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RELEVANTES
PAULO ROSENBLATT
1. INTRODUÇÃO
O CPC atual, por sua vez, trata, de imediato, das normas fundamentais do
processo civil, determinando, desde logo, em seu artigo 1°, que o processo “será
ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais
estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil [...]”. Não por acaso, a
legislação vigente é reconhecida como modelo constitucional de processo civil1.
1
Câmara, Alexandre Freitas. O novo processo civil brasileiro. 4. Ed. rev. e atual. – São Paulo: Atlas,
2018, p. 7.
Além disso, dá especial atenção ao indivíduo, no momento da aplicação do direito, ao
impor, em seu art. 8°, a promoção da dignidade da pessoa humana.
2
Leite, Gisele. Neopositivismo, neoconstitucionalismo e o neoprocessualismo: o que há realmente de
novo no direito? / Gisele Leite. Revista Eletrônica de Direito Processual – REDP. Volume IX. Periódico
da Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito Processual da UERJ, p. 213 – 235. Disponível em
https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/redp/article/view/20376, acesso em 02/03/2020.
3
ROSENBLATT, Paulo; MELO, Rodrigo Tenório Tavares de. O negócio jurídico processual como
estratégia para a recuperação do crédito inscrito em dívida ativa: o plano de amortização de débitos fiscais.
Direito Público: Revista Jurídica da Advocacia-Geral do Estado de Minas Gerias, v.15, n.1, jan./dez., 2018,
p. 257-273.
(i) é possível a condenação em honorários de sucumbência, quando a fazenda
pública, reconhece a procedência do pedido, inclusive em embargos à
execução fiscal ou exceção de pré-executividade?
4
Esta análise histórica e os fundamentos para os honorários de sucumbências podem ser vistos, com
profundidade, em DALLA, Humberto. Honorários advocatícios. Evolução histórica, atualidades e
perspectivas no novo CPC / Humberto Dalla. Revista Eletrônica de Direito Processual – REDP. Volume
IX Periódico da Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito Processual da UERJ. p. 261, disponível em
https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/redp/article/view/20379, acesso em 02/03/2020.
Observa Yussef Cahali que diante de situações insuperáveis, Chiovenda,
em La condanna nelle spese giudiziali, buscou a solução adequada para
determinados casos, por meio do critério da evitabilidade da lide. Assim,
reproduzindo o processualista italiano e o reconhecimento do pedido não
salva o réu da sucumbência, se não é efetivo e oportuno, de tal modo que
tivesse tornado evitável a lide; pois, nesse caso, prevalece a relação de
causalidade entre o réu e a lide, a determinar a condenação nas despesas5.
A situação objeto da primeira análise representa verdadeira exceção ao
exposto acima. É que, quando a fazenda pública reconhece a procedência do pedido, após
ser citada para apresentar resposta aos embargos à execução fiscal ou à exceção de pré-
executividade, não deve, em princípio, ser condenada ao pagamento de honorários de
sucumbência. Ao menos é o que determina o art. 19, § 1°, inciso I, da Lei n° 10.522/2002,
com a redação dada pela Lei n° 12.844/20136.
5
SARRO, Luís Antônio Giampaulo. Do princípio da causalidade no novo código de processo civil, em
Honorários advocatícios. Luís Antônio Giampaulo Sarro (Coleção Grandes Temas do Novo CPC).
Coordenador geral: Fredie Didier Jr. Salvador: Editora JusPODIVM, 2015, p. 39-56.
6
Lei n° 10.522/2002:
Art. 19. Fica a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional dispensada de contestar, de oferecer contrarrazões
e de interpor recursos, e fica autorizada a desistir de recursos já interpostos, desde que inexista outro
fundamento relevante, na hipótese em que a ação ou a decisão judicial ou administrativa versar sobre:
[...]
§ 1° Nas matérias de que trata este artigo, o Procurador da Fazenda Nacional que atuar no feito deverá,
expressamente:
I - reconhecer a procedência do pedido, quando citado para apresentar resposta, inclusive em embargos à
execução fiscal e exceções de pré-executividade, hipóteses em que não haverá condenação em honorários;
7
Tal dispositivo se refere apenas à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional como representante da União
Federal, o que também traz dúvidas acerca da sua aplicação analógica aos demais entes subnacionais.
STJ interpretou literalmente o dispositivo, consignando que, havendo o reconhecimento
da procedência do pedido, a fazenda nacional não deverá suportar tal ônus sucumbencial8.
8
STJ, AgInt no AREsp 1544450/RJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA
TURMA, julgado em 10/12/2019, DJe 12/12/2019.
9
STJ, REsp 1759051/RS, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, SEGUNDA TURMA, julgado em
13/12/2018, DJe 18/12/2018; AgInt no AREsp 1455358/SP, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 14/10/2019, DJe 17/10/2019.
10
STJ, EREsp 1215003/RS, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
28/03/2012, DJe 16/04/2012
11
MARINONI, Luiz Guilherme. Coisa Julgada sobre questão em favor de terceiros e precedentes
obrigatórios / Luiz Guilherme Marinoni. Revista Eletrônica de Direito Processual – REDP. Volume 19
Periódico da Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito Processual da UERJ, disponível em “https://www.e-
publicacoes.uerj.br/index.php/redp/article/view/39180”, acesso em 08/03/2020.
12
STJ, AgInt no AgInt no REsp n° 1.648.462/MG, Rel. Ministro Og Fernandes, SEGUNDA TURMA,
julgado em 06/06/2020, DJe 11/02/2020; AgInt no AREsp n° 1.455.358/SP, Rel. Ministro Gurgel de Faria,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 14/10/2019, DJe 17/10/2019.
posterior extinção do processo foram anteriores ao início da vigência da Lei n°
12.844/2013. Por este motivo, o novo regramento legal não seria aplicável aos casos.
Assim, ainda que indiretamente, houve reforço da intepretação favorável à dispensa aos
honorários em benefício da fazenda nacional.
13
STJ, REsp 1838973/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
22/10/2019, DJe 05/11/2019
14
Cunha, Leonardo Carneiro da. A Fazenda Pública em Juízo. Rio de Janeiro: Forense, 2016, p. 120.
15
Sumula 436 do STJ: A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o
crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco.
constituído valor referente às contribuições à seguridade social maior do que o devido,
sem que haja a retificação deste documento até o ajuizamento de execução fiscal. Neste
caso, nos autos do processo judicial, poderá ser comprovado o recolhimento equivocado,
com a consequente extinção do processo executivo. A fazenda nacional, entretanto, não
arcará com qualquer ônus, já que o processo ocorreu por culpa exclusiva do particular.
Assim, por culpa exclusiva do ente público, a parte executada foi obrigada a
constituir advogado para a promoção de sua defesa, o que impediria a escusa do ônus
processual à fazenda nacional, nessas circunstâncias.
16
STJ, AgInt no REsp 1590005/PR, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA,
julgado em 07/06/2016, DJe 14/06/2016. Entendimento similar ao defendido nessa decisão pode ser
encontrado nos seguintes julgados: AgInt no REsp 1654384/PR, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 04/05/2017, DJe 11/05/2017; AgInt no REsp 1668785/RS, Rel. Ministro
NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 25/10/2018, DJe 23/11/2018; e,
mais longinquamente, no AgRg nos EDcl no REsp 1412908/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS,
SEGUNDA TURMA, julgado em 06/02/2014, DJe 17/02/2014.
Ainda neste sentido, e novamente invocando o princípio da causalidade como
justificativa para a condenação da fazenda nacional ao pagamento da verba honorária, foi
o posicionamento firmado no AgInt no REsp n° 1.695.044/RS17. Interessante notar, neste
caso, o argumento da exequente de que a oposição de embargos à execução fiscal não
poderia ensejar o afastamento da dispensa aos honorários de sucumbência, já que, para
ela, “o benefício estatuído no art. 19, § 1º, da Lei 10.522/02 verdadeiramente pressupõe
a apresentação de embargos ou exceção de pré-executividade pelo executado”.
17
STJ, AgInt no REsp 1695044/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA
TURMA, julgado em 22/05/2018, DJe 29/05/2018
18
STJ, AgRg no REsp 1120851/RS, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em
04/03/2010, DJe 18/03/2010
19
TRF5, Apelação Cível n° 0812680-07.2018.4.05.8300, Des. Rel. Rogério de Meneses Fialho Moreira, 3ª
Turma, julgado em 29/6/2019.
pedido. Contudo, e neste ponto está o detalhe, a fixação do montante devido ocorreu a
partir da redução pela metade, nos termos do art. 90, § 4° do CPC20.
Apesar disso, a exação foi levada a cabo pela exequente. Assim, nos termos
do voto do relator, o “ônus processual se pauta pelo princípio da sucumbência, associado
ao princípio da causalidade, segundo o qual aquele que deu causa à instauração do
processo deve arcar com as despesas dele decorrentes”. E completou, ainda, que “a
Fazenda Nacional ingressou com a ação de execução fiscal com base em título inexigível,
e apenas se manifestou a favor do pedido da embargante após a oposição destes embargos
à execução fiscal. Assim, devida a condenação em honorários advocatícios”.
Desse modo, apesar de ter que arcar com tal ônus, este foi significativamente
reduzido com fundamento no art. 90, § 4° do CPC, que autoriza tal procedimento. Para o
Esta decisão pode contribuir, ainda, com reflexão até então não desenvolvida
em nenhuma das decisões analisadas. Trata-se da possibilidade de o art. 19, § 1°, inciso I
da Lei n° 10.522/2002 ter sido revogado pelo art. 90, § 4° do CPC, mesmo que a primeira
possua o status de lei específica. Edilson Pereira Nobre Jr22, em estudo voltado à fazenda
pública no novo CPC, mostrou que isto é possível, ponderando a cautela necessária na
defesa da tese da impossibilidade de afastamento de Lei específica em favor de Lei geral:
22
NOBRE JR., Edilson Pereira. A Fazenda Pública e o Novo Código de Processo Civil. Revista Brasileira
de Direito Processual – RBDPro. Belo Horizonte, ano 24, n. 96, out./dez. 2016.
3. O espaço para aplicação da equidade na fixação de honorários de
sucumbência em face da fazenda pública
23
Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor.
[...]
§ 3º Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos honorários observará os critérios
estabelecidos nos incisos I a IV do § 2º e os seguintes percentuais:
I - mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico
obtido até 200 (duzentos) salários-mínimos;
II - mínimo de oito e máximo de dez por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico
obtido acima de 200 (duzentos) salários-mínimos até 2.000 (dois mil) salários-mínimos;
III - mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico
obtido acima de 2.000 (dois mil) salários-mínimos até 20.000 (vinte mil) salários-mínimos;
honorários sucumbenciais em face da fazenda pública. No lugar da equidade foram
colocadas faixas percentuais – mínimos e máximos – a incidirem sobre o proveito
econômico obtido em 5 (cinco) patamares decrescentes, inversamente proporcionais a
valores pré-fixados no próprio dispositivo.
Chama atenção o problema jurídico por trás deste debate. É que, ainda que
não dito de forma expressa, a questão central consiste na escolha por uma das 3 (três)
correntes mais consagradas da teoria da interpretação jurídica, a fim de legitimar o
posicionamento adotado. Trata-se dos modelos descritivista, realista e argumentativista,
tal como sintetizado por Martha Toribio Leão24.
IV - mínimo de três e máximo de cinco por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico
obtido acima de 20.000 (vinte mil) salários-mínimos até 100.000 (cem mil) salários-mínimos;
V - mínimo de um e máximo de três por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico
obtido acima de 100.000 (cem mil) salários-mínimos.
24
LEÃO, Martha Toribio. O objeto da dogmática jurídica: o que fazem os estudiosos do Direito?
Martha Toribio Leão. Revista da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais. n. 76.
2020, p. 359 – 372. Disponível em
https://www.direito.ufmg.br/revista/index.php/revista/article/view/2075/1939, acesso em 8/03/2020.
A oposição extrema à esta proposta ocorreu mediante o realismo jurídico. De
acordo com esta tese, não há significado prévio à intepretação. As atribuições de sentido
seriam exclusivamente construídas pelos interpretes e, principalmente, pelos juízes, o que
implica atribuir aos julgadores ampla parcela de liberdade e, sobretudo, de poder.
25
LEÃO, Martha Toribio, idem, p. 359 – 372.
empregá-las, pois esta já não mais produziria os efeitos dela esperados. Após ser dita, já
representaria uma nova realidade.
26
ÁVILA, Humberto. Competências tributárias: um ensaio sobre a sua compatibilidade com as noções
de tipo e conceito / Humberto Ávila. – São Paulo: Malheiros, 2018. p. 52.
27
STJ, REsp 1795760/SP, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA TURMA, julgado em
21/11/2019, DJe 03/12/2019
Contudo, no acórdão, afirmou-se que o legislador não ponderou – porque é
impossível – todos os casos em que a faixa percentual para a fixação da verba atenderá à
razoabilidade ou proporcionalidade. Nesse contexto, caberia ao poder judiciário calibrar
eventuais exageros resultantes da aplicação literal do art. 85, § 3°, dando ao dispositivo a
intepretação que não causasse distorções entre o valor recebido pelo advogado (se muito
elevado) e o trabalho desempenhado por este (se bastante simplório).
Por essas razões, entendeu-se que o trabalho realizado pelo advogado não foi
determinante para a resolução da controvérsia e, em decorrência do alto valor da causa, a
aplicação dos percentuais previstos na legislação acarretaria remuneração
desproporcional, medida esta que não se coadunaria com o trabalho que a lei visou
remunerar.
Em todo o caso, o sentido atribuído ao § 8° do art. 85 extrapolou, e muito, o
previsto literalmente na redação do dispositivo.
28
SANTOS, Ramon Tomazela. Formalismo e tributação: contributo para as regras jurídicas e as
razões formais no Direito Tributário, Direito Tributário Atual, n. 40, São Paulo: Instituto Brasileiro de
Direito Tributário, p. 374, 2019.
29
Um exemplo fornecido por Ramon Tomazela Santos, a partir da obra de, Frederick Schauer, é
esclarecedor: “Para exemplificar o processo de formulação normativa, Frederick Schauer menciona a regra
que proíbe a entrada de cachorros no restaurante. Angus, um cachorro da raça Scottish Terrier, é levado a
um restaurante por seu dono. No restaurante, Angus comporta-se de forma inadequada, latindo para os
clientes, correndo pelo recinto, comendo migalhas de comida no chão e pulando nas demais mesas. Diante
dessa experiência concreta, que pode ser considerada um caso paradigmático, o proprietário do restaurante
decide criar uma regra proibindo a entrada de cachorros naquele estabelecimento, cuja justificação consiste
na eliminação dos distúrbios causados pelo comportamento inadequado dos cães. Assim, com base em um
evento particular, o proprietário formulou o predicado fático da regra jurídica a partir de uma generalização,
que proíbe a entrada de qualquer tipo de cachorro no restaurante. Essa generalização probabilística criada
pelo dono do restaurante pode ser “sobreinclusiva” ou “subinclusiva”. De um lado, a regra que proíbe a
entrada de cachorro no restaurante pode ser “sobreinclusiva”, na medida em que alcança, por exemplo, o
cão guia que auxilia na locomoção de portador de deficiência visual. Como o cão-guia é adestrado para se
comportar de maneira adequada naquele ambiente, o predicado fático da regra que proíbe a entrada de
cachorro no restaurante alcança um caso particular que não reflete a sua justificação subjacente, que
consiste justamente na eliminação dos distúrbios causados pelo comportamento inadequado dos cães em
restaurantes. De outro lado, regra que proíbe a entrada de cachorro no restaurante pode ser “subinclusiva”,
Essas intempéries, entretanto, não são capazes tornar a norma inválida. Isso
porque a generalização realizada mediante a inclusão ou supressão de alguns elementos
representa condição para tratamento uniforme e igualitário a todos os indivíduos
submetidos à lei.
pois não alcança outros animais que podem causar transtornos aos clientes, como os chamados “minipigs”
(i.e., pequenos porcos de estimação). SANTOS, Ramon Tomazela. Formalismo e tributação: contributo
para as regras jurídicas e as razões formais no Direito Tributário, Direito Tributário Atual, n. 40, São
Paulo: Instituto Brasileiro de Direito Tributário, p. 378, 2019.
30
STJ, AREsp 1423290/PE, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA TURMA, julgado em
17/09/2019, DJe 10/10/2019.
Esta situação fática acarreta a incidência do previsto no § 8° do art. 85,
especificamente no que se refere ao termo inestimável. Portanto, evidente que não houve
aplicação do instituto para além do posto na lei.
31
STJ, AgInt no REsp 1813200/MG, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, SEGUNDA TURMA, julgado
em 03/10/2019, DJe 08/10/2019.
32
STJ, AgInt no REsp 1812800/RN, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA
TURMA, julgado em 03/10/2019, DJe 14/10/2019
33
STJ, REsp 1746072/PR, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, Rel. p/ Acórdão Ministro RAUL ARAÚJO,
SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 13/02/2019, DJe 29/03/2019
Resposta: Há norma específica – art. 19, § 1°, inciso I da Lei n° 10.522/2002
– que dispensa a fazenda nacional do pagamento desta verba, quando reconhece a
procedência do pedido. Recentes decisões do STJ têm atribuído eficácia ao dispositivo,
confirmando este benefício à fazenda pública. Contudo, este posicionamento não é
pacífico, havendo precedentes refratários à concessão da isenção, baseados,
principalmente, no princípio da causalidade. Para além dos acórdãos proferidos pelo STJ,
os tribunais segundo grau oferecem suas contribuições, inovando, inclusive, ao
determinar a condenação do ente público, mas reduzindo-a pela metade, com fundamento
no art. 90, § 4° do CPC.
5. BIBLIOGRAFIA