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Funcionamento Farmácias Privativas de Unidade Hospitalar

As farmácias privativas de unidade hospitalar são aquelas


destinadas ao atendimento de seus usuários, compondo a estrutura organizacional do hospital
(Portaria nº 4.283/2010 – Ministério da Saúde). Com o advento da Lei nº 13.021/2014, o seu
funcionamento segue as mesmas exigências legais para as farmácias não privativas:

Lei nº 13.021/2014

Art. 8o  A farmácia privativa de unidade hospitalar ou similar destina-


se exclusivamente ao atendimento de seus usuários.  

Parágrafo único.  Aplicam-se às farmácias a que se refere o caput as


mesmas exigências legais previstas para as farmácias não privativas no
que concerne a instalações, equipamentos, direção e desempenho técnico
de farmacêuticos, assim como ao registro em Conselho Regional de
Farmácia.

Assim, as farmácias privativas de hospitais devem possuir


Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE) expedida pela Anvisa, Licença ou Alvará
Sanitário expedido pelo órgão competente Estadual ou Municipal da Vigilância Sanitária,
Certidão de Regularidade Técnica emitida pelo Conselho Regional de Farmácia, instalações
sanitárias condizentes e dispor de equipamentos necessários à conservação adequada dos
imunobiológicos (art.6º da Lei nº 13.021/2014).

Além disso, segundo a nova lei, as farmácias privadas


hospitalares deverão também dispor de assistência farmacêutica integral durante todo o seu
horário de funcionamento, com a devida presença de quantos responsáveis técnicos forem
necessários, sob pena de não ser liberada a Certidão de Regularidade de 2015.

Desta forma, pela redação legal, se a farmácia hospitalar


funcionar 24 horas, deverá ter presente responsável técnico durante essas 24 horas também,
devendo contratar quantos profissionais forem necessários para cobrir esta escala.

No entanto, não obstante estarmos cientes de tais exigências


legais, nosso escritório ajuizou ação judicial em face do Conselho Regional de Farmácia do
Ceará (CRF-CE) visando impedir que este se abstenha de exigir permanência de farmacêutico
24 horas em unidade hospitalar e de registro junto ao CRF-CE, uma vez que as farmácias
hospitalares não possuem o cunho lucrativo próprio das drogarias e farmácias não privativas.

Caso o Hospital São Raimundo possua interesse, poderemos


incluí-lo no rol dos hospitais autores da ação em comento e, assim, intentarmos judicialmente
a dispensa do cumprimento de tais exigências (permanência de farmacêutico 24 horas e de
equiparação a drogarias não privativas para fins de registro junto ao CRF-CE), que a nosso ver
são desarrazoadas e desproporcionais à realidade.

Colocamo-nos à disposição para os esclarecimentos que se


façam necessários.
EXECUÇÃO FISCAL. CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA. ENTIDADE HOSPITALAR.
DISPENSÁRIO. ANUIDADE INCABÍVEL. EXTINÇÃO DO FEITO. COISA JULGADA. ART. 267, V, DO
CPC. 1. A questão postulada relativamente à cobrança de anuidades pelo Conselho Regional de
Farmácia, já foi objeto de exame e decisão judicial transitada em julgado, na ação declaratória
nº. 2005.71.00.003497-8, em que se reconheceu que o setor de fornecimento de
medicamentos da embargante caracteriza-se como dispensário e não como farmácia,
declarando-se indevida a cobrança de anuidades. 2. É defeso às partes, visando a modificação
dos efeitos da sentença que já declarou inexistente a relação jurídica e a inocorrência do fato
gerador das contribuições em cobrança, rediscutir em outra ação questão já coberta pela coisa
julgada (art. 267, V, do CPC). (TRF-4 - AC: 47270 RS 2005.71.00.047270-2, Relator: OTÁVIO
ROBERTO PAMPLONA, Data de Julgamento: 10/11/2009, SEGUNDA TURMA, Data de
Publicação: D.E. 18/11/2009)

EXECUÇÃO FISCAL. CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA CONTRA. HOSPITAL. ANUIDADE


INDEVIDA. Indevida a cobrança de anuidade, pelo Conselho Regional de Farmácia, de hospital
que mantém farmácia em seu interior, de portas fechadas ao público, servindo unicamente
para fornecer medicamentos aos seus pacientes, não havendo comercialização. Caso em que o
hospital não tem como atividade básica a atividade farmacêutica, mas utiliza-se da farmácia
como atividade-meio, em auxílio de sua atividade essencial. Sentença confirmada. (TRF-4 -
REO: 37469 SC 96.04.37469-9, Relator: TÂNIA TEREZINHA CARDOSO ESCOBAR, Data de
Julgamento: 16/04/1998, SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJ 03/06/1998 PÁGINA: 718)

ADMINISTRATIVO. TRIBUTÁRIO. DISPENSÁRIO DE MEDICAMENTOS DE HOSPITAL. INSCRIÇÃO


NO CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA. EXIGÊNCIA DESCABIDA. COBRANÇA DE ANUIDADE.
INEXIGIBILIDADE. I.Os Tribunais Regionais Federais já se posicionaram sobre a não
obrigatoriedade de inscrição, no Conselho Regional de Farmácia, dos Hospitais que têm
dispensários de medicamentos para uso dos pacientes, pois sua atividade-fim é a prestação
de serviços médico-hospitares. II.No caso em comento, o autor encaixa-se como dispensário
de medicamentos de estabelecimento hospitalar, não havendo a obrigatoriedade da
inscrição da unidade hospitalar no respectivo CRF e, por conseqüência, da cobrança de
anuidade. A exigência, dessa forma, limita-se aos estabelecimentos de farmácia e drogaria,
conforme o art. 15, da Lei nº 5.991/73. II. Apelação e Remessa oficial improvidas. (TRF-5 -
APELREEX: 6422 CE 0008383-57.2008.4.05.8100, Relator: Desembargadora Federal Margarida
Cantarelli, Data de Julgamento: 04/08/2009, Quarta Turma, Data de Publicação: Fonte: Diário
da Justiça Eletrônico - Data: 06/10/2009 - Página: 538 - Ano: 2009)

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