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A tutela provisória no ordenamento jurídico brasileiro: a

nova sistemática estabelecida pelo CPC/2015 comparada


às previsões do CPC/1973

A TUTELA PROVISÓRIA NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO: A NOVA


SISTEMÁTICA ESTABELECIDA PELO CPC/2015 COMPARADA ÀS PREVISÕES
DO CPC/1973
Temporary protection in brazilian law: the new systematic established by the Civil Procedure Code of
2015 compared to the Civil Procedure Code of 1973
Doutrinas Essenciais - Novo Processo Civil | vol. 3/2018 | |
Revista de Processo | vol. 257/2016 | p. 153 - 178 | Jul / 2016
DTR\2016\21697

Aluisio Gonçalves de Castro Mendes


Pós-Doutor pela Universidade de Regensburg (Alemanha). Doutor em Direito pela Universidade
Federal do Paraná (UFPR). Mestre em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e pela
Johann Wolfgang Goethe Universität (Frankfurt am Main, Alemanha) e Especialista em Direito
Processual Civil pela Universidade de Brasília (UnB). Professor nas Universidades do Estado do Rio
de Janeiro (UERJ) e Estácio de Sá (Unesa). Diretor de Cursos e Pesquisas da Escola da
Magistratura Regional Federal da 2.ª Região (EMARF). aluisiomendes@terra.com.br

Larissa Clare Pochmann da Silva


Doutoranda e Mestre em Direito pela Universidade Estácio de Sá (Unesa). Membro do Instituto
Brasileiro de Direito Processual (IBDP), da Associação Brasileira de Direito Processual (ABDPro) e
da Rede de Pesquisa Empírica (Reed). Professora no curso de graduação e de pós-graduação lato
sensu da Universidade Candido Mendes (Ucam). Professora Adjunta do Unifeso. Advogada.
larissacpsilva@gmail.com

Área do Direito: Processual


Resumo: O presente artigo destaca a nova sistemática da tutela provisória trazida pelo Código de
Processo Civil Brasileiro de 2015 comparativamente ao diploma anterior, o Código de 1973. Para
isso, realiza uma abordagem da tutela sumária a partir da técnica processual e, então, elucida o que
foi mantido, aperfeiçoado ou criado em relação ao tema, enfatizando que as mudanças de maior
destaque foram a possibilidade de estabilização da tutela antecipada, o procedimento da tutela
antecipada antecedente e o processo cautelar sincrético no caso da tutela cautelar antecedente.

Palavras-chave: Medidas de Urgência - Código de Processo Civil de 1973 - Código de Processo


Civil de 2015
Abstract: This article analyses the new system of the provisory measures brought by the Brazilian
Civil Procedure Code of 2015 compared to the Code of 1973. In order to do this, it studies the
provisory measures according to the procedural technique, and, then, mentions the institutes that
were maintained, improved or created in relation to the issue, noting that the most relevant changes
were the possibility of the stabilization of injunctive relief, the systematic of previously injunction relief
and the syncretic process in case of previous protective injunctive relief.

Keywords: Urgent Measures - Civil Procedure Code of 1973 - Civil Procedure Code of 2015
Revista de Processo • RePro 257/153-178 • Jul./2016
Sumário:

Introdução - 1 O processo civil brasileiro: transformações nas acepções de processo a partir da


técnica processual - 2 As tutelas de urgência e de evidência: do CPC/1973 à nova sistemática do
CPC/2015 - 3 Disposições gerais sobre a tutela provisória - 4 A tutela de urgência - 5 A tutela de
evidência - 6 A estabilização da tutela antecipada - Conclusão - Referências Bibliográficas

Introdução

O Código de Processo Civil Brasileiro de 1973, em sua origem, dispunha sobre as tutelas cautelares
no Livro III, após regular, no Livro I, o processo de conhecimento e, no Livro II, o processo de
execução, além de, no Livro IV, haver a possibilidade de liminar nos procedimentos especiais, como,
por exemplo, a concessão da tutela possessória para os casos de posse de força nova.

Ocorre que a prática jurídica indicava a necessidade de algumas medidas que não se limitassem a
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assegurar o resultado prático do processo ou, tampouco, a realizar o direito afirmado pelo autor, mas
concedessem, de forma antecipada, os efeitos do provimento jurisdicional. Diante dessa perspectiva,
o CPC de 1973 passou, dentre outras reformas setoriais, pelo advento da Lei 8.952/1994, que,
alterando a redação do art. 273, trouxe a previsão da tutela antecipada no ordenamento processual,
bem como, através da Lei 10.444/2002, pela posterior inclusão da fungibilidade das tutelas sumárias.

O novo Código de Processo Civil teria diversos desafios a enfrentar, em virtude de o tempo se
destacar como uma questão relevante no cenário mundial e, em inúmeras situações, a urgência
pode ser a questão mais relevante, procurando-se efetivar essa tutela provisória como a própria
forma de solução do conflito. Nessa perspectiva, a nova legislação aprimorou o sistema do Código
de Processo Civil de 1973, buscando, através da tutela provisória, solucionar os conflitos de forma
mais simples e célere. Trouxe, então, uma tutela de urgência, de natureza antecipada ou cautelar,
ambas antecedentes ou incidentes, e a tutela de evidência.

O presente trabalho objetiva analisar a nova sistemática da tutela provisória no CPC de 2015,
comparativamente ao CPC de 1973, destacando seus desafios e seu aprimoramento. Para cumprir
esse objetivo, abordar-se-ão as transformações no processo a partir da técnica processual para,
então, passar à análise comparativa da tutela provisória do CPC de 2015 em relação à tutela
antecipada e à tutela cautelar do CPC/1973 (LGL\1973\5).

1 O processo civil brasileiro: transformações nas acepções de processo a partir da técnica


processual

O processo civil brasileiro passou do apego ao formalismo para o processo como instrumento,
depois para a tutela do direito material. O formalismo não estava associado apenas à forma, mas,
especialmente, à delimitação dos poderes, faculdades e deveres dos sujeitos processuais,
coordenando as atividades, ordenando o procedimento e organizando o processo, para atingir suas
finalidades essenciais.1 Foi o elemento fundador da ideia de efetividade e de segurança do processo,
associando-se a forma a uma garantia de segurança.

Porém, com o tempo, o termo sofreu um desgaste e passou a ser associado a uma concepção
negativa, de respeito excessivo à forma,2 sem se cogitar da forma como medida para a organização
de um processo justo,3 que alcance suas finalidades últimas em um tempo razoável e contribua para
a justiça material da decisão. Pelo contrário: o poder organizador, ordenador e disciplinador do
formalismo acabou por aniquilar o próprio direito ou determinar uma duração irrazoável na solução
do litígio.

Nessa época, a maior contribuição do processualista seria abrandar ou eliminar o problema,


buscando fórmulas destinadas a simplificar o processo, reduzindo ou suprimindo os óbices que a
técnica poderia representar ao desenvolvimento da relação processual.4

Como consequência, atrelado às alterações de concepção políticas, de um Estado estático para um


Estado dinâmico, alterou-se a acepção do processo, mediante a recuperação do valor essencial do
diálogo na formação do juízo, com a cooperação das partes com o órgão judicial e deste com as
partes. A percepção da democracia participativa levou à necessidade de uma participação mais ativa
no processo, além da valorização do contraditório para a construção de um processo justo. A
participação no processo para a formação da decisão foi reconhecida como uma posição inerente
aos direitos fundamentais.5

O processo do Estado Democrático de Direito valoriza a cooperação, o espaço para o contraditório e


as "formas finalísticas", subordinadas às finalidades processuais, além da atuação dos sujeitos
processuais com lealdade e boa-fé. As prescrições formais devem ser interpretadas conforme
finalidade e sentido razoáveis, evitando-se exageros, de modo que a forma não se sobreponha à
tutela do direito material. Instituiu-se o denominado formalismo valorativo, em que não se abandona
a forma processual, até porque esta é fundamental para os fins do processo,6-7 mas passa-se a
compreender a forma não pela forma, mas como tutela dos direitos fundamentais.8

Porém, um dos grandes desafios do direito processual civil9 é o tempo do processo, o tempo que o
processo demorará até uma resposta jurisdicional efetiva,10 capaz de tutelar com efetividade o direito
material.

O constante aumento do número de demandas no Poder Judiciário, que se soma a um elevado


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quantitativo de demandas pendentes,11 indicando a insuficiência de se ampliarem os recursos


materiais e humanos se desconectados da aplicação de instrumentos processuais adequados,
proporciona um natural prolongamento no tempo de duração dos processos.12 Como consequência,
a técnica processual precisa ser constantemente analisada e realinhada à finalidade de tutela dos
direitos fundamentais.

Como forma de abrandar os efeitos do tempo nos processos13 e, principalmente, para fazer frente
aos novos padrões de tempo na sociedade, o legislador adotou formas de tutelas de urgência, de
natureza provisória, para assegurar a efetividade do provimento final, com a finalidade de afastar o
risco decorrente da morosidade do processo. Porém, esta sumarização do conhecimento deve ser
reconhecida como relativa, com o objetivo de evitar o desequilíbrio entre a celeridade, o contraditório
e a segurança jurídica.

Por certo, não há fórmula mágica,14 capaz de afastar todos os males, mas passa-se a abordar as
alterações legislativas com o escopo de debelar os riscos do tempo frente à proteção do direito
material.

2 As tutelas de urgência e de evidência: do CPC/1973 à nova sistemática do CPC/2015

Em sua origem, o CPC/1973 (LGL\1973\5) dispunha, em termos gerais, sobre uma tutela de
urgência, a tutela cautelar. A Exposição de Motivos do diploma indicava, com o título "Do Plano da
Reforma", que o código está dividido em 5 (cinco) livros, sendo o processo cautelar o Livro III, um
tertium genus,15 que continha as funções de processo de conhecimento e de execução, tendo como
elemento específico a prevenção. Havia, ainda, em termos específicos, a possibilidade de concessão
de liminar nos procedimentos especiais, como a previsão da concessão da tutela possessória para a
posse de força nova, no Livro IV.

O fator tempo, seja em relação ao processo de conhecimento, seja em relação à execução, era a
principal razão da existência do processo cautelar, que evita que seja reduzido o valor das coisas
envolvidas no processo, tenta impedir que desapareçam os próprios bens ou os meios probatórios.16
As cautelares, na perspectiva do processo, referiam-se a um pedido de tutela jurisdicional provisória,
com caráter instrumental, para garantir a oportuna fruição de um direito que ainda será reconhecido
ou satisfeito por outra atuação jurisdicional.17

Eram, portanto, as cautelares medidas preventivas, sem caráter satisfativo, por não tutelarem
diretamente o plano do direito material, sendo restritas a evitar a consumação do dano, autorizando
que o magistrado decida rapidamente, com base em cognição insuficiente para formar a coisa
julgada material,18 ressalvada a hipótese prevista no art. 810 do CPC/1973 (LGL\1973\5), se o juiz
reconhecesse a alegação de prescrição ou de decadência do direito material no bojo da cautelar.

Porém, na prática forense, muitas vezes era deturpada a finalidade cautelar, que acabava requerida
com caráter satisfatório. Resolvendo esse problema, em 1994, a Lei 8.952, com uma mudança no
sistema processual, inseriu no ordenamento brasileiro a figura da tutela antecipada, no art. 273 do
CPC/1973 (LGL\1973\5). A tutela antecipada se consagrou como medida de caráter satisfatório,
enquanto a medida cautelar voltou-se apenas à sua natureza instrumental, deixando cada uma das
medidas capazes de outorgar uma tutela jurisdicional adequada efetiva a determinado direito,19 seja
ele a antecipação, total ou parcial, do direito material que se pretende obter a tutela definitiva com o
processo, seja a tutela a assegurar a efetividade de um provimento jurisdicional futuro.20 Ovídio
Baptista destacou a tutela cautelar como responsável por combater o perigo da infrutuosidade da
tutela jurisdicional, enquanto a tutela antecipada combateria o perigo da tardança do provimento
jurisdicional.21

A divisão do CPC/1973 (LGL\1973\5)22 era de tutela antecipada, concedida no bojo do processo, em


que se objetivava o reconhecimento, ao final, do direito total ou parcialmente requerido de fruição a
título de tutela antecipada, e de tutela cautelar, antecedente/preparatória, ou, ainda, incidente,
distinção prevista nos arts. 800 e 801, parágrafo único, do CPC/1973 (LGL\1973\5). A primeira,
preparatória, representava o rompimento do pedido de inércia da jurisdição, com ensejo à obtenção
da proteção cautelar, enquanto que a incidente era requerida quando já estava em curso o processo
principal. As medidas cautelares antecedentes, nos termos do art. 806 do CPC/1973 (LGL\1973\5),
possuíam um prazo de 30 (trinta) dias, a partir de sua efetivação, para o ajuizamento da ação
principal.23 O referido prazo não se aplicava à cautelar incidente, pois o processo principal já estava
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em curso.

Contudo, a doutrina já dividia essas tutelas sumárias, em oposição à cognição plena, concedidas
sem a cognição exauriente do direito material,24 tanto em tutela de urgência, aquela em que "a
ordem jurídica se vê posta em perigo iminente, de tal sorte que o emprego das outras formas de
atividade jurisdicional provavelmente não se revelaria eficaz, seja para impedir a consumação da
ofensa, seja mesmo para repará-la de modo satisfatório",25 como em tutela de evidência, quando o
direito estaria evidenciado em juízo através de provas, sendo desnecessário e, também, custoso às
partes aguardar até o julgamento da causa para ver a satisfação de um direito que já estava
demonstrado desde o início,26 embora essa última ainda fosse uma denominação pouco comum,
mesmo em ordenamentos estrangeiros.27

Com o advento do CPC/2015 (LGL\2015\1656), ocorreu o aprimoramento das tutelas sumárias.


Preocupado com a efetividade da tutela jurisdicional,28 o novo CPC (LGL\2015\1656) agora deixa
clara a possibilidade de concessão de tutela de urgência e de tutela de evidência, ambas sob o
gênero tutela provisória. Essas espécies de tutela vêm disciplinadas na Parte Geral, tendo também
desaparecido o livro das Ações Cautelares. As tutelas de urgência e da evidência podem ser
requeridas antes ou no curso do procedimento em que se pleiteia a providência principal.

A Lei 13.105/2015 possui uma Parte Geral, com seis Livros, uma Parte Especial e um último Livro
sobre as Disposições Finais e Transitórias. Na Parte Geral, a tutela provisória encontra-se prevista
no Livro V e está estruturada como: Título I, Disposições Gerais; Título II, Da Tutela de Urgência e
Título III, Da Tutela de Evidência. O Título II - Da Tutela de Urgência - possui três capítulos: Capítulo
I, Disposições Gerais; Capítulo II, Do procedimento da tutela antecipada requerida em caráter
antecedente e Capítulo III, Do procedimento da tutela cautelar requerida em caráter antecedente.

Nesse diapasão, a tutela provisória, retratada nos arts. 294 a 311 do novo diploma se subdivide em
tutela de urgência, nos arts. 300 a 310, e em tutela de evidência, retratada no art. 311. Por sua vez, a
tutela de urgência pode ter natureza de tutela antecipada, concedida em caráter antecedente (arts.
303 e 304) ou em caráter incidente, ou natureza de tutela cautelar, também concedida em caráter
antecedente (arts. 305 a 310) ou em caráter incidental.

3 Disposições gerais sobre a tutela provisória

Tutela provisória é a tutela proferida em cognição sumária ou não exaustiva,29 isto é, sem cognição
exauriente, sem profundo debate sobre o objeto da decisão.30 É uma tutela precária, por conservar,
em regra, a sua eficácia ao longo do processo, ressalvando a possibilidade de serem protraídos os
efeitos, apenas para a tutela antecipada, em caso de estabilização. Assim como o regime da tutela
antecipada (art. 273, § 4.º do CPC/1973 (LGL\1973\5)) e da tutela cautelar do CPC/1973
(LGL\1973\5) (art. 807), a tutela provisória poderá ser revogada ou modificada a qualquer tempo,
com a ressalva, aqui, também para a antecipação de tutela estabilizada. A revogação ou a
modificação são, em regra, corolários da base cognitiva sumária, que ocorre durante o
desenvolvimento do procedimento, quando é possível às partes trazer novos elementos capazes de
alterar a convicção judicial sobre o direito postulado em juízo, e podem ocorrer na hipótese de
alteração posterior no estado de fato, devido ao caráter rebus sic stantibus da medida.31 Esta
revogação tem sua duração limitada ao advento da tutela definitiva, tanto que o caput do art. 296 se
refere à "pendência do processo principal".

A efetivação da tutela provisória deferida observará as normas do cumprimento provisório de


sentença (art. 297, parágrafo único), mas a disposição da parte geral se coaduna com o art. 301 do
novo diploma sobre tutela de urgência, prevendo que o juiz poderá se valer de qualquer medida
cautelar para assegurar o direito, como arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto
contra alienação de bem. Este dispositivo é semelhante ao art. 273, § 4.º do CPC/1973
(LGL\1973\5), pois a tutela provisória que imponha um fazer ou não fazer deve se concretizar através
da fixação da multa coercitiva, da expedição de mandado de busca e apreensão, da imissão na
posse ou de medidas necessárias para efetivar o direito da parte, enquanto as obrigações de quantia
certa se submetem ao cumprimento provisório das obrigações de quantia certa.

No novo Código, o fundamento da tutela provisória, nos termos do art. 294 do novo CPC
(LGL\2015\1656), pode ser a urgência ou a evidência.

A tutela provisória de urgência (de natureza satisfativa - a tutela antecipada - ou de natureza


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instrumental - a tutela cautelar) pressupõe a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao


resultado útil do processo. Como consequência, nos termos da previsão do art. 12, IX, do novo CPC
(LGL\2015\1656), a urgência constitui uma exceção à ordem cronológica prevista pelo novo diploma,
em virtude do risco de perecimento do próprio direito.32 Ademais, o novo CPC (LGL\2015\1656)
excepciona, no art. 9.º, I, a necessidade do contraditório prévio obrigatório na tutela provisória de
urgência. A tutela de urgência poderá ser concedida inaudita altera parte, com o contraditório
postergado, em virtude do risco de ineficácia da própria medida pelo decurso do tempo.

A tutela de evidência pressupõe a demonstração de que as afirmações de fato estejam


comprovadas, nos termos do art. 311, e possui natureza satisfativa. Nos termos do art. 294, o
parágrafo único, a tutela de evidência será sempre incidental, sendo a classificação de antecedente
ou incidente aplicável apenas à tutela de urgência.

A referência incidental significa que será requerida no processo em que se pede ou em que já se
pediu a tutela definitiva, seja na petição inicial ou em qualquer outro momento posterior.

Sendo a tutela provisória incidente, seu requerimento ocorrerá por mera petição nos autos do
processo principal. Porém, sendo antecedente, segue-se a ideia do processo cautelar preparatório,
que será analisada pelo juiz competente para o processo principal. Nas hipóteses de causas de
competência originária dos tribunais ou de recursos, a tutela provisória será requerida ao órgão
jurisdicional competente para apreciar o mérito do recurso ou da ação de competência originária.

A tutela provisória incidental independente do pagamento de custas (art. 295). A previsão teve como
escopo afastar a possibilidade de incidência ou acréscimo de custas sobre esta medida, que é
inerente ao acesso à justiça e à efetividade do processo. Porém, merece destaque que as custas
poderão incidir não sobre o pleito de tutela provisória, mas em decorrência do ajuizamento da
demanda, sendo indiferente, em princípio, se o pedido principal se faz acompanhado, ou não, do
requerimento de tutela provisória.

4 A tutela de urgência

O título Tutela de Urgência, no novo diploma, está dividido em três capítulos, o primeiro relativo às
disposições gerais, o segundo relacionado ao procedimento da tutela antecipada requerida em
caráter antecedente e o último relacionado à tutela cautelar requerida em caráter antecedente.

4.1 Disposições gerais relativas à tutela de urgência

A denominada tutela de urgência pelo novo Código de Processo Civil contém características da
medida cautelar e de uma das modalidades de tutela antecipada (calcada no risco da demora)
existentes à luz do CPC/1973 (LGL\1973\5). O legislador trouxe uma unificação das medidas,33
tendo em vista o critério da natureza,34 para proteger o direito que se encontra em risco.

No Código de 1973, a tutela cautelar, instrumental, tinha como requisitos a indicação da exposição
sumária do direito ameaçado ou fumus boni iuris, isto é, que o juiz se convença sumariamente da
existência do direito e das consequências jurídicas pretendidas pelo requerente para a concessão da
tutela cautelar e do receio de lesão, também referido como periculum in mora, o perigo da demora da
prestação jurisdicional (art. 800, IV). Já a tutela antecipada, de natureza satisfativa, com base na
urgência, não se limita ao preenchimento das situações dos incisos I ou II do art. 273. Era preciso,
ainda, a prova inequívoca daverossimilhança da alegação para a tutela antecipada, enquanto a
cautelar dispõe sobre fundado receio de dano, ambas indicando cognição sumária. A prova
inequívoca da verossimilhança da alegação é a prova suficiente para a formação de um juízo sobre a
medida pleiteada, quando ainda não foi plenamente realizado o contraditório. Barbosa Moreira
destaca que "o juiz deve reclamar uma forte probabilidade de que o direito alegado realmente exista".
35

O novo código, seguindo as lições e a terminologia sempre indicada por Barbosa Moreira, se utiliza
do binômio probabilidade do direito e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. A
probabilidade do direito é a plausibilidade do mesmo quando da apreciação do requerimento do
pedido de tutela. A urgência é caracterizada pela situação de perigo, relacionada ao direito a ser
protegido. O perigo de dano deve ser, também, concreto, atual e grave.36 Além disso, o dano deve
ser irreparável (com consequências irreversíveis) ou de difícil reparação (aquele que, se ocorrer,
provavelmente não será reparado, seja por sua própria natureza, seja pelas condições econômicas
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da parte contrária).37

A tutela de urgência poderá ser concedida inaudita altera parte, mas, sempre que possível e desde
que não prejudique a consecução ou o resultado da medida, deve ser analisada após a oportunidade
de manifestação da parte contrária38 ou, caso o juiz, ao analisar o requerimento da tutela de
urgência, não se convença, de plano, sobre as razões para seu deferimento ou indeferimento,
poderá haver designação de uma audiência de justificação prévia, para que o requerente esclareça a
demonstração dos requisitos necessários à concessão da medida.

O novo Código manteve a vedação existente à luz do CPC/1973 (LGL\1973\5) de concessão de


tutela de urgência diante do risco de irreversibilidade da decisão. No Código de 1973, esta exigência
não era interpretada ao extremo. Em sendo cabível a concessão da tutela, a mera irreversibilidade
da situação antecipatória não poderia obstar sua concessão, como nos casos que envolvessem
situações de risco aos direitos fundamentais, como, por exemplo, a concessão de tutela antecipada
para a entrega de um remédio vital. Esta exceção constava, inclusive, na parte final do art. 273, § 2.º
do Código de Processo Civil de 1973, mas acabou retirada no processo legislativo.39

Mesmo que o bem jurídico do autor que possa ser afetado pela não concessão da medida seja
qualitativamente distinto do bem jurídico do réu, estando presentes seus requisitos, a concessão da
medida decorre de um modelo constitucional do processo civil, de prestação de uma tutela
jurisdicional adequada e efetiva.40 Neste sentido, deve ser mantida a mesma interpretação do código
anterior à luz do novo código de processo civil.

Nas disposições gerais do CPC/2015 (LGL\2015\1656), há, ainda, a referência à responsabilidade


civil do requerente no caso de tutela de urgência. A responsabilidade civil nas medidas de urgência é
de natureza objetiva,41 cabendo ao requerente da medida ressarcir, independente de culpa, as
perdas e danos ao requerido, em virtude da efetivação da medida, e não de sua mera concessão. A
apuração do valor ocorrerá através da liquidação, nos mesmos autos em que a tutela for concedida.
As hipóteses são similares no diploma de 1973 e no atual: o inciso I reafirma o caráter provisório da
tutela de urgência e sua relação de dependência com o desfecho do julgamento da demanda; o
inciso II tem a intenção de evitar um retardamento da marcha processual por aquele que foi
beneficiado pela concessão da tutela de urgência; o inciso III alude à previsão do art. 303, § 2.º do
novo diploma, bem como aos incisos do art. 309, punindo-se a desídia do requerente da medida.
Cabe destacar que, na hipótese do inciso II do art. 309 do novo CPC (LGL\2015\1656)
(correspondente ao art. 808, II, do CPC/1973 (LGL\1973\5)), a responsabilidade civil não estaria
configurada diante da não execução da cautelar, mas sim pela sua execução após o prazo de 30
(trinta) dias.42 Por fim, o inciso IV prevê a responsabilidade civil daquele que executou a medida de
urgência para proteger direito que já estava decaído ou com a pretensão prescrita.

4.2 A tutela antecipada em caráter antecedente

No Código de 1973, a tutela antecipada era sempre incidental. O procedimento da tutela antecipada
em caráter antecedente é, talvez, uma das inovações do CPC/2015 (LGL\2015\1656) que merecem
maior ênfase.

A tutela de urgência satisfativa (antecipada) antecedente é aquela requerida dentro do processo em


que se pretende pedir a tutela definitiva, no intuito de adiantar seus efeitos, mas antes da formulação
do pedido da tutela final.43 Essa modalidade, porém, deve ser concebida como opção, quando a
parte não puder, desde logo, requerer tal provimento com o pedido de tutela final.44

Nesta hipótese, segundo previsão do art. 303 do novo CPC (LGL\2015\1656), a petição inicial
limita-se: a) ao requerimento da tutela antecipada; b) à indicação de tutela final - que será formulado
no prazo previsto em lei para aditamento; c) à exposição da lide e do direito que se busca realizar; d)
ao perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo; e) ao valor da causa, considerando o
pedido de tutela definitiva que se pretende formular; f) à indicação do caráter antecedente (art. 303).

No procedimento antecedente, depois da decisão sobre a tutela pleiteada, deve haver a


complementação da petição inicial, seja quando a tutela pleiteada for concedida, nos termos do art.
303, § 1.º, I, seja quando for indeferida, nos termos do art. 303, § 6.º, sob pena de extinção do
processo sem resolução do mérito. Nesse momento há a possibilidade de complementação da
argumentação, da juntada de novos documentos e da confirmação do pedido de tutela final.

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Em caso de concessão da tutela requerida, o prazo de aditamento será de 15 dias ou outro maior
que o juiz fixar. Por outro lado, indeferida a tutela antecipada, o prazo de emenda seria de cinco dias
(art. 303, § 6.º), em um tratamento não isonômico diante de situações semelhantes, já que haveria a
previsão legal da necessidade de complementação da petição inicial, tanto no caso de deferimento
quanto de indeferimento da tutela de urgência requerida. Poder-se-ia, até mesmo, se afirmar que,
diante do indeferimento, a necessidade de complementação seria maior, já que o requerente não
conseguiu, em um primeiro momento, demonstrar ao juízo a presença dos requisitos para a
concessão da medida, necessitando complementar. Melhor seria a redação do novo diploma,
portanto, se o prazo fosse idêntico, diante tanto da concessão quanto da negativa de tutela de
urgência.

4.3 A tutela cautelar em caráter antecedente

No Código de 1973, as cautelares, em relação ao momento, seriam (a) preparatórias ou (b)


incidentes, distinção prevista nos arts. 800 e 801, parágrafo único, do CPC/1973 (LGL\1973\5). Em
relação à tutela cautelar preparatória, o procedimento cautelar se caracterizaria pela sua brevidade.

Já no novo Código, mantém-se a ideia de uma cautelar antes do processo principal, com a
denominação de antecedente, para: a) adiantar provisoriamente a eficácia da tutela definitiva
cautelar; b) assegurar a futura eficácia da tutela definitiva satisfativa.

No CPC/1973 (LGL\1973\5), o art. 801 disciplinava a petição, tratando o inciso I sobre a


competência, sendo que, no caso da cautelar preparatória, será a petição inicial direcionada ao juiz
competente para conhecer da ação principal,45 ressalvada a cautelar interposta para a concessão de
efeito suspensivo ao recurso, quando deverá ser observada a localização física dos autos para fins
de determinação da competência para a cautelar. A petição inicial deveria qualificar requerente e
requerido (art. 800, II), além de indicar, o processo principal, isto é, qual direito se pretende que seja
reconhecido pela atividade jurisdicional (art. 800, III), exigências estas que se mostravam
particularmente relevante nas hipóteses de cautelar preparatória; deveria realizar a exposição
sumária do direito ameaçado ou fumus boni iuris, isto é, que o juiz se convencesse sumariamente da
existência do direito e das consequências jurídicas pretendidas pelo requerente para a concessão da
tutela cautelar, além do receio de lesão, também referido como periculum in mora, o perigo da
demora da prestação jurisdicional (art. 800, IV), bem como a indicação das provas a serem
produzidas (art. 800, V).

Se a petição inicial fosse indeferida, caberia o recurso de apelação, sendo possível, nesse caso, o
exercício do juízo de retratação pelo juízo que indeferiu a inicial, conforme previsão do art. 296,
parágrafo único, do Código de 1973. Se a inicial preenchesse os requisitos e houvesse pedido de
liminar inaudita altera parte, conforme previsão do art. 804 do CPC/1973 (LGL\1973\5), o juiz
apreciararia, de plano ou após audiência de justificação.

No novo CPC (LGL\2015\1656), na petição da tutela cautelar antecedente deve constar: a) a lide e
seu fundamento; b) a exposição sumária do direito que se quer assegurar; c) o perigo de dano ou o
risco ao resultado útil do processo. Ao ser realizado o juízo de admissibilidade da petição inicial,
cabe a emenda, na forma do art. 321 do novo CPC (LGL\2015\1656), o indeferimento, nos termos do
art. 330, ou, ainda, simplesmente o deferimento.

Destaque-se, porém, que é no parágrafo único do art. 305 do novo CPC (LGL\2015\1656), na parte
de tutela cautelar, que o legislador previu a fungibilidade, antes positivada no art. 273, § 7.º do
CPC/1973 (LGL\1973\5). A referida fungibilidade é reconhecida como de mão dupla, em que permite
ao juízo conceder a tutela adequada, desde que presentes os requisitos da tutela considerada como
cabível, a partir da medida requerida.46 Aplicada a fungibilidade, haverá a necessária adaptação
procedimental.

No Código de 1973, o pedido de liminar antes da citação do réu significava que a intensidade do
periculum in mora era tão grande, que o tempo necessário à citação do réu poderia comprometer o
resultado útil da tutela jurisdicional pretendida, incidindo a previsão excepcional do art. 797. A
audiência de justificação seria designada para a colheita de provas que corroborassem o pedido do
autor, a fim de auxiliar o magistrado a aferir os pressupostos ou não da concessão da liminar
cautelar. Após a audiência, o juiz decidiria a concessão ou não da liminar, podendo impor ao autor
que prestasse caução, que serviria para ressarcir o réu caso ele viesse a sofrer algum dano com a
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A tutela provisória no ordenamento jurídico brasileiro: a
nova sistemática estabelecida pelo CPC/2015 comparada
às previsões do CPC/1973

implementação da medida. Destaque-se, por oportuno, que a caução nem sempre seria exigida e
não se poderia exigir caução de quem não possuísse condições de prestá-la.

O requerido seria, então, citado e, se houvesse liminar deferida inaudita altera parte, também
intimado para cumpri-la. O art. 802 do CPC/1973 (LGL\1973\5) dispunha que o prazo de resposta
seria de 5 (cinco) dias, a contar do mandado de citação devidamente cumprido ou do mandado da
execução da medida cautelar, quando concedida liminarmente ou após justificação prévia.

No CPC/2015 (LGL\2015\1656), embora não haja referência expressa, uma vez deferida a inicial, o
juiz deverá: a) decidir o requerimento liminar de tutela cautelar; b) ordenar o cumprimento da medida,
caso seja deferida; c) determinar a citação do réu. Mantém-se a previsão da legislação anterior:
ocorrerá a citação do réu, que terá o prazo de 5 (cinco) dias para contestar, em relação ao pedido de
tutela cautelar, indicando as provas que pretende produzir, além de uma alegação de mérito de
prescrição ou decadência.

No CPC/1973 (LGL\1973\5), não contestado, de acordo com a previsão do art. 803, o juiz deveria
decidir a cautelar no prazo de 5 (cinco) dias. Já caso fosse contestado o pedido, em seguida, o
processo ingressaria na fase ordinatória, observando as providências preliminares descritas nos arts.
323 a 328. Caso fosse desnecessária a produção de outras provas, além das que já estão nos autos,
ou havendo os efeitos da revelia, pelo réu não ter apresentado contestação (art. 803), ocorreria o
julgamento antecipado da lide, previsto no art. 330. Porém, caso houvesse a necessidade de
produção de provas, seria realizada a audiência de instrução e julgamento, de acordo com a
previsão do art. 803, parágrafo único.

No CPC/2015 (LGL\2015\1656), contestada a pretensão cautelar, segue-se o novo procedimento


comum. É, também, aplicável o julgamento antecipado do mérito (no caso, a pretensão da cautelar),
regulado nos arts. 355 e 356 do novo CPC (LGL\2015\1656).

No CPC/1973 (LGL\1973\5), após, seria proferida a sentença, em que o magistrado concederia ou


não ao requerente a tutela cautelar e, se fosse concedida, caberia à parte, nos termos do art. 806 do
CPC/1973 (LGL\1973\5), propor a ação principal no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da
efetivação da medida cautelar.

No novo CPC (LGL\2015\1656), concedida a cautelar em caráter antecedente, o legislador apenas


previu, no art. 308, que, efetivada a cautelar, ocorrerá o mesmo prazo de 30 (trinta) dias para a
formulação do pedido principal, sendo possível aditar-se a causa de pedir (art. 308, § 2.º). Porém, a
inovação consiste na formulação do pedido principal no mesmo processo e autos, independente de
novas custas, tendo-se aí a ideia de processo sincrético.

O novo CPC (LGL\2015\1656) previu que o indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte
formule o pedido principal, salvo se o motivo do indeferimento for o reconhecimento de decadência
ou de prescrição, porque, nestas hipóteses, haveria o julgamento do próprio mérito.47 Mas, não se
tratando destas hipóteses, poder-se-ia emendar a petição inicial, a exemplo do que estabelecido no
procedimento antecedente da tutela antecipada. Entretanto, o legislador deixou de consignar
expressamente o prazo para que o autor realize este aditamento da petição inicial. Portanto,
poder-se-ia cogitar, nesta hipótese, da aplicação, por analogia de algumas situações, a ensejar o
prazo de: a) 30 (trinta) dias, o mesmo previsto para a emenda em caso de deferimento da cautelar,
nos termos do art. 308 do novo CPC (LGL\2015\1656), contado a partir da intimação do
indeferimento; b) 15 (quinze) dias, decorrente da regra geral do art. 321, para a emenda da petição
inicial, em razão do não preenchimento dos requisitos legais; c) 5 (cinco) dias, seguindo-se o padrão
fixado para a hipótese idêntica, ou seja, na qual o órgão jurisdicional não concede a tutela
antecipada no procedimento antecedente. Sob o ponto de vista estritamente analógico, de fato esta
terceira opção é a que mais se assemelha. Sob o ponto de vista prático, enquanto não se define esta
possível controvérsia, esta opção parece ser a mais segura, a ser seguida pelas partes, para se
evitar o contratempo de um indeferimento quanto ao aditamento. Entretanto, como se criticou acima,
a solução adotada para o procedimento antecedente acabou sendo, desnecessariamente, casuística
e diferenciada, denotando, ainda que involuntariamente, a um apego às formas e fórmulas. Portanto,
para hipóteses semelhantes, ou seja, de aditamento da inicial, o mesmo estatuto previu quatro
possibilidades distintas quanto ao prazo: a) quinze dias ou outro prazo maior fixado pelo juiz, nos
termos do art. 303, § 1.º, I, quando concedida a tutela antecipada em caráter antecedente; b) cinco
dias, conforme o art. 303, § 6.º, em caso de indeferimento da tutela antecipada em caráter
antecedente; c) trinta dias, de acordo com o art. 308, se deferida a cautelar em caráter antecedente;
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A tutela provisória no ordenamento jurídico brasileiro: a
nova sistemática estabelecida pelo CPC/2015 comparada
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d) quinze dias, seguindo-se o art. 321, como regra geral de emenda à inicial. A fixação de um prazo
único de quinze dias, com a possibilidade já consagrada no art. 139, VI, no sentido de que o órgão
judicial poderá dilatar os prazos processuais, adequando-os às necessidades do conflito de modo a
conferir maior efetividade à tutela do direito, poderia ter sido uma melhor solução legislativa.

Depois de formulado e recebido o pedido principal, o juiz deverá determinar a intimação das partes,
na pessoa de seu advogado ou sociedade de advogados, ou pessoalmente, caso não haja advogado
constituído nos autos, observando-se, a partir daí, o novo procedimento comum, para o julgamento
do pedido principal, com a audiência de conciliação e de mediação prevista no art. 334 ou, caso esta
seja dispensada, observando-se o prazo de defesa do art. 335 do novo diploma.

A cessação de eficácia da medida da cautelar antecedente ocorrerá, na redação do art. 309 do novo
diploma, que apenas reproduz as hipóteses do art. 808 do diploma anterior, se: I - o autor não
deduzir o pedido principal no prazo legal de 30 (trinta) dias; II - não for efetivada dentro de 30 (trinta)
dias, referindo-se a qualquer providência para a sua efetivação; III - o juiz julgar improcedente o
pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o processo sem resolução de mérito.

Por fim, o art. 308, § 1.º esclarece que, embora o capítulo se refira à cautelar em caráter
antecedente, a cautelar pode ser requerida, também, no curso do processo principal.

5 A tutela de evidência

Evidência é o estado processual em que as afirmações de fato estão comprovadas.48 O novo Código
introduziu no ordenamento brasileiro a tutela de evidência, que já vinha sendo defendida pela
doutrina49 durante a vigência do Código de Processo Civil de 1973.50 No art. 273, § 6.º, do
CPC/1973 (LGL\1973\5), havia, na verdade, a antecipação do próprio mérito da causa, já que não
faria sentido deixar o autor esperar pela realização de um direito que não se mostra mais
controvertido. A inexistência de controvérsia poderia decorrer do não desempenho do ônus de
impugnação específica das alegações do autor (art. 302, CPC/1973 (LGL\1973\5)), de transação
parcial, de reconhecimento parcial do pedido, de admissão, em audiência, de alegações
incontroversas e, em geral, da existência de alegações que não dependem de prova (art. 334
CPC/1973 (LGL\1973\5)).

No novo diploma, a tutela de evidência surge com essa denominação, por se tratar de um direito
evidente, logo, sem a necessidade da demonstração do periculum in mora, e com um tratamento
mais sistemático, reconhecido pela técnica processual como pressuposto fático para a obtenção da
tutela.

Seu cabimento está previsto no art. 311 do novo Código de Processo Civil, sem a previsão expressa
de sua estabilização, embora não se encontrem razões lógicas para a sua exclusão, considerando a
sua natureza antecipatória. Suas hipóteses são: I) ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou
o manifesto propósito protelatório da parte, sendo que o primeiro fica caracterizado no processo, por
isso não se pode conceder liminarmente e, também, a outra hipótese, que também demanda
contraditória, cuja conduta pode ser extraída tanto de atos processuais, como de atos
extraprocessuais. Tem-se uma tutela provisória de evidência de caráter punitivo por abuso da parte;
II) as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada
em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante, pois já há a prova documental e a
questão de direito está de acordo com tese fixada, sendo uma tutela de evidência documentada
fundada em precedente obrigatório, nos termos do art. 927 do CPC/2015 (LGL\2015\1656); III) se
tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito,
caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa,
tratando de uma tutela provisória fundada apenas na probabilidade do direito alegado e IV) a petição
inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que
o réu não oponha prova cabal capaz de gerar dúvida razoável.

6 A estabilização da tutela antecipada

A estabilização da tutela antecipada é uma técnica de monitorização do processo civil brasileiro para
situações de urgência de natureza satisfativa, prevista expressamente, pelo CPC/2015
(LGL\2015\1656), no capítulo da tutela antecipada requerida em caráter antecedente, mas que deve
ser interpretada como passível de se realizar também, quando manifestada na petição inicial, nos
termos do art. 303, § 5.º, na hipótese de tutela de urgência antecipada incidental e na tutela da
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nova sistemática estabelecida pelo CPC/2015 comparada
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evidência. Representa, talvez, junto com o procedimento antecedente para a tutela antecipada, a
principal inovação trazida pelo legislador em termos de tutela provisória.

Para que a estabilização seja possível, nos termos dos arts. 303 e 304, devem estar presentes,
portanto, os seguintes requisitos: a) o autor deve ter requerido a tutela antecipada, indicando que
pretende se valer deste "benefício", nos termos do § 5.º do art. 304; b) é preciso que tenha sido
concedida a tutela provisória satisfativa; c) inércia do réu, de litisconsortes ou de terceiros
intervenientes diante da decisão que concede a tutela antecipada, que não se confunde com a
revelia, sendo apenas a não impugnação da tutela antecipada concedida. A doutrina tem apontado
que a estabilização, porém, não será possível se, embora haja inércia, a citação/intimação do réu se
realizar por edital ou por hora certa, se estiver preso ou se for incapaz sem representante ou em
conflito com ele.51 Destaque-se que, se a inércia for parcial, relativa apenas a um ou alguns dos
pedidos, a estabilização poderá ocorrer de forma parcial, apenas em relação aos que restar
caracterizada a inércia.

A estabilização não se confunde com a coisa julgada, primeiro em virtude do caráter de sua cognição
(sumária, e não exauriente) e segundo porque, como se abordará, o art. 304, § 4.º do novo CPC
(LGL\2015\1656) permite que seja ajuizada uma nova ação para discutir a tutela antecipada
estabilizada.

Como supramencionado, a previsão da estabilização no capítulo do antecedente, poderia levar a


uma interpretação muito restritiva.52 Em primeiro lugar, porque, de fato, o novo CPC
(LGL\2015\1656) foi infeliz ao estabelecer uma redação que trata do procedimento antecedente
como se este fosse o único. A ideia de uma petição inicial incompleta, para facilitar o acesso à
prestação jurisdicional e especialmente o requerimento de tutela de urgência é muito bem vinda. No
entanto esta deveria ser uma simples possibilidade. A regra continua e continuará sendo,
naturalmente, a da petição inicial completa, que contém o pedido principal e também o requerimento
de antecipação de efeitos da tutela. Por sua vez, a estabilização da tutela antecipada é perfeitamente
compatível com o sistema de tutela antecipada, seja em caráter incidental na instância originária,
quanto no novel procedimento antecedente. E mais, não apenas na tutela de urgência, mas também
na tutela de evidência. Não haveria razão para se impedir o requerimento de estabilização, quando
se desejasse optar, por economia processual, pelo oferecimento de uma petição inicial completa. O
próprio caput do art. 303 expressa que a petição inicial pode se limitar aos elementos a seguir
descritos, sem indicar que esta limitação seja obrigatória ou requisito para a estabilização da
demanda. Requerimento antecedente e estabilização da tutela antecipada, embora disciplinados no
mesmo capítulo, são institutos que não se confundem em termos de essência. Mas, neste caso, é
necessário que a parte deixe claro em sua petição inicial, nos termos do § 5.º do art. 303, que
pretende se valer de uma eventual estabilização, ainda que não tenha se utilizado da petição inicial
limitada.

É de se ressaltar que a estabilização somente é cabível em relação à tutela antecipada, em razão do


seu caráter satisfativo. Não haveria sentido de se pretender e de se obter a estabilização de uma
medida não satisfativa, como o arresto. Pelo contrário, a estabilização, nesta hipótese, seria
teratológica e não representaria qualquer benefício para ambas as partes, além de consagrar a
insegurança jurídica.

A estabilização da tutela antecipada, nos moldes da regulação contida no art. 304 do novo CPC
(LGL\2015\1656), ocorreria diante da falta de apresentação do recurso cabível. Tema de grande
controvérsia tem sido se, de fato e como previsto expressamente no novo CPC (LGL\2015\1656),
apenas a interposição do recurso cabível teria o condão de impedir a estabilização da tutela
antecipada ou se, ao contrário, outros meios de impugnação, especialmente a contestação, também
poderiam afastar este efeito. O primeiro questionamento que surge é se essa expressão "recurso
cabível", capaz de gerar a estabilização, seria apenas a não interposição do agravo de instrumento
(art. 1.015, I),53 em virtude de uma interpretação literal54 e sistemática55 do dispositivo, ou, ainda, de
apresentação de pedido de suspensão de liminar; de reclamação (art. 988, novo CPC
(LGL\2015\1656)); de contestação,56 mediante antecipação do oferecimento de sua defesa, já
impugnando a tutela concedida; de insurgência do réu na audiência de conciliação ou mediação no
prazo do recurso57 ou de qualquer outro meio de impugnação.58

A estabilização da tutela antecipada é, principalmente, um instrumento prático, que pode ser útil para
ambas as partes, por que: a) o autor poderá se dar por satisfeito com a medida concedida, como, por
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A tutela provisória no ordenamento jurídico brasileiro: a
nova sistemática estabelecida pelo CPC/2015 comparada
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exemplo, em casos como da realização de um procedimento não autorizado por um plano de saúde,
a determinação de entrega de um medicamento ou mesmo a determinação de troca de um produto
adquirido; b) o réu poderá preferir a concessão parcial de um efeito do que o julgamento integral do
mérito, que poderia acarretar uma situação mais desvantajosa, tanto em relação à parte autora como
diante de outros interessados, diante de um precedente contrário. Se houvesse o julgamento de que
a cláusula restritiva é abusiva, o remédio devido ou o produto defeituoso, outras consequências
poderiam advir da coisa julgada, como a realização de novos exames, a entrega reiterada do
medicamento ou a condenação em danos materiais e morais decorrentes do ato ilícito. Para o Poder
Judiciário, por sua vez, a nova sistemática poderá representar, também, uma medida de economia
processual, com a redução no número de processos a serem julgados. Junte-se a isso, também e
para todos os sujeitos processuais, os aspectos relacionados à redução das despesas processuais.

Essa decisão antecipatória, todavia, mesmo depois de estabilizada com a extinção do procedimento
preparatório e manutenção de seus efeitos, com executividade e eficácia, não opera a coisa julgada.
O direito de as partes buscarem a tutela de cognição plena e exauriente ocorre no prazo de dois
anos, de acordo com a previsão do art. 304, § 5.º. Se não ajuizada a ação em tal prazo, ter-se-á a
estabilização definitiva da decisão sumária, conforme se extrai do art. 304, § 6.º.

Estabilizada a decisão que concedeu a tutela antecipada, qualquer das partes59 poderá, no
mencionado prazo de dois anos, contado da decisão que extinguiu o processo, propor ação
autônoma com pedido de revisão, reforma ou invalidação dessa decisão (art. 304, § 2.º e 5.º do novo
CPC (LGL\2015\1656)). O autor poderá propor a ação para confirmar a decisão, agora em cognição
exauriente e capaz de ser acobertada pela coisa julgada. Já o réu pode retomar a discussão objeto
de tutela na nova demanda. A competência para essa nova demanda será do mesmo juízo em que a
tutela que se estabilizou, com a possibilidade de pedir o desarquivamento dos autos do processo em
que a medida foi estabilizada (art. 304, § 4.º do novo CPC (LGL\2015\1656)).

Caso não seja proposta ação no prazo de dois anos, há o argumento de que teria se formado a coisa
julgada material sobre a decisão provisória estabilizada.60 Por conta disso, seria cabível ação
rescisória após esses dois anos de estabilização.61 Porém, esse argumento não prospera: a
existência da coisa julgada teria por base a relação entre coisa julgada material e a cognição
exauriente, que não se adequaria às previsões do CPC/2015 (LGL\2015\1656) de cognição sumária
para tutela antecipada antecedente.62 Como consequência da incompatibilidade da cognição em que
foi proferida com a formação da coisa julgada material, também não poderia se cogitar, após o prazo
de dois anos de sua estabilização, que fosse objeto de ação rescisória.63 Haveria, apenas, como já
abordado, a estabilização definitiva da decisão sumária, conforme expressamente previsto no § 6.º
do art. 304 do novo Código de Processo Civil.

Conclusão

O novo diploma modifica a técnica do Código de Processo Civil de 1973 em relação à tentativa de
amenizar os efeitos do tempo no processo. A clássica dicotomia entre tutela antecipada e tutela
cautelar é unificada sob o gênero de tutela provisória, que tem como espécies a tutela de urgência e
a tutela de evidência. A tutela de urgência pode ter natureza de tutela antecipada ou de tutela
cautelar, concedida em caráter antecedente ou em caráter incidente.

Procurou-se abordar, no texto, a sistemática desses provimentos, mas destaca-se como uma das
principais inovações em relação ao tema a possibilidade de estabilização da tutela antecipada, a
sistemática da tutela antecipada de caráter antecedente e do processo cautelar sincrético no caso da
tutela cautelar antecedente.

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1 OLIVEIRA, Carlos Alberto Alvaro de. O formalismo-valorativo no confronto com o formalismo


excessivo. Revista de Processo. São Paulo: RT, vol. 137, 2003, p.8.

2 Trata-se de verdadeiro equívoco, pois o formalismo, enquanto fenômeno cultural, não se confunde
com a técnica. A estrutura do formalismo não é simples adaptação da técnica do instrumento
processual a um objetivo determinado, mas a um fenômeno cultural e do próprio direito, escolha
essa ligada às formas e ao objetivo da própria administração judicial. Sobre o tema: OLIVEIRA,
Carlos Alberto Alvaro de. Op. Cit., p. 11.

3 Sobre o tema: COMOGLIO, Luigi Paolo. Garanzie Costituzionali e "Giusto Processo" (Modelli a
confronto) Revista de Processo. São Paulo: RT, vol. 90, ano 23, abr.-jun. 1998, p. 249-293 e
GRECO, Leonardo. Garantias fundamentais do processo: O processo justo. Estudos de Direito
Processual. Rio de Janeiro: Faculdade de Direito de Campos, 2005, p. 225-286.

4 BEDAQUE, José Roberto dos Santos. Efetividade do processo e técnica processual. São Paulo:
Malheiros, 2006, p. 25.

5 OLIVEIRA, Carlos Alberto Alvaro de. Op. Cit., p. 18.

6 BEDAQUE, José Roberto dos Santos. Op. Cit., p. 26.

7 Nas palavras de Barbosa Moreira: "será efetivo o processo que constitua instrumento eficiente de
realização do direito material" (BARBOSA MOREIRA, José Carlos. Por um processo socialmente
efetivo. In: BARBOSA MOREIRA, José Carlos. Temas de direito processual. São Paulo: Saraiva,
Nona Série, 2007, p. 15).

8 MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Curso de processo
civil. São Paulo: RT, vol. 1, 2015, p. 440.

9 BARBOSA MOREIRA, José Carlos. O futuro da justiça: alguns mitos. In: BARBOSA MOREIRA,
José Carlos. Temas de direito processual. São Paulo: Saraiva, Nona Série, 2007, p.2.

10 De acordo com a obra de François Ost, o ritmo do processo é importantíssimo, sendo que o
mesmo deve ser atual (presente), assim como devemos arcar com nossa parte da responsabilidade,
por não sabermos reinterpretar o passado, construindo-o para um melhor futuro (OST, François. O
tempo do Direito. Tradução de Maria Fernanda de Oliveira. Lisboa: Instituto Piaget, 1999).

11 Tendo como base a realidade brasileira, em 2009 eram 20.169 magistrados e 240.711 servidores
para 59,8 milhões de processos no Judiciário; em 2010 eram 20.722 magistrados e 245.279
servidores para 60,8 milhões de processos para 62,3 milhões de processos; em 2011 eram 21.210
magistrados e 274.993 servidores para 62,3 milhões de processos; em 2012 eram 21.829
magistrados e 278.089 servidores para 64,8 milhões de processos; em 2013 eram 22.314
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A tutela provisória no ordenamento jurídico brasileiro: a
nova sistemática estabelecida pelo CPC/2015 comparada
às previsões do CPC/1973

magistrados e 283.024 servidores para 67,6 milhões de processos e em 2014 eram 22.451
magistrados e 285.583 servidores para 71,2 milhões de processos (Dados disponíveis em BRASIL.
CNJ. Relatório 2015. Brasília, DF: CNJ, 2015. Disponível em
[www.cnj.jus.br/files/conteudo/arquivo/2015/11/491328c33144833370f375278683f955.pdf]. Acesso
em 24.06.2016).

12 BEDAQUE, José Roberto dos Santos. Op. Cit., p. 46-47.

13 DIDIER, Fredie; BRAGA, Paula Sarno; OLIVEIRA, Rafael Alexandria de. Curso de direito
processual civil. Salvador: Juspodivm, vol. 2, 10. ed, 2015, p. 567.

14 BARBOSA MOREIRA, José Carlos. O Futuro da Justiça: Alguns Mitos. In: BARBOSA MOREIRA,
José Carlos. Temas de direito processual. São Paulo: Saraiva, Nona Série, 2007, p. 6.

15 CALAMANDREI, Piero. Instituições de direito processual civil (Trad. Douglas Dias Ferreira).
Campinas: Bookseller, 2003, p. 136-148.

16 SHIMURA, Sérgio Seiji. Arresto cautelar. São Paulo: RT, 3. ed, 2005, p. 37.

17 Idem, ibidem.

18 BUENO, Cássio Scarpinella. Curso de Direito Processual Civil. São Paulo: Saraiva, vol. 4, 2009,
p. 146.

19 SILVA, Ovídio Baptista da. Do processo cautelar. Rio de Janeiro: Forense, 2001.

20 MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela cautelar e tutela antecipatória. São Paulo: RT, 1992, p. 75-79.

21 SILVA, Ovídio Baptista da. Curso de Processo Civil. 3. ed. São Paulo: RT, 2000, vol. III, p. 49-82.

22 Sobre a tutela sumária na perspectiva do direito comparado, remete-se a MITIDIERO, Daniel. A


tutela antecipatória na perspectiva do direito comparado. Revista Magister de Direito Civil e
Processual Civil. São Paulo: LexMagister, n. 57, nov-dez 2013, p. 26-41.

23 NERY JUNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de Processo Civil Comentado e
Legislação Extravagante. 10. ed. São Paulo: RT, 2008, p. 1125.

24 BEDAQUE, José Roberto dos Santos. Efetividade do processo e técnica processual. São Paulo:
Malheiros Editores, 2006, p. 509.

25 BARBOSA MOREIRA, José Carlos. O novo processo civil brasileiro. 29. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2012, p. 309.

26 FUX, Luiz. Tutela de segurança e de evidência. São Paulo: Saraiva, 1996, p. 311.

27 MITIDIERO, Daniel. Tendências em matéria de tutela sumária: da tutela cautelar à técnica


antecipatória. Revista de Processo. São Paulo: RT, vol. 197, 2011, p. 41.

28 Conforme exposição de motivos do anteprojeto do novo Código de Processo Civil, disponível em


[www.senado.gov.br/senado/novocpc/pdf/Anteprojeto.pdf]. Acesso em 14.03.2016.

29 WATANABE, Kazuo. Da cognição no processo civil. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 132.

30 DIDIER JR, Fredie; BRAGA, Paula Sarno; OLIVEIRA, Rafael Alexandria de. Curso de Direito
Processual Civil. Salvador: Juspodivm, vol. 2, 10. ed., 2015, p. 561.

31 Idem, p. 585.

32 NERY JUNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Comentários ao Código de Processo
Civil. São Paulo: RT, 2015, p. 223.
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A tutela provisória no ordenamento jurídico brasileiro: a
nova sistemática estabelecida pelo CPC/2015 comparada
às previsões do CPC/1973

33 Não é uníssona, na doutrina, essa unificação dos procedimentos, havendo doutrinadores que
defendem que ocorreu, na verdade, uma confusão entre os procedimentos da medida cautelar e da
tutela antecipada existentes à luz do CPC/1973 (LGL\1973\5). (MARINONI, Luiz Guilherme;
MITIDIERO, Daniel. O projeto do CPC (LGL\2015\1656): críticas e propostas. São Paulo: RT, 2010,
p. 106).

34 GRECO, Leonardo. Op. Cit., p. 300.

35 BARBOSA MOREIRA, José Carlos. A antecipação da tutela jurisdicional na reforma do Código de


Processo Civil. Revista de processo, São Paulo, vol. 21, n. 81, jan./mar. 1996, p. 204.

36 CARNEIRO, Athos de Gusmão. Da antecipação de tutela. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2004, p.
31-32.

37 BEDAQUE, José Roberto dos Santos. Tutela cautelar e tutela antecipada: tutelas sumárias de
urgência (tentativa de sistematização). 3. ed. São Paulo: Malheiros, 2003, p. 341.

38 SILVA, Karine Maria Vieira da; SILVA, Larissa Clare Pochmann da Silva. A concessão da liminar
inaudita altera parte e o princípio do contraditório: uma releitura a partir do novo Código de Processo
Civil. Artigo no prelo e CÂMARA, Alexandre Freitas. O Novo Código de Processo Civil brasileiro. Rio
de Janeiro: Atlas, 2015, p. 172.

39 SCARPINELLA BUENO, Cassio. Curso sistematizado de direito processual civil. São Paulo:
Saraiva, vol. 4, 2009, p. 23-25.

40 DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de direito processual civil. 4. ed. São Paulo:
Malheiros Editores, vol. 1, 2004, p. 189.

41 Na doutrina, Leonardo Greco critica a responsabilidade civil objetiva, já existente à luz do


CPC/1973 (LGL\1973\5), por vulnerar o acesso à Justiça do requerente, criando um obstáculo ao
direito de ação. (GRECO, Leonardo. A tutela de urgência e a tutela de evidência no Código de
Processo Civil de 2014/2015. Revista Eletrônica de Direito Processual. Rio de Janeiro: UERJ, vol.
XIV, 2014, p. 314-315).

42 BARBOSA MOREIRA, José Carlos. Responsabilidade do requerente da medida cautelar "ex" art.
808, n. II, do Código de Processo Civil. In: BARBOSA MOREIRA, José Carlos. Temas de direito
processual. Terceira Série. São Paulo: Saraiva, 1984, p. 171.

43 DIDIER JR, Fredie; BRAGA, Paula Sarno; OLIVEIRA, Rafael Alexandria de. Op. Cit., p. 602.

44 MENDES, Aluisio Gonçalves de Castro; SILVA, Larissa Clare Pochmann da Silva. Comentários
aos artigos 294 a 302 In: ARRUDA ALVIM, Angélica; ASSIS, Araken de; ARRUDA ALVIM, Eduardo;
LEITE, George Salomão. Comentários ao Código de Processo Civil. Lei n. 13.105/2015. Trabalho no
prelo.

45 Defendendo que não haveria óbice em se tratando de incompetência relativa, destaca-se as


lições de José Frederico Marques: "(...) não irá afetar a concessão desta, ainda que incompetente o
juízo requerido, porquanto se trata de competência territorial, que é relativa." (FREDERICO
MARQUES, José. Manual de direito processual civil. São Paulo: Saraiva, 1976, vol. 4, p. 351).
Calmon de Passos destaca que não haveria óbice se, provado o risco de frustração da medida,
considerar-se-ia autorizado o seu requerimento perante o juiz funcionalmente competente para a
efetivação da medida, quando esse fosse deprecado pelo juiz do processo principal. (CALMON DE
PASSOS, José Joaquim. Comentários ao Código de Processo Civil. São Paulo: Ed. RT, 1984, vol. X,
t. 1, p. 119-120).

46 NERY JUNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de Processo Civil comentado e
legislação extravagante. 10. ed. São Paulo: RT, 2008, p. 531.

47 MENDES, Aluisio Gonçalves de Castro; SILVA, Larissa Clare Pochmann da Silva. Comentários
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A tutela provisória no ordenamento jurídico brasileiro: a
nova sistemática estabelecida pelo CPC/2015 comparada
às previsões do CPC/1973

aos artigos 294 a 302 In: ARRUDA ALVIM, Angélica; ASSIS, Araken de; ARRUDA ALVIM, Eduardo;
LEITE, George Salomão. Comentários ao Código de Processo Civil. Lei n. 13.105/2015. Trabalho no
prelo.

48 FUX, Luiz. Tutela de segurança e tutela de evidência (fundamentos da tutela antecipada). São
Paulo: Saraiva, 1996, p. 311-313.

49 Idem, p. 305-306.

50 Para considerações sobre a tutela de evidência à luz do CPC/1973 (LGL\1973\5): KOEHLER,


Frederico Augusto Leopoldino; MIRANDA, Gabriela Expósito Tenório. Da tutela provisória: um
esboço de conceituação e classificação da antecipação dos efeitos da tutela, da tutela cautelar e da
tutela de evidência. In: COSTA, José Eduardo Fonseca da; PEREIRA, Mateus Costa; GOUVEIA
FILHO, Roberto P. Campos. Coleção Grandes Temas do Novo CPC: Tutela Provisória. Salvador:
Juspodivm, vol. 6, 2015, p. 83-84.

51 TALAMINI, Eduardo. Tutela de urgência no Projeto do novo Código de Processo Civil: a


estabilização da medida urgente e a "monitorização" do processo civil brasileiro. Revista de
Processo. São Paulo: RT, n. 209, 2012, p. 25.

52 Observando-se estritamente a redação legal, haveria mais um requisito para a estabilização, com
o qual não concordamos, por acreditar que a estabilização não deveria estar limitada à tutela
antecipada antecedente. Esse requisito seria o autor não ter manifestado na inicial a intenção de dar
prosseguimento ao processo para obter outro tipo de tutela além da obtida como tutela antecipada.
(Sobre o tema: DIDIER JR, Fredie; BRAGA, Paula Sarno; OLIVEIRA, Rafael Alexandria de. Op. Cit.,
p. 606).

53 CÂMARA, Alexandre Freitas. Op. Cit., p. 164.

54 O legislativo usa a denominação interpor, típica de recurso.

55 O art. 304 do NOVO CPC (LGL\2015\1656) possui redação diversa do art. 65 do Código Civil
(LGL\2002\400), que se refere a recurso para impugnar ato do Ministério Público.

56 Por exemplo, ANDRADE, Érico; NUNES, Dierle. Os contornos da estabilização da tutela


provisória de urgência antecipatória no novo CPC (LGL\2015\1656) e o "mistério" da ausência de
formação de coisa julgada. Disponível em
[www.academia.edu/12103602/%C3%89rico_Andrade_e_Dierle_Nunes_-_Os_contornos_da_estabiliza%C3%A7%C3
Acesso em 24.06.2016.

57 MITIDIERO, Daniel. Autonomia e estabilização da antecipação da tutela no novo Código de


Processo Civil, p. 17. Disponível em: [www.mflip.com.br/pub/escolajudicial/?numero="39]." Acesso
em 24.06.2016.

58 DIDIER JR, Fredie; BRAGA, Paula Sarno; OLIVEIRA, Rafael Alexandria de. Op. Cit., p. 604.

59 Há quem defenda que apenas o réu teria interesse de agir para a propositura da ação após a
estabilização. Neste sentido: BAUERMAN, Desirê. Estabilização da tutela antecipada. Revista
Eletrônica de Direito Processual. Rio de Janeiro: UERJ, vol. VI, 2011, p. 34.

60 MACÊDO, Lucas Buril de; PEIXOTO, Ravi; FREIRE, Alexandre. Doutrina Selecionada:
Procedimentos especiais, tutela provisória e direito transitório. Salvador: Juspodivm, 2015, vol. 4, p.
206.

61 REDONDO, Bruno Garcia. Estabilização, modificação e negociação da tutela de urgência


antecipada antecedente: principais controvérsias. Revista de Processo. São Paulo: RT, vol. 244, jun.
2015, p. 187-188.

62 GOUVEIA FILHO, Roberto P. Campos; PEIXOTO, Ravi; COSTA, Eduardo José da Fonseca. A
estabilização e a imutabilidade das Eficácias Antecipadas. Disponível em
Página 17
A tutela provisória no ordenamento jurídico brasileiro: a
nova sistemática estabelecida pelo CPC/2015 comparada
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[www.academia.edu/17008626/A_estabiliza%C3%A7%C3%A3o_e_a_imutabilidade_das_Efic%C3%A1cias_Antecipad
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63 NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Novo Código de Processo Civil - Lei 13.105/2015. São
Paulo: Método, 2015, p. 211-212.

Página 18

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