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FÁBIO, nacionalidade (...), estado civil (...), profissão (...), inscrito no RG nº (...,) e no CPF
(...), residente e domiciliado na (...), endereço eletrônico (...), por meio de seus advogados
infra-assinados, conforme procuração anexa, com endereço profissional (...), endereço que
indicam para fins do art. 77, V do CPC, vem respeitosamente perante este Juízo, com base no
art. 5º XXV e LXIX da CF/88 e art. 1º da Lei 12.016/2009, impetrar:
1. DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
A situação econômica do impetrante não lhe permite arcar com as custas processuais e
honorários advocatício sem que isso implique em prejuízo ao seu sustento e de sua família,
conforme declaração de hipossuficiência e documentos anexos. Razão pela qual, requer-se a
este juízo que seja deferido o benefício da gratuidade da justiça, nos termos da Lei n. º
1.060/1950, dos arts. 98 e 99 do Código de Processo Civil e do art. 5º, LXXIV, da Constituição
Federal.
2. DA TEMPETIVIDADE
A Lei 12.016/2009 estabelece em seu art. 23 que o direito de requerer mandado de segurança
extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato
impugnado.
O ato administrativo impugnado, recebido por telegrama no dia (...), sendo que o prazo
decadencial para impetração do presente remédio constitucional seria (...). Logo resta
preenchido o requisito da tempestividade.
3. DO CABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA E DA COMPETÊNCIA PARA SEU
JULGAMENTO
A Constituição Federal de 1988 consagra em seu art. 5º LXIX o mandado de segurança como
remédio adequado para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou
habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. Também, reforça com a
mesma redação, o art. 1º da Lei 12.016/09 que disciplina o Mandado de Segurança individual e
coletivo.
Logo, considerando que o Impetrante encontra-se impedido de ter à vista da prova que por
consequência o impede de qualquer meio de recursos, ante ao ato administrativo da autoridade
pública federal praticado não observando o princípio da motivação, demonstra assim, a
ilegalidade do ato sofrido, sendo o único meio para satisfazer de seu direito em não sofrer as
consequências de tais atos se dá por meio do Mandado de Segurança, com pedido liminar.
Resta pacificado que a competência para julgar o mandado de segurança interposto contra ato
do Coordenador é da Justiça Federal, tendo visto que se trata de atividade exercida por
representante de ente federado, nos termos do artigo 109, I da CF/88.
O Impetrante, já qualificado nos autos, realizou o Exame Nacional, organizado pelo MEC, com
intuito de ingressar no ensino superior através de nota obtida. Após a divulgação dos resultados,
foi surpreendido com seu resultado nas questões discursivas, a transparecer que não corrigiram
adequadamente sua prova, ou deixaram de lançar ou somar as notas das questões, o que
inviabiliza seu ingresso na entidade preferida.
Não existindo previsão de vista de prova e nem de recurso administrativo no edital, o Impetrante
encaminhou petição ao Coordenador Estadual do Exame Nacional, ao qual, é agente público do
Ministério da Educação responsável pelo exame sediado na capital, requerendo vista da prova,
para fins de apresentação de recursos. Entretanto, a resposta, encaminhada por telegrama ao
Impetrante, foi o seguinte despacho: “Indefiro”.
5. DO DIREITO
O Princípio do Contraditório visa garantir que ambas as partes de um processo sejam ouvidos e
tenham a oportunidade e instrumento para fazer valer seus direitos e pretensões. Já a Ampla
defesa garante que tenha os meios necessário para se manifestar, produzir provas e ser ouvidas.
Ambos, tem o objetivo de buscar a verdade, fornecendo as condições para que ambas as partes
possam dialogar equitativamente e, a partir disso tenham um resultado justo e imparcial.
É no momento da interposição de recursos contra o resultado das provas discursivas que esses
princípios são exercidos, e para que esse direito seja exercido é necessário que o candidato
tenha vista da prova.
Nesse momento, que o candidato tem a oportunidade de apresentar suas razões contra a
correção da prova realizada pela Banca Examinadora e solicitar o reexame da prova discursiva.
Cabe à Banca analisar cuidadosamente os recursos e divulgar detalhadamente as razões de sua
decisão.
Sendo assim, qualquer disposição ou ato que vede a vista das provas e a interposição de recursos
fere o princípio do contraditório e da ampla defesa.
A falta de disposição no edital, também viola o princípio da publicidade, pois a Constituição não
se coaduna com o sigilo, que apenas é admitido em situações excepcionais, não sendo esta caso
de excepcionalidade, vez que é marcado pela ampla publicidade (art. 37º, “caput” da CF/88).
O Princípio da Motivação exige que a administração Pública tenha o dever de indicar os fatos e
fundamentos jurídicos pelas quais tomou a providência adotada.
O direito líquido e certo do impetrante é comprovado pela manifesta violação à letra da lei, não
sendo por acaso a propositura do presente remédio constitucional para atacar o ato
administrativo da autoridade coatora, pois sendo corrigido tal violação, o autor terá garantido o
direito subjetivo de concorrer, de forma justa e imparcial, a uma vaga no ensino superior a qual
é o seu objetivo.
6. DO PEDIDO LIMINAR
Segundo o art. 7º, III, da Lei 12.016/09, a tutela de provisória urgência será concedida sempre
que houver elementos capazes de evidenciar a probabilidade do direito e o perigo de dano ou
risco ao resultado útil do processo.
O perigo de dano irreparável – periculum in mora – é patente uma vez que o direito líquido e
certo já foi violado, podendo prejudicar o candidato se o direito de acesso à sua prova não for
em tempo hábil para que se dê azo, no mínimo, o acesso à informação pública e, se for o caso,
a sua revisão para que, por meio do seu desempenho no Exame Nacional ter acesso ao Ensino
Superior.
É inegável a real violação de direito líquido e certo já sofrida pelo impetrante e que carece da
imediata segurança aqui pleiteada, a fim de que o autor não seja prejudicado.
7. DOS REQUERIMENTOS
a) que seja deferida a gratuidade da justiça, nos termos da Lei nº 1.060/50, tendo
em vista a declaração de hipossuficiência e documentos anexos;
b) a intimação da autoridade coatora, o Coordenador Estadual do Exame Nacional
para prestar informações que entender cabíveis nos termos do art. 7º da Lei
12.016/2009;
c) a notificação da unidade do Ministério da Educação vinculada a autoridade
coatora para ciência dos fatos.
8. DOS PEDIDOS
Advogado
OAB