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Sistema Tributário Nacional e Atividade Empresarial – Professora

Tania Siqueira

Aula 1 – 19/08/2021 – Atividade Financeira – Crédito

Atividade financeira do Estado

É função do Estado satisfazer as necessidades da população através da prestação de serviços


públicos, preservando diretos individuais e etc. Para que ele possa cumprir com essas funções
ele tem que ter uma maneira de obter esses custos, gerir e aplicar esses recursos.

Quem lista quais necessidades são consideradas públicas é a Constituição Federal e as próprias
leis.

As grandes Receitas Públicas Derivadas são os tributos (IPI, ICMS, ISS, CSLL e etc) e multas por
infrações.

Receitas Públicas Originárias se origina do patrimônio do próprio estado, por exemplo: imóveis
da União alugados, sendo assim o aluguel é uma receita pública originária. Dividendos de
atividades empresariais, por exemplo: Banco do Brasil que é uma sociedade de economia
mista, onde a União tem direito a uma determinada porcentagem dos lucros.

FINALIDADE DOS TRIBUTOS

Fiscal – Para satisfação de despesas;

Extrafiscal – Prioritariamente para intervenção em situações sociais e econômicas; e

Parafiscal – Para custear atividades paralelas às exercidas pelo Estado.

SISTEMA FINANCEIRO

“Conjunto de instituições que promovem a intermediação financeira, isto é, o encontro entre


credores e tomadores de recursos.” (www.bacen.gov.br)

ORGÃOS NORMATIVOS

Conselho Monetário Nacional – Formula políticas monetárias. Responde pelas diretrizes gerais
sobre moeda e crédito. Composto por três membros: 1º Presidente do Conselho: Ministro da
Economia, 2° Presidente do Banco Central e o 3º Secretário Especial da Fazenda.

Conselho de Seguros Privados – Traça normas a serem seguidas pelas instituições que operam
com seguros; e
Conselho Nacional de Previdência Complementar – Responsável pela supervisão das
instituições que comercializam planos de previdência complementar.

Embaixo desses, existem instituições fiscalizadoras (supervisoras), que irão estipular regras,
normas. Embaixo do Conselho Monetário Nacional temos o BACEN (Banco Central) e a CVM
(comissão de valores mobiliários que regula o mercado de capitais).

Embaixo do Conselho de Seguros Privados temos SUSEP (Superintendência de Seguros


Privados).

Embaixo do Conselho Nacional de Previdência Complementar temos a PREVIC.

E abaixo dessas instituições fiscalizadores (supervisoras) temos as operadores (descritas no


material).

Aula 2 – 26/08/2021 – Títulos de Créditos

Conceito econômico de créditos:

“É uma permissão de usar capital alheio”;

“Crédito é saque contra o futuro”;

“Confere poder de compra a quem não dispõe de recursos para realiza-lo”;

“Viabiliza a imediata mobilização da riqueza produzida”;

O crédito, portanto, pressupõe uma economia capitalista. Regime o qual estamos inseridos.

O desenvolvimento do crédito foi facilitado na Revolução Industrial, pois a instalação das


fábricas exigiam investimentos em maquinas e etc. Com isso, os empresários recorreram aos
bancos.

Agente: Disponibiliza recursos financeiros, não é gratuito.

Tomador: Deve remunerar o credor pela antecipação dos recursos.

Credito e Empresa

Crédito: É um ativo que servirá para financiar a atividade; e

É um instrumento de captação de recursos.

Crédito como um ativo: (material) exemplo: recebíveis;


Mútuo bancário: Contrato pelo qual o banco empresta a quantia em dinheiro ao seu cliente
que se obriga a pagar no prazo e com acréscimos. O contrato tem garantia (pode ser o
recebível).

Desconto bancário: Contrato pelo qual o banco antecipa ao cliente o valor do crédito que se
titulariza perante terceiro (recebível), recebendo-o em cessão (tornando-se, então, credor).

Crédito como instrumento de captação:

Emissão de debêntures;

Emissão de nota promissória comercial;

Emissão de certificado de recebíveis imobiliários.

Títulos de créditos

Art. 887, C.C. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e
autônomo nele contido, somente produz efeito quando preenche os requisitos da lei.

Letra de Câmbio; Lei uniforme de Genebra

Nota promissória; Lei uniforme de Genebra

Cheque; Lei de 1995

Duplicata; Lei de 1968

Cédula de Crédito Bancário. Em alguns artigos de uma Lei de 2004

Princípios:

Literalidade - (o título vale pelo que nele estiver efetivamente escrito).

“O que está escrito é exatamente a quantidade do crédito do portador e as extensão da


obrigação do devedor. Nem o primeiro pode exigir mais nem o segundo deverá pagar além do
que está escrito” (NEGRÃO, Ricardo. Manual do Direito Comercial & Empresa).

Cartularidade – (o exercício do direito de crédito é exercício por quem estiver na posse da


cártula (título)).

“A cartularidade ou incorporação invoca a necessidade ou indispensabilidade, isto é, sem o


documento não se exerce o direito de crédito nele mencionado” (NEGRÃO, Ricardo. Manual
do Direito Comercial & Empresa).
Autonomia –

“A autonomia é a característica dos títulos de crédito que garante a independência


obrigacional das relações jurídicas subjacentes, simultâneas ou sobrejacentes à sua criação e
circulação e impede que eventual vício em uma relação se comunique às demais ou invalide a
obrigação literal inscrita na cártula” (NEGRÃO, Ricardo. Manual do Direito Comercial &
Empresa).

Abstração

Autonomia

Inoponibilidade das exceções pessoais a terceiros de boa-fé

Aula 3 – 02/09/2021 – Títulos de Créditos

Características:

Documento formal (devem ser observados os requisitos essenciais previstos na lei;

Bem móvel (a circulação é sua função primordial);

Título Executivo Extrajudicial (obrigação líquida e certa);

Obrigação quesível (o credor dirige-se ao devedor para receber);

Natureza pro solvendo (a relação causal não se extingue);

Solidariedade entre coobrigados (credor pode exigir de 1 ou todos a obrigação integral);

Quanto ao modo de circulação:

Ao portador – Circula por tradição; não consta nome do beneficiário no título;

À ordem – Circula por endosso; o nome do beneficiário consta no título;

Não à ordem – Circula por cessão civil; o nome do beneficiário consta no título. O título pode
circular porém não poderá ser por endosso.

Cessão de Crédito:

Negócio jurídico por meio do qual o credor transmite o crédito a um terceiro (cessionário);

O devedor deve ser notificado para que a cessão produza efeitos (art. 290, Código Civil);
O devedor pode opor exceções pessoais perante o credor (cessionário).

Abstração e inoponibilidade das exceções pessoais ao terceiro de boa-fé.

Quanto ao modelo:

Título Vinculado – Há padrão legal, exemplo: Cheque e Duplicata;

Título Livre – Não há padrão legal, exemplo: Nota Promissória e Letra de Câmbio.

Quanto às hipóteses de emissão:

Títulos Causais – Só pode ser emitido nas hipóteses autorizadas por lei, exemplo: Duplicata.

Títulos Não Causais (abstrato) – Pode ser criado em qualquer hipóteses, exemplo: Nota
Promissória.

Quanto ao vencimento:

À vista – Vencimento contra a apresentação ao devedor.

A prazo – Há uma data de vencimento ou tempo certo.

Institutos Cambiários

Endosso – É um ato típico de circulação cambial, é a transferência da titularidade de um


crédito representado em um título de crédito que tenha a cláusula À ordem.

Endossante Endossatário (passa a ser credor)

Lançado no verso do título de crédito, isso vem da expressão em latim (quia dorso inscribit
solet).

O endosso produz dois efeitos: Transfere o crédito representado pelo título ao endossatáriio e
vincula o endossante ao pagamento.

TIPOS DE ENDOSSO TRANSLATIVO (que transfere):

Endosso em branco – Não identifica o endossatário, simplesmente coloca “endosso” e não


especifica a quem e assina. STJ entende por força da Lei 8.021/90 não pode ser transferido
dessa forma. Ele vira um título Ao Portador que é proibido por lei.

Endosso em preto – Indica a quem está sendo transferido, ele coloca “endosso para o José” e
assina.

Aula 4 – 09/09/2021 – Títulos de Créditos


É possível endosso parcial? Impossível. Não existe. Art. 912, C.C parágrafo único.

Endosso Mandato

Endosso Impróprio

Endosso Caução

Endosso impróprio torna legitima a posse do título sem a transferência da titularidade.

Endosso Mandato: Título entregue para cobrança.

“O endosso mandato ou endosso-procuração é uma espécie peculiar de endosso, uma vez que
não visa à transferência da propriedade do título. Quem faz um endosso-mandato não quer
deixar de ser credor, quer apenas constituir um procurador para praticar, por ele, os atos
necessários para o recebimento do crédito” (Marlon Tomazette).

Endosso Caução: Título entregue como garantia.

“Não se transfere o crédito, só se deixa o título em garantia de outra obrigação. Em síntese, o


endosso caução ou endosso-pignoratício é um endosso especial que transfere a posse do título
a uma pessoa, em garantia de alguma obrigação.” (Marlon Tomazette).

Aval:

“Ato cambiário pelo qual a pessoa (avalista) se compromete a pagar o título de crédito nas
mesmas condições que o devedor que o devedor do título avalizado” (Devedor solidário).
Ricardo Negrão.

O aval tem que constar no título, observando o princípio de que o título vale pelo que nele
estiver escrito.

Aval em branco x em preto:

Em branco - Não identifica o avalizado

Em preto – Identifica a pessoa avalizada

Aval exige outorga conjugal?

Art. 1647, C.C. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem
autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:

(...)
III – Prestar fiança ou aval.

Avais simultâneos x Aval sucessivo:

Simultâneos – Aval dado por 2 ou mais pessoas em relação a uma mesma obrigação. (cooavais)

Sucessivo – Aval dado por um avalista em favor de outro avalista.

Aula 5 – 16/09/2021 – Títulos de Créditos – Letra de Câmbio

Legislação - Decreto 57.663/1966; Decreto 2.044/1908.

Conceito – Título de crédito formal, autônomo, abstrato e completo, que contém a obrigação
de pagar determinada soma de dinheiro (ordem de pagamento) no tempo e no lugar
designados.

Sacador - emite a letra; aquele que dá a ordem de pagamento; responde pelo não
cumprimento por parte do sacado.

Sacado - aquele a quem é dirigida a ordem de pagamento; só se torna obrigado se der o


aceite.

Beneficiário (tomador) - aquele que vai receber o valor constante no título; é o credor.

O aceite na letra de câmbio não é obrigatório.

A simples identificação do sacado na Letra de Câmbio lhe obriga a realizar o pagamento? Não,
ele só fica obrigado através do aceite.

Quais as consequências da assinatura do sacador na Letra de Câmbio? Ele responde pelo não
cumprimento por parte do sacado, se tornando o devedor principal.

O que acontece se o sacado recursar o aceite? Torna a dívida vencida antecipadamente para o
sacador.

O sacador poderia evitar que a dívida se torne vencida antecipadamente? Sim, através de uma
cláusula não aceitável lançada na letra de câmbio, pois o beneficiário só poderá exigir o
pagamento no vencimento.

Espécies de Vencimento: Decreto 57.663

Data certa – na data indicada no título;


À vista – Exigível no ato da apresentação;

A tempo certo da vista – Tantos dias a partir da data do aceite;

A tempo certo da data – tantos dias a partir da data do saque.

Aceite:

Ele pode ser parcial? Pode.

Aceite qualificado:

Aceite limitativo – Aceita por valor inferior;

Aceite modificativo – Aceita alterando local, data de vencimento.

Cláusula não aceitável:

A letra de câmbio só pode ser apresentada para pagamento, ao sacado (não para aceite).
Assim a eventual recusa não importa no vencimento antecipado.

Protesto:

Protesto Prazo para Protesto


Até prescrever ação
Sacado/aceitante Facultativo executiva

Por falta de aceite = até o


vencimento. Por falta de
Sacador Obrigatório
pagamento = Até 2 dias do
vencimento.
Por falta de pagamento = até
Endossantes e seus avalistas Obrigatório
2 dias do vencimento.

Aula 6 – 23/09/2021 – Letra de Câmbio/Nota Promissória

Prescrição:

Sacador, endossantes e
Sacado/Aceitante e avalistas Direitos de regresso
avalistas
3 anos do vencimento 1 ano do protesto 6 meses do pagamento ou
da citação para pagamento
via judicial
Prescrita a execução o crédito pode ser perseguido por outros meios.

Ação de locupletamento injustificado – decreto 2.044/1908

Art. 48 “Sem embargo da desoneração de responsabilidade cambial, o sacador ou aceitante


fica obrigado a restituir ao portador, com s juros legais, a soma com a qual se locupletou à
custa dele. A ação do portador, para este fim, é a ordinária.”

“Considerando que o art. 48 do Decreto 2.044/1908 não prevê prazo específico para a ação de
locupletamento amparado em letra de câmbio ou nota promissória (...) utiliza-se o prazo de 3
anos previsto no art. 206, parágrafo 3º, inciso IV, da lei civil. Por sua vez, como o primeiro
pressuposto desta demanda é a impossibilidade do ajuizamento da ação cambial, o prazo
prescricional só começará quando estiver prescrita a ação cambial.” (STJ REsp 1323468/DF).

Ação Monitória: Art. 700, CPC

A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova escrita sem
eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz:

I – o pagamento de quantia em dinheiro (devedor principal (aval perde eficácia).

Sumula 504/STJ “O prazo para ajuizamento da ação monitória em face do emitente da nota
promissória sem força executiva é quinquenal a contar do dia seguinte ao vencimento do
título.”

Nota Promissória:

Legislação - Decreto 57.663/1966

Conceito - É uma promessa de pagamento que uma pessoa faz em favor da outra.

Sacador – Emite a nota, aquele que promete o pagamento; o devedor principal da obrigação.

Beneficiário (tomador) – Aquele que vai receber o valor constante no título; é o credor.

Requisitos essenciais da Nota Promissória:

Denominação Nota Promissória;

Promessa pura e simples de pagar determinada quantia;

Nome do beneficiário;

Data da emissão;
Assinatura do emitente (de próprio punho);

Local da emissão; e

Local de pagamento.

Vencimento:

Data certa;

À vista;

A certo termo da data = x prazo da emissão;

A certo termo da vista = termo se inicia a partir do visto do subscritor a ser dado no prazo por
ele definido (até 1 ano do saque).
Aula ???? – 30/09/2021 – Atividade Financeira – Crédito

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