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Sugestão de resposta:
2. Tendo-se concluído que foi estabelecida uma relação jurídica entre as partes,
importa agora analisar os seus elementos. A relação jurídica compõe-se de quatro
elementos: sujeitos, objeto, facto jurídico e garantia.
O objeto é aquilo sobre que incidem os poderes do titular ativo. Neste caso, o
Banco Sólido, S.A. tem o poder de exigir de Adalberto uma prestação – isto é, um
comportamento – de entrega de determinada quantia em dinheiro. O objeto imediato
desta relação jurídica é então uma prestação. Pode ainda referir-se a quantia em dinheiro
de € 100.000,00 acrescida de juros como objeto mediato.
Por fim, a garantia consiste nos meios que a ordem jurídica coloca à disposição
do titular ativo para satisfação do seu interesse. Uma vez que estamos perante uma
relação jurídica obrigacional, esta goza da garantia geral das obrigações (arts. 601.º e
817.º do Código Civil), que consiste na possibilidade de penhora, apreensão e venda
judicial dos bens do devedor para satisfação do interesse do credor. No enunciado do
caso prático, não é fornecida qualquer indicação de que exista garantia especial nesta
relação jurídica, embora seja frequente que os contratos de mútuo para aquisição de
imóveis sejam acompanhados de constituição de hipoteca.
3. O negócio jurídico celebrado é um contrato, porque integra duas declarações
de vontade (a de Adalberto e a do Banco Sólido, S.A.) com conteúdo oposto (um
obriga-se a restituir o dinheiro emprestado, com juros; o outro emprestou o dinheiro e
fica com o poder de receber a sua restituição), mas convergente, produzindo um
resultado jurídico unitário (ambas as declarações convergem no efeito de atribuir ao
Banco Sólido, S.A. um poder de exigir a restituição do dinheiro, com juros).
O contrato celebrado pode ser qualificado como um contrato de mútuo, tal como
definido no art. 1142.º do Código Civil.
Nos termos do art. 122.º do Código Civil, é menor quem ainda não tiver
completado 18 anos de idade.
Assim, o contrato celebrado é anulável (art. 125.º do Código Civil), isto é, pode
produzir efeitos se e enquanto não for anulado; mas, caso venha a ser anulado, essa
anulação tem efeitos retroativos, repondo-se a situação que existiria se o negócio nunca
tivesse sido celebrado.