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CENTRO DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE TERESINA - CET

FRANCISCO ALVES DE ARAÚJO LTDA


FACULDADE TECNOLÓGICA DE TERESINA - CET

AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM – 1ª avaliação

I - IDENTIFICAÇÃO
1. CURSO: DIREITO
2. PERÍODO: D13
3. DISCIPLINA: DIREITO CIVIL II
4. PROFESSOR(A): VANESSA NUNES DE BARROS MENDES SAMPAIO
5. ALUNO: JOSÉ FERNANDES MACEDO JUNIOR MATRÍCULA: 22216006 DATA: 19/09/2023.

V – QUESTÕES
1 - L.R.S, casado, 50 anos, engenheiro, pactuou com W.R.M, solteiro, 32 anos,
autônomo, um contrato de Locação de Imóvel Residencial pelo prazo de 30 (trinta)
meses. Tendo como direcionamento a classificação das obrigações reciprocamente
consideradas, o contrato celebrado entre as partes constitui qual tipo de obrigação?
(0,5)

Na classificação das obrigações reciprocamente consideradas, a obrigação pode ser principal


ou acessória. Diz-se acessória quando a obrigação supõe uma principal. É o caso, por
exemplo, da obrigação decorrente de um contrato de fiança: ela pressupõe uma obrigação
principal que está sendo garantida. Outro exemplo é a obrigação de pagamento de juros: ela
supõe uma obrigação principal da qual decorrem os juros. A obrigação decorrente do contrato
de locação, por outro lado, é principal, pois não supõe nenhuma outra.

2 - L.M.S. pactuou um negócio jurídico com V.M.V., tendo o direito de receber um carro,
no valor de R$50.000,00 (cinquenta mil reais), ou um quadro de artista renomado
avaliado no mesmo montante, ou a quantia correspondente. Considerando a situação
hipotética apresentada, trata-se de qual tipo de obrigação? (0,5)

R - Trata-se de uma obrigação alternativa e dar coisa incerta, visto que na obrigação
alternativa uma das características dessa obrigação é a partícula ou conectivo “ou” que dar o
direito do devedor escolher o objeto.

3 - Gabriel Vieira, Paulo Martins, Carlos Andrade e Marcelo Pereira emprestaram de


Jorge Manuel a quantia de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais) para a compra de um
carro esportivo. As partes estabeleceram que o referido valor seria dividido em quatro
parcelas iguais e sucessivas bem como que todos os devedores ficariam obrigados
pelo valor integral da dívida. Diante dessa situação, é correto afirmar que: (1,0)

a) Se Gabriel falecer deixando herdeiros, o credor Jorge Manuel poderá cobrar de


qualquer um dos herdeiros a integralidade da dívida? Fundamente juridicamente a sua
resposta de acordo com doutrina, e Código Civil.

R- Não. Conforme o art. 276, no caso do falecimento do devedor solidário deixando


herdeiros, nenhum deles será obrigado a pagar mais do que a quota do seu quinhão
hereditário.
b) A propositura de ação pelo credor Jorge Manuel contra Paulo e Carlos importará na
renúncia da solidariedade em relação a Gabriel e Marcelo? Fundamente juridicamente
a sua resposta de acordo com doutrina e Código Civil.

R- Não. Conforme o art. 275 do CC, parágrafo único: diz que mesmo que o credor cobre
judicialmente alguns dos devedores solidários, isso não importará a renúncia da
solidariedade para com os demais, conforme disposto no parágrafo único do art. 275, CC.

4 – Maria aluga sua casa de veraneio em São Luiz, na praia dos Holandeses para
Carlos durante 2 meses. No curso da sua estadia, a Prefeitura de São Luiz faz obra de
asfaltamento nas ruas que dão acesso a casa que Carlos está. Ao final do contrato,
Carlos ajuíza ação contra Maria cobrando dela os valores referentes à valorização da
casa. Com base nos assuntos vistos em sala, o pleito de Carlos deve prosperar? (1,0)

R- Não. Por que nesse caso houve melhoramento no imóvel sem despesa do locatário.
Portando, no que preconiza o art. 241 do CC; “ Se no caso, sobrevier melhoramento ou
acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de
indenização”.

5 – Com base nos conhecimentos adquiridos em sala, analise as assertivas abaixo,


julgando-as como Verdadeiras ou Falsas, e justifique a sua escolha de acordo com
doutrina e Código Civil. (2,0)

A) No caso de obrigação divisível, se um dos credores solidários falecer, cada um de


seus herdeiros terá direito a exigir por inteiro o pagamento da quota do crédito
pertencente ao falecido, devendo em seguida fazer o rateio entre os demais herdeiros.

R - Falso, pois não se estende a solidariedade para os herdeiros conforme o art. 270 “ se um
dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes terá direito a exigir e
receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação
for indivisível”.

B) No caso de obrigação divisível, o credor poderá exigir de qualquer um de seus


herdeiros o pagamento por inteiro da quota do crédito devida pelo falecido, podendo o
que pagou exigir em seguida reembolso contra os demais herdeiros.

R - Falso, pois o art. 276 preconiza que: nenhum dos devedores será obrigado a pagar senão
a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário…

C) O devedor solidário que pagar a dívida por inteiro poderá exigir contra todos e de
cada um dos demais devedores o reembolso do valor total da dívida paga, abatida
porém a sua quota.

R - Falsa, segundo o art. 283 diz que: se o devedor que satisfazer a dívida inteira tem o
direito a exigir de cada um dos codevedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a
do insolvente se houver.

D) O devedor solidário que pagar a dívida por inteiro poderá exigir de cada um dos
demais devedores o reembolso do valor correspondente à quota de débito de cada um,
presumindo-se iguais as partes de todos os devedores.

R - Verdadeira, segundo o art. 283 diz que: se o devedor que satisfazer a dívida inteira tem o
direito a exigir de cada um dos codevedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a
do insolvente se houver.
E) Se o credor solidário perdoar a dívida por inteiro, o devedor ficará desobrigado e os
demais credores nada mais poderão reclamar contra o devedor nem contra o credor
remitente.

R - Falso, pois se o credor perdoar a dívida por inteiro, o devedor ficará desobrigado da
dívida, porém os demais credores poderão regressar contra aquele credor que perdoou a
dívida. (art. 272)

6 – Marcelino celebrou com Danilo contrato de compra e venda de 10 sacas de café, de


um estoque de 100, a serem entregues 15 dias após a celebração do contrato para
Danilo. Ocorre que, ao chegar o dia da entrega, ao verificar que dentre as 100 sacas
existiam algumas de qualidade superior e outras de qualidade inferior, Marcelino
resolveu entregar a Danilo 10 sacas de café de qualidade intermediária. Qual tipo de
obrigação encontramos nesse caso? Podemos afirmar que a atitude de Marcelino está
errada, pois cabia ao devedor escolher as sacas, sendo obrigado a entregar as piores?
Fundamente juridicamente a sua resposta de acordo com doutrina e Código Civil. (1,0)

R - Obrigação de dar coisa incerta. Em regra, a escolha da coisa é do devedor, exceto se no


negócio jurídico estiver previsto que a escolha será do credor ou de terceiro (art. 244).
Portanto, Marcelino foi errado por ter escolhido a coisa, tendo em vista que no enunciado não
diz que foi especificado no contrato a escolha, porém Marcelino fez a escolha certa da coisa,
escolhendo a coisa intermediária dentre a melhor e a pior. (art. 244)

6- Nos termos do Código Civil, acerca das modalidades das obrigações, é CORRETO
afirmar que (0,5)

A) A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero, pela quantidade e pela qualidade.
B) Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder
antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os
seus direitos até o dia da perda. (art. 238)
C) Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, com culpa do devedor, se lhe torne
impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.
D) Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao credor, se outra coisa não se estipulou.

7 – Podemos afirmar que a solidariedade pode ser ativa ou passiva, mas não se
identifica com a indivisibilidade, pois, naquela, para que os devedores se exonerem
com todos os credores, exige-se o pagamento conjunto ou mediante caução, enquanto
nesta não se exige tal cautela; a obrigação solidária, quando se resolver em perdas e
danos, torna-se divisível, enquanto a obrigação indivisível conservará sua natureza; a
remissão de dívida não extingue a obrigação solidária para com os outros credores,
entretanto, extingue-a a obrigação indivisível, não podendo a obrigação ser solidária e
divisível ou não solidária e indivisível? Fundamente juridicamente a sua resposta de
acordo com doutrina e Código Civil. (1,0)
É incorreto afirmar na primeira sentença, pois nos casos de obrigação solidária não se exige
caução dos demais credores para que um destes receba o pagamento do devedor, pois
todos estão autorizados a receber o cumprimento da prestação do devedor conforme art. 267
do CC. Quanto a obrigação solidária, em caso de perdas e danos torna-se divisível, conforme
art. 263 e seus parágrafos e a obrigação indivisível conservará sua natureza, segundo o art.
258, CC.
Na ultima sentença do anunciado está incorreto, pois o credor solidário que perdoou a dívida
deverá repassar a quota do devedor perdoado aos demais credores, (art. 272, CC) e sendo a
obrigação indivisível será extinta, podendo, pois, ser solidária e divisível e não solidária e
indivisível, conforme art. 270 e 283 do código civil.

8. Mário Alencar, estilista famoso no cenário das celebridades, foi contratado pela atriz
de sucesso Beatriz Varela para criar e costurar seu vestido de noiva que seria utilizado
no dia do casamento. A partir da hipótese narrada, assinale a afirmativa correta:
A) A relação obrigacional descrita tem como sujeito ativo Mário e sujeito passivo Beatriz em
torno de uma obrigação cujo objeto imediato consiste em uma obrigação de fazer, fungível e
que tem por fonte imediata a lei e fonte mediata o bem da vida desejado por Beatriz, que no
caso é o vestido de casamento.
B) A relação obrigacional descrita tem como sujeito ativo Beatriz e sujeito passivo Mário, em
torno de uma obrigação que consiste em uma obrigação de fazer, fungível e o objeto
mediato, o vestido de noiva e que tem por fonte imediata a lei e fonte mediata o contrato.

C) O conflito obrigacional descrito tem como sujeito ativo Beatriz e sujeito passivo
Mário, em torno de uma obrigação que consiste em uma obrigação de fazer, infungível
e o objeto mediato, o vestido de noiva e que tem por fonte imediata a lei e fonte
mediata o contrato. (art. 247)
D) Não houve relação obrigacional neste caso.
E) Por ser o vestido de noiva bem fungível, a relação obrigacional está eivada de nulidade.

9 - Marcelo prometeu a André a venda de seu único automóvel se este passasse na


entrevista de emprego programada para dali a sete dias. Ocorreu que Marcelo,
acreditando no êxito da entrevista, transferiu o veículo a André imediatamente.
Passados dois dias da tradição o veículo foi furtado dentro da garagem de André.
Explique as consequências jurídicas do caso narrado. (1,0)

R - Segundo o artigo 234 do Código Civil, se a coisa certa se perder sem culpa do devedor,
pendente a condição suspensiva, a obrigação fica resolvida. Desse modo, como a obrigação
foi celebrada sob condição suspensiva (se André passar na entrevista de emprego) e o bem
se perdeu antes do implemento da condição, sem a culpa do devedor, as partes deverão ser
levadas ao status quo ante, que é a situação anterior ao evento danoso (furto).

Explica-se tal efeito jurídico com base na máxima res perit domino, que significa a coisa
perece para o dono. Ora, se Marcelo era dono da coisa, visto que a condição ainda estava
pendente, e tendo havido o perecimento do bem, sofrerá os prejuízos.

10 – João emprestou a José, Joaquim e Manuel o valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil


reais); Manuel faleceu, deixando dois herdeiros, Paulo e André. É possível afirmar que
João poderá
cobrar o valor da totalidade da dívida de José, Joaquim, Paulo ou André, isolada ou
conjuntamente, tendo em vista que, após o falecimento de Manuel, resultou numa
obrigação solidária passiva com 4 (quatro) devedores? Fundamente a sua resposta de
acordo com o CC/02. (1,0)

Não será possível, tendo em vista que não consta no anunciado que as partes celebraram
uma vontade de obrigação solidária conforme preconiza o art. 276 do código civil. Como não
se trata de uma obrigação solidária, joão não poderá cobrar a totalidade da dívida aos
herdeiros, mas apenas a quota da dívida segundo seu quinhão isoladamente, ou podendo se
reunir para pagar a quota por inteiro.

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