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DIREITO CAMBIÁRIO

Ramo do direito empresarial que estuda os títulos


de crédito.
TÍTULOS DE CRÉDITO
 São documentos representativos de obrigações
pecuniárias
 Criados para facilitar a circulação/troca de
riquezas
PRINCÍPIOS GERAIS DO
DIREITO CAMBIÁRIO
 PRINCÍPIO DA CARTULARIDADE 
flexibilização em razão da era digital

 PRINCÍPIO DA LITERALIDADE

 PRINCÍPIO DA AUTONOMIA
CLASSIFICAÇÃO
 *Quanto as forma:
 i) vinculado: é aquele cuja forma está definida em
legislação. Há uma padronização obrigatória.
Ex. duplicata; cheque (definido pelo CMN; deve
ser emitido por Instituição Financeira)

 ii) livre: é aquele cuja forma não precisa seguir


uma padronização obrigatória ( deve apenas conter os requisitos
exigidos pela Lei)

Ex. Nota promissória/ Letra de Cambio


CLASSIFICAÇÃO
 * Quanto a hipótese de emissão:
 i) causal: é aquele que só pode ser emitido mediante
a ocorrência de uma causa específica definida em lei
(Ex. DUPLICADA -> só pode ser emitida em compra
e venda mercantil ou prestação de serviço.)

 ii)não causal: é aquele que não necessita de uma


causa específica para sua emissão.
(ex. cheque. Pode ser emito em qualquer ocasião)
 * quanto a sua circulação:
 i) ao portador: é aquele que não identifica o
beneficiário.

 ii) nominal: identifica o beneficiário.


 - a ordem -> somente circula por meio de
endosso
 - não a ordem -> circula por meio de cessão civil
 * quanto a sua estrutura:
 i) ordem de pagamento: há três intervenientes

- sacador/emitente: que dá a ordem;


- sacado: que recebe a ordem;
- tomador/beneficiário: credor
Ex. Cheque. Emitente da ordem; o banco recebe a
ordem de pagar; para o beneficiário que é o credor.

 ii) promessa de pagamento: há somente dois


interveniente
- promitente: quem promete o pgto
- tomador beneficiário
ATOS CAMBIÁRIOS
 SAQUE: É o ato de criação; é a emissão do título de
crédito. SACADOR: é aquele que assina, que emite
o título.

 ACEITE: é o ato em que o SACADO, o destinatário


da ordem, reconhece a obrigação.

 PROTESTO: É a apresentação pública de um título,


por falta de pagamento ou por falta de aceite.
 ENDOSSO: É o ato cambiário no qual se opera a
transferência do crédito representado no título “à
ordem”
 Assinatura no VERSO

AVAL: é o ato pelo qual um terceiro garante o


pagamento do título.
 Assinatura no ANVERSO (na frente)
AVAL x FIANÇA
Aval Fiança

É garantia de TÍTULO DE CRÉDITO É garantia de CONTRATO

É Autônomo É acessória => a invalidade do


 Em caso de morte ou incapacidade contrato, invalida a fiança;
Em caso morte do afiançado, os
superveniente do avalizado o herdeiros passam a ser responsáveis:
avalista continua responsável o fiador garantia o falecido e não os
 Em caso de falência do avalizado, herdeiros => extingue a fiança.
o avalista continua responsável
Possui benefício de ordem => primeiro
 O aval não tem benefício de ordem o afiançado; depois o fiador.
=> pode executar diretamente o
avalista.
** é possível Aval Parcial?
 Cheque - é possível => art. 29, Lei 7.357/85 (Lei
do Cheque)
 Nota Promissória e Letra de Câmbio - é possível
=> art. 30 - Dec. 57.663/66
 Duplicata - Lei 5474/68 => é omissa; aplica-se o
Código Civil (art. 897, par. unico) => É
VEDADO AVAL PARCIAL
O aval não se presume: deve ser
escrito
 APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. NOTA
PROMISSÓRIA. EX-ESPOSO DA EMITENTE DO TÍTULO
QUE NÃO APÔS SUA ASSINATURA E NEM FIGUROU
COMO AVALISTA OU ENDOSSANTE.
SOLIDARIEDADE QUE NÃO SE PRESUME.
ILEGITIMIDADE PARA FIGURAR NO POLO PASSIVO DA
AÇÃO DE EXECUÇÃO CARACTERIZADA. SENTENÇA
MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. Aquele que não
apôs sua assinatura no título e nem mesmo figurou como
avalista ou endossante é parte ilegítima para figurar no polo
passivo da ação de execução. (TJSC, Apelação Cível n.
2012.092725-3, de Balneário Camboriú, rel. Des. Jânio
Machado, j. 13-02-2014).
DO ENDOSSO

Endosso é o ato pelo qual o credor de um título de crédito, com a


cláusula à ordem, transmite o direito ao valor constante do título, à
outra pessoa, sendo acompanhado da tradição do título, que transfere
a posse deste.

Tomador/benefic (credor da LC) ------> endossa o título


Endossante ---> endossatário

a) Efeitos do Endosso:
i. Transfere da titularidade do crédito, do endossante para o endossatário.
ii. Tornar o endossante o co-devedor do título de crédito
Endossante => responsável solidário
 APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO MONITÓRIA. EMBARGOS
MONITÓRIOS. NOTA PROMISSÓRIA. PRELIMINAR. AGRAVO
RETIDO. MATÉRIAS QUE SE CONFUNDEM COM O PRÓPRIO
MÉRITO. REJEIÇÃO. MÉRITO. ALEGAÇÃO DE VINCULAÇÃO
DA NOTA PROMISSÓRIA A CONTRATO DE COMPRA E VENDA
REALIZADA COM ENDOSSANTE. AUSÊNCIA DE
COMPROVAÇÃO. ÔNUS DO QUAL O EMBARGANTE NÃO SE
DESINCUMBIU (ART. 373, INC. II, CPC). TÍTULO DE CRÉDITO
QUE CIRCULOU MEDIANTE ENDOSSO EM PRETO,
PRESERVANDO AS CARACTERÍSTICAS DE LITERALIDADE E
AUTONOMIA. INOPONIBILIDADE DAS EXCEÇÕES PESSOAIS,
RELATIVAS AO ENDOSSANTE DA CÁRTULA, POIS AUSENTE
PROVA ROBUSTA E CONVINCENTE DE EVENTUAL FRAUDE,
CONLUIO OU PAGAMENTO. Recurso conhecido e improvido. (TJSC,
Apelação Cível n. 2016.009933-6, da Capital, rel. Des. Guilherme Nunes
Born, j. 19-05-2016).
b) formas de endossar o titulo:
i. assinar o VERSO do título => basta simples
assinatura
ii. Assinatura do ANVERSO (na frente) do título =>
deve assinar, antecedido das expressões de endosso
“Pague-se a ...” ; “Endosso a ....” ; “Transfiro a ..”

 ENDOSSO PARCIAL É
NULO!!!!
c) Espécies de endosso quanto a forma:
- endosso em preto: quando o endossatário está
identificado.
- endosso em branco: quando o endossatário não esta
identificado
=> são endossos translativo  transfere a titularidade.

d) ENDOSSO PÓSTUMO: é o endosso dado depois do


vencimento do título. A doutrina diverge havendo uma
corrente que defende a necessidade de protesto e outra
que a dispensa, bastando o vencimento.
**Efeitos do Endosso póstumo:
- mesmos efeitos do endosso normal
ENDOSSO IMPRÓPRIO
É o ato pelo qual transfere-se a posse o titulo de crédito, mas não ocorre a
transferência da titularidade do crédito
Ex. empresa de cobrança  a pessoa faz o endosso impróprio para empresa
de cobrança poder cobrar.

- endosso-mandato: utilizado para fins de cobrança. É utilizado para transferir


poderes e autorizar terceiro a exercer os direitos inerentes ao título.
- endosso caução (pignoratício) : passa-se por procuração ou cobrança. Dá o título
de crédito como garantia de cumprimento de uma obrigação.
Endossante = credor do título de crédito
Endossatário = credor da obrigação.
O devedor, se notificado do endosso caução, antes de pagar deve procurar o
endossatário e verificar se a obrigação foi cumprida, para saber para quem deve
pagar: para o endossante (cumprida obrigação) ou endossatário (não cumprida a
obrigação)
Só é possível quando o título for A PRAZO.
LETRA DE CÂMBIO
LETRA DE CÂMBIO
 Decreto 57.663/66 – Promulga a Convenção
para Lei Uniforme em matéria de Letra de
Câmbio e Nota Promissória.

 É uma ordem de pagamento em que o


EMITENTE (SACADOR), manda o SACADO
(Banco), a pagar um valor a alguém,
BENEFICIÁRIO (Tomador da ordem)
Características
- Título formal => deve conter os requisitos do art.
1º da Lei Uniforme - Decreto 57.663/66
- Não causal
- A ordem (pode circular com mais facilidade)
- Aceite do SACADO (quem paga) é
FACULTATIVO. (  se não aceitar, não se obrigada, e
o EMITENTE/SACADOR que paga)
- Pode haver aceite parcial.
- Pagamento a vista ou em outra data.
Vencimento
(art. 33 da Lei Uniforme)
A Letra de Câmbio, quando inexistente prazo para
pagamento, deve ser paga à vista. Todavia, o vencimento
poderá ocorrer nas seguintes hipóteses:

a) a vista: é exigida de imediato


b) a data certa: exigível a uma data determinada.
c) a certo termo de vista: é um número X de dias de uma
data inicial – ex. vence a dois dias da vista.  deve
determinar qual a data da vista: é a do aceite.
d) a certo termo da data: é um número X de dias da data da
emissão.
NOTA PROMISSÓRIA
 Decreto 57.663/66 - Promulga a Convenção para
Lei Uniforme em matéria de Letra de Câmbio e
Nota Promissória.

 É uma promessa de pagamento.


- Promitente/ Subscritor/ Emitente => devedor
principal
- Tomador/ beneficiário => credor
Características
- Promessa de pagamento => a ser paga em data
determinada (a omissão da data implica a promessa para
pagamento a vista – Art. 76 da Lei Uniforme - Dec. 57.663/66 )
- não causal
- não existe aceite; o devedor é o próprio
emitente.
 Aplicam-se a NP todas as disposições relativas às
Letras de Câmbio (no que não forem
incompatíveis)
Requisitos para validade
Lei Uniforme - Dec. 57.663/66 - Art. 75. A nota promissória
contém:
1. Denominação "nota promissória" inserta no próprio texto do
título e expressa na língua empregada para a redação desse
título;
2.A promessa pura e simples de pagar uma quantia determinada;
3. A época do pagamento;
4. A indicação do lugar em que se efetuar o pagamento;
5. O nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga;
6. A indicação da data em que e do lugar onde a nota
promissória é passada;
7. A assinatura de quem passa a nota promissória (subscritor).
Art. 76. O título em que faltar algum dos requisitos
indicados no artigo anterior não produzirá efeito
como nota promissória, salvo nos casos
determinados das alíneas seguintes.

Se não contiver data de vencimento => é a vista

Se não especificar o lugar de emissão => considera o lugar


onde o título emitido (se não constar, considera o domicílio
do emitente)
 Sum. 258, STJ: A nota promissória vinculada a
contrato de abertura de crédito não goza de
autonomia em razão da iliquidez do título que a
originou.

  exigida pelo banco como garantiam=> é


vinculada a conta bancária.
CHEQUE - Lei 7.357/85
 Lei 7.357/85
 Cheque é ordem de pagamento a vista,
incondicional, contra um banco ou instituição
financeira, em razão de provisão que o emitente
possui junto ao sacado, proveniente essa de
contrato de depósito bancário ou de abertura de
crédito.
 Partes
- Sacador (correntista)
- Sacado (Banco) => não é necessário aceite. A
obrigação (qualidade de sacado) decorre de
contrato
- Tomador/beneficiário (credor)
Cheque pode ser recebido em
dinheiro?
 Em regra, sim. O portador apresenta o cheque e o
sacado (banco) paga.

 Porém, o cheque CRUZADO não pode ser pago


em dinheiro; o credor deve depositar na sua conta
=> se o cruzamento for em preto (nominal) só na
conta do indicado.
Cheque cruzado
 Art. 44 O emitente ou o portador podem cruzar o
cheque, mediante a aposição de dois traços paralelos
no anverso do título.
§ 1º O cruzamento é geral se entre os dois traços não
houver nenhuma indicação ou existir apenas a
indicação ''banco'', ou outra equivalente. O
cruzamento é especial se entre os dois traços existir a
indicação do nome do banco.
 NAO PODE INUTILIZAR O
CRUZAMENTO.
 Art. 45 O cheque com cruzamento geral só pode ser pago
pelo sacado a banco ou a cliente do sacado, mediante
crédito em conta. O cheque com cruzamento especial só
pode ser pago pelo sacado ao banco indicado, ou, se este for
o sacado, a cliente seu, mediante crédito em conta. Pode,
entretanto, o banco designado incumbir outro da cobrança.

 ** pode endossar cheque cruzado?


 Se o cheque é ordem a vista, o que é o cheque
pré-datado? Tem amparo legal?
 Súmula 370, STJ: caracteriza dano moral a
apresentação antecipada de cheque pré-datado.

 Súmula 388, STJ: A simples devolução indevida


de cheque caracteriza dano moral,
independentemente de prova do prejuízo sofrido
pela vítima.
Prazos do Cheque
 Prazo de apresentação
- 30 dias, se da mesma praça bancária
- 60 dias, se de praça diferente
** contados da data de emissão do cheque

 PRAZO PRESCRICIONAL: 6 meses a partir do


fim do prazo para apresentação
Assim, prazo prescricional:
- praça: 30 d + 6 meses
- não praça: 60d + 6 meses
DUPLICATA - Lei n. 5.474/68

 Representa uma ordem de pagamento emitida


pelo credor, por conta de mercadorias vendidas
ou de serviços prestados, descritos em uma fatura

 Deve ser paga pelo comprador das mercadorias


ou pelo tomador dos serviços.
DUPLICATA
 Características:
- Título causal => decorre de obrigações
específicas
- Ordem de pagamento
- Título formal  Requisitos – art. 1º da Lei n.
5.474/68
- É obrigatório o ACEITE.

 Cada Fatura deve corresponder a uma duplicata


 Partes:
- Sacador/Emitente => é o vendedor
- Sacado => é o comprador, quem recebe a
mercadoria e se obriga ao pagamento.

É obrigatório ACEITE do SACADO.


Emitente envia para o comprador, que em 10 dias deve devolver com
o ACEITE, sob pena de PROTESTO, por falta de ACEITE. (Art. 6º
e 7º)
 JUSTIFICATIVA PARA RECUSA DE ACEITE: ART. 8
e ART. 21
DUPLICATA VIRTUAL
Esta modalidade de emissão de título encontra previsão no
art. 889, par. 3o do CC, que admite a criação de títulos
eletrônicos.

Lei 9492/97 (Lei do Protesto)


Art. 8º Os títulos e documentos de dívida serão recepcionados,
distribuídos e entregues na mesma data aos Tabelionatos de
Protesto, obedecidos os critérios de quantidade e qualidade.

§ 1º . Poderão ser recepcionadas as indicações a protestos das


Duplicatas Mercantis e de Prestação de Serviços, por meio magnético ou
de gravação eletrônica de dados, sendo de inteira responsabilidade do
apresentante os dados fornecidos, ficando a cargo dos Tabelionatos a mera
instrumentalização das mesmas
Alteração pela Lei 13.775/18
(Lei da Duplicata Escritural)
 Antes os riscos/ocorrências de fraude, a regulamentação foi
alterada, passando a ser exigido um registro da duplicada virtual,
por meio do lançamento no sistema eletrônico de escrituração,
regido por entidades autorizadas pelo Banco Central:

Lei 9492/97 (Lei do Protesto)


Art. 8º § 2ºOs títulos e documentos de dívida mantidos sob a
forma escritural nos sistemas eletrônicos de escrituração ou nos
depósitos centralizados de que trata a Lei nº 12.810, de 15 de
maio de 2013, poderão ser recepcionados para protesto por
extrato, desde que atestado por seu emitente, sob as penas da lei,
que as informações conferem com o que consta na origem.
DUPLICATA VIRTUAL
 Ao invés de emitir a duplicata física (lembre-se que a duplicata
é uma ordem de pagamento emitida pelo credor, para o
comprador/devedor assinar), é emitido uma ordem eletrônica
para o Banco

 Ou seja:
 1º ) o vendedor emite a fatura de venda a prazo, e manda para o
banco cobrar.
 2º) O banco vai cobrar por meio de boleto bancário. 3º) Se não
tem pagamento deste boleto o banco manda o título para
protesto por via eletrônica (e-mail ou outra forma eletrônica)
 esta solicitação feita pelo vendedor caracteriza a emissão de
um título de crédito virtual (a duplicata virtual).
TÍTULOS DE CRÉDITO
DA ERA DIGITAL

LEI Nº 1 2.682, DE 9 DE JULHO DE 2012.:


Dispõe sobre a elaboração e o arquivamento de documentos em meios eletromagnéticos.
Alteração introduzida pela LEI DA
LIBERDADE ECONÔMICA – n.
13.874/19
 Art. 2º-A. Fica autorizado o armazenamento, em meio eletrônico, óptico ou equivalente, de documentos
públicos ou privados, compostos por dados ou por imagens, observado o disposto nesta Lei, nas
legislações específicas e no regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
(Regulamento)

 § 1º Após a digitalização, constatada a integridade do documento digital nos termos estabelecidos


no regulamento, o original poderá ser destruído, ressalvados os documentos de valor histórico, cuja
preservação observará o disposto na legislação específica. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)

 § 2º O documento digital e a sua reprodução, em qualquer meio, realizada de acordo com o


disposto nesta Lei e na legislação específica, terão o mesmo valor probatório do documento
original, para todos os fins de direito, inclusive para atender ao poder fiscalizatório do Estado .
(Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)

 § 3º Decorridos os respectivos prazos de decadência ou de prescrição, os documentos armazenados em


meio eletrônico, ópticoou equivalente poderão ser eliminados. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)

Reprodução Digital de Documentos =>
ASSINATURA DEVE SER
CERTIFICADA I.C.P Brasil
 § 7º É lícita a reprodução de documento digital, em papel ou
em qualquer outro meio físico, que contiver mecanismo de
verificação de integridade e autenticidade, na maneira e com
a técnica definidas pelo mercado, e cabe ao particular o ônus
de demonstrar integralmente a presença de tais requisitos.
(Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)

 § 8º Para a garantia de preservação da integridade, da


autenticidade e da confidencialidade de documentos
públicos será usada certificação digital no padrão da
Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-
Brasil)
TÍTULOS DE CRÉDITO
DA ERA DIGITAL
  Projeto de Lei 2897/21 permite a emissão e
circulação em formato exclusivamente digital dos
títulos de crédito, como nota promissória e
duplicata. O texto tramita na Câmara dos
Deputados.Fonte: Agência Câmara de Notícias
 “Não mais se justifica a criação de títulos de
crédito em papel. O enorme avanço tecnológico
das últimas décadas permite que sejam gerados
documentos em meio integralmente digital, que
circulam com a mesma, ou maior, segurança dos
documentos em papel”, disse o autor do projeto,
deputado Kim Kataguiri (DEM-SP)

 Link para acompanhar tramitação:


https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor
=2187702&filename=EMC+1+CCJC+%3D%3E+PL+2897/2021
EXIGIBILIDADE DOS TÍTULOS
DE CRÉDITO

 PROTESTO POR FALTA DE PAGAMENTO


 AÇÃO DE EXECUÇÃO DE TÍTULO
EXTRAJUDICIAL
 AÇÃO DE ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA
 AÇÃO MONITÓRIA
EXECUÇÃO DE TÍTULO
EXTRAJUDICIAL

Art. 783. A execução para cobrança de crédito


fundar-se-á sempre em título de obrigação certa,
líquida e exigível.

Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:


I - a letra de câmbio, a nota promissória, a
duplicata, a debênture e o cheque;
[...]
CPC. Art. 781. A execução fundada em título extrajudicial será processada
perante o juízo competente, observando-se o seguinte:
I - a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de
eleição constante do título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos;
II - tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro de
qualquer deles;
III - sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução
poderá ser proposta no lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do
exequente;
IV - havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será
proposta no foro de qualquer deles, à escolha do exequente;
V - a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato
ou em que ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais
resida o executado.
Procedimento – art. 711 e ss.
Execução por quantia certa – art. 827 e ss.

Art. 827. Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários


advocatícios de dez por cento, a serem pagos pelo executado.
§ 1o No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, o valor dos
honorários advocatícios será reduzido pela metade.
[...]
Art. 828. O exequente poderá obter certidão de que a
execução foi admitida pelo juiz, com identificação das
partes e do valor da causa, para fins de averbação no
registro de imóveis, de veículos ou de outros bens
sujeitos a penhora, arresto ou indisponibilidade. =>
 Art. 829. O executado será citado para pagar
a dívida no prazo de 3 (três) dias, contado da
citação.
 [...]
 Art. 830. Se o oficial de justiça não encontrar o
executado, arrestar-lhe-á tantos bens quantos
bastem para garantir a execução.
Duplicata Virtual
 Ante a desmaterialização do título, a execução poderá ser
feita por meio da apresentação de instrumento de protesto por
indicações e de comprovante de entrega de mercadorias (art.
15, § 2º da Lei 5474/1968).
 [i] As duplicatas virtuais – emitidas por meio magnético ou de
geração eletrônica – podem ser protestadas por indicação (art. 13 da
Lei n. 5.474/1968), não se exigindo, para o ajuizamento da
execução judicial, a exibição do título. Logo, se o boleto bancário
que serviu de indicativo para o protesto retratar fielmente os
elementos da duplicata virtual, estiver acompanhado do
comprovante de entrega das mercadorias ou da prestação dos
serviços e não tiver seu aceite justificadamente recusado pelo
sacado, poderá suprir a ausência física do título cambiário
eletrônico e, em princípio, constituir título executivo extrajudicial.
Assim, a Turma negou provimento ao recurso. REsp 1.024.691-PR,
Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 22/3/2011. (SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL. Informativo nº: 0467. Período: 21 a 25 de
março de 2011. 3ª TURMA.)
Questão prova OAB:
 Em virtude do inadimplemento do pagamento de uma nota promissória, o Banco Mais
Dinheiro ajuizou ação de execução por título extrajudicial em face do Supermercado
Baratão. Citado o réu, não houve o pagamento da dívida, tampouco foram encontrados bens
penhoráveis. Em consequência, o exequente requereu a penhora de 100% do faturamento do
executado, o que foi deferido pela juíza responsável pelo processo, sob o fundamento de que
se tratava de dívida muito elevada. O executado interpôs agravo de instrumento impugnando
essa decisão. Sobre tais fatos, assinale a afirmativa correta.
 A) O agravante tem razão, na medida em que a penhora da integralidade do faturamento
tornaria inviável o exercício da atividade empresarial.
 B) O agravante não tem razão, uma vez que a penhora do faturamento equivale à penhora de
dinheiro e é a primeira na ordem de preferência legal, o que autoriza a constrição da
integralidade do faturamento.
 C) O agravo deve ser provido, pois o faturamento de empresa executada é impenhorável.
 D) O agravo deve ser desprovido, visto que não existe limite para o percentual do
faturamento a ser objeto de penhora, cabendo ao juiz sua fixação no percentual necessário
para a imediata satisfação da execução.
Prazo Prescricional:
- Nota Promissória; Letra de Câmbio e Duplicata: 3
anos
- Cheque: 6 meses, a partir do prazo para
apresentação (30d praça; 60d fora da praça)

** se perde a força executiva pela Prescrição, o que


fazer?
AÇÃO MONITÓRIA
CPC. Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base
em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor
capaz:
I - o pagamento de quantia em dinheiro;
II - a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel;
III - o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer.
§ 1o A prova escrita pode consistir em prova oral documentada, produzida
antecipadamente nos termos do art. 381.
§ 2o Na petição inicial, incumbe ao autor explicitar, conforme o caso:
I - a importância devida, instruindo-a com memória de cálculo;
II - o valor atual da coisa reclamada;
III - o conteúdo patrimonial em discussão ou o proveito econômico perseguido.
§ 3o O valor da causa deverá corresponder à importância prevista no § 2o, incisos I a III.
[...]
§ 6o É admissível ação monitória em face da Fazenda Pública.
§ 7o Na ação monitória, admite-se citação por qualquer dos meios permitidos para o
Art. 701. Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá
a expedição de mandado de pagamento, de entrega de coisa
ou para execução de obrigação de fazer ou de não fazer,
concedendo ao réu prazo de 15 (quinze) dias para o
cumprimento e o pagamento de honorários advocatícios de
cinco por cento do valor atribuído à causa.
§ 2o Constituir-se-á de pleno direito o título executivo
judicial, independentemente de qualquer formalidade,
se não realizado o pagamento e não apresentados os
embargos previstos no art. 702, observando-se, no que
couber,
AÇÃO MONITÓRIA
 Súmula 504 O prazo para ajuizamento de ação
monitória em face do emitente de nota
promissória sem força executiva é quinquenal, a
contar do dia seguinte ao vencimento do título.

 Súmula 503 O prazo para ajuizamento de ação


monitória em face do emitente de cheque sem
força executiva é quinquenal, a contar do dia
seguinte à data de emissão estampada na cártula.
Foro competente (CPC)
 DECISÃO STJ
Execução de cheque deve ser processada no mesmo local da agência sacada
A execução de cheque não pago deve ser processada no foro onde se localiza a
agência bancária da conta do emitente, ainda que o credor seja pessoa idosa a
resida em outro lugar. Com esse entendimento, a Terceira Turma do Superior
Tribunal de Justiça (STJ) determinou que compete ao foro de Quirinópolis
(GO) processar e julgar a execução de cheques ajuizada por um credor já
idoso.

A Turma entendeu que, por se tratar especificamente de cheques não pagos, o


local de pagamento – e, portanto, o foro competente para a execução – é
aquele onde está sediada a instituição financeira sacada. Para os
ministros, o lugar é onde se situa a agência bancária em que o emitente
mantém sua conta corrente.

O credor dos cheques pedia que a execução se desse no foro de Uberlândia


(MG), local em que reside.
CRIPTOMOEDAS
 (CONSIDERAÇÕES)
"[...] 'a operação envolvendo compra ou venda
de criptomoedas não encontra regulação no
ordenamento jurídico pátrio, pois as moedas virtuais
não são tidas pelo Banco Central do Brasil (BCB)
como moeda, nem são consideradas como valor
mobiliário pela Comissão de Valores Mobiliários
(CVM), não caracterizando sua negociação, por si
só, os crimes tipificados nos arts. 7º, II, e 11, ambos
da Lei n. 7.492/1986, nem mesmo o delito previsto
no art. 27-E da Lei nº 6.385/1976'".

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