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ESTADO DE MATO GROSSO

SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA


UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TANGARÁ DA SERRA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

NICOLY RODRIGUES DOA SANTOS

AVALIAÇÃO FINAL

TANGARÁ DA SERRA -MT


2021
1. TÍTULOS DE CRÉDITO
Historicamente, após a criação da moeda-papel, tende-se a necessidade de
se dispor de créditos, que seria, de uma forma ampla, a confiança em pagar ou
receber valores expresso de outras formas. Então, para que os títulos de crédito
pudessem circular de forma segura, criaram-se leis para devida atenção a esse tipo
de movimentação financeira. De acordo com o art. 887 do Código Civil Brasileiro,
define título de crédito um documento necessário ao exercício do direito literal e
autônomo nele contido. Produz efeito quando preencha os requisitos da lei, devendo
conter a data da emissão, a indicação precisa dos direitos que confere, e a
assinatura do emitente. Se não houver data de vencimento, podemos presumir que
esse título é à vista. Se não houver o local de emissão indicado, valerá o local do
domicílio do emitente (art. 889 do Código Civil).
Consideram-se não escritas no título a cláusula de juros (a concepção do
título de crédito é justamente documentar um crédito certo), a proibitiva de endosso
(o endosso é um meio de circulação do crédito, no caso do cheque, pode-se
endossar, o que não pode e tentar bloqueá-lo), a excludente de responsabilidade
pelo pagamento ou por despesas, a que dispense a observância de termos e
formalidade prescritas, e a que, além dos limites fixados em lei, exclua ou restrinja
direitos e obrigações (art. 890 Do Código Civil).
O código civil regula apenas os títulos de crédito não regulados por
legislação especial. O artigo 888 do Código civil brasileiro trata a questão da
validade do título, sendo assim, se caso omisso qualquer requisito legal, que tire ao
inscrito a validade do título, não implicará a invalidade do negócio jurídico que deu
origem. Sendo assim, se por exemplo eu criar-se um documento de crédito que não
possui todos os requisitos para ser um título, o negócio jurídico que deu origem não
se tornará invalida, não existindo a eficácia para a execução dele.

2. PRINCIPIOS DOS TÍTULOS DE CRÉDITO


Após a efetivação da lei, temos as características fundamentais relacionado
aos tipos de crédito, sendo:
A) Literalidade: somente produzem efeitos jurídicos cambiais os atos lançados
no próprio título de crédito. A literalidade significa que o título vale
exatamente aquilo que está expresso, sem adicionar ou retirar nada. Se por
acaso houver pagamento parcial, deverá constar expressamente no título
essa quitação parcial, sob pena de ser transferido a terceiro e este exigir o
pagamento integral;
B) Autonomia: cada um dos elementos assume a responsabilidade e obrigação
relativa ao título. O elemento que usa sua boa-fé, tem seu direito
resguardado. O signatário de determinado título fica vinculado
solidariamente pelo aceite e pelo pagamento. Quando um título documenta
mais de uma obrigação, a invalidade de qualquer delas não prejudica as
demais, dando a ideia de proteção cambial, com a finalidade de que
terceiros não tenha prejuízo quando receber um título que agora não é pago
em razão de vicio no negócio jurídico que deu origem.
C) Abstração e inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé:
não se pode incluir na defesa de execução opostas as constantes do título.
Exemplificando, uma pessoa que vende um carro para pessoa 1, recebe um
cheque como pagamento. Essa pessoa passa o cheque para terceiro. A
pessoa que comprou o carro, susta o cheque pois tem problemas com o
carro. O terceiro que pegou o cheque pode executar a pessoa 1 pois ela tem
seu direito. Sendo assim, quando emite um título e tem a sua circulação, não
se pode negar pagamento a terceiro por distrato de negociação anterior;
D) Cartularidade: vem de “cártula”, que seria o mesmo que documento. Sendo
assim, temos a presunção de que a pessoa que possui o título o tenha
sendo o original, podendo ser relativo se, por acaso o título for eletrônico.

3. CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO


a) Modelo: pode ser vinculado, que existe um padrão exigido por lei; ou livre,
não se tem um padrão podendo usufruir de todos os elementos essenciais
do título previsto em lei. Podemos exemplificar como modelo vinculado, o
cheque, que é o mesmo modelo para todos, identificando-o facilmente. Um
exemplo de livre seria a nota promissória, que existe vários modelos, porem
todas as informações que constam nela são amparadas por lei;
b) Estrutura: podem ser ordem de pagamento, que é quando eu ordeno que
uma pessoa pague a outra, tendo quem emite o título, que é chamado de
sacador, quem irá cumprir a ordem é chamado de sacado, e quem recebe é
o tomador; a promessa é quando se promete pagar alguém;
c) Hipóteses de emissão: os títulos podem ser casuais, necessitando de
autorização legal para serem emitidos; os limitados não podem ser emitidos
em hipóteses previstas na lei; os não causais podem ser criados em
quaisquer situações;
d) Circulação: os títulos podem ser ao portador, que não deixa claro quem será
o credor, por isso circula com a simples tradição; nominativos à ordem são
aqueles que tem o nome do credor, e é transferido por meio do endosso;
nominativos não à ordem também faz a identificação do credor, mas a
circulação é por cessão civil de crédito.

4. TIPOS DE TÍTULOS DE CRÉDITO

Letra De Cambio:
Apesar de não ser o título de crédito mais utilizado na prática, a letra de
cambio é muito importante pois contempla todos os institutos importantes
relacionados aos títulos, como aceite, aval endosso e processo. Seu regulamento é
feito pela Lei Uniforme de Genebra, uma lei criada que regula o comércio
internacional, no brasil ela é institucionalizada pelo decreto 57.663/66.
Podemos conceituar letra de cambio como uma ordem de pagamento pela
qual o sacador (quem emite a letra de cambio) ordena o sacado a pagar
determinada quantia ao tomador (beneficiário). Desta forma, munido da letra de
cambio pode o tomador procurar o sacado para aceitação do pagamento e
recebimento dessa quantia expressada. Caso não aceite ou pago, poderá o tomador
cobrar esse valor do sacador. Sendo assim, o sacado apenas é obrigado a pagar se
for feito o aceite. Esse aceite é feito com uma assinatura no anverso do documento,
podendo também ser feito no verso, mas deverá expressamente indicado ‘’aceito’’
no título pois quando somente assina no verso, indica que o sacado está
endossando o título, e não aceitando. Quando houver recusa parcial, ocorre o
vencimento antecipado e o beneficiário poderá cobrar do sacador naquela data o
restante.
Existe também a possibilidade de o sacador incluir no título uma cláusula
não aceitável, que faz a proibição do sacador apresentar o título ao sacado antes do
dia de vencimento, impedindo o vencimento antecipado da dívida.
Endosso
O endosso, anteriormente é a transferência do título de crédito à ordem. Se
caso houver clausula sem garantia, o endossante não responde pela dívida. O
endosso sempre será feito no verso do título. O endosso pode ser:
a) Em branco: que é quando não se identifica o endossatário;
b) Em preto: quando é identificado o endossatário;
c) Endosso-mandato: transferência do direito de cobrança do título, mas não o
crédito;
d) Endosso-caução: penhor sobre o título como garantia de cumprimento de
uma obrigação;
e) Endosso-próprio ou translativo: transferência do crédito.

Aval
Ato cambiário onde uma pessoa, o avalista, compromete a pagar o título de
crédito nas mesmas condições que o devedor desse título. O avalista garante o
pagamento dessa dívida. O aval é confirmado pela assinatura do avalista no anverso
da letra de cambio, podendo ser no verso, mas deverá constar ‘’por aval’’ para
confirmação.

Protesto
Ato praticado pelo credor para fins de incorporar ao título de crédito a prova
de fato relevante para as relações cambiais, tendo os principais tipos:
a) Por falta de pagamento
b) Por falto do aceite
c) Por falta de devolução

Nota promissória
A nota promissória é uma promessa de pagamento em que o sacador
promete pagar determinada quantia ao tomador. Desta forma, criam-se o
promitente e o beneficiário. O art. 77 da lei uniforme estabeleceu que será
aplicável as notas promissórias as regras relativas às letras de câmbio, naquilo
que há compatibilidade. Quando falamos em promessa de pagamento, não
existe o aceite, pois quando se faz a promessa, o promitente já está
automaticamente aceitando a dívida.
CHEQUE
O cheque é uma ordem de pagamento à vista que é emitida conta uma
instituição financia que o emitente possui junto ao sacado. Daí originam-se três
situações jurídicas:
a) Sacador: o emitente que assina o cheque;
b) O sacado: banco ou instituição financeira;
c) Beneficiário: aquele que recebe o valor expresso no cheque.
O prazo para apresentação do cheque é de trinta dias quando o local de
emissão é o mesmo local da conta do emitente. Quando não há a mesma
coincidência de lugares, o prazo estende para sessenta dias, não importando onde
de fato foi emitido, mas sim o local indicado pelo emitente no momento do
preenchimento do cheque.
O cheque visado é aquele em que o sacado assina ou certifica no verso
garantindo a existência de fundo durante o prazo de apresentação. O cheque
administrativo é o emitido pelo próprio sacado não podendo ser emitido ‘’ao
portador’’.
O ato de cruzamento do cheque, que é a cruzada de dois traços transversais
no averso do título, indica que o cheque não pode ser sacado no caixa, apenas
depositado em conta de titularidade do beneficiário (art. 44, da lei 7357/85). Se
houver indicado entre estes dois traços uma determinada conta, somente será
depositado na conta indicada entre os traços.
Quando temos a ‘’sustação do cheque’’, isso quer dizer que o sacador quer
evitar o pagamento do cheque em duas situações:
a) Revogação: que é um ato exclusivo do emitente que, quando passado o
prazo de apresentação é solicitado ao banco a revogação determinando que
o cheque não seja pago;
b) Oposição: pode ser realizada pelo emitente e pelo portador legitimo, não
exige nenhum motivo pelo qual é realizado a sustação.
REFERÊNCIAS

BRASIL. DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO. CÓDIGO CIVIL. 2002. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. Acesso em: 29
jan. 2021

BRASIL. DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO. DECRETO Nº 57.663. 1966.


Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/antigos/d57663.htm.
Acesso em: 29 jan. 2021.

BRASIL. DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO. LEI N° 7.357. 1985. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7357.htm. Acesso em: 29 jan. 2021.

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