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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) DESEMBARGADOR (A)


PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS

Processo n°:
Requerente
Requeridos:

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, com fundamento nos artigos 1.015 e


seguintes do Código de Processo Civil interpor

AGRAVO DE INSTRUMENTO

Contra decisão interlocutória que indeferiu o pedido de


Assistência Judiciária Gratuita à ora Agravante, pelo R. Juízo da 18ª Vara Cível e
Ambiental da Comarca de Goiânia, Goiás, nos autos da AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE
FAZER C/C DANOS MORAIS E PEDIDO DE LIMINAR, em face de
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, que até o presente momento não foi citada,
pelas razões que acompanham a presente peça de interposição.

Com fulcro no artigo 1.017 do CPC, vem indicar que junta, as


peças obrigatórias para instruir o presente recurso.

Informa que, deixa de realizar o devido preparo, pois o


motivo do presente recurso é discutir o direito da Assistência Judiciária
Gratuita.

Informa ainda, nesta oportunidade, o nome e endereço dos


advogados das partes:

Advogados do Agravante:

Advogado da Agravada: ainda não consta no processo

Termos em que, pede o recebimento.


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Goiânia, 07 de abril de 2022.

EGREGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS

RAZÕES DE AGRAVO DE INSTRUMENTO


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AGRAVANTE:

AGRAVADA:

Advogados Agravante
Advogado Agravadas: ainda não foi constituído aos autos do processo.

Processo de Origem:
Vara de Origem: 18ª Vara Cível e Ambiental da comarca de Goiânia, Goiás

Egrégio Tribunal

Colenda Câmara

Nobres julgadores

1. DA TEMPESTIVIDADE E DO CABIMENTO

Consoante se depreende dos autos, a Agravante foi intimada


da decisão em 21 de março de 2022, e protocolizou o presente recurso em 07 de
abril de 2022, portanto, dentro do prazo de 15 (quinze) dias úteis previsto em
lei.
Trata-se de decisão interlocutória que negou o pedido de
assistência judiciária, sendo cabível Agravo de Instrumento, nos termos do inciso
V, do artigo 1.015 do Código de Processo Civil.

2. DAS RAZÕES RECURSAIS

A demandante propôs AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C


DANOS MORAIS E PEDIDO DE LIMINAR em desfavor da Agravada, requerendo
entre outros, a concessão do benefício de Assistência Judiciaria Gratuita, tendo
em vista não ter condições financeiras de arcar com as despesas processuais,
pedido este indeferido para a ora Agravante.

A documentação juntada aos autos comprova que a


Agravante não possui condições de arcar com custas processuais, haja vista que
para tanto terá prejuízos com seu sustento e de sua família.
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A decisão proferida pelo Excelentíssimo Senhor Juiz refere:

“In casu, verifica-se que os documentos acostados pela parte


autora no evento 07 – arquivo 02, demonstram sua
capacidade de suportar as custas processuais sem o
comprometimento de sua subsistência, e assim sendo, DEFIRO
o pedido de assistência judiciária nos termos do artigo 98, §
6º, do Código de Processo Civil, de forma a possibilitar o
recolhimento das custas processuais em 05 (cinco) parcelas,
de sorte que determino a intimação da parte autora para que
venha promover o pagamento da primeira parcela em 15
(quinze) dias, e as demais todo dia 20 (vinte) dos meses
subsequentes, sob pena de extinção.”

Ocorre que a decisão merece ser reformada, haja vista que


para a concessão do benefício da Assistência Judiciária Gratuita não é necessário
caráter de miserabilidade do requerente, pois em princípio, a simples afirmação
da parte no sentido de que não está em condições de pagar às custas do
processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou da família, é
suficiente para o deferimento (art. 4º da Lei nº 1.060/50).

Ademais, dizer que a renda declarada é incompatível com


benefício pretendido, pode se dizer que se está ferindo o princípio da isonomia,
e da razoabilidade preconizados na Constituição Federal, pois em consonância
com o artigo 5º, XXXIV da Constituição Federal, onde assegura a todos o direito
de acesso à justiça em defesa de seus direitos, independente do pagamento de
taxas.
Ressalta-se que a Requerente já juntou aos autos os
documentos pertinentes para o deferimento do benefício pleiteado, quais
sejam:

 Declaração de hipossuficiência (doc. 03 da inicial);


 Carteira de Trabalho e Previdência Social – últimas
anotações (doc. 04 da inicial);
 Contracheques dos meses de setembro/2021;
outubro/2021; novembro/2021; e dezembro/2021 (doc. 04 da
inicial).
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Restou demonstrado que a Agravante percebe mensalmente


pouco mais de 2 (dois) salários mínimos, sendo que as custas iniciais perfazem o
total de R$ 2.978,03 (dois mil, novecentos e setenta e oito reais, e três
centavos). O equivalente a mais de um mês de trabalho da Agravante!

Mesmo com o parcelamento autorizado pelo juiz a quo,


ainda é INVIÁVEL para a Agravante arcar com as custas processuais, visto que
as parcelas são de R$ 595,63 (quinhentos e noventa e cinco reais, e sessenta e
três centavos), o que representa quase 30% (trinta por cento) da renda da
Recorrente. Simplesmente inviável, principalmente diante da economia em
que vivemos.

Corroborando com a pretensão da Requerente, colaciona-se


julgados do Nosso Tribunal que demonstram que, juntados aos autos a
declaração de hipossuficiência mais documentos que a comprovam, o que foi
feito pela Requerente, é possível e certo a concessão do benefício, senão
vejamos:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. GRATUIDADE DA JUSTIÇA. PESSOA


FÍSICA. HIPOSSUFICIÊNCIA FINANCEIRA COMPROVADA.
CONCESSÃO. De acordo com o disposto no artigo 5º, inciso LXXIV,
da Constituição Federal, terá direito à assistência judiciária integral
e gratuita aquele que comprovar insuficiência de recursos
financeiros. Subsistindo elementos aptos a amparar a alegação do
postulante de que goza de condição financeira precária, o
deferimento da gratuidade da justiça é medida que se impõe.
RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.1

AGRAVO DE INSTRUMENTO. EMBARGOS À EXECUÇÃO. BENEFÍCIO


DA JUSTIÇA GRATUITA. HIPOSSUFICIÊNCIA FINANCEIRA
DEMONSTRADA. SÚMULA 25 DO TJGO. DEFERIMENTO. Nos
termos da Súmula nº 25 do TJGO, faz jus ao benefício da
gratuidade da justiça "a pessoa, natural ou jurídica, que
comprovar a sua impossibilidade de arcar com os encargos
processuais". Portanto, correto o indeferimento da benesse
quando as partes comprovam a contento a hipossuficiência
financeira para suportar as custas e despesas processuais, como

1 (TJGO, PROCESSO CÍVEL E DO TRABALHO -> Recursos -> Agravos -> Agravo de Instrumento 5648355-
80.2020.8.09.0000, Rel. Des(a). NORIVAL SANTOMÉ, 6ª Câmara Cível, julgado em 10/05/2021, DJe de 10/05/2021)
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no caso dos autos. AGRAVO DE INSTRUMENTO CONHECIDO E


PROVIDO.2

Ainda, a Agravante ao requerer tal benefício está a afirmar


que não tem condições de pagar as custas processuais, assim, verifica-se que o
pedido está de acordo com o artigo 4º da Lei 1.060/50, sendo impositiva a
concessão do benefício:

Art. 4º. A parte gozará dos benefícios da assistência judiciária,


mediante simples afirmação, na própria petição inicial, de que não
está em condições de pagar as custas do processo e os honorários
de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família.

Aos autos foram juntados comprovação de renda da


Agravante, documento esse que demonstra que não possui condições
financeiras de arcar com às custas processuais, sem que lhe acarrete prejuízos,
necessitando assim o benefício da Assistência Judiciária Gratuita.

Reitera-se, a Agravante fez mais do que simplesmente


apresentar uma declaração de pobreza, juntou aos autos documentos
comprobatórios de sua renda, assim verifica-se que o pedido está de acordo
com o artigo 4º da Lei 1.060/50, como supra colacionado, sendo impositiva a
concessão do benefício.

O indeferimento do pedido significa dizer que a Agravante


não poderá usufruir de seu direito, qual seja o acesso à justiça, restando assim
impedido de exercer seu direito legítimo e devido. Significa ainda dizer que lhe
causaram um dano e que este dano ficara impune, tendo em vista que o juízo a
quo entende que a renda da Agravante não condiz com o benefício, sendo este
entendimento contrário ao majoritário em nosso Tribunal de Justiça e do STF.

Assim, sendo, resta demonstrado que os documentos


juntados aos autos comprovam e são suficientes para a Concessão do Benefício
de Assistência Judiciária Gratuita à Agravante.

3. DO PEDIDO

2 (TJ-GO - AI: 04173266420188090000, Relator: ALAN SEBASTIÃO DE SENA CONCEIÇÃO, Data de Julgamento:
03/05/2019, 5ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ de 03/05/2019)
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Por todo o exposto, requer aos Nobres Desembargadores que


o presente Agravo de Instrumento seja recebido, conhecido e provido, para que
seja reformada a decisão do julgador a quo concedendo assim o benefício da
Assistência Judiciária Gratuita à Agravante.

Nestes termos, pede deferimento.

Goiânia, 08 de abril de 2022.

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