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1) Em razão de uma compra de livros jurídicos, André emite uma letra de câmbio em

favor de Bruno, sendo o sacado o Banco XYZ S.A., que após o regular aceite, é
avalizado por David. Ocorre que o sacado, na data avençada não cumpriu com sua
obrigação de pagamento, com justificativa não relacionada a vício de forma. Tendo em
vista o inadimplemento do sacado, o beneficiário Bruno, inconformado com a
situação, busca seu escritório de advocacia e pergunta como fica a posição de David
neste caso, e se há viabilidade de se cobrar deste a obrigação contida neste título.

R-1: Podemos utilizar o princípio da autonomia das obrigações cambiais para responder a essa
pergunta. Segundo esse princípio, as obrigações cambiais são autônomas e independentes
umas das outras, ou seja, o inadimplemento do sacado não afeta a obrigação do avalista.
Portanto, mesmo que o sacado não cumpra com sua obrigação de pagamento, o avalista David
ainda pode ser cobrado pelo beneficiário Bruno, visto que sua obrigação é autônoma e não
depende do cumprimento do sacado. O beneficiário Bruno pode buscar auxílio jurídico para
iniciar uma ação judicial de cobrança contra o sacado e o avalista, com base nesse princípio,
visando o recebimento da obrigação contida na letra de câmbio.

2) Em razão de inadimplemento de uma nota promissória no valor de R$ 10.000,00 (dez


mil reais), Fernando (endossatário e possuidor do título) ajuizou a competente ação de
execução em face de Bruno, avalista do título. Em embargos à execução, Bruno alega
que não seria o responsável pelo pagamento integral do título, uma vez que teria
combinado com os demais partícipes da relação cambiária, João (endossante) e
Marcos (emitente e avalizado), que sua obrigação se limitaria a 50% do valor do título.
No seu entender, deve ser acolhida a alegação do avalista para efeito de redução da
execução? Justifique e analise acerca da possibilidade, ou não, do aval parcial.

R-2: Não, a alegação do avalista Bruno de que sua obrigação se limitaria a 50% do valor do
título não é válida perante o credor. Isso porque o aval é uma garantia solidária e indivisível,
regida pelo princípio da solidariedade cambial, o que significa que cada avalista é responsável
pelo pagamento integral da obrigação, independentemente de qualquer acordo entre eles. O
credor pode buscar a execução pelo valor total do título em face de Bruno.

3) Embora o título de crédito seja regido pelo princípio do formalismo, os requisitos de


forma estabelecidos em lei para a validade do título podem não estar completamente
atendidos no momento em que o emitente assina a cártula e a entrega ao seu
beneficiário. Nessa hipótese, tem-se o chamado título incompleto ou em branco. Em
situação da espécie, é correto afirmar que:
A) O título a que falta, no seu nascedouro, requisito essencial de forma não pode
ser completado por seu portador.

B) Presume-se que o sacador de um título em branco atribui ao credor o poder


de completá-lo, em seu nome, de acordo com as suas orientações.

C) Segundo a jurisprudência consagrada no Brasil, o atendimento completo dos


requisitos legais do título pode se dar até depois de promovida a cobrança
judicial.

D) Se o credor a quem foi atribuído o poder de completar o título não seguir as


orientações que lhe foram passadas pelo sacador, tal descumprimento poderá
ser oposto a terceiro portador, ainda que este, ao adquirir o título, tenha agido
de boa-fé.

E) Quem recebe um título cambiário incompleto fica imbuído de plenos poderes


para completá-lo de acordo com os seus próprios interesses.

4) Os títulos de crédito são dotados da presunção de certeza e liquidez do direito de seu


credor e da obrigação de seu devedor. Com base nessa presunção, pode-se afirmar,
com acerto, que:

A) A medida e a extensão do direito de crédito contido num título cambiário são


verificadas à luz do que nele se contém e nas circunstâncias do negócio
jurídico que deu causa à sua emissão.

B) As defesas, fundadas em relação do devedor com os credores precedentes,


podem ser opostas ao novo portador do título de crédito, ainda que este, ao
adquiri-lo, tenha agido de boa-fé.

C) A transferência de direito de crédito, tanto mediante o instituto da cessão civil


de crédito, como via título cambiário, segue as mesmas normas e princípios
jurídicos.
D) Salvo algumas poucas exceções, os títulos de crédito só podem ser cobrados
em juízo via ação monitória.

E) No processo de execução de título cambiário, o exequente está dispensado de


juntar outros documentos, além da própria cártula, para demonstrar a
existência de seu direito ao recebimento da importância nela mencionada.

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