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Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos - UNICEPLAC

Curso de Direito
Trabalho de Conclusão de Curso

A Problemática do Cabimento no Recurso de Agravo de


Instrumento no Novo Código de Processo Civil e sua contribuição
para a celeridade Processual:

Gama-DF
2022
Vinícius Gomes da Silva

A Problemática do Cabimento no Recurso de Agravo de


Instrumento no Novo Código de Processo Civil e sua contribuição
para a celeridade Processual:

Artigo apresentado como requisito para


conclusão do curso de Bacharelado em
Direito pelo Centro Universitário do
Planalto Central Apparecido dos Santos –
Uniceplac.

Orientador(a) e Professor: Rafael Pitta

Gama-DF
2022
Vinícius Gomes da Silva

A Problemática do Cabimento no Recurso de Agravo de


Instrumento no Novo Código de Processo Civil e sua contribuição
para a celeridade Processual:

Artigo apresentado como requisito para


conclusão do curso de Bacharelado em
Direito pelo Centro Universitário do
Planalto Central Apparecido dos Santos –
Uniceplac.

Gama, de março de 2022.

Banca Examinadora

Prof. Nome completo


Orientador

Prof. Nome completo


Examinador

Prof. Nome Completo


Examinador
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A Problemática do Cabimento no Recurso de Agravo de


Instrumento no Novo Código de Processo Civil:

Vinícius Gomes da Silva

Resumo:
O presente artigo tem por objetivo analisar o recurso de agravo em
geral, principalmente a exclusão do agravo retido pelo Novo Código de Processo
Civil e verificar se tal exclusão fere os princípios já garantidos pela constituição
federal de 1988, verificando, também sua origem e evolução histórica do recurso,
sua aplicabilidade ao longo da história, suas modalidades, utilizando como
metodologia a de seleção bibliográfica e posicionamentos doutrinais e por fim sua
aplicabilidade no direito brasileiro, desde o seu surgimento ate hoje, trazendo a luz,
principalmente por meio da doutrina todo o seu desdobramento histórico, alterações
e benefícios no curso dos processos, pesquisando e investigando de maneira
cirúrgica a tradição histórica processual recursal brasileira e expondo, também
desde o inicio o porque do costume de sempre recorrer de decisões já proferidas.

Palavras-chave: Agravo. Origem. Modalidade. Analise Histórica. Aplicabilidade.

Abstract:
This article aim to analyze the appeal in general, mainly the exclusion
of the withheld grievance, by the new code of civil procedure and veryfy whether
such exclusion violates pinciples already guaranteed by the federal constitution of
1988, also veryfying its origin and historical evolution of the resource, its aplication
throughout history, its modalities, using as a methodology the bibliografic selection
and doctrinal positions and finally its aplicability in brazilian law, from its emergence
until today, bringing to light, mainly on the part of the the doctrine all its historical
unfolding, alteration and benefits in the course of the process, researching and
surgically investigating the brazilian appeal procedural historical tradition and
explaining from the beginning why it is customary to aways appeal decisions already
made.

Keywords: Origem. Cabimento. Recurso. Agravo. Decisão Interlocutória.


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1.ORIGEM HISTORICA DO AGRAVO

No século XII, no reino de Portugal, foi criada uma competência direcionado


aos bispos, para que os mesmos julgassem decisões de juízes que julgassem
“torto”, de acordo com a Moacyr lobo da costa. A fonte poderia ter sido uma novela
de Justiniano, onde o imperador da época havia estabelecido que qualquer juiz que
contasse injuria contra uma pessoa no de correr de um protesto e aquele que sofreu
tal ato se sentisse agravado poderia “recorrer” ao bispo fazendo uma espécie de
“queixa” ou “reclamação”, pedindo para que o mesmo resolvesse a questão, porém
deixando a última palavra de castigo dada a autoridade maior ou seja o imperador.
Já no século XII o imperador D. Adoniso III, criou várias regras em relação ao
andamento dos processos, uma delas tornava o rei um juiz competente para julgar
apelação de sentenças permanentes e definitivas, no final do século XIV. A
legislação portuguesa já apresentava uma drástica mudança, o livro das leis e
posturas, constata Mário Júlio de almeida costa que essa provavelmente era o mais
antigo compilado de leis Portuguesas, a mesma permitia apelação de sentenças
definitivas, desde que se trata-se de decisão interlocutória ou seja permitia a
constatação de decisões que não tiveram solução final a lide proposta em juízo, tal
mudança foi consolidada pelo monarca que sucedeu, entretendo com passar dos
anos apelação das decisões interlocutórias se tornou uma questão problemática,
pois terminou por prolongar, e até procrastinar as demandas processuais, o monarca
ao analisar a questão percebeu a situação processual que foi criada e ordenou uma
mudança com o objetivo de regulamentar que apenas as decisões interlocutórias
sem resolução final de mérito é que poderiam sofrer apelação, porque uma vez que
a decisão fosse proferida, não poderia proferir outras, ou uma vez proferida, não
poderia proferir outras, ou uma vez proferida a sentença a mesma causa-se danos
irreparáveis, nem mesmo por sentença definitiva. A se deu pelo fato não do juiz não
acatar pedidos de revogação de decisão interlocutória, logo a parte agravada teria
que apresentar queixa ao rei (Querimas), logo o gravo surgiu da não reformulação
de decisões interlocutórias por parte do juiz (COSTA,1996, p.143)
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As ordenações manuelinas, que é uma compilação da legislação português


datada 1512 a 1513, composta por 3 sistemas diferentes a respeito de preceitos
jurídicos, pois o agravo de instrumento tal como se contempla surgiu apenas em
1521. Tais ordenações (1603) foram seriamente aplicadas no Brasil de tal forma que
passou a constituir a primeira legislação processual do Brasil, trazendo consigo
modalidades de agravo: agravo de instrumento, agravo ordinário, agravo de
ordenações não guardada, agravo de petição e agravo no alto do processo, mas no
ano de 1932 ficou estabelecido que os agravos de petição e agravo de instrumento e
petição deveriam se limitar aos agravos no alto do processo, Todavia o regulamento
737 extinguiu agravo no alto do processo, quanto o agravo de instrumento e petição
permaneceram, o art. 665 do regulamento 737 elenca as hipóteses cabíveis de
agravo. Em 1939 o código nacional discutia acaloradamente o princípio da oralidade
que deveria ao menos minimizar a necessidade ade utilizar tais recursos sem a
possibilidade de embargo para os recursos de agravo de instrumento, petição e no
alto do processo seria cabível números clausus, todavia a mesma foi extinguida em
1973,Possibilitando o andamento do agravo de instrumento, em caso de decisão
interlocutória fazendo que as especificações das hipóteses de cabimento fossem
eliminadas tirando do cenário o agravo de petição contra decisões definitivas e
também o agravo no alto do processo, pelas mãos do legislador. O novo código de
2015 trouxe consigo o objetivo de acabar com a ideia de sempre recorrer de
decisões interlocutórias, atrás vez § 1º do artigo 1009 dispondo que na fase de
conhecimento, as decisões não poderão ser obrigadas por preclusão tendo a
possibilidade de serem levantas apenas em preliminar de apelação e nas decisões
interlocutórias proferidas em fase de liquidação de sentença, no cumprimento de
sentença, no processo de execução e inventario (CORRÊA, 2001, p. 30).

1.1 CONCEITO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO E O CÓDIGO DE 1973

O Agravo de Instrumento é um recurso processual muito utilizado no Direito


Processual Civil e que tem por objetivo reformar decisões interlocutórias (decisões
que não colocam fim ao processo), ou seja, é um recurso cabível contra decisões
interlocutórias que não se adequam na ideia de sentença (THEODORO
JUNIOR,2016, p,1035).
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O código de 1973 dispondo o meio de impugnação das decisões


interlocutórias estranhamente permitiu que a requerimento da parte, o instrumento
não fosse formalizado, resultando na retenção do recurso nos autos, regulando,
assim o agravo retido como agravo de instrumento, mas com a lei 9.139/1995 o
recurso passou a ser chamado apenas de agravo, estabelecendo, porém, seu
processamento na forma de instrumento ou retido (THEODORO JUNIOR,2016,
p.1035).

A maior contribuição da lei anterior se deu no quesito de processamento, já


que o agravo de instrumento passou a ser endereçado diretamente ao tribunal,
enquanto os outros recursos tinham que ser interpostos diante do órgão judicial
responsável pelo ato decisório que foi impugnado e só então, depois encaminhado
para revisão no tribunal competente. Na época o legislador percebeu que o agravo
de instrumento tornou o ato de construção e debate do recurso muito dificultoso,
transformando o agravo, um recurso muito lento e complicado de ser manejado em
primeiro grau de jurisdição. Vale ressaltar, também que o agravo de instrumento não
possuía efeito suspensivo e não dispunha de nenhum outro meio que apressasse o
conhecimento da impugnação pelo tribunal ad quem. Já com a lei 9.139/1995 o
agravo de instrumento passou a ser despachado pelo relator, em segunda instancia
deixando para trás aquela incessante necessidade de uso do mandado de
segurança (THEODORO JUNIOR,2016, p.1036).

1.2 DECISÃO INTERLOCUTÓRIA E AGRAVO DE INSTRUMENTO NO NCPC DE


2015

Como dito anteriormente, no código de 1973 era indispensável evidenciar


que a decisão recorrida poderia de alguma maneira causar a parte lesão grave e de
difícil reparação não cabendo nem se admitindo o agravo em sua forma instrumental
para impugnar a decisão, pois no caso concreto só se aplicara agravo retido,
entretanto com o Novo Código de Processo Civil de 2015 tal diferença desapareceu
e com ela o agravo na forma retida. As decisões interlocutórias passaram a ser
recorríveis somente nos casos previstos no rol taxativo do art.1015 e o novo código
baseando-se nos princípios da celeridade e da efetividade do processo promoveu
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certas modificações no que diz respeito a aplicabilidade do agravo, como a


elaboração de um rol taxativo que elenca as decisões que são passíveis de
interposição pelo agravo de instrumento (art.1015), a abolição do agravo retido e
consolidando que a impugnação deveria ser feita em preliminar de apelação ou
contrarrazões de apelação após a sentença (art.1009, §1°) em casos de decisões
não alcançáveis por agravo instrumental e além das hipóteses elencadas no referido
artigo, também caberá agravo nas decisões proferidas na fase de liquidação de
sentença, cumprimento de sentença, processo de execução e inventario. No
processo de execução e no cumprimento de sentença, não existe mais abertura
para uma nova sentença sobre o mérito da causa, visto que o direito a ser atingido
ou suprido se dar na satisfação material da parte e no processo de inventário no que
tange a questão da admissão dos herdeiros resulta em decisão interlocutória.
Portanto a comprovação do risco de lesão grave e difícil reparação segundo o NCPC
de 2015, não é mais requisito para cabimento de agravo, logo sua admissibilidade
se dar somente nas hipóteses previstas no novo código, porem a decisão suscetível
de causar a parte lesão grave antes da apelação ser julgada, poderá ser aplicado
mandado de segurança ao contra atuando em sentido oposto do que diz a sumula n°
267 do STF:” não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de
recurso ou correição’’(DONIZETTI,2016,p.1361).

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