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DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

Simone Helen Drumond Ischkanian


Gabriel Nascimento de Carvalho

1. Joana, Lúcia e Antonia celebraram um contrato de compra e venda de um carro com Carlos e
Mariana. Pelo respectivo contrato, Carlos e Mariana se comprometeram, como devedores
solidários, ao pagamento de R$50.000,00 (cinquenta mil reais). Ficou estabelecido, ainda,
solidariedade entre os credores Joana, Lúcia e Antonia. Diante do enunciado, assinale a
alternativa correta:

a) O pagamento feito pelos devedores não extingue a dívida, ainda que parcialmente.
b) Qualquer dos credores tem o direito a exigir e a receber dos devedores, parcialmente ou totalmente, a dívida
comum.
(X) - c) Impossibilitando-se a prestação por culpa do devedor 1 (Carlos) extingue-se a solidariedade, e
apenas esse responde pelo equivalente. (CORRETO)
d) Carlos e Mariana só se desonerarão pagando a todos os credores conjuntamente.

JUSTIFICATIVA DA QUESTÃO 1
Artigo: 264 do Código Civil - Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais
de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.
Artigo 421 do Código Civil - A liberdade contratual será exercida nos limites da função social
do contrato. Parágrafo único. Nas relações contratuais privadas, prevalecerão o princípio da
intervenção mínima e a excepcionalidade da revisão contratual.
Artigo 476 do Código Civil - Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de
cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.
As consequências de uma situação em que o devedor (Carlos) só responde pela dívida por
culpa sua. Se o cumprimento da obrigação se tornar impossível por causa exclusiva do devedor
solidariamente responsável, apenas este fica obrigado ao pagamento da quantia correspondente. Isto
significa que se Carlos for o único culpado por não conseguir cumprir a obrigação, termina a
solidariedade entre os devedores e neste caso apenas Carlos terá de pagar o valor correspondente.
Vale ressaltar que existem outros cenários que podem afetar a responsabilidade solidária. Por
exemplo, se o objeto de uma obrigação indivisível for destruído por causa de apenas um devedor,
todos os devedores são obrigados a pagar o valor dividido.
Pela sugestão dada, no entanto, parece que a solicitação do usuário está especificamente
relacionada à culpa exclusiva do devedor, o que leva à extinção da solidariedade e à responsabilidade
exclusiva do devedor de pagar o valor correspondente.

2. Lineu emprestou R$20.000,00 (vinte mil reais), sem celebrar contrato escrito, para Amadeu
pagar o serviço de buffet do seu casamento. Ana Carolina, noiva de Amadeu, soube apenas da
quitação da dívida com o prestador de serviço, mas não tomou conhecimento do empréstimo. No
prazo acordado, Amadeu não devolveu o dinheiro para Lineu. Sabendo que Amadeu não tem
condições financeiras de pagar esse débito, Lineu começa a pensar em meios de cobrar esse
valor. Assim, cogita-se exigi-lo de Ana Carolina.

A respeito da situação apresentada, é correto afirmar que:

a) Lineu poderá cobrar a dívida de Ana Carolina, vez que se presume a solidariedade passiva na hipótese;
b) Lineu não poderá cobrar a dívida de Ana Carolina.
c) Lineu poderá cobrar a dívida de Ana Carolina, vez que há reconhecimento tácito da existência de
solidariedade passiva.
(X) - d) Lineu não poderá cobrar a dívida de Ana Carolina, vez que a solidariedade não se presume,
resultando, sempre, ou de lei ou da vontade das partes. (CORRETO)
e) Lineu não poderá cobrar a dívida de Ana Carolina, vez que a solidariedade passiva só existirá caso as partes
assim determinem, sendo vedada sua imposição até mesmo pela lei.

JUSTIFICATIVA DA QUESTÃO 2
Lineu não poderá cobrar a dívida de Ana Carolina, vez que a solidariedade não se presume, resultando,
sempre, ou de lei ou da vontade das partes.
Artigo265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
Artigo 585. Se duas ou mais pessoas forem simultaneamente comodatárias de uma coisa,
ficarão solidariamente responsáveis para com o comodante.
Artigo 166 do Código Civil - É nulo o negócio jurídico quando: II – for ilícito, impossível ou
indeterminável o seu objeto; IV – não revestir a forma prescrita em lei.
Artigo 104 do Código Civil - A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II -
objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei.
A usuária questiona sobre a situação em que Lineu não consegue cobrar a dívida de Ana
Carolina por falta de solidariedade entre os devedores.
A dica explica que a solidariedade entre devedores não pode ser presumida e sempre decorre
da lei ou da vontade das partes. Portanto, se as partes não concordaram com a solidariedade. Isso
significa que, se não houver acordo entre as partes sobre a responsabilidade solidária da dívida, cada
devedor responde apenas pela sua parte da obrigação.
A solidariedade não é uma consequência automática da relação de dívida do devedor, mas
deve estar expressamente prevista em lei ou em acordo entre as partes. Portanto, por falta de tal
acordo, Lineu não pode exigir o pagamento da dívida exclusivamente de Ana Carolina.

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