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Diretoria de Assuntos Jurídicos (DAJ) da Fundação Procon-SP

Rua Barra Funda, 930 – 4º andar – sala 406

CEP 01152-000 - São Paulo/SP

Processo Administrativo nº 4243/22-AI – Auto de Infração nº 04020 K2

MARCOS ROBERTO TRINDADE, pessoa jurídica inscrita sob CNPJ nº 16.763.610/0001-87, e-


mail: contato@pauloduran.com.br, estabelecida neste município de Catanduva/SP, à Rua Pará,
nº 903, Centro, CEP 15800-040, neste ato representada por Marcos Roberto Trindade, portador
do CPF 091.951.768-45, vem a presença de V.Sas., nos termos do Art. 44, do Decreto nº
2.181/97, por seu representante constituído apresentar:

IMPUGNAÇÃO AO PROCESSO ADMINISTRATIVO

Instaurado, consubstanciado nos fatos e fundamentos de direito a seguir aduzidos:

BREVE RELATO DOS FATOS

Em síntese: Trata-se de Processo Administrativo nº 4234/22-AI, SEM CONHECIMENTO PRÉVIO


do ocorrido ou direito de AMPLA DEFESA.

DA INEXISTENCIA DA NOTIFICAÇÃO

Ao dispor sobre as normas gerais de aplicação das sanções administrativas previstas no CDC, o
Decreto 2.181/97 estabelece claramente a obrigatoriedade de notificação da empresa
denunciada, in verbis:

Da Notificação

Art. 42 A autoridade competente expedirá notificação ao infrator e fixará prazo de vinte


dias, contado da data de seu recebimento pelo infrator, para apresentação de defesa,
nos termos do disposto no art. 44.

§ 10 - A notificação será acompanhada de cópia de ato de instauração do processo


administrativo sancionador e, se for o caso, da nota técnica ou de outro ato que o
fundamente por meio de remissão e será feita:

I – Por carta registrada ao representado, seu mandatário ou preposto, com aviso de


recebimento ;

II - Por outro meio, físico ou eletrônico, que assegure a certeza da ciência do


representado; ou

III - Por mecanismos de cooperação internacional.

§ 2° - Na hipótese de notificação de representados que residam em países que aceitem a


notificação postal direta, a notificação internacional poderá ser realizada por meio de
serviço postal com aviso de recebimento em nome próprio.
A notificação é o ato pelo qual o suposto infrator é convocado para integrar a relação
processual, indispensável para a validade do processo.

Todavia, a empresa teve conhecimento do presente processo apenas quando recebeu o Auto
de Infração nº 04020 K2, ou seja, não foi regularmente notificada nos termos da lei,
configurando a nulidade do processo, conforme precedentes sobre o tema:

APELAÇÃO ClVEL. MANDADO DE SEGURANÇA. INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA.


MULTA APLICADA PELO PROCON POR OFENSA AC 18 DO CÓDIGO DE DEFESA
DO CONSUMIDOR. Desrespeito aos princípios do devido processo legal, do
contraditório e da ampla defesa demonstrado. Ausência de notificação da
infratora para apresentar defesa no processo administrativo nº 018/2007.
violação pela autoridade administrativa das previsões contidas nos artigos 17 e
26, do decreto estadual n 13.379/1997 c/c arts. 42, caput, §§ 1º e 2º, do
decreto federal n 2.181/97. apelo conhecido e provido. (TJ-RN - AC:
20160139348 RN, Relator Desembargador AMÍLCAR MAIA. Data de
Julgamento: 09/05/2017, 3ª Câmara Cível, #57275126)

Desta forma, em clara inobservância ao devido processo legal, em quebra ao contraditório e à


ampla defesa, nulo o processo administrativo que não observa o contraditório e à ampla
defesa.

AUSENCIA DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA

Todo procedimento assim como qualquer ato administrativo deve ser conduzido com estrita
observância aos princípios constitucionais, sob pena de nulidade.

Ao instaurar um processo administrativo de repercussão direta ao impugnante, deveria de


imediato ser garantido o direito ao contraditório e à ampla defesa, como dispõe claramente a
Lei 9.784/99:

Art. 3º: O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem


prejuízo de outros que lhe sejam assegurados: (...)

II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de


interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer
as decisões proferidas;

(...)

Art. 38º O interessado poderá. na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar
documentos e pareceres. requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações
referentes à matéria objeto do processo.

§ 1º Os elementos probatórios deverão ser considerados na motivação do relatório e


da decisão.

§ 2º Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas


propostas pelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou
protelatórias.

(...)
Art. 68. AS sanções, a serem aplicadas por autoridade competente, terão natureza
pecuniária ou consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o
direito de defesa.

A ausência de oportunidade prévia ao impugnante trata-se de manifesta quebra do


direito constitucional à ampla defesa, especialmente por ser a principal afetada na
decisão em análise, conforme análise bem disciplinada pelo Ministro Celso de Mello:

“(..) mesmo em se tratando de procedimento administrativo, que ninguém


pode ser privado de sua liberdade. de seus bens ou de seus direitos sem o
devido processo legal. notadamente naqueles casos em que se estabelece uma
relação de polaridade conflitante entre o Estado, de um lado. e o indivíduo, de
outro. Cumpre ter presente, bem por isso, na linha dessa orientação, que o
Estado, em tema de restrição à esfera jurídica de qualquer cidadão, não pode
exercer a sua autoridade de maneira abusiva ou arbitrária (...). isso significa,
portanto, que assiste ao cidadão (e ao administrado), mesmo em
procedimentos de índole administrativa, a prerrogativa indisponível do
contraditório e da plenitude de defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes, consoante prescreve a Constituição da República em seu art. 5°. LV.
O respeito efetivo à garantia constitucional do 'due process of Iaw; ainda que
se trate de procedimento administrativo (como o instaurado, no caso ora em
exame, perante o E. Tribunal de Contas da União), condiciona, de modo estrito,
o exercício dos poderes de que se acha investida a Pública Administração, sob
pena de descaracterizar-se, com grave ofensa aos postulados que informam a
própria concepção do Estado Democrático de Direito, a legitimidade jurídica
dos atos e resoluções emanados do Estado, especialmente quando tais
deliberações, como sucede na espécie, importarem em invalidação, por
anulação, de típicas situações subjetivas de vantagem.” (STF MS 27422 AgR)

Não se questiona a autoexecutoriedade das sanções. Contudo, a imposição de penalidade sem


a ampla defesa – que é o caso, transborda o devido processo legal passível de nulidade,
conforme assevera a doutrina:

“Caráter prévio da defesa - Consiste na anterioridade da defesa em relação ao ato


decisório. A garantia da ampla defesa supõe, em princípio, o caráter prévio das
atuações pertinentes. A anterioridade da defesa recebe forte matiz nos processos
administrativos punitivos, pois os mesmos podem culminar em sanções impostas aos
implicados." (MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno. 20ª edt. Editora RT,
2016. pg. 205)

"(...) processo administrativo punitivo é todo aquele promovido pela Administração


para a imposição de penalidade por infração à lei regulamento ou contrato. Esses
processos devem ser [i] necessariamente contraditórios, com oportunidade de
defesa, [ii] que deve ser prévia, e estrita observância do devido processo legal, sob
pena de nulidade da sanção imposta.' (MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo
Brasileiro. 34. ed. São Paulo: Malheiros. 2008. P. 702.)

O direito ao questionamento da decisão, albergado na fase de defesa é garantia obrigatória


não apenas nos processos judiciais, como também nos processos administrativos. conforme
reitera a doutrina:
“É sabido que a ampla defesa e o contraditório não alcançam apenas o processo penal,
mas também o administrativo, nos turnos do art. 5º, LV da CF/88. É que a Constituição
estende essas garantias a todos os processos, punitivos ou não, bastando haver
litígios." (Harrison Leite. Manual de Direito Financeiro. Editora jus podivum, 3ª edição,
2014, p. 349)

Portanto, tem-se nitidamente a quebra do contraditório e da ampla defesa em processo


administrativo em trâmite sem qualquer notificação ao impugnante. Razão pela qual, merece
provimento o presente pedido.

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