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AO MM JUÍZO DA 1ª VARA CÍVEL DO FORO REGIONAL DE

MADUREIRA DA COMARCA DA CAPITAL DO RIO DE JANEIRO


/RJ

PROCESSO: 0813646-49.2022.8.19.0202

PAULO CESAR SILVA DE OLIVEIRA, já devidamente


qualificado nos autos, por meio de sua advogada infra-
assinado, vem respeitosamente à presença de Vossa
Excelência:

A parte Requerida vem informar que em caso, de


indeferimento ao pedido id. 86347780, requer que seja
recebido o presente recurso de Apelação , com fundamento
no Artigo 1.009 do CPC, em face da sentença de ID nº
64410785 e 84563897.

Sendo certo que período de prazo está tempestivo,


sentença dia 02/06/2023, embargos de declaração ao dia
06/06/2023 e sendo a sentença de homologação 26/10/2023.

Requer a remessa do recurso e suas inclusas razões ao


Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de janeiro para
que dele conheça e profira nova decisão.

Termos em que aguarda deferimento.


Rio de janeiro, 09 de novembro de 2023.
GRACE KELLY DE J. FERNANDES
OAB/RJ 202856

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EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO-
RJ

RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO

Apelante: PAULO CESAR SILVA DE OLIVEIRA

Apelado: BANCO PAN S.A

EMÉRITOS DESEMBARGADORES

1- DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA RECURSAL

O Apelante, requer que sejam concedidos os benefícios


da Gratuidade de Justiça quanto ao presente recurso, nos
termos do Art. 98 e seguintes, CPC e artigo 5º, LXXIV, C.F., tendo
já juntado aos autos a respectiva declaração de
hipossuficiência financeira e comprovado pela
documentação acostada ao feito, não ter condições de arcar
com as custas processuais, bem como com as custas do
presente recurso.

2- DO MÉRITO RECURSAL

Em que pese o ilibado saber jurídico do magistrado “a


quo”, merece ser reformada a presente sentença proferida,
que Indeferiu a gratuidade de justiça ao Apelante

A documentação acostada no feito demonstra que o


Apelante demonstrou ser beneficiário da justiça gratuita.

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In casu, percebe-se que o Apelante é pessoa que não
possui altos rendimentos, no momento, capazes de suportar o
acesso ao Poder Judiciário, para valer.

Tem se ainda que o Apelante possuiidade superior a 60


(sessenta) anos, e possui renda mensal inferior a 10 (dez)
salários mínimos, encontrando-se, pois, isenta do pagamento
das custas, conforme previsão legal expressa no artigo 17, X,
da Lei Estadual º 3.

DAS RAZÕES PARA O DEFRIMENTO A GRATUIDADE DE JUSTIÇA

DO COMPROMETIMENTO DA RENDA DO AUTOR E DA


IMPOSSIBILIDADE DE ARCAR COM AS CUSTAS E DESPESAS
PROCESSUAIS
O presente pedido de reconsideração se tem no sentido
que o Requerido momentaneamente está hipossuficiente
pelos parâmetros do Tribunal que utiliza para avaliação da
porcentagem de 40% do teto previdenciário(INSS), para fins de
conceção da gratuidade, todavia, não é a mera
movimentação financeira demonstrada no Imposto de Renda
que caracteriza a hipossuficiência podendo esta ser
momentaneamente auferida pelos ganhos líquidos do Autor,
que tem comprometida sua renda demonstrado pelo contra
cheque e despesas, fazendo jus a concessão a gratuidade de
justiça, ainda que temporária, que diz que este pode estar a
justificar a sua hipossuficiência ao longo dos anos.

LEI Nº 6369, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2012.


SUBSTITUI AS TABELAS 01 A 15 DA LEI ESTADUAL Nº.
3.350/1999, VISANDO À SIMPLIFICAÇÃO DO RECOLHIMENTO DE

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CUSTAS JUDICIAIS E À COMPATIBILIZAÇÃO COM AS
ALTERAÇÕES DA SISTEMÁTICA PROCESSUAL OCORRIDAS A
PARTIR DO ANO DE 2000.

Art. 7º O inciso X do artigo 17 da Lei Estadual n.º 3350/99


passa a ter a seguinte redação:

“Art. 17- X – Os maiores de 60 (sessenta) anos que


recebam até 10 salários mínimos.
O Autor possui no ano de 2023 a idade de 61 anos, pois o
mesmo nasceu em 09/04/1962, conforme já indicado na peça
de contestação, apresentação de sua identidade, id
29945832 e da sua hipossuficiência através do contra cheque
id 61892256 e imposto de renda do autor aqui acostado, o
mesmo é reformado militar da aeronáutica e recebe salário
mensal líquido correspondente à quantia de R$ 2.900,00 (dois
mil e novecentos reais), quantia essa integralmente já
comprometida com suas despesas, abaixo explicitadas:

DESCRIÇÃO DA DESPESA - VALOR (montar tabela)


Alimentação
R$ 700,00
Energia Elétrica, Internet e Água
R$ 550,00
Celular
R$ 150,00
Seguro veicular

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R$ 400,00
Perfazendo total de R$ 2.450,00

Percebe-se que apesar de o autor possuir renda superior


a quatro salários mínimos, o mesmo é reformado e sua renda
de forma integral para arcar com suas despesas e gastos
mensais fixos, os quais provêm o seu sustento e subsistência.
Dessa forma, todo e qualquer valor gasto comprometeria
o sustento e a manutenção da vida do autor Resta claro,
portanto, que o mesmo faz jus aos benefícios da Justiça
Gratuita.
DO DIREITO DO AUTOR AOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA
Consoante ao já abordado, apesar da idade
determinado pela lei o salário recebido pelo Requerido em
quantia considerada média, o Requerente não possui
condições financeiras para arcar com as custas processuais e
honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento, razão
pela qual claramente atende os requisitos para concessão dos
benefícios da Gratuidade de Justiça, assegurados pela Lei nº
1060/50 e em conformidade com o Art. 98, caput, do Novo
Código de Processo Civil, in verbis:
“Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou
estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as
custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios
tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.”
Ainda, tal benefício é constitucionalmente garantido
àqueles que dele necessitam, conforme nos dispõe o Art. 5º de
nossa Carta Magna, em seu inciso LXXIV:
“o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos
que comprovarem insuficiência de recursos”;

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Imprescindível também ressaltar que, em conformidade
com o art. 99, § 1º, do Novo Código de Processo Civil, o pedido
de gratuidade da justiça pode ser formulado por petição
simples e durante o curso do processo, tendo em vista a
possibilidade de que seja requerido a qualquer tempo e grau
de jurisdição, ante a alteração do status econômico. Nos
dispõe o referido códex:
“Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser
formulado na petição inicial, na contestação, na petição para
ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos
autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos
legais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de
indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do
preenchimento dos referidos pressupostos.
§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência
deduzida exclusivamente por pessoa natural.”
Conforme parágrafo segundo do supracitado artigo, o
juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos
elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para
a concessão de gratuidade. Excelência, com todo respeito,
não há nos autos nenhum elemento, nenhuma prova que se
faça inferir que a parte Requerido falte com os pressupostos e
requisitos da justiça gratuita!
O fato de o principal objeto da lide ser um considerável
valor financeiro e, consequentemente, o valor da causa ser
elevado - bem como o rendimento mensal do Requerido ser
considerado médio - não aduz, não infere e não significa que
a parte autora tenha condições de arcar com as despesas e
custos processuais e também honorários sucumbenciais.

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Ainda, o terceiro parágrafo do mesmo artigo já
mencionado, nos traz que a alegação de insuficiência
deduzida exclusivamente por pessoa natural é presumida
como verdadeira. Excelência, não é necessário adentrar ao
mérito da causa para que se perceba e presuma que todo o
alegado é verdadeiro. Com toda honestidade e respeito, a
parte Requerido não tem condições de desembolsar nenhum
valor sem ter seu sustento e a manutenção de sua vida e de
seus dependentes prejudicada.
Novamente se ressalta que os benefícios da justiça
gratuita não podem ser indeferidos por mera presunção que
tenha como base o valor da causa, ou salário que se considere
médio/alto, ou movimentações de IMPOSTO DE RENDA do
anão anterior ao vigente, bem como se ressalta que não há
nos autos quaisquer indícios que demonstrem riqueza
tampouco ausência dos pressupostos necessários.
O fato de a parte Requerido não ser representada por
Defensor Público também não afasta o merecimento da
Justiça Gratuita, tampouco pode ser usado para justificar seu
indeferimento, vejamos o que dispõe o Art. 99, § 4º do CPC:

"§ 4º A assistência do requerente por advogado particular


não impede a concessão de gratuidade da justiça".
Imperioso ainda destacar que a Lei (Art. 98, NCPC) não
exige miserabilidade atestada do requerente para a
concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, bastando para
tal a "insuficiência de recursos para pagar as custas, despesas
processuais e honorários advocatícios". Neste sentido,
sabiamente nos ensinam Fred Didier Júnior e Rafael Alexandria
Oliveira (2016):

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"Não se exige miserabilidade, nem estado de necessidade,
nem tampouco se fala em renda familiar ou faturamento
máximos"
Também não importa a posse de bens móveis ou imóveis,
uma vez que estes não representam nem automaticamente se
convertem em liquidez, conforme lecionado pelos
supracitados doutrinadores:
"É possível que uma pessoa natural, mesmo com boa renda
mensal, seja merecedora do benefício, e que também o seja
aquele sujeito que é proprietário de bens imóveis, mas não
dispõe de liquidez. A gratuidade judiciária é um dos
mecanismos de viabilização do acesso à justiça; não se pode
exigir que, para ter acesso à justiça, o sujeito tenha que
comprometer significativamente sua renda, ou tenha que se
desfazer de seus bens, liquidando-os para angariar recursos e
custear o processo." (DIDIER JR. Fredie. OLIVEIRA, Rafael
Alexandria de. Benefício da Justiça Gratuita. 6ª ed. Editora
JusPodivm, 2016. p. 60)

A gratuidade de justiça é regulada pelo Novo Código de


Processo Civil, no Art. 98 e seguintes, verbis:

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou


estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as
custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios
tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.

§ 1o A gratuidade da justiça compreende:

I - as taxas ou as custas judiciais;

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II - os selos postais;

III - as despesas com publicação na imprensa oficial,


dispensando-se a publicação em outros meios;

IV - a indenização devida à testemunha que, quando


empregada, receberá do empregador salário integral, como
se em serviço estivesse;

V - as despesas com a realização de exame de código


genético - DNA e de outros exames considerados essenciais;

VI - os honorários do advogado e do perito e a


remuneração do intérprete ou do tradutor nomeado para
apresentação de versão em português de documento
redigido em língua estrangeira;

VII - o custo com a elaboração de memória de cálculo,


quando exigida para instauração da execução;

VIII - os depósitos previstos em lei para interposição de


recurso, para propositura de ação e para a prática de outros
atos processuais inerentes ao exercício da ampla defesa e do
contraditório;

IX - os emolumentos devidos a notários ou registradores


em decorrência da prática de registro, averbação ou
qualquer outro ato notarial necessário à efetivação de
decisão judicial ou à continuidade de processo judicial no qual
o benefício tenha sido concedido.

§ 2o A concessão de gratuidade não afasta a


responsabilidade do beneficiário pelas despesas processuais e
pelos honorários advocatícios decorrentes de sua
sucumbência.

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§ 3o Vencido o beneficiário, as obrigações decorrentes
de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de
exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos 5
(cinco) anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão
que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a
situação de insuficiência de recursos que justificou a
concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo,
tais obrigações do beneficiário.

§ 4o A concessão de gratuidade não afasta o dever de


o beneficiário pagar, ao final, as multas processuais que lhe
sejam impostas.

§ 5o A gratuidade poderá ser concedida em relação a


algum ou a todos os atos processuais, ou consistir na redução
percentual de despesas processuais que o beneficiário tiver de
adiantar no curso do procedimento.

§ 6o Conforme o caso, o juiz poderá conceder direito ao


parcelamento de despesas processuais que o beneficiário tiver
de adiantar no curso do procedimento.

§ 7o Aplica-se o disposto no art. 95, §§ 3o a 5o, ao custeio


dos emolumentos previstos no § 1o, inciso IX, do presente
artigo, observada a tabela e as condições da lei estadual ou
distrital respectiva.

§ 8o Na hipótese do § 1o, inciso IX, havendo dúvida


fundada quanto ao preenchimento atual dos pressupostos
para a concessão de gratuidade, o notário ou registrador,
após praticar o ato, pode requerer, ao juízo competente para
decidir questões notariais ou registrais, a revogação total ou
parcial do benefício ou a sua substituição pelo parcelamento
de que trata o § 6o deste artigo, caso em que o beneficiário
será citado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se sobre esse
requerimento.

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Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser
formulado na petição inicial, na contestação, na petição para
ingresso de terceiro no processo ou em recurso.

§ 1o Se superveniente à primeira manifestação da parte


na instância, o pedido poderá ser formulado por petição
simples, nos autos do próprio processo, e não suspenderá seu
curso.

§ 2o O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver


nos autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos
legais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de
indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do
preenchimento dos referidos pressupostos.

§ 3o Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência


deduzida exclusivamente por pessoa natural.

§ 4o A assistência do requerente por advogado particular


não impede a concessão de gratuidade da justiça.

§ 5o Na hipótese do § 4o, o recurso que verse


exclusivamente sobre valor de honorários de sucumbência
fixados em favor do advogado de beneficiário estará sujeito a
preparo, salvo se o próprio advogado demonstrar que tem
direito à gratuidade.

§ 6o O direito à gratuidade da justiça é pessoal, não se


estendendo a litisconsorte ou a sucessor do beneficiário, salvo
requerimento e deferimento expressos.

§ 7o Requerida a concessão de gratuidade da justiça em


recurso, o recorrente estará dispensado de comprovar o
recolhimento do preparo, incumbindo ao relator, neste caso,
apreciar o requerimento e, se indeferi-lo, fixar prazo para
realização do recolhimento.

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Art. 100. Deferido o pedido, a parte contrária poderá
oferecer impugnação na contestação, na réplica, nas
contrarrazões de recurso ou, nos casos de pedido
superveniente ou formulado por terceiro, por meio de petição
simples, a ser apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, nos
autos do próprio processo, sem suspensão de seu curso.

Parágrafo único. Revogado o benefício, a parte arcará


com as despesas processuais que tiver deixado de adiantar e
pagará, em caso de má-fé, até o décuplo de seu valor a título
de multa, que será revertida em benefício da Fazenda Pública
estadual ou federal e poderá ser inscrita em dívida ativa.

Art. 101. Contra a decisão que indeferir a gratuidade ou


a que acolher pedido de sua revogação caberá agravo de
instrumento, exceto quando a questão for resolvida na
sentença, contra a qual caberá apelação.

§ 1o O recorrente estará dispensado do recolhimento de


custas até decisão do relator sobre a questão, preliminarmente
ao julgamento do recurso.

§ 2o Confirmada a denegação ou a revogação da


gratuidade, o relator ou o órgão colegiado determinará ao
recorrente o recolhimento das custas processuais, no prazo de
5 (cinco) dias, sob pena de não conhecimento do recurso.

Art. 102. Sobrevindo o trânsito em julgado de decisão que


revoga a gratuidade, a parte deverá efetuar o recolhimento
de todas as despesas de cujo adiantamento foi dispensada,
inclusive as relativas ao recurso interposto, se houver, no prazo
fixado pelo juiz, sem prejuízo de aplicação das sanções
previstas em lei.

Parágrafo único. Não efetuado o recolhimento, o


processo será extinto sem resolução de mérito, tratando-se do
autor, e, nos demais casos, não poderá ser deferida a

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realização de nenhum ato ou diligência requerida pela parte
enquanto não efetuado o depósito.

Nos autos em questão, não há, conforme previsto no § 2º,


do Art. 99, qualquer elemento que possa causar o
indeferimento da gratuidade de justiça, mas sim há elementos
que demonstram a aptidão do Apelante em ver a gratuidade
de justiça concedida, para o prosseguimento do feito.

Se o Apelante não declara o Imposto de Renda,


demonstrando assim que não tem altos rendimentos
financeiros, o que corrobora com a sua declaração de
hipossuficiência apresentada nos autos, postura diversa
deveria ter adotado o magistrado de 1º grau.

Nesse sentido a jurisprudência do Sodalício Mineiro:

EMENTA: AGRAVO INTERNO - GRATUIDADE DE JUSTIÇA -


PESSOA FÍSICA - AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA ALEGADA
MISERABILIDADE JURÍDICA - ALEGAÇÕES EM CONFRONTO
COM ENTENDIMENTO DOMINANTE DESTE TRIBUNAL - INDÍCIOS
DE CAPACIDADE FINANCEIRA. Para a concessão dos
benefícios da justiça gratuita é necessário que a parte
comprove a alegada miserabilidade jurídica, não bastando,
para a obtenção da benesse, a simples declaração de que
não possui condições de arcar com as custas e despesas
processuais sem prejuízo de seu sustento próprio ou de sua
família.

A gratuidade de justiça não deve ser concedida quando


não houver demonstração bastante da miserabilidade jurídica
e, principalmente, quando houver indícios de capacidade
financeira. V.V. Estando a parte desempregada e sendo isenta
de imposto de renda, está confirmada a declaração de
pobreza, autorizando-se o deferimento dos benefícios da
justiça gratuita. (TJMG - Agravo 1.0079.14.039894-6/002, Relator
(a): Des.(a) Marco Aurelio Ferenzini , 14ª CÂMARA CÍVEL,

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julgamento em 06/10/2016, publicação da sumula em
14/10/2016)

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - ART. 267, I E IV, DO CPC -


EXTINÇÃO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO. - PEDIDO DE
DEFERIMENTO DA JUSTIÇA GRATUITA - OMISSÃO DO JUIZ
PRIMEVO - RECURSO PROVIDO.

Constatando-se que, apesar de o requerente ter


pleiteado, na exordial, o deferimento da gratuidade judiciária,
o juiz primevo omitiu-se a respeito, cabe a esta Corte dirimir a
controvérsia, inclusive porque o pedido de concessão do
benefício é a única matéria aduzida pelo apelante em suas
razões recursais.

Assim, e não obstante bastar a declaração de


hipossuficiência da parte, para se presumir que esta faz jus às
benesses da justiça gratuita, na hipótese dos autos, não há
indícios contrários à alegada insuficiência de recursos do
apelante. De sorte que, em princípio, diante da declaração
de pobreza constante à f. 27, sobre a qual vigora a presunção
iuris tantum de hipossuficiência financeira, e da ausência de
indícios contrários a sua alegação de pobreza, aliada ao
documento de f. 40-41, que demonstra ser ele isento de
declarar imposto de renda, tenho que lhe deve ser deferida a
gratuidade judiciária.

Recurso provido. (TJMG - Apelação Cível


1.0433.09.301538-9/002, Relator (a): Des.(a) Eduardo Mariné da
Cunha , 17ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 01/12/2011,
publicação da sumula em 20/01/2012)

Desta forma o requerente cumpre a presunção de


pessoa necessitada nos termos do Artigo 1º da Resolução
Conjunta nº 01/2012, da Defensoria Pública-Geral do Estado
de Minas Gerais, in verbis:

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“Art. 1º Presume-se necessitada toda pessoa natural
nacional ou estrangeira, residente ou não no Brasil, cuja renda
mensal inicial não ultrapasse o valor de três salários mínimos, ou
cuja renda mensal familiar não seja superior a cinco salários
mínimos.” (grifo nosso)

Portanto, a reforma da sentença é necessária para o


deferimento da gratuidade de justiça e prosseguimento do
feito, com a citação da Apelada na presente demanda.

3 - DOS PEDIDOS

Posto isso, e pelo mais que dos autos consta, requer o


Apelante que o presente recurso seja conhecido, processado
e, a final, provido, no sentido de se reformar integralmente a
decisão repudiada, deferindo a gratuidade de justiça ao
Apelante, com a determinação do prosseguimento do feito,
sob medida de inteira justiça.

Nesses Termos,

Pede Deferimento.

NOME COMPLETO

ADVOGADO - OAB/UF nº ...

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, com idade superior a 60 (sessenta) anos, e possui renda
mensal inferior a 10 (dez) salários mínimos, encontrando-se,
pois, isenta do pagamento das custas, conforme previsão legal
expressa no artigo 17, X, da Lei Estadual º 3.

DAS RAZÕES PARA O DEFRIMENTO A GRATUIDADE DE JUSTIÇA

DO COMPROMETIMENTO DA RENDA DO AUTOR E DA


IMPOSSIBILIDADE DE ARCAR COM AS CUSTAS E DESPESAS
PROCESSUAIS
O presente pedido de reconsideração se tem no sentido
que o Requerido momentaneamente está hipossuficiente
pelos parâmetros do Tribunal que utiliza para avaliação da
porcentagem de 40% do teto previdenciário(INSS), para fins de
conceção da gratuidade, todavia, não é a mera
movimentação financeira demonstrada no Imposto de Renda
que caracteriza a hipossuficiência podendo esta ser
momentaneamente auferida pelos ganhos líquidos do Autor,

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que tem comprometida sua renda demonstrado pelo contra
cheque e despesas, fazendo jus a concessão a gratuidade de
justiça, ainda que temporária, que diz que este pode estar a
justificar a sua hipossuficiência ao longo dos anos.

LEI Nº 6369, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2012.


SUBSTITUI AS TABELAS 01 A 15 DA LEI ESTADUAL Nº.
3.350/1999, VISANDO À SIMPLIFICAÇÃO DO RECOLHIMENTO DE
CUSTAS JUDICIAIS E À COMPATIBILIZAÇÃO COM AS
ALTERAÇÕES DA SISTEMÁTICA PROCESSUAL OCORRIDAS A
PARTIR DO ANO DE 2000.

Art. 7º O inciso X do artigo 17 da Lei Estadual n.º 3350/99


passa a ter a seguinte redação:

“Art. 17- X – Os maiores de 60 (sessenta) anos que


recebam até 10 salários mínimos.
O Autor possui no ano de 2023 a idade de 61 anos, pois o
mesmo nasceu em 09/04/1962, conforme já indicado na peça
de contestação, apresentação de sua identidade, id
29945832 e da sua hipossuficiência através do contra cheque
id 61892256 e imposto de renda do autor aqui acostado, o
mesmo é reformado militar da aeronáutica e recebe salário
mensal líquido correspondente à quantia de R$ 2.900,00 (dois
mil e novecentos reais), quantia essa integralmente já
comprometida com suas despesas, abaixo explicitadas:

DESCRIÇÃO DA DESPESA - VALOR (montar tabela)

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Alimentação
R$ 700,00
Energia Elétrica, Internet e Água
R$ 550,00
Celular
R$
Seguro veicular
TOTAL
R$ 4.500,00

→ Em anexo comprovantes de todas as despesas indicadas,


que comprometem a renda do requerente.
Percebe-se que apesar de o autor possuir renda superior
a quatro salários mínimos, o mesmo é reformado e sua renda
de forma integral para arcar com suas despesas e gastos
mensais fixos, os quais provêm o seu sustento e subsistência.
Dessa forma, todo e qualquer valor gasto comprometeria
o sustento e a manutenção da vida do autor Resta claro,
portanto, que o mesmo faz jus aos benefícios da Justiça
Gratuita.
DO DIREITO DO AUTOR AOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA
Consoante ao já abordado, apesar da idade
determinado pela lei o salário recebido pelo Requerido em
quantia considerada média, o Requerente não possui
condições financeiras para arcar com as custas processuais e
honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento, razão
pela qual claramente atende os requisitos para concessão dos
benefícios da Gratuidade de Justiça, assegurados pela Lei nº

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1060/50 e em conformidade com o Art. 98, caput, do Novo
Código de Processo Civil, in verbis:
“Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou
estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as
custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios
tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.”
Ainda, tal benefício é constitucionalmente garantido
àqueles que dele necessitam, conforme nos dispõe o Art. 5º de
nossa Carta Magna, em seu inciso LXXIV:
“o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos
que comprovarem insuficiência de recursos”;
Imprescindível também ressaltar que, em conformidade
com o art. 99, § 1º, do Novo Código de Processo Civil, o pedido
de gratuidade da justiça pode ser formulado por petição
simples e durante o curso do processo, tendo em vista a
possibilidade de que seja requerido a qualquer tempo e grau
de jurisdição, ante a alteração do status econômico. Nos
dispõe o referido códex:
“Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser
formulado na petição inicial, na contestação, na petição para
ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos
autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos
legais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de
indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do
preenchimento dos referidos pressupostos.
§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência
deduzida exclusivamente por pessoa natural.”
Conforme parágrafo segundo do supracitado artigo, o
juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos

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elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para
a concessão de gratuidade. Excelência, com todo respeito,
não há nos autos nenhum elemento, nenhuma prova que se
faça inferir que a parte Requerido falte com os pressupostos e
requisitos da justiça gratuita!
O fato de o principal objeto da lide ser um considerável
valor financeiro e, consequentemente, o valor da causa ser
elevado - bem como o rendimento mensal do Requerido ser
considerado médio - não aduz, não infere e não significa que
a parte autora tenha condições de arcar com as despesas e
custos processuais e também honorários sucumbenciais.
Ainda, o terceiro parágrafo do mesmo artigo já
mencionado, nos traz que a alegação de insuficiência
deduzida exclusivamente por pessoa natural é presumida
como verdadeira. Excelência, não é necessário adentrar ao
mérito da causa para que se perceba e presuma que todo o
alegado é verdadeiro. Com toda honestidade e respeito, a
parte Requerido não tem condições de desembolsar nenhum
valor sem ter seu sustento e a manutenção de sua vida e de
seus dependentes prejudicada.
Novamente se ressalta que os benefícios da justiça
gratuita não podem ser indeferidos por mera presunção que
tenha como base o valor da causa, ou salário que se considere
médio/alto, ou movimentações de IMPOSTO DE RENDA do
anão anterior ao vigente, bem como se ressalta que não há
nos autos quaisquer indícios que demonstrem riqueza
tampouco ausência dos pressupostos necessários.
O fato de a parte Requerido não ser representada por
Defensor Público também não afasta o merecimento da
Justiça Gratuita, tampouco pode ser usado para justificar seu
indeferimento, vejamos o que dispõe o Art. 99, § 4º do CPC:

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"§ 4º A assistência do requerente por advogado particular
não impede a concessão de gratuidade da justiça".
Imperioso ainda destacar que a Lei (Art. 98, NCPC) não
exige miserabilidade atestada do requerente para a
concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, bastando para
tal a "insuficiência de recursos para pagar as custas, despesas
processuais e honorários advocatícios". Neste sentido,
sabiamente nos ensinam Fred Didier Júnior e Rafael Alexandria
Oliveira (2016):

"Não se exige miserabilidade, nem estado de necessidade,


nem tampouco se fala em renda familiar ou faturamento
máximos"
Também não importa a posse de bens móveis ou imóveis,
uma vez que estes não representam nem automaticamente se
convertem em liquidez, conforme lecionado pelos
supracitados doutrinadores:
"É possível que uma pessoa natural, mesmo com boa renda
mensal, seja merecedora do benefício, e que também o seja
aquele sujeito que é proprietário de bens imóveis, mas não
dispõe de liquidez. A gratuidade judiciária é um dos
mecanismos de viabilização do acesso à justiça; não se pode
exigir que, para ter acesso à justiça, o sujeito tenha que
comprometer significativamente sua renda, ou tenha que se
desfazer de seus bens, liquidando-os para angariar recursos e
custear o processo." (DIDIER JR. Fredie. OLIVEIRA, Rafael
Alexandria de. Benefício da Justiça Gratuita. 6ª ed. Editora
JusPodivm, 2016. p. 60)
PEDIDO
Destarte, que seja deferido os Benefícios da Justiça
Gratuita e seu deferimento em todas as intâncias, conforme a

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hipossuficiência apresentada e diante ao artigo 7º da lei
Estadual 6369/2012.

Termos em que aguarda deferimento.


Rio de janeiro, 09 de novembro de 2023.

GRACE KELLY DE J. FERNANDES


OAB/RJ 202856

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