 a 102 do novo Código de Processo Civil e da Lei
1.050/60.
É importante ressaltar que nada impede que as partes convencionem sobre quem deverá
custear a prova, já que é permitido o negócio jurídico processual entre as partes quanto
a tal matéria, conforme já analisado em momento anterior, ao se realizar uma leitura
conjunta do artigo 373, §§ 3º e 4º, combinado com o artigo 190, ambos do CPC/2015
(LGL\2015\1656).
Em realidade, é fato que a não possibilidade de dinamizar o ônus da prova para a parte
que tenha maiores condições financeiras acarreta consequências não desejáveis, como o
engessamento do Judiciário, porquanto a parte que solicitou a prova – e é
hipossuficiente econômica – irá depender das regras da assistência judiciária, o que fará
com que o processo se protraia no tempo, pois as políticas públicas realizadas pelo
Estado não são suficientes para atender a tal demanda.
Em outra frente, tal medida certamente iria contra as regras previstas nos artigos 82 e
95 do Código de Processo Civil, além de contrariar a doutrina construída ao longo dos
anos sobre os conceitos do ônus da prova.
É que, a rigor, a produção de determinada prova (pericial, por exemplo) beneficia aquele
que a solicitou, sendo um contrassenso raciocinar que deveria a parte adversária custear
tal prova, somente porque tenha maiores condições financeiras, ainda que possa lhe
causar prejuízo futuramente. Afinal, o ônus da prova, segundo doutrina clássica, é um
25
imperativo do próprio interesse.
Dessa forma, não se demonstra uma obrigação para a parte solicitante a produção de
determinada prova, ainda que seja solicitada de ofício pelo juiz, podendo dela dispor; no
entanto, deverá arcar com as consequências de sua não produção, isto é, no momento
da sentença a ser proferida pelo juiz, este pode utilizar das regras do ônus da prova,
aqui em seu viés objetivo.
Tudo o que foi sustentado até agora é suficiente para concluir, inclusive, que não há
26
limitação ao direito à prova pelo jurisdicionado ao não possibilitar a dinamização do
ônus da prova econômico à parte que tem melhor condições de arcar com seu custo.
Em realidade, o direito à prova permaneceria intacto, uma vez que o Estado possui
dispositivos legais que possibilitam a produção da prova e seu pagamento para os
beneficiários da justiça gratuita; no entanto, o problema irá residir, a rigor, na
consecução do que a lei estabelece.
5 Conclusão
O novo Código de Processo Civil brasileiro, introduzido pela Lei 13.105, de 16 de março
de 2015, traz como principal ponto ser o primeiro diploma processual aprovado em
período democrático. Em razão disso, as novidades e os avanços ali apresentados sofrem
influência diretamente do disposto na Carta Magna de 1988, seguindo o defendido
estudo do processo civil por meio de um modelo constitucional. A previsão da
distribuição dinâmica do ônus da prova no Diploma Processual brasileiro é exemplo
disso.
Foi analisado que a regra estática e fechada do ônus da prova permanece, havendo, no
entanto, a introdução da moderna teoria da distribuição dinâmica, possibilitando a
adequação aos direitos e às garantias fundamentais proclamados pela Constituição
Federal de 1988, mormente o direito da ordem jurídica justa, evidenciando-se aqui a
igualdade em seu viés substancial e também o direito fundamental à prova.
Todavia, a teoria aqui indicada não pode ser aplicada para distribuir o ônus da prova a
quem tem maiores condições financeiras em produzi-la, uma vez que há dispositivos
legais para tanto, como pode se verificar na Lei 1.050/60 e também no novo Código de
Processo Civil, em seus artigos 98 a 102.
6 Referências
BADARÓ, Gustavo H. R. I. Ônus da prova no processo penal. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2003.
CAMBI, Eduardo. Teoria das cargas probatórias dinâmicas (distribuição dinâmica do ônus
da prova): exegese do art. 373, §§ 1º e 2º do NCPC. Revista de Processo, São Paulo, n.
246, p. 85-111, ago. 2015.
CARPES, Artur. Ônus dinâmico da prova. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora,
2010.
COMOGLIO, Luigi Paolo. Le prove civile. 3. ed. Torino: Utet Giuridica, 2010.
COUTURE, Eduardo J. Fundamentos del derecho procesal civil. 3. ed. Buenos Aires:
Roque de Palma. 1958.
DALL’AGNOL JUNIOR, Antonio Janyr. Distribuição dinâmica dos ônus probatórios. Revista
Jurídica, Porto Alegre, n. 280, 2001.
DIDIER JR., Fredie; BRAGA, Paulo Sarno; OLIVEIRA, Rafael. Curso de direito processual
civil. 9. ed. Salvador: JusPodivm, 2014. v. II.
FUX, Luiz. Curso de direito processual civil: processo de conhecimento. 4. ed. Rio de
Janeiro: Forense, 2008. v. 1.
KNIJNIK, Danilo. A prova nos juízos cível, penal e tributário. Rio de Janeiro: Forense,
2007.
LUCON, Paulo Henrique dos Santos. In: Comentários ao novo Código de Processo Civil.
CABRAL, Antonio do Passo; CRAMER, Ronaldo (Org.). Rio de Janeiro: Forense, 2015.
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz. Curso de processo civil: processo
de conhecimento. 9. ed. rev. e atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011. v. 2
MICHELI, Gian Antonio. La carga de la prueba. Trad. Santiago Sentís Melendo. Buenos
Aires: Ediciones Juridicas Europa-America, 1961.
OLIVEIRA, Carlos Alberto Alvaro de. Do formalismo no processo civil. 3. ed. São Paulo:
Saraiva, 2009.
PACÍFICO, Luiz Eduardo Boaventura. O ônus da prova no direito processual civil. 8. ed.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000. v. 4. (Coleção Estudos de Direito de Processo
Enrico Tullio Liebman).
SICA, Heitor Vitor Mendonça. Questões velhas e novas sobre a inversão do ônus da
prova (CDC (LGL\1990\40), art. 6º, VIII). Revista de Processo, São Paulo, n. 146, p.
49-67, 2007.
TARUFFO, Michele. La prueba de los hechos. 2. ed. Madrid: Editorial Trotta, 2005.
TUCCI, Rogério Lauria. Teoria do direito processual penal: jurisdição, ação e processo
penal (estudo sistemático). São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002.
ZANETI, Paulo Rogério. Flexibilização das regras sobre o ônus da prova. São Paulo:
Malheiros Editores, 2011.
3 Cf. COMOGLIO, Luigi Paolo. Le prove civile. 3. ed. Torino: Utet Giuridica, 2010.
4 Cf. TARUFFO, Michele. La prueba de los hechos. 2. ed. Madrid: Editorial Trotta, 2005.
5 Cf. ROSENBERG, Leo. La carga de la prueba. Trad. Ernesto Krotoschin. Buenos Aires:
Ediciones Jurídicas Europa-America, 1956.
6 Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às
partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às
especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e
deveres processuais, antes ou durante o processo. Parágrafo único. De ofício ou a
requerimento, o juiz controlará a validade das convenções previstas neste artigo,
recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em
contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de
vulnerabilidade.
Página 11
Dinamização do ônus da prova e o dever de custeá-la
9 Como exemplo, citem-se, entre outros: MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio
Cruz. Curso de processo civil: processo de conhecimento. 9. ed. rev. e atual. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2011. v. 2; ZANETI, Paulo Rogério. Flexibilização das regras sobre
o ônus da prova. São Paulo: Malheiros Editores, 2011; CARPES, Artur. Ônus dinâmico da
prova. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2010.
10 Vide ZANETI, Paulo Rogério. Flexibilização das regras sobre o ônus da prova. São
Paulo: Malheiros Editores, 2011. Também: DIDIER JR., Fredie; BRAGA, Paulo Sarno;
OLIVERA, Rafael. Curso de direito processual civil. 9. ed. Salvador: JusPodivm, 2014. v.
II.
14 Antonio Janyr Dall’Agnol Junior aduz que a dinamização dos ônus probatórios atua
em duas frentes: “em primeiro lugar, no interesse de propiciar a melhor solução para o
processo (interesse público) e, em segundo lugar, no interesse da própria parte de
contornar uma probatio diabólica (interesse particular)” (DALL’AGNOL JUNIOR, Antonio
Janyr. Distribuição dinâmica dos ônus probatórios: ensaio seminal sobre o tema. Revista
Jurídica, Porto Alegre, n. 280, 2001).
16 KNIJNIK, Danilo. A prova nos juízos cível, penal e tributário. Rio de Janeiro: Forense,
2007.
17 Artigo 6º, VIII, CDC (LGL\1990\40): “VIII – a facilitação da defesa de seus direitos,
inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a
critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as
regras ordinárias de experiências; [...]”.
18 A respeito do tema, vide: SICA, Heitor Vitor Mendonça. Questões velhas e novas
sobre a inversão do ônus da prova (CDC (LGL\1990\40), art. 6º, VIII). Revista de
Processo, São Paulo, n. 146, p. 49-67, 2007; GRINOVER, Ada Pellegrini et al. Código
Brasileiro de Defesa do Consumidor: comentado pelos autores do anteprojeto. 9. ed. Rio
de Janeiro: Editora Forense Universitária, 2007.
21 O artigo 95, § 3º, do NCPC estabelece que o pagamento da perícia pelo beneficiário
da justiça gratuita deverá ser (i) “custeada com recursos alocados no orçamento do ente
público e realizada por servidor do Poder Judiciário ou por órgão público conveniado”, ou
(ii) “paga com recursos alocados no orçamento da União, do Estado ou do Distrito
Federal, no caso de ser realizada por particular, hipótese em que o valor será fixado
conforme tabela do tribunal respectivo ou, em caso de sua omissão, do Conselho
Nacional de Justiça”.
27 Paulo Henrique dos Santos Lucon professa que: “A parte pode, no entanto, custear a
prova de determinado fato, embora seja esse ônus da contraparte, com a finalidade de
influenciar legitimamente o magistrado sobre a certeza contrária àquela versão
apresentada pelo adversário. Ser titular do ônus da prova quer dizer ter maior interesse
em sua produção. No entanto, essa proposição não tem valor absoluto, já que os outros
elementos dos autos e outras provas podem fazer com que o maior interesse na
produção passe a ser da outra parte” (LUCON, Paulo Henrique dos Santos. In:
Comentários ao novo Código de Processo Civil. CABRAL, Antonio do Passo; CRAMER,
Ronaldo (Org.). Rio de Janeiro: Forense, 2015. p. 580).
Página 14