Você está na página 1de 7

Títulos de crédito

Títulos são documentos que materializam a circularidade, sendo a


circularidade uma da característica fundamentais dos títulos de crédito.
(Documentos que representam relações comerciais).

- Somente tem validade o documento em circulação –

- Duas relações jurídicas ou mais não podem utilizar nota promissória (A nota
promissória só pode ser usada apenas para garantir uma única obrigação
financeira ou promessa de pagamento por vez).

Tem prescrição?

Sim, mas apesar de prescrito, pode se entra com processo depois, mas
perdendo a característica de ser coativo.

Princípios dos Títulos de Crédito (Majoritariamente)

- Literalidade: “Só vale o que está expressamente descrito no título”

Significa dizer que regra geral, nos títulos de crédito somente há validade nos
exatos termos neles declarados. Portanto, trata-se de obrigação literal porque
valem exatamente a mesma medida neles declarada.

Exemplo: Um cheque é um título de crédito que exemplifica o princípio da


literalidade. Todas as informações necessárias, como o valor a ser pago, o
beneficiário e a data de vencimento, devem estar claramente indicados no
cheque. Qualquer alteração ou adição fora do cheque em si não é vinculativa.

- Autonomia (Dentro do título de crédito): “Ter suas próprias normas e


princípios, ou seja, ser autônomo”

Significa dizer que cada obrigação inserida no título de crédito é independente


entre si. Isso porque, o título de crédito é desvinculado dos negócios jurídicos
que lhes deram origem. Dessa forma, a existência de irregularidade de uma
obrigação não afetará a eficácia das demais.

Exemplo: Contrato de compra e venda + cheque, sendo constatado vicio no


contrato o título de crédito é anulado? NÃO (autonomia)

+ EX.

Imagine que Pedro, menor de 14 anos emita uma nota promissória em favor de
Paulo. Antônio, avaliza o título de crédito.

O título tem validade? Podendo o credor cobrar o título de Antônio?

Sim, pois Antônio se tornou e se assumiu responsável pelo título de crédito, dada
a autonomia das obrigações assumidas.

- Cartularidade:

Significa dizer que o título de crédito necessariamente deve estar representado


por um documento, no qual se denomina cártula, devendo estar inserido todos
os requisitos para a validade do título de crédito.

(Destaca- se a importância da Cartularidade para as ações de execução, na qual


o título/cártula/documento comprova a elegibilidade do crédito que representa.)

Exemplo: Se uma pessoa tem em sua posse um título ao portador, como um


cheque ao portador, ela tem o direito de receber o valor indicado no título. A
posse do título é o que confere esse direito, e a pessoa que o detém é
considerada o titular legítimo.

- O título pode ser assinado digitalmente –

- Independência (Fora do título de crédito):

Pelo princípio da independência, tende – se que para a validade de um título de


crédito não é preciso que se comprove a validade de um NJ subjacente, já na
autonomia deve se analisar a separação/desvinculação das obrigações
assumidas dentro do mesmo documento, enquanto na independência, deve-se
analisar a validade do t.c. em relação a outro negócio jurídico qualquer.

Exemplo: Existe um título e um contrato de compra e venda, ambos são


independentes.

- Inoposibilidade:

“Não opor”

Não posso opor dentro do título de crédito questões de cunho pessoal, é vedado
opor exceções de caráter pessoal para alegar não comprimento de obrigação.
(Dividas/intimidades)

Só seria permitido se basear na alegação de vício formador do título de crédito.

Exemplo: Romário possui uma dívida de jogo com Edmundo, a qual foi
representada em uma nota promissória. Edmundo endossou esta nota
promissória para Ronaldo. Romário, por sua vez, recusa a pagar a nota
provisória alegando que Ronaldo lhe deve 5 prestações de um contrato de
compra e venda de seu apartamento.

Ronaldo tem direito de receber o Valor?

Sim, pois seguindo o princípio da Inoposibilidade, Romário não pode opor dentro
do título de crédito questão de cunho pessoal, ou seja, a validade não se
condiciona a outra situação.

- Circularidade/negociabilidade:

Trata- se da definição que o título de crédito tem como função principal facilitar
a circulação de riquezas e a negociação/transação no mercado, tal princípio
decorre da característica do título de credito como sendo bem móvel.

Características Gerais (se aplica a todos) dos títulos de crédito


A – Bem móvel: Significa dizer que a essência/função/natureza dos títulos de
crédito, objetiva simplificar e agilizar a circulação de riquezas, disso decorre
também a posse de boa-fé dos t.c., equivalendo a propriedade conforme art. 16,
LUG.

Os títulos de crédito têm como objetivo simplificar e agilizar a circulação de


riquezas no mundo financeiro, e a boa-fé desempenha um papel importante
nesse processo, conferindo direitos semelhantes aos da propriedade aos
detentores de títulos adquiridos de boa-fé, de acordo com a legislação aplicável.

A posse é o fato de ter algo fisicamente, enquanto a propriedade é o direito legal


de ser o dono desse algo. Posse é ter, propriedade é ter o direito de ter.

B – Natureza Pro – Solvendo: Quando um t.c. é emitido pro – solvendo, significa


que ele constitui uma nova obrigação, sem extinguir a obrigação originária que
lhe deu causa, ex.: Quando alguém emite um cheque, e em regra é pro-solvendo,
tem-se que só ocorre a extinção da dívida com o efetivo pagamento, já o pro –
soluto tem-se que ele extingue a obrigação originária permanecendo apenas a
obrigação decorrente do t.c. ex.: Quando são emitidos notas promissórias para
quitar um imóvel, quem vendeu garante que o valor estabelecido na nota foi
pago, sendo uma quitação automática dos débitos estipulados.

C – Circulação: Decorre do fato de que o título tem como função principal a


circulação de riquezas, mas é importante destacar que nem sempre um título
circula, como é o caso de um cheque cruzado. (Existem exceções, como o
cheque cruzado, que são criadas com o propósito específico de limitar a
circulação direta do título em papel, aumentando a segurança nas transações).

Circula quando se preenche a cártula e se delega a mesma a outro.

D – Título de Apresentação: Para exigir o valor do título é necessário que se


esteja da posse da cártula/título/documento.

- Não sendo possível exercer o direito cambiário sem a posse do mesmo –


E – Executividade: De acordo com o Art. 784, I, CPC. Os títulos de crédito são
documentos executivos, o que significa dizer que em caso de não pagamento do
título de credito o credor poderá ajuizar diretamente uma ação de execução, não
necessária confirmação judicial relativa ao debito. Isso explica o motivo pelo qual
aquele que tem um TC, poderá requerer na petição inicial que o juiz determine
de imediato, a adoção de medidas satisfatórias do crédito, seja o pagamento
imediato ou a garantia de bens.

F – Presunção de liquidez e certeza do título: Presume que na data X o


mesmo tem o dinheiro para ser executado, tendo a certeza que basta apenas a
cártula para provar a existência do débito.

Art. 783, CPC. TC possuí presunção de certeza, constitui documentos


suficientes para provar a existência do título, e liquidez, o valor declarado no
título poderá ser exigido e será quitado quanto o seu vencimento.

G – Exigibilidade: A exigibilidade nos títulos de crédito está relacionada à


capacidade desses documentos de serem cobrados prontamente quando o
pagamento se torna devido. Em resumo, significa que um título de crédito é
considerado exigível quando a data de vencimento ou as condições para o
pagamento especificadas no título são alcançadas.

Espécies de títulos de credito

Diversos são os títulos de crédito, sendo todos eles refilados por leis especiais.
Dessa foi a nossa disciplina cuida do estudo dos títulos de crédito mais comuns,
a saber:

- Nota Promissória - Letra de Câmbio

- Cheque - Duplicata:
- Nota Promissória

Trata-se de uma promessa de pagamento em que emitente/devedor/promitente,


se compromete a pagar determinada quantia ao beneficiário/credor/promissário
do T.C.

OBS:

- Endosso: Está mais relacionado à transferência de direitos ou propriedade de


um título de crédito, como uma nota promissória ou cheque, para outra pessoa.

- Seção de Crédito: Refere-se à parte de um documento ou contrato que detalha


os termos e condições relacionados a um empréstimo, financiamento ou conta
bancária, estabelecendo os direitos e obrigações das partes envolvidas.

- Pagamento: É a ação de efetuar a transferência de fundos ou dinheiro para


cumprir uma obrigação financeira ou liquidar uma dívida. Envolve a entrega
efetiva dos recursos financeiros de uma pessoa para outra, de acordo com os
termos estabelecidos na seção de crédito ou em um acordo financeiro.

Requisitos essências N.P. (Art. 75, LUG)

Somente com todos os requisitos preenchidos ela tem validade, mas não
significa nulidade, pode se levar ao judiciário. (Ou seja, não é nulo nem
inexistente)

- Denominação - É obrigatório constar o nome “Nota Promissória”, em PT/BR,


obviamente com a finalidade de caracterizar as partes do que se trata.

- Promessa - de pagar quantia determinada – Possuir uma quantia determinada,


ou seja, certa e exata, sendo permitido indicar critérios para calcular atualizações
no T.C.

- Nome do Beneficiário/Credor - Constar nome de quem recebe, ou a ordem


de quem deve pagar (endosso).

- Data de emissão - saber da prescrição

OBS: Valor por extenso sempre é o critério em caso de divergência, autonomia


e boa-fé.
- Assinatura do emitente (Devedor)

Importância títulos de credito

Facilitam a circulação do dinheiro. Eles permitem que dinheiro seja emprestado


e investido, estimulando o financiamento de empresas, o consumo e a poupança.
A circularidade ocorre quando o dinheiro é continuamente reinvestido em títulos,
empréstimos e gastos, mantendo a atividade econômica e contribuindo para o
crescimento econômico. Isso é vital para manter a economia em funcionamento
de forma saudável e dinâmica.

T.C. eletrônico/Cartularidade

Nos títulos de crédito eletrônicos, o princípio da Cartularidade é adaptado à era


digital. Em vez de uma posse física do documento, a transferência de direitos é
realizada por meio de registros eletrônicos e sistemas de transferência
eletrônica, como a blockchain.

O princípio da Cartularidade ainda é relevante, pois a posse eletrônica é o


equivalente digital da posse física do documento. No entanto, em vez de
entregar fisicamente um papel, a transferência eletrônica é registrada e
verificada por sistemas eletrônicos seguros.

O endosso em títulos de crédito eletrônicos é realizado por meio de sistemas


eletrônicos seguros, como registros eletrônicos ou plataformas financeiras
digitais. Isso pode envolver a assinatura digital, autenticação multifatorial ou
outras medidas de segurança eletrônica para garantir a validade do endosso.

Você também pode gostar