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Direito
CONSTITUCIONAL
Teoria
2ª
e Prática
EDIÇÃO
Revista, ampliada
e atualizada
2022
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NOÇÕES GERAIS DE PROCESSO E
DA ESTRUTURA DE PEÇAS DA OAB
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1 NOÇÕES GERAIS DE PROCESSO E DA ESTRUTURA DE PEÇAS DA OAB
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DIREITO CONSTITUCIONAL • TEORIA E PRÁTICA Caroline Müller Bitencourt e Janriê Rodrigues Reck
2.1
HABEAS DATA
2.1.1 Fundamento legal
Previsão no art. 5º, LXXII, da Constituição Federal, com a seguin-
te redação:
2.1.2 Conceito
O habeas data é uma novidade entre os writs e é uma tutela es-
pecífica dos direitos e garantias fundamentais que visa a assegurar
ao cidadão interessado a exibição de informações constantes nos
registros públicos ou privados, nos quais estejam incluídos seus da-
dos pessoais, para que tome conhecimento e, se for o caso, retifique
ou complemente eventuais erros.
É remédio constitucional, de natureza civil, submetido a rito su-
mário, que se destina a garantir, em favor da pessoa interessada, o
exercício de pretensão jurídica discernível em seu tríplice aspecto:
banco de dados de caráter público, recusa ou transcurso de prazo
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2 REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
Destaque:
Se for órgão ou instituição privada que detenha banco de DADOS DE CARÁ-
TER PÚBLICO, estará sujeito a impetração de habeas data.
2.1.3 Cabimento
Na linha de especialização dos instrumentos de defesa de direi-
tos individuais, a Constituição de 1988 tratou o habeas data como
instituto destinado a assegurar o conhecimento de informações re-
lativas à pessoa do impetrante constantes de registros ou bancos de
dados de entidades governamentais ou de caráter público e para
permitir a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo de
modo sigiloso.
Art. 1º (VETADO) da Lei 9.507
Parágrafo único. Considera-se de caráter público todo registro ou
banco de dados contendo informações que sejam ou que possam
ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de uso privativo
do órgão ou entidade produtora ou depositária das informações.
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Muito importante!
Para o fim de impetrar habeas data, é imprescindível que tenha havido o
requerimento administrativo e a negativa pela autoridade administrativa de
atendê-lo, devendo tal negativa ou omissão da autoridade administrativa vir
comprovada na petição inicial (art. 8º, parágrafo único, da Lei nº 9.507/97). O
silêncio da autoridade no prazo de 10 dias é suficiente!
Aspecto importante do cabimento do Habeas Data diz respeito à exigên-
cia legal de que a ação somente poderá ser impetrada em Juízo diante da
prévia negativa da autoridade administrativa de fornecimento (ou de re-
tificação ou de anotação da contestação ou explicação) das informações
solicitadas. Trata-se de uma das exceções constitucionais ao princípio do
controle jurisdicional imediato (art. 5º, XXXV), configurando hipótese de ins-
tância administrativa de curso forçado (a outra hipótese de curso forçado
está prevista pelo art. 217, par. 1º da CF).
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2 REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
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O HD poderá ser ajuizado por qualquer No polo passivo, podem figurar entida-
pessoa física, brasileira ou estrangeira, des governamentais, da Administração
bem como por pessoa jurídica, entes Pública Direta (União, Estados, DF e
despersonalizados (massa falida, he- Municípios) e Indireta (as autarquias, as
rança jacente, espólio, sociedade de Fundações instituídas e mantidas pelo
fato, condomínio). Poder Público, as Empresas Públicas e
Saliente-se, porém, que a ação é perso- as Sociedades de Economia Mista), bem
nalíssima, vale dizer, somente poderá como as instituições, entidades e pes-
ser impetrada pelo titular das informa- soas jurídicas privadas detentoras de
ções. banco de dados contendo informações
STF já se manifestou que estrangeiro que sejam ou possam ser transmitidas a
não residente também poderá adentrar terceiros ou que não sejam de uso pri-
com habeas data. vativo do órgão ou entidade produtora
ou depositária das informações (ex: as
entidades de proteção ao crédito, como
o SPC, o SERASA, entre outras).
Privada. O aspecto que determinará
o cabimento da ação será o fato de o
banco de dados ser de caráter público,
a exemplo do SPC.
2.1.6 Competência
Previsão de algumas autoridades pela CF/88:
STF – Art. 102, I, d, da CF
a) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referi-
das nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas
data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câ-
mara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas
da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supre-
mo Tribunal Federal;
STJ – Art. 105, I, b, da CF
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2 REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
Cidade..., Estado..., CEP..., vem, por seu procurador signatário, inscrito na OAB
n°..., procuração em anexo, conforme previsão no artigo 287 do Código de
Processo Civil, endereço eletrônico..., com escritório profissional na Rua..., n°...,
Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., local onde recebe suas intimações, impetrar
HABEAS DATA, com base no artigo 5º, inciso LXXII, alínea “a”, da Constituição
Federal, e artigo 7°, inciso I, da Lei nº 9.507/97, contra MINISTRO DE ESTADO
DA DEFESA, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador do RG n°...,
EXERCÍCIOS
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1) DOS FATOS
Tício solicitou informações de cunho pessoal junto ao Ministério da Defe-
sa, todavia teve seu pedido indeferido, sob a alegação preservação do sigilo
das atividades do Estado, estando os arquivos públicos inacessíveis para to-
dos os cidadãos.
2.2) Da Legitimidade
O impetrante Tício é legitimado ativo para propor Ação de Habeas Data,
pois teve seu direito personalíssimo ao acesso à informação negado, confor-
me artigo 7º, inciso I, da Lei nº 9.507/97.
Ministro da Defesa do Estado é legitimado passivo, em razão de ter sido
ele a autoridade que negou acesso as informações solicitadas administrativa-
mente pelo impetrante, conforme artigo 105, inciso I, alínea “b”, da Constitui-
ção Federal, e artigo 20, inciso I, alínea “b”, da Lei nº 9.507/97.
2.3) Do Cabimento
Cabe Habeas Data para assegurar informações relativas à pessoa do im-
petrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governa-
mentais ou de caráter público, conforme artigo 5º, inciso LXXII, alínea “a”, da
Constituição Federal e artigo 7°, inciso I, da Lei nº 9.507/97.
2.4) DIREITO
2.4.1) Da violação ao direito fundamental à informação
O instrumento deve ser lido à luz dos princípios constitucionais de invio-
labilidade da intimidade vida privada, honra e imagem, conforme artigo 5°,
inciso X, da Constituição Federal, bem como de acordo com a inviolabilidade
DO EXAME DA OAB
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2 REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
3) DOS PEDIDOS
a) O recebimento da inicial, em duas vias, nos termos do artigo 8º, da Lei nº
DO EXAME DA OAB
9.507/97;
b) A juntada da documentação essencial que comprove o indeferimento do
pedido na via administrativa, conforme artigo 8º, parágrafo único, da Lei
nº 9.507/97;
c) A notificação da Autoridade, entregando-lhe a segunda via da inicial,
conforme artigo 9º, da Lei nº 9.507/97, a fim de que, no prazo de 10 (dez)
EXERCÍCIOS
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→ Sistema piramidal;
→ Aspectos formal e material da Constituição;
→ Filtro de constitucionalidade.
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3 AÇÕES DO CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE
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( Quanto ao momento
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3 AÇÕES DO CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE
( Controle Repressivo
Este será exercido por via jurisdicional ante o papel de guar-
dião da Constituição. Essa espécie de controle se dará pela via difu-
sa ou pela via do controle concentrado.
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Medida provisória (art. 62) que poderá ser editada com força de
lei, em caso de relevância, mas deve ser submetida ao Congresso
Nacional.
Sendo assim, o controle político e repressivo de constituciona-
lidade no direito brasileiro ocorre nas excepcionais hipóteses do
artigo 49, inciso V, e do artigo 62, ambos da Constituição Federal de
1988 (BULOS, 2012, p. 200), quando o Poder Legislativo realiza juízo
de conformidade constitucional de atos normativos já consolidados
e vigentes.
Você sabe qual a diferença entre atos concretos e atos norma-
tivos ??
I – emendas à Constituição;
II – leis complementares;
III – leis ordinárias;
IV – leis delegadas;
V – medidas provisórias;
VI – decretos legislativos;
VII – resoluções.
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3 AÇÕES DO CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE
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( Formas de inconstitucionalidades
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3 AÇÕES DO CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE
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