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Curso:

ATENDENTE DE FARMÁCIA

ESCOLEGIS
CMM
MESA DIRETORA

Presidente - David Reis (AVANTE)


1º Vice-Presidente - Wallace Oliveira (PROS)
2º Vice-Presidente – Diego Afonso (PSL)
3º Vice-Presidente – Caio André (PSC)
Secretária Geral – Glória Carrate (PL)
1º Secretário – Elissandro Bessa (SOLIDARIEDADE)
2º Secretário – Eduardo Alfaia (PMN)
3º Secretário – João Carlos (REPUBLICANOS)
Ouvidor – Amom Mandel (SEM PARTIDO)
Corregedor – Jaildo Oliveira (PC do B)

Ficha Técnica
Ebook - Atendente de Farmácia
Autor - Professora Renata Pereira Lima do Nascimento

Proibida a reprodução total ou parcial sem a autorização da editora.


A distribuição e download deste e-book são gratuitos dentro da plataforma Escolegis CMM,
no entanto, sua comercialização e/ou redistribuição é terminantemente proibida.

©️ Copyright 2022 – Istud Ltda ME


ESCOLEGIS CMM

SUMÁRIO
INTRODUÇÃO....................................................................................4

UNIDADE I.........................................................................................5
Conhecimentos Gerais sobre Farmácia............................................5
Conceito de Farmácia..........................................................................5
Conhecendo os medicamentos e suas especificidades;.................6
Diferença entre Fármaco, medicamento e droga;..........................8
Formas Farmacêuticas........................................................................9
Classe medicamentosa;......................................................................10

UNIDADE II........................................................................................14
Procedimentos e Organização de uma Farmácia............................14
Praticas Farmacêuticas em drogarias...............................................14
Armazenamento correto dos medicamentos e insumos;..............14
Organização e logística de uma Farmácia;.......................................16
Biossegurança;.....................................................................................17
Descarte de Resíduos..........................................................................18

UNIDADE III.......................................................................................22
Atendimento e postura profissional.................................................22
Qualidade no atendimento;...............................................................22
Postura profissional;...........................................................................23
Ética no ambiente de saúde;..............................................................23
Qualificações para um Atendente;....................................................24
Importância do trabalho em equipe;................................................24

UNIDADE IV.......................................................................................27
Conceitos Básicos Farmacêuticos......................................................27
Atendimento com orientações básicas ao paciente;......................27
Perigo da automedicação;..................................................................28
Uso e venda racional de medicamentos;..........................................29
Entender as prescrições médicas;.....................................................30
Vias de Administração;........................................................................37
Técnica básica de um cálculo farmacêutico;....................................44
Dispensação de medicamentos.........................................................49

CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................52

REFERÊNCIAS....................................................................................53

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INTRODUÇÃO
Atualmente ouve-se falar constantemente em um grande crescimento na
indústria e comercio farmacêutico. Observam-se esforços destas organizações
em oferecer serviços diferenciados e personalizados, garantindo a fidelidade e a
atração de clientes no mercado de consumidor, ou mesmo atraindo clientes da
concorrência. Nesse sentido, torna-se necessário que as organizações adotem
sistemas que assegurem a qualidade da prestação de serviços, profissionais
qualificados, sob pena de perderem competitividade e, consequentemente, fatia
de mercado.

Percebe-se, no mercado de trabalho, certa carência de profissionais habilitados


para atuar como Atendente em farmácias e drogarias. Para tentar reverter esse
quadro, o curso tem como objetivo oferecer uma capacitação no intuito de formar
profissionais aptos para esta função, já que hoje a área farmacêutica é uma das
que mais cresce no Brasil. O curso tem como meta instruir sobre as atividades
de um balconista de farmácia, podendo este trabalhar na farmácia comercial
respeitando as suas legislações vigentes.

Com esse curso de Atendente de Farmácia iremos aprender técnicas de venda,


trabalho em equipe, medicamentos, conhecer como funciona uma drogaria e
suas legislações, aprender sobre as prescrições medicas e suas diferenças entre
outros.

Quem irá ministra o curso é nossa professora Renata Pereira Lima do Nascimento,
farmacêutica e bioquímica, formada pela Faculdade Cathedral no ano de 2012.
Já ministrou vários cursos na área da saúde pela instituição SENAC, incluindo
balconista de farmácia.

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UNIDADE I

Conhecimentos Gerais sobre Farmácia.

Conceito de Farmácia
A Farmácia é uma unidade de prestação de serviços destinada a prestar
assistência farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária individual e
coletiva, na qual se processe a manipulação e/ou dispensação de medicamentos
magistrais, ou industrializados, cosméticos, insumos farmacêuticos, produtos
farmacêuticos e correlatos.
As farmácias serão classificadas segundo sua natureza como:

I- Farmácia sem manipulação ou drogaria: estabelecimento


de dispensação e comércio de drogas, medicamentos, insumos
farmacêuticos e correlatos em suas embalagens originais;
II- Farmácia com manipulação: estabelecimento de manipulação de
fórmulas magistrais e oficinais, de comércio de drogas, medicamentos,
insumos farmacêuticos e correlatos, compreendendo o de dispensação
e o de atendimento privativo de unidade hospitalar ou de qualquer outra
equivalente de assistência médica.

Embora estes conceitos estejam definidos como na legislação acima,


atualmente a farmácia e a drogaria são entendidas como postos de atendimento
primário à saúde, recurso mais acessível à população. Não são meramente
estabelecimentos comerciais de medicamentos, tendo hoje uma gama de
produtos e serviços completamente voltados para o bem-estar da população.
Em farmácia com manipulação e drogarias ou farmácias sem manipulação
realizam se as etapas de aquisição, armazenamento, manipulação (no caso das
farmácias com manipulação), conservação, dispensação e avaliação do uso dos
medicamentos, a obtenção e a difusão de informação sobre medicamentos e a
educação permanente dos profissionais de saúde, do paciente e da comunidade,
para assegurar o uso racional de medicamentos. Para que seu funcionamento
esteja regularizado perante as autoridades que a fiscalizam, a farmácia sem
manipulação ou drogaria ou farmácia com manipulação deve possuir, no mínimo,
os seguintes documentos no estabelecimento:
- Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE) expedida pela Anvisa;
- Autorização Especial de Funcionamento (AE) para farmácias, quando
aplicável;
- Licença ou Alvará Sanitário expedido pelo órgão Estadual ou Municipal de
Vigilância Sanitária, segundo legislação vigente;
- Certidão de Regularidade Técnica, emitido pelo Conselho Regional de
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Farmácia da respectiva jurisdição;


- Manual de Boas Práticas Farmacêuticas, conforme a legislação vigente e as
especificidades de cada estabelecimento;
- Plano de gerenciamento de resíduos sólidos de saúde (PGRSS), conforme
Resolução RDC Anvisa nº 306/04.
- A Licença Sanitária ou Alvará e a Certidão de Regularidade devem ser afixadas
em local visível ao público. Além disso, deve ser afixado no estabelecimento um
cartaz informativo, em local visível ao público, contendo as seguintes informações:
* Razão social;
* Número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ);
* Número da Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE) expedida
pela Anvisa;
* Número da Autorização Especial de Funcionamento (AE) para farmácias,
quando aplicável;
* Nome do Farmacêutico Responsável Técnico, e de seu (s) substituto (s),
seguido do número de inscrição no CRF;
* Horário de trabalho de cada farmacêutico;
* Números atualizados de telefone do Conselho Regional de Farmácia e dos
órgãos Estadual e Municipal de Vigilância Sanitária.
As farmácias com manipulação e as drogarias ou farmácias sem manipulação
devem ser localizadas, projetadas, dimensionadas, construídas ou adaptadas
com infraestrutura compatível com as atividades a serem desenvolvidas,
possuindo, no mínimo, ambientes para atividades administrativas, recebimento
e armazenamento dos produtos, dispensação de medicamentos, sanitários e
depósito de material de limpeza. Além disso, deve ser definido um local específico
para guarda dos pertences dos funcionários no ambiente destinado às atividades
administrativas. A segurança no ambiente de trabalho também deve ser levada em
consideração durante a elaboração do projeto de área física e layout da farmácia.
Algumas diretrizes nesse sentido foram apontadas no capítulo específico desta
Cartilha que trata de biossegurança.

Conhecendo os medicamentos e suas


especificidades;
Os  medicamentos  são produtos farmacêuticos tecnicamente obtidos ou
elaborados, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico
segundo a definição da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). São
diferentes de remédios pois são elaborados em laboratório e possuem toda uma
regulação para serem comercializados e podem ser obtidos nos seguintes tipos:
de referência, similar ou genérico.
Muitas pessoas acham que não há diferença entre medicamentos e remédios,
que têm o mesmo significado, porém estão enganadas. Os medicamentos são
substâncias estudadas, testadas e elaborados pela indústria farmacêutica com
o objetivo de diagnosticar, prevenir, curar ou aliviar sintomas. O remédio é mais
amplo, se refere a quaisquer tratamentos terapêuticos também contra doenças
e alívio dos sintomas. O soro caseiro, um chá, massagem, são todos classificados
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como remédios, porém não medicamentos, ao contrário, os medicamentos podem


ser considerados remédios.
Hoje, segundo a Lei nº 9.787 de 1999, os medicamentos podem ser divididos
em três principais tipos de medicamentos: o de referência, o similar e o genérico.
O  medicamento  de referência  é o produto inovador, aprovado pelo órgão
federal e comercializado, cuja eficácia, segurança e qualidade foram devidamente
comprovadas cientificamente. Dentro desse tipo existem outras três classes:
homeopáticos, que tratam o paciente com pequenas doses que produzem os
mesmos sintomas da doença, estimulando o corpo a se recuperar; fitoterápicos,
obtidos de raízes, cascas, folhas e sementes; e alopáticos, os mais comuns entre
pacientes, a substância química age diretamente sobre os sintomas – eles podem
ser industrializados ou manipulados.
O  medicamento  similar  é igual ao  medicamento  de referência  em suas
características, podendo apenas mudar o tamanho, forma, prazo de validade,
embalagem e rotulagem.
O medicamento genérico é uma versão mais em conta (em termos econômicos)
do medicamento de referência, pois não há uma marca na embalagem, apenas
o nome da substância ativa; ele geralmente é produzido após a expiração ou
renúncia da proteção da patente e de outros direitos de exclusividade.
Mas você pode trocar um  medicamento  de referência por um similar ou
genérico sempre?
Essa troca se chama intercambialidade de  medicamentos. Antes
de 2014 não era possível trocar o  medicamento  de referência pelo
similar, apenas pelo genérico. Mas com o novo regulamento, após um
estudo comparativo do  medicamento  similar  com o  medicamento  de
referência  a fim de comprovar a eficiência, o  medicamento  similar  entra
a lista de medicamentos intercambiáveis aprovados pela Anvisa e pode substituir
o de referência.
Outro ponto importante para um atendente é entender o significado das tarjas
de um medicamento, ele deve saber quais medicamentos podem ser vendidos
sem receita e quais os procedimentos de venda de cada tipo de medicamento.

a) Não tarjados
Os não tarjados ou Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) apresentam
poucos efeitos colaterais ou contra-indicações, desde que usados corretamente
e sem abusos, por isso podem ser dispensados sem a prescrição médica. Os MIPs
são utilizados para o tratamento de sintomas ou males menores (resfriados, azia,
má digestão, dor de dente, etc.).
É importante ressaltar que esses produtos estão isentos de prescrição
médica, porque a instância sanitária reguladora federal considerou que suas
características de toxicidade apontam para inocuidade ou são significativamente
pequenas. Porém, a utilização deve ser feita dentro de um conceito de
automedicação responsável.

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b) Tarja vermelha sem retenção da receita


A saber, representa os medicamentos vendidos mediante a apresentação da
receita, que não fica retida na farmácia. Esses medicamentos têm contraindicações
e podem provocar efeitos colaterais graves. Nesse sentido, na tarja vermelha
está impressa a mensagem “venda sob prescrição médica”.
c) Tarja vermelha com retenção da receita
Representa os medicamentos que necessitam de retenção da receita,
conhecidos como medicamentos psicotrópicos. Por isso, na tarja vermelha está
impresso “venda sob prescrição médica – só pode ser vendido com retenção de
receita”. Assim, só podem ser vendidos com receituário especial de cor branca.
d) Tarja preta, com retenção da receita
Representa os medicamentos que exercem ação sedativa ou que ativam o
sistema nervoso central e que, portanto, também fazem parte dos chamados
psicotrópicos. Por isso, a tarja preta vem com a inscrição “venda sob prescrição
médica – o abuso deste medicamento pode causar dependência”. Tais
medicamentos apenas podem ser vendidos com receituário especial de cor azul.
e) Tarja amarela
Representa os medicamentos genéricos e deve conter a inscrição
“Medicamento Genérico”, na cor azul.

Diferença entre Fármaco, medicamento e droga;


Fármaco, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa,
é a principal substância da formulação do medicamento, responsável pelo efeito
terapêutico.  Fármaco  também é um composto químico obtido por extração,
purificação, síntese ou semi-síntese. São os  fármacos  que dão origem aos
medicamentos, sendo o princípio ativo da forma terapêutica.  
Seguindo as definições oficiais que regulamentam a área de saúde no Brasil,
conforme Portaria ministerial n 3.916/MS/GM do Ministério da Saúde, fármaco é
a substância química que é o princípio ativo do medicamento. E por medicamento
entende-se ser o produto farmacêutico com finalidade profilática, curativa,
paliativa ou para fins de diagnóstico.
Desse modo, fica fácil de entender a estreita relação entre  fármaco  e
medicamento, sendo o  fármaco  o princípio ativo para a formulação dos
medicamentos que são o produto final para ingestão do paciente na busca da
melhoria das condições de saúde. Ou seja, o medicamento é o fármaco beneficiado
em doses ou concentrações terapêuticas, com finalidade de curar ou demais
ações relacionadas à saúde do paciente.
Assim é possível dizer que medicamento é o fármaco beneficiado, de maneira
industrial ou em manufatura, em dose ou concentração terapêutica. O mesmo
vale para formulações semi-sólidas ou líquidas. Aquele creme que possui um
princípio ativo com finalidade de prevenir, curar, tratar ou servir de diagnóstico
para patologias também é considerado um medicamento.
O conceito de droga faz referência a qualquer substância ou conjunto de
substâncias com a capacidade de causar alterações nas funções do organismo,
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podendo ser benéficas ou não, e nem sempre totalmente conhecidas. Já


medicamentos são produtos comerciais finais contendo substâncias com
composição química definida, denominadas fármacos, e que são administrados
com finalidade terapêutica. Assim, para serem considerados medicamentos,
tais preparações precisam necessariamente serem submetidas às normas de
produção vigentes, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Por
outro lado, os remédios abrangem drogas, medicamentos ou quaisquer ações
ou métodos não convencionais (massagens, chás, emplastros, benzimentos) que
exerçam ações benéficas sobre as funções biológicas e psicológicas do paciente.
Embora esses conceitos sejam claros atualmente, essa divisão didática nem
sempre ocorreu, uma vez que os conceitos de droga, fármaco e medicamento
surgiram após o isolamento e a purificação de substâncias químicas com atividade
biológica, mas esse é um assunto para outro tópico.

Formas Farmacêuticas
As formas farmacêuticas foram desenvolvidas para facilitar a administração
de medicamentos a pacientes de faixas etárias diferentes ou em condições
especiais, e para permitir seu melhor aproveitamento. Para uma criança, por
exemplo, é melhor engolir gotas em um pouco de água do que um comprimido.
Além disso, a forma farmacêutica se relaciona à via de administração que vai
ser utilizada, isto é, a porta de entrada do medicamento no corpo da pessoa, que
pode ser, por via oral, retal, intravenosa, tópica, vaginal, nasal, entre outras.
Cada via de administração é indicada para uma situação específica, e
apresenta vantagens e desvantagens. Sabemos, por exemplo, que uma injeção é
sempre incômoda e muitas vezes dolorosa. No entanto, seu efeito é mais rápido.
Lembre-se que não é apenas a forma do medicamento que é importante, a
sua via de administração também deverá ser escolhida pelo médico, no ato da
prescrição. No quadro abaixo estão relacionadas as vias de administração e as
principais formas farmacêuticas existentes.

VIA DE ADMINISTRAÇÃO  FORMAS FARMACÊUTICAS


Via oral (boca) Comprimido, cápsula, pastilhas, drágeas, pós
para reconstituição, gotas, xarope, solução oral,
suspensão.
Via sublingual (debaixo Comprimidos sublinguais
da língua)
Via parenteral (injetável) Soluções e suspensões injetáveis
Via cutânea (pele) Soluções tópicas, pomadas, cremes, loção, gel,
adesivos.
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Via nasal (nariz) Spray e gotas nasais


Via oftálmica (olhos) Colírios e pomadas oftálmicas
Via auricular (ouvidos) Gotas auriculares ou otológicas e pomadas
auriculares
Via pulmonar Aerossol (bombinha)
(respiração/aspiração)
Via vaginal (vagina) Comprimidos vaginais, cremes, pomadas, óvulos.
Via retal (ânus) Supositórios e enemas

Classe medicamentosa;
Um medicamento pode ser classificado pela função química do princípio
ativo ou pelo modo como é usado para tratar uma condição particular. Cada
droga pode ser classificada em uma ou mais classes terapêuticas.

Como a quantidade de medicamentos é muito grande, será destacado os


medicamentos mais utilizados no âmbito de uma farmácia.
- Medicamentos analgésicos e antipiréticos
São medicamentos que agem no combate à dor (analgésicos) e também
na diminuição da temperatura corpórea (antipiréticos). São exemplos de
medicamentos analgésicos e antipiréticos, o ácido acetilsalicílico, a dipirona e
o paracetamol

- Medicamentos antiácidos
São  medicamentos que neutralizam o ácido clorídrico, reduzindo
a acidez do suco gástrico. Esses medicamentos removem a dor e a azia - as
manifestações mais comuns de doenças do canal digestivo. Para fins médicos,
antiácidos são usados há
​​ mais de um século. Exemplos: sonrisal, cimetidina.
- Medicamentos Antissecretores gástricos
São  medicamentos que causam a inibição de secreção gástrica de forma
indireta. Temos como exemplo: omeprazol, pantoprazol, ranitidina.

- Medicamentos antiarrítmicos
Os antiarrítmicos são medicamentos utilizados no tratamento sintomático
e preventivo da deterioração da função cardíaca devido à taquicardia e ritmo
irregular. Sua função é modificar o automatismo, os períodos refratários e a
velocidade de condução das células cardíacas.

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- Medicamentos antibióticos
Os antibióticos são medicamentos de origem natural ou sintética que
inibem o crescimento ou causam a morte de bactérias. Exemplos: azitromicina,
amoxacilina, neomicina, cefalexina.

- Medicamentos anticoagulantes
Os anticoagulantes são medicamentos que impedem a formação de coágulos
no sangue, porque bloqueiam a ação de substâncias que promovem a coagulação.

- Medicamentos antieméticos
Os medicamentos antieméticos são tipos de produtos químicos que ajudam
a aliviar os sintomas de náusea ou vômito. Os medicamentos antieméticos
também podem ser usados ​​para tratar náuseas e vômitos causados ​​por outros
medicamentos, enjoo frequente de movimento, infecções ou gripe estomacal.
Exemplos: plasil, dramin.

- Medicamentos antifúngicos
Um antifúngico ou antimicótico é uma medicação fungicida ou fungistático
farmacêutica utilizada para tratar e prevenir micoses como pé de atleta,
dermatofitoses, candidíase, infecções sistémicas como meningite por Cryptococcus
spp e outros. Exemplos: fluconazol, tolmicol, miconazol.
- Medicamentos antivirais
São um grupo de medicamentos que combatem ou controlam doenças virais.
Exemplos: aciclovir, zovirax, tamiflu, ganciclovir.

- Medicamentos antiparasitários
São um grupo de medicamentos que combatem ou controlam doenças
parasitárias ou verminoses. Exemplos: metronidazol, albendazol, mebendazol.
- Medicamentos anti-hipertensivos
O medicamento anti-hipertensivo é definido como qualquer substância
ou procedimento usado para  reduzir a pressão arterial. Assim sendo, os
medicamentos anti-hipertensivos são um grupo de drogas exclusivas para a
hipertensão. Exemplos: captopril, atensina, nifedipino, verapamil, enalapril.
- Medicamentos laxantes
São medicamentos que auxiliam no alívio da constipação. Exemplos: óleo
mineral, leite de magnésia..
- Medicamentos antidiarreicos
São medicamentos que auxiliam no controle e alívio da diarreia, diminuindo
a motilidade intestinal. Exemplos: imosec, floratil.

- Medicamentos anti-histamínicos
As Gerações dos Anti-Histamínicos. Existem dois tipos principais de anti-
histamínicos que incluem: Primeira geração: são remédios, como Hidroxizina ou
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Clemastina, que diminuem os sintomas de alergia mas que provocam sonolência;


Segunda geração: são medicamentos, como Cetirizina ou Desloratadina, que não
provocam sono.

- Medicamentos anti-inflamatórios
Os anti-inflamatórios são remédios que diminuem a produção de substância
inflamatórias no corpo, sendo normalmente indicados para o tratamento de
vários tipos de dor, como dor de garganta, cólicas menstruais ou dor de cabeça,
por exemplo, além de poderem ser usados para baixar a febre. Exemplos:
ibuprofeno, nimesulida.

- Medicamentos expectorantes
São medicações usadas no alívio da tosse, pois causam a liquefação do muco
nos brônquios facilitando a expulsão do sistema respiratório. Exemplos: fluimucil,
carbocisteína, bromelin.

- Medicamentos broncodilatadores
Os broncodilatadores são  medicamentos que atuam nos brônquios,
ajudando no relaxamento e, consequentemente, auxiliando o aumento do calibre
das vias respiratórias. Com isso causam a dilatação dos  brônquios, causando
melhor troca gasosa, melhorando assim a oxigenação dos tecidos. Exemplos:
aerolin, aminofilina, teofilina, atrovent, berotec.

- Medicamentos corticoides
Corticoides, como conhecemos, são uma classe de medicamentos de
ação anti-inflamatória e imunossupressora - ou seja, usada para suprimir os
mecanismos de defesa do corpo, um procedimento necessário para a realização
de transplantes e enxertos, por exemplo. Este medicamento é confeccionado a
partir de um hormônio produzido pelo nosso corpo chamado de  cortisol, que
é produzido nas glândulas suprarrenais. O corticoide, portanto, é um derivado
sintético deste hormônio, com o mesmo núcleo, mas a estrutura dele é modificada
para potencializar a sua ação e função no organismo.

Os corticoides, também conhecidos como corticosteroides, glicocorticoides


e anti-inflamatórios esteroidais, são muito potentes e têm as mais diversas
indicações para uso. Contudo, por serem uma espécie de hormônio sintético,
eles não atuam apenas onde está o problema, e podem acabar alterado o
funcionamento de todo o organismo. Seu uso requer cuidados e a indicação
médica é fundamental, assim como seguir as orientações de posologia à risca e o
protocolo de retirada do medicamento do organismo também

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- Medicamentos Hipoglicemiantes
São medicamentos usados no controle e regulação da glicemia. Exemplos:
glifage, glibenclamida, metformina, insulina regular, insulina NPH.

- Medicamentos diuréticos
Os diuréticos são medicamentos que aumentam o volume de urina produzida,
por aumentarem a excreção de água pelos rins em resposta a um aumento da
eliminação de sal ou diminuição da sua reabsorção nos túbulos renais. Exemplos:
hidrocloratiazida, furosemida.
Com tantas classes de medicamentos fica claro a importância de um
profissional acompanhando seu uso correto, este profissional da saúde é
capacitado orientar os pacientes, principalmente com o intuito de  educar e
instruir sobre todos os aspectos relacionados ao medicamento, o que
colabora evitando erros de automedicação.

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UNIDADE II

Procedimentos e Organização de uma Farmácia

Praticas Farmacêuticas em drogarias


Boas práticas farmacêuticas é o conjunto de técnicas e medidas que visam
assegurar a manutenção da qualidade e segurança dos produtos disponibilizados
e dos serviços prestados em farmácias e drogarias, com o fim de contribuir para
o uso racional desses produtos e a melhoria da qualidade de vida dos usuários.
O  objetivo das Boas Práticas de Dispensação  em  farmácias e drogarias  é
estabelecer os requisitos gerais de  Boas Práticas  a serem observadas na
assistência farmacêutica aplicada a aquisição, armazenamento, conservação
e dispensação de produtos industrializados em farmácias e drogarias.
RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA – RDC Nº 44, DE 17 DE AGOSTO DE
2009 (Publicada em DOU nº 157, de 18 de agosto de 2009)
Dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do
funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação
de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências.

Armazenamento correto dos medicamentos e


insumos;
O local de armazenamento deve ser bem ventilado, sem umidade e sem
iluminação solar direta. A temperatura deve estar sempre entre 15ºC e 30ºC e
a umidade entre 40 e 70%. Se há variações além dessas é necessário o controle
por meio de ar-condicionado, ventiladores, exaustores, etc. A construção deve
ser de alvenaria, com paredes de cor clara e laváveis e piso de fácil limpeza. O
ambiente deve ser mantido em perfeitas condições de higiene, sem a presença
de roedores, pássaros ou insetos.
O armazenamento incorreto de remédios pode acarretar a falta de ação
medicamentosa ou a potencialização de efeitos colaterais, afetando diretamente
a saúde dos pacientes e podendo até mesmo interferir na contaminação
ambiental. Dessa forma, o farmacêutico não pode deixar de ficar atento a todas
as condições de armazenamento de seus medicamentos e correr o risco de gerar
qualquer dano à saúde ou ao meio ambiente.
A organização dos medicamentos é essencial para evitar confusões e trocas
no momento da venda e também para a manutenção do controle do estoque.
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Caixas pequenas podem ser mantidas em estantes, já as grandes requerem


estrados. Entre essas estruturas é fundamental haver espaço livre suficiente
para a circulação do ar, dos funcionários e de quaisquer equipamentos, como
as empilhadeiras. O acesso ao local de armazenamento deve ser restrito e de
preferência próximo ao setor administrativo, para que qualquer movimento
suspeito possa ser identificado imediatamente.
O transporte dentro da farmácia deve ser feito de forma organizada e com a
ajuda de equipamentos específicos de acordo com a quantidade de medicamentos
em fluxo. Caixas plásticas ou de isopor são frequentemente utilizadas, assim como
lacres. O transporte externo deve levar em conta as condições ambientais, não
expondo os medicamentos a extremos de temperatura, umidade ou iluminação e
dando-se preferência no momento de descarga aos medicamentos termolábeis.
A estocagem dos medicamentos deve ser feita de acordo com o lote e a data
de validade dos medicamentos, reduzindo o risco de venda de remédios vencidos
e facilitando a identificação de qualquer lote contaminado ou que deva retirado
do mercado. Quando for necessário realizar o descarte de medicamentos, isso
deve ser feito de acordo com as orientações do fabricante e da vigilância sanitária,
sempre respeitando o meio ambiente.
Na estocagem de medicamentos utilizamos uma regra básica chamada PVPS,
primeiro que vence, primeiro que sai, ou seja, o medicamento ou insumo que
está com a data de validade mais perto do vencimento deve ser vendido primeiro
e estocado na frente do que tem validade maior. Com isso evitamos perda por
vencimento na nossa Farmácia.
Outro fator importante é a embalagem. Deve-se ficar atento à integridade
das embalagens e dos lacres de segurança, já que qualquer tipo de violação pode
gerar a contaminação dos medicamentos e colocar a vida do paciente em risco.
Alguns equipamentos simples como termômetros e higrômetros são
essenciais para o monitoramento das condições do local. Para controle da
temperatura podem ser necessários sistemas de condicionamento do ar ou
ventiladores. Para melhorar a ventilação, exaustores. Como alguns medicamentos
devem ser armazenados sob refrigeração, um refrigerador também se torna
necessário e nunca deve-se permitir que os medicamentos sejam armazenados
juntamente aos alimentos ou bebidas. Dependendo do volume de vendas da
farmácia, equipamentos de transporte como empilhadeiras e carrinhos pode
ajudar.
Para que o  armazenamento seja eficiente, os medicamentos devem ser
distribuídos de maneira facilitadora a seu acesso, identificação, manuseio e
controle. Além disso tudo, a distribuição deles deverá ser clara para que operações
como inventário e balanços possam ocorrem com maior facilidades. As possíveis
formas de armazenamento são:
- Ordem alfabética
Baseia-se no nome genérico do produto, é muito útil, pois permite ao operador
estabelecer uma sequência na tomada de pedidos e também no trabalho de
contagem.
- Forma farmacêutica
Baseia-se na organização conforme a forma farmacológica do produto. Além
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de contribuir com a racionalização do espaço, evita erros na contabilização e no


despacho do produto.
- Grupo terapêutico
Esse modelo  organiza os medicamentos por seus grupos terapêuticos. É
muito utilizada e auxilia no controle de inventários, pois cobre um amplo número
de produtos de uma mesma classe.
- Alfanumérico
Utiliza um sistema de sinalizações nas áreas, prateleiras e estrados. É
indicado para grandes quantidades, galpões por exemplo. Usar esse modelo
de armazenamento exige muita atenção nos registros para que cada item seja
colocado no seu devido local.

Organização e logística de uma Farmácia;


O Brasil é o sexto maior mercado farmacêutico do mundo. E para confirmar
isso temos a cada esquina uma farmácia. Para o atual cenário de crescimento
e aumento de vendas, a opção para gerenciar tudo isso é: logística, que atenda
a todas as demandas, a fim de criar uma visão estratégica e também garantir
melhores resultados.
A logística farmacêutica se baseia em compra, estoque, transporte, distribuição
e armazenamento. Tornando-se um mercado cada vez mais exigente, é preciso ter
eficácia em todos os processos, sendo assim é preciso aliar tecnologia a logística.
Qualquer negócio precisa de uma boa gestão de estoque para
alcançar seus objetivos. E tratando do setor farmacêutico essa realidade
não é diferente. Quando falamos em estoque, estamos abordando
uma gestão e organização interna precisa para obter resultados.
Abaixo estão algumas medidas para melhorar a gestão do estoque:
- Crie padrões e regras para a organização do estoque
- Desenhe o fluxo de entrada e saída de medicamentos
- Controle com rigidez
- Defina datas e períodos para compras
- Defina o volume mínimo e máximo para cada produto
Seguindo essas dicas, dá para ter uma noção da rotatividade do seu estoque,
como organizá-lo melhor, além de proporcionar uma visão melhor dos produtos
que você tem e os que estão terminando.
Caso não se realize o controle de estoque da farmácia duas situações
extremas podem ocorrer: ter falta de produtos ou ficar com uma grande
quantidade parada no estoque.
A desorganização pode fazer com que haja falta de medicamentos.
Consequentemente, levar à insatisfação de clientes. Algo que, em meio a
concorrência, certamente você não deseja que ocorra.
Agora, pense que você fez um pedido grande demais de um determinado
item. Além de ficar encalhado no estoque, apenas ocupando espaço, ele corre
o risco de atingir sua data de vencimento. 
Pois, como sabemos, a maioria dos produtos do ramo farmacêutico
16
ESCOLEGIS CMM

é perecível ou possui um curto prazo de validade. Logo,  a má  gestão do


estoque  pode facilmente resultar em prejuízos financeiros  – devido à
inutilidade desses produtos após seu vencimento.
Assim sendo, podemos mencionar como principais benefícios de realizar
o controle de estoque de farmácia:
- Evitar que haja falta de produtos;
- Otimizar a organização e armazenagem dos medicamentos;
- Evitar produtos em excesso e parados no estoque;
- Reduzir a perda de mercadorias devido à validade.
- Fazer com que o dinheiro gire, permitindo novas compras.

Biossegurança;
De acordo com a Anvisa, a biossegurança é um conjunto de ações e medidas
que visam a prevenção, redução, controle e a eliminação de riscos em relação
às atividades profissionais que podem comprometer a saúde humana, do meio
ambiente e também dos animais.
Ou seja, a biossegurança é uma medida imprescindível nos locais de trabalho
que envolvem contato com substâncias, medicamentos e microrganismos de
risco, como é o caso das farmácias. 
Sobretudo, é importante ressaltar que a biossegurança em farmácias vai para
além da saúde física dos colaboradores, mas atravessa os impactos ambientais e
suas implicações na saúde pública.
No ambiente de trabalho podem ser encontrados vários tipos de riscos
que devem ser cuidadosamente avaliados a fim de que se adotem medidas
preventivas adequadas:
- Riscos de acidentes (qualquer fator que possa afetar integridade, bem-estar
físico ou moral. Ex.: explosão);
- Riscos ergonômicos (fatores que causam desconforto ou afetam a saúde.
Ex.: atividades repetitivas e/ou monótonas);
- Riscos físicos (ruído, vibração, pressão/temperatura anormal, radiação não
ionizante, etc.);
- Riscos químicos (poeiras, fumos, névoas, gases, vapores que possam
penetrar no organismo pela pele ou por ingestão);
- Riscos biológicos (bactérias, fungos, parasitos, vírus, entre outros agentes
causadores de doenças).
Em relação aos profissionais e colaboradores que trabalham diariamente no
setor de farmácias, a biossegurança está ligada às condições em que o profissional
está inserido.
Ou seja, as instalações, os laboratórios, os tipos de medicamentos ao qual
cada profissional está exposto e de que forma se dá a postura e o manuseio
dessas substâncias e equipamentos.
A biossegurança deve estar presente em todos os processos instituídos
nas farmácias, desde a adequação de instalações, aos cuidados no manejo de
medicamentos, a organização deles, armazenamento e exposição das substâncias
17
AT E N D E N T E D E F A R M Á C I A

e até mesmo no treinamento dos colaboradores.


Os medicamentos e todas as substâncias químicas presentes nesses
ambientes devem ser manejados por profissionais qualificados, de acordo com
todas as normas de biossegurança em farmácias.
Tudo isso se faz importante tendo em vista que esses ambientes, além de
armazenar substâncias que podem causar riscos, recebem diariamente pessoas
infectadas por diversos contaminantes microbianos.
As normas para biossegurança em farmácias envolvem desde a higienização
correta, até o armazenamento adequado dos medicamentos. 
Apesar de ser um desafio para alguns profissionais, esses são os princípios
básicos para que qualquer atividade ocorra com segurança no setor de farmácias. 

Descarte de Resíduos.
Os resíduos de drogarias ou farmácias podem ser interpretados como um
produto residual, não utilizável, resultante de procedimentos ou atividades
exercidas por prestadores de serviços de saúde. A Agência nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) dispõe de um plano de Gerenciamento de resíduos de serviços
de saúde que apresenta como os resíduos farmacêuticos e hospitalares devem
ser tratados e classificados.
As suas classificações podem ser feitas em cinco grupos diferentes:
- Grupo A – São considerados os infectantes ou Biológicos. Contam com a
possível presença de agentes biológicos, que podem apresentar riscos de infecção.
- Grupo B –  Podem ser considerados os resíduos que contém substâncias
químicas e que podem apresentar riscos à saúde ou ao meio ambiente. Contém
características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade.
Se adequam a categoria produtos hormonais, antimicrobianos, citostáticos,
antineoplasticos, imunossupressores, digitálicos, imunomoduladores, anti-
retrovirais, quando descartados por serviços de saúde, farmácias, drogarias
e distribuidores de medicamentos ou apreendidos e os resíduos e insumos
farmacêuticos dos medicamentos controlados pela portaria MS 344/98 e suas
atualizações.
Também fazem parte do grupo resíduos saneantes, desinfetantes,
desinfestantes, reagentes para laboratório, dentre outros.
- Grupo C – São quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que
contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de isenção
especificados nas normas do CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou
não prevista. São considerados resíduos radioativos.
- Grupo D – Resíduos comuns que não apresentam riscos biológicos, químicos
ou radiológicos. Podem ser equiparados aos resíduos domiciliares, como papel de
uso sanitário, fralda, resto alimentar, resíduos de áreas administrativas, equipo
de soro e similares.
- Grupo E – Materiais perfurantes ou escarificantes como lâminas, agulhas,
escalpes, ampolas de vidro, tubos capilares, utensílios de vidro quebrados e
similares.
18
ESCOLEGIS CMM

É importante salientar que o responsável técnico da farmácia ou drogaria


deve dar o destino correto aos resíduos gerados no seu estabelecimento. Os
farmacêuticos devem buscar maiores informações quanto ao manejo e descarte
dos resíduos, visando prevenir danos tanto à saúde pública quanto ao meio
ambiente.
Como fazer o gerenciamento dos resíduos de saúde?
O gerenciamento dos resíduos de saúde constitui-se em um conjunto
de procedimentos de gestão, planejados e implementados a partir de bases
científicas e técnicas, normativas e legais, com o objetivo de minimizar a produção
de resíduos e proporcionar aos resíduos gerados, um encaminhamento seguro,
de forma eficiente, visando à proteção dos trabalhadores, a preservação da
saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente. Todo estabelecimento
de saúde deve conter o PGRSS, Programa de Gerenciamento de Resíduos de
Serviços de Saúde.
O Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de
saúde publicado pela Anvisa, determina as regras de gerenciamento de resíduos
de farmácias e drogarias. São orientações sobre a segregação, acondicionamento,
identificação, armazenamento, coleta e transporte.
Cada PGRSS é único, pois grande parte das informações vem da análise e
diagnóstico da situação existente naquele local. Em linhas gerais, é composto de
várias etapas, descritas a seguir:
• Segregação: esta é a primeira e mais importante operação, pois requer
a participação ativa e consciente de todos os funcionários da farmácia para
que o manuseio seja seguro e não coloque em risco a comunidade, tampouco
os funcionários envolvidos. De acordo com a RDC Anvisa n° 306/04 e a
Resolução Conama n° 358/05, 48 COMISSÃO ASSESSORA DE FARMÁCIA os RSS
são classificados em cinco grupos, que devem ser segregados, identificados e
acondicionados conforme descrito no quadro a seguir:
- Grupo A: resíduos biológicos Branco leitoso NBR 9191
- Grupo B: resíduos químicos Laranja com identificação da norma 10004
- Grupo C: rejeitos radioativos Após decaimento segundo a norma CNEM
6905, acondicionar conforme seu tipo de periculosidade (Grupo A, B ou D)
- Grupo D: resíduos comuns Caso o resíduo seja classificado como Grupo
D reciclável, acondicioná-lo em: I - azul - PAPÉIS II- amarelo - METAIS III - verde -
VIDROS IV - vermelho - PLÁSTICOS V - marrom - RESÍDUOS ORGÂNICOS Os demais
resíduos classificados como Grupo D: Podem ser acondicionados em saco preto.
- Grupo E: resíduos perfurocortantes. Coletor para perfurocortante segundo
a NBR 13853 Fonte: Cartilha da Comissão de Resíduos e Gestão Ambiental – CRF-
SP (2015)
• Acondicionamento: os sacos de acondicionamento devem ser constituídos
de material resistente à ruptura e vazamento, impermeável, respeitados os limites
de peso de cada saco, sendo proibido o seu esvaziamento ou reaproveitamento.
Os sacos devem estar contidos em recipientes de material lavável, resistente à
punctura, ruptura e vazamento, com tampa provida de sistema de abertura sem
contato manual, com cantos arredondados, e ser resistentes ao tombamento.
Os resíduos líquidos devem ser acondicionados em recipientes constituídos de
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AT E N D E N T E D E F A R M Á C I A

material compatível com o líquido armazenado, resistentes, rígidos e estanques,


com tampa rosqueada e vedante. Os resíduos perfurocortantes ou escarificantes
(grupo E) devem ser acondicionados separadamente no local de sua geração,
imediatamente após o uso, em recipiente rígido, estanque, resistente à punctura,
ruptura e vazamento, impermeável, com tampa, contendo a simbologia
apropriada, segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
• Transporte interno dos RSS: especificar o tipo de carro de coletas, EPIs e
demais ferramentas e utensílios necessários. Se possível, esse transporte deve
ser feito em horários de menor fluxo de pessoas ou de atividades.
• Armazenamento temporário dos RSS: guarda temporária dos recipientes
contendo os resíduos já acondicionados, em local próximo aos pontos de geração,
visando otimizar o deslocamento entre os pontos geradores e o ponto destinado
à disponibilização para coleta externa.
• Armazenamento externo: consiste no acondicionamento dos resíduos
em abrigo exclusivo e com acesso facilitado para os veículos coletores.
• Coleta e transporte externo dos RSS: remoção dos RSS do abrigo de
resíduos (armazenamento externo) até a unidade de tratamento ou disposição
final, pela utilização de técnicas que garantam a preservação das condições de
acondicionamento e a integridade dos trabalhadores, da população e do meio
ambiente.
• Tratamento de RSS: aplicação de método, técnica ou processo que
modifique as características dos riscos inerentes aos resíduos, reduzindo ou
eliminando o risco de contaminação, de acidentes ocupacionais ou de danos
ao meio ambiente. Há várias formas de se proceder ao tratamento: desinfecção
química ou térmica (autoclavagem, micro-ondas, incineração). O tratamento pode
ser feito no estabelecimento gerador ou em outro local, sendo essa atividade
objeto de licenciamento ambiental e passível de fiscalização e de controle pelos
órgãos de vigilância sanitária e de meio ambiente.
• Disposição Final dos RSS: consiste na disposição definitiva de resíduos
no solo ou em locais previamente preparados para recebê-los, devidamente
licenciados pelo órgão ambiental competente. As formas de disposição final dos
RSS, atualmente, incluem o aterro sanitário (lixo comum), o aterro de resíduos
perigosos e a incineração.
• Reciclagem de RSS: pode ser definido como reciclagem “o processo
de transformação dos resíduos que utiliza técnicas de beneficiamento para
reprocessamento ou obtenção de matéria-prima para fabricação de novos
produtos” (RDC Anvisa n° 306/04). Os benefícios da reciclagem são: diminuição da
quantidade de resíduos a ser disposta no solo; economia de energia; preservação
de recursos naturais e outros. Os resíduos que são utilizados frequentemente
na reciclagem são: matéria orgânica; papel; plástico; metal; vidro e entulhos.
Conforme previsto na RDC Anvisa n° 306/04, devem ser realizados programas
de educação continuada, com o intuito de orientar, motivar, conscientizar e
informar permanentemente todos os envolvidos sobre os riscos e procedimentos
adequados de manejo, de acordo com preceitos de gerenciamento de resíduos.
É preciso manter cópia do PGRSS disponível para consulta, conforme solicitação
da autoridade sanitária ou ambiental competente, dos funcionários e do público
20
ESCOLEGIS CMM

em geral.
É válido salientar que, para realizar o processo de forma regular e segura, é
importante a presença de uma empresa especializada e licenciada pelos órgãos
ambientais e de saúde para cumprir com segurança todo o processo.

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AT E N D E N T E D E F A R M Á C I A

UNIDADE III

Atendimento e postura profissional

Qualidade no atendimento;

Cada vez mais é necessário imergir na estratégia de melhor relacionamento


com clientes, cativando, surpreendendo e oferecendo melhores processos para
atender suas necessidades e expectativas. Os clientes nos tempos atuais estão
cada vez mais exigentes e confusos diante das diversas alternativas que lhe são
oferecidas no que tange aos produtos, serviços, qualidade, tecnologia, inovação
e preços. A busca por cada cliente é questão de competitividade e estratégia
Nos dias atuais não basta apenas agradar o cliente, ser educado ou tratá-lo
bem, é preciso prever suas necessidades, ou seja, surpreender suas expectativas.
É necessário estabelecer um canal de comunicação direto entre o cliente e a
empresa, através da comunicação, ouvindo com muita atenção, suas críticas e
sugestões transformando elas em especificações de melhores produtos e serviços.
Sendo assim, a necessidade do cliente refere-se aos interesses da empresa, pois
o cliente satisfeito proporciona aumento do volume de negócios em função de
uma fidelidade temporária.
A melhoria dos serviços prestados pela empresa dever ter um
comprometimento de todos dentro da empresa. Portanto, passa a ser um objetivo
específico para se alcançar uma posição de destaque para os clientes, pois não
basta à empresa buscar melhorias se os profissionais que nela atuam não estão
comprometidos.
Foi-se o tempo da prepotência empresarial, porque o poder agora está nas
mãos do cliente através do seu direito de escolha. Se uma empresa não procurar
conhecer seu cliente para atender suas necessidades e expectativas, certamente
haverá um concorrente que irá fazê-lo. As empresas necessariamente terão que
se adequar a essa nova era, ou seja, preocupar-se com a excelência da qualidade
de seus serviços ou não sobreviverão no mercado.
Os clientes atuais querem muito mais do que cortesia, querem serviços
que agreguem valor, prestando ao consumidor serviços que, na sua percepção,
atendam ou superem suas expectativas. Para a maior parte das pessoas, a
qualidade de um serviço é pelo menos 8% mais importante do que seu preço.
Sendo que o consumidor está disposto a pagar até 16% a mais por serviços de
qualidade.
O bom atendimento da empresa levará à satisfação e à fidelidade do consumidor
traduzindo-se em mais negócios para a empresa. Fator importantíssimo, na
qualidade do atendimento ao cliente é saber ouvi-lo. Estatísticas demonstram
que cerca de 80% das inovações tecnológicas foram implantadas a partir de
opiniões colhidas de clientes. Na empresa privada brasileira os sistemas de
22
ESCOLEGIS CMM

atendimento ao cliente operam através de SAC, como são conhecidos os serviços


de atendimento ao cliente.
Sensíveis aos direitos, além de à importância central que o cliente vem
alcançando nos mercados atuais, algumas empresas de médio, e grande porte
no Brasil vêm implantando seus serviços de orientação e atendimento ao cliente
visando atender às necessidades e expectativas daqueles que os mantêm.
Entre outros resultados, observa-se a recuperação e retenção de clientes, maior
eficácia das ações de marketing, maior credibilidade da empresa no mercado,
fortalecimento da imagem institucional, criação de um diferencial competitivo e,
principalmente, a concretização da missão empresarial.

Postura profissional;

Postura profissional  é o conjunto de características pessoais e condutas


adotadas pelo profissional no ambiente de trabalho. Ou seja, todas as escolhas,
ações e atitudes realizadas diante das mais variadas situações do dia a dia
compõem a postura de um profissional. Sendo assim, a postura pode ser boa ou
ruim.
O colaborador que se preocupa em construir uma boa postura profissional,
certamente, tem um diferencial competitivo no mercado. Ele é sempre bem visto
pelos seus colegas e superiores, e também lembrado em momentos oportunos.
Fora isso, um profissional respeitado e admirado tem mais propriedade para
desenvolver seu trabalho, especialmente se for um líder.
Um bom profissional é aquele que possui atitudes consistentes, coerentes,
racionais e válidas. Também é aquele que respeita a si mesmo, os valores
da companhia, os demais e se compromete com os horários. Em resumo, a
pontualidade também se encontra nessa lista.

Ética no ambiente de saúde;

Ética é o conjunto de normas morais pelo qual o indivíduo deve orientar


seu comportamento na profissão que exerce e é de fundamental importância
em todas as profissões e para todo ser humano, para que possamos viver
relativamente bem em sociedade.
Com o crescimento desenfreado do mundo globalizado, muitas vezes
deixamos nos levar pela pressão exercida em busca de produção, pois o mercado
de trabalho está cada vez mais competitivo e exigente, e as vezes não nos deixa
tempo para refletir sobre nossas atitudes.
Temos que ter a consciência de que nossos atos podem influenciar na vida
dos outros e que nossa liberdade acarreta em responsabilidade. De forma ampla
a Ética é definida como a explicitação teórica do fundamento último do agir
humano na busca do bem comum e da realização individual.
Muitos autores definem a ética profissional como sendo um conjunto de
23
AT E N D E N T E D E F A R M Á C I A

normas de conduta que deverão ser postas em prática no exercício de qualquer


profissão. Sendo assim, a ação reguladora da ética que age no desempenho
das profissões, faz com que o profissional respeite seu semelhante quando no
exercício da sua profissão.
A ética profissional estudaria e regularia o relacionamento do profissional
com sua clientela, visando a dignidade humana e a construção do bem-estar no
contexto sócio-cultural onde exerce sua profissão, atingindo toda profissão.
Ao falamos de ética profissional estamos nos referindo ao caráter normativo
e até jurídico que regulamenta determinada profissão a partir de estatutos e
códigos específicos. Assim temos a ética médica, do advogado, do biólogo, do
psicólogo, etc, relacionada em seus respectivos códigos de ética.

Qualificações para um Atendente;


O atendente é o profissional que realiza o primeiro atendimento ao cliente
pessoalmente ou por telefone. Além disso, ele anota os pedidos, as encomendas,
demonstra produtos e efetua as vendas internas.
Os balconistas, também conhecidos como atendentes de farmácia, são
grandes colaboradores e suas atribuições, que são inúmeras, devem respeitar
a ética do setor e estar sob responsabilidade do farmacêutico, que têm esses
profissionais como ‘braço direito’
Pré-requisitos para esta profissão
- Ser atento
- Ter paciência
- Ser responsável
- Ser proativo
- Ter bom raciocínio lógico
- Ser ágil
- Ter boa comunicação verbal
- Saber trabalhar em equipe
- Gostar de atendimento ao público

Importância do trabalho em equipe;


Equipes, equipes, equipes. De uma forma ou de outra, estamos sempre
envolvidos em equipes. Na maior parte do tempo, pertencemos a um time no
departamento, no setor ou na unidade de negócios. Pode-se notar que o trabalho
em equipe faz parte do nosso dia-a-dia. O trabalho em equipe pressupõe a
existência de uma equipe.

E o que seria uma equipe?


É um pequeno número de pessoas com conhecimentos complementares,
comprometidas com propósito, meta de desempenho e abordagem comuns,
e pelos quais se mantêm mutuamente responsáveis. Para que haja harmonia
neste grupo, é necessário, que se tenham normas bem definidas; objetivos e
24
ESCOLEGIS CMM

metas comuns, e seja almejado o mesmo resultado. Não pode haver equipes
sem objetivos e metas de desempenho. Afinal as equipes estão para melhorar a
eficácia organizacional.
Não se trata de uma novidade para aproximar pessoas e aprimorar o clima
da empresa. Embora isto deva ocorrer, não é o seu objetivo principal. As equipes
se alinham as grandes metas organizacionais, as macro-estratégias e a visão das
equipes. Mas cada uma deve construir sua própria visão, com valores e crenças
que todo compartilhem. Deve ter sua missão dentro de um escopo mais amplo,
universal, de forma a não limitar suas ações e a criatividade necessária para
inovar.
A corrente funcionalista explica muito bem a idéia de trabalhar em equipe.
Para esta corrente, cada integrante (parte) possui uma função, é todos juntos
fazem com que esse grupo (todo) funcione em harmonia. Fazendo uma analogia
com o corpo humano, cada órgão tem a sua tarefa, mas se um órgão para de
funcionar adequadamente, prejudicará a harmonia existente no corpo, ocorrendo
um desequilíbrio em todo o sistema.
Pode-se observar que para trabalhar em equipe ocorre a interdependência
entre os integrantes, sendo importante a confiança e um bom relacionamento
interpessoal. Sem competências individuais bem distribuídas, basta uma maçã
estragada para arruinar o trabalho da equipe.
Neste trabalho, é fundamental que todos os integrantes tenham ética, pois irá
garantir comportamentos de respeito e solidariedade, atribuindo qualidade aos
relacionamentos. Além disso, é preciso, que o grupo cultive a prática do diálogo
como forma de propiciar a interação de pessoas de pensamentos diferentes, a
aprendizagem coletiva, o crescimento individual e a circulação do conhecimento.
Vale ressaltar que a cooperação é um outro item de grande valor neste
trabalho. A cooperação tem que substituir a competição interna. Conflito sim, pois
provoca crescimento entre as pessoas diferentes, pela prática do melhor diálogo,
mas confronto não porque estabelece pela discussão a derrota de um para que
o outro saia vitorioso. A solidariedade e a coesão também tem um grande valor
no trabalho em equipe, pois quanto mais coeso, mais os integrantes se sentem
fortemente ligados a ele, provavelmente não violarão suas regras.
É importante ressaltar que a submissão não pode paralisar a criatividade
e a inovação, limitando o desempenho da equipe. Todo grupo é composto por
diferentes indivíduos, sendo importante estar consciente das diversas maneiras
como influenciamos e distorcemos as informações sobre o outro e o ambiente
que nos cerca. Por isso é fundamental ter a capacidade de se colocar no lugar
do outro, facilitando a compreensão das suas atitudes, dificuldades e desejos
(empatia). A equipe será mais produtiva quanto mais inteligente for, quanto
melhor tiver consciência de suas emoções e souber lidar com elas.
Qual é a importância em trabalhar em equipes?
Em primeiro lugar, elas rompem a rigidez hierárquica das empresas
baseadas em compartimentos, facilitando o processo de comunicação
interna; as equipes reúnem conhecimentos de várias áreas, aproximando
pessoas diferentes, proporcionando a todas crescimento; através do grupo, o
conhecimento flui melhor, e para que haja um bom fluxo, o conhecimento tem
25
AT E N D E N T E D E F A R M Á C I A

que rolar para encontrar outro e produzir um terceiro (só assim há inovação); o
trabalho em equipe proporciona o despertar do líder que há em cada pessoa,
criando oportunidades de exercício da liderança; e por fim neste trabalho gera
comprometimento, cooperação, aprendizagem e transformação.

Qual a diferença entre grupo de trabalho e trabalho em equipe?


Bom, o primeiro possui um líder formalmente definido (autoritário), cada
integrante representa o seu setor, defende o seu espaço e se manifesta em
nome dele, nota-se um comportamento individualista; segue diretrizes e metas
organizacionais; sempre visando os produtos de trabalhos individuais; realiza
reuniões formais, buscando eficiência; avalia-se a partir dos resultados da
organização e discute, decide e delega implementação. Os integrantes não têm a
possibilidade de dialogar sobre o assunto e chegar numa conclusão comum nem
mesmo dar opiniões ou realizar críticas.
Agora o trabalho em equipe existe uma liderança compartilhada (democrática);
os indivíduos se integram à equipe e procuram agregar conhecimentos; há a
imposição de suas próprias metas; visa o produto de trabalhos coletivos; estimula-
se nas reuniões o diálogo, praticam-se dinâmicas para solução de problemas;
tem avaliação direta de seus produtos e por último dialoga, decide e implementa
ações em conjunto.
Nota-se que, o mesmo proporciona o estímulo nos integrantes de otimizar
os seus conhecimentos, visto que o crescimento e o desenvolvimento da equipe
torna possível o aperfeiçoamento dos integrantes como também na própria
organização. Os críticos do trabalho em equipe afirmam que decidindo em grupo
a responsabilidade é diluída, ninguém assume quando a coisa não dá certo.
Isso não é verdade quando se trata de uma equipe autêntica. Ela é avaliada
coletivamente pela empresa. Todos sentirão quando os resultados não forem
satisfatórios e suas metas não cumpridas. O nível de contribuição individual será
avaliado pela própria equipe.
Pode-se perceber que o trabalho em equipe é fundamental para o
desenvolvimento e o sucesso profissional do indivíduo e para o crescimento da
organização. Então para saber trabalhar em equipe é necessário, respeitar o
próximo como ser humano; saber ouvir o colega; ter um espírito de cooperação;
compartilhar idéias e respeitar a opinião do próximo. Uma equipe é como uma
família, tendo que se manter unida com respeito, honestidade, confiança para
que seja possível a realização de um trabalho eficaz, criativo e de qualidade

26
ESCOLEGIS CMM

UNIDADE IV

Conceitos Básicos Farmacêuticos

Atendimento com orientações básicas ao paciente;


Um processo de atendimento começa com a identificação das necessidades e
desejos dos clientes e passa por questões importantes como a comunicação da
empresa, drogaria ou farmácia, a definição dos produtos oferecidos, a estrutura
da loja, as formas de pagamento e a capacitação da equipe de vendas.
Se todas as farmácias e drogarias oferecem um mix de produtos parecidos e
serviços semelhantes, um dos fatores que vai diferenciar uma loja ou uma rede
de farmácias e drogarias é o atendimento.
Para ser um bom atendente de farmácia algumas atribuições são essenciais
como:
- Conhecer as substâncias, mercadorias, produtos encontrados no mercado;
O colaborador da empresa deve conhecer todos os produtos oferecidos para seus
clientes, afim de ser rápido na venda e no atendimento. Deve conhecer outros
produtos que não sejam oferecidos em sua drogaria, mas estão disponíveis em
outros locais para poder dar uma informação de poder tirar dúvidas de quem
procura seu estabelecimento.
- Conhecer sua drogaria e suas especificidades;
Todo trabalhador deve conhecer seu local de trabalho, suas especificidades,
qualidades, produtos, sistemas. Quando começamos a trabalhar em uma
empresa devemos saber suas características, seu público alvo, suas metas e
objetivos, para, assim, contribuirmos e somarmos com o crescimento da mesma.
- Buscar constante atualização;
Como membro da equipe, e trabalhador na área da saúde, que é uma área em
constante evolução e descobertas, temos a “obrigação” de nos atualizarmos
sempre. Além disso o comercio é uma área que precisamos nos atualizar sempre
para poder cativar e conquistar ainda mais clientes.
- Ser crítico quanto a utilização das drogas;
Mesmo trabalhando em um comercio e querendo vender e atingir metas, não
podemos esquecer que trabalhamos primeiramente em um ambiente de saúde.
Temos que ser críticos e avaliar muito bem a situação e individualidade de cada
cliente/paciente que iremos receber. Atender sempre de maneira consciente
pois estamos lhe dando com saúde de cada um.
Todas essas características são de suma importância para ser um bom profissional
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AT E N D E N T E D E F A R M Á C I A

dentro de uma drogaria. Quando o cliente entra na farmácia ou drogaria, ele


está querendo solucionar um problema, um desejo ou uma necessidade. Quanto
mais o atendente se empenhar em encontrar uma solução para esses anseios do
cliente, mais ético ele será.

Perigo da automedicação;
A automedicação, muitas vezes vista como uma solução para o alívio imediato de
alguns sintomas pode trazer conseqüências mais graves do que se imagina.
O uso de medicamentos de forma incorreta pode acarretar o agravamento
de uma doença, uma vez que sua utilização inadequada pode esconder
determinados sintomas. Se o remédio for antibiótico, a atenção deve ser sempre
redobrada, pois o uso abusivo destes produtos pode facilitar o aumento da
resistência de microorganismos, o que compromete a eficácia dos tratamentos.

Outra preocupação em relação ao uso do remédio refere-se à combinação


inadequada. Neste caso, o uso de um medicamento pode anular ou potencializar
o efeito do outro.
Entre os riscos mais freqüentes para a saúde daqueles que estão habituados a
se automedicar estão o perigo de intoxicação e resistência aos remédios. Todo
medicamento possui riscos que são os efeitos colaterais.
Causas da automedicação
A variedade de produtos fabricados pela indústria farmacêutica, a facilidade de
comercialização de remédios e a própria cultura e comodidade assimilada pela
sociedade que vê na farmácia um local onde se vende de tudo; a grande variedade
de informações médicas disponíveis, sobretudo em sites, blogs e redes sociais,
também está entre os fatores que contribuem para a automedicação.
A descoberta de medicamentos é um importante processo do sistema de saúde
mundial, com utilidade no tratamento e na cura de enfermidades. No entanto,
o uso de remédios para problemas de saúde é visto, muitas vezes, como uma
solução imediata para aliviar sintomas como dores e mal-estar. Os efeitos das
substâncias presentes nos remédios têm sido subestimados e a automedicação
é, hoje, uma prática comum entre os brasileiros, podendo causar graves
danos ao organismo.
Automedicação
Automedicar-se é o ato de ingerir remédios para aliviar sintomas, sem
qualquer orientação médica no diagnóstico, prescrição ou acompanhamento
do tratamento. No Brasil, cerca de 35% dos medicamentos são adquiridos nas
farmácias por pessoas que estão se automedicando. 
Possíveis complicações de se automedicar
Todo remédio possui efeitos colaterais e, quando ingerido de forma incorreta,
pode causar mais malefícios que benefícios ao organismo. Fique atento às
possíveis complicações:
Intoxicação -  usar doses inadequadas de remédios pode causar diversos
28
ESCOLEGIS CMM

impactos na saúde, desde a ineficácia do tratamento, até overdose da substância


no organismo, que leva a intoxicação. 
Interação medicamentosa - há risco de um medicamento ingerido reagir em
contato com outro que a pessoa usa de forma contínua. Neste caso, um pode
anular ou potencializar os efeitos do outro.
Alívio dos sintomas que mascara o diagnóstico correto da doença -  usar
remédios para aliviar imediatamente dor e mal-estar pode esconder a real causa
daqueles sintomas. Dessa forma, a doença não é tratada corretamente e pode
se agravar.
Reação alérgica -  ingerir medicamentos que não foram prescritos por um
profissional da saúde pode causar reações não esperadas no organismo.
Dependência - algumas substâncias proporcionam mais chances de vício quando
tomadas em doses incorretas e por tempo além do indicado por um médico. 
Resistência ao medicamento -  o uso indiscriminado de um remédio pode
facilitar o aumento da resistência dos microrganismos àquela substância. No
caso dos antibióticos, por exemplo, pode prejudicar a eficácia de tratamentos
em infecções futuras.
A automedicação gera também outro mau hábito: o de acumular remédios em
casa. Esta prática pode causar problemas graves, como:
Confusão entre medicamentos;
Ingestão de substâncias após vencimento;
Ineficácia no tratamento causada pelo mau armazenamento do remédio;
Ingestão acidental por crianças.
Antes de ingerir qualquer medicamento, o ideal é realizar uma consulta com
um profissional da saúde, que vai levar em consideração características do
seu metabolismo e poderá diagnosticar seus sintomas. Não tome nenhum
medicamento sem o conhecimento de seu médico. Pode ser perigoso para sua
saúde. 

Uso e venda racional de medicamentos;


De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), utilizamos os
medicamentos de forma racional quando recebemos essas drogas em doses
adequadas às nossas necessidades individuais no momento e após indicação
médica. Utilizar doses menores ou maiores pode trazer prejuízos para a sua
saúde, por isso, respeite sempre o que for indicado pelo profissional da saúde
que consultou.
Porém, quando se observa, mostra uma realidade bastante diferente. Pelo menos
35.0% dos medicamentos adquiridos no Brasil são feitos através de automedicação.
Os medicamentos respondem por 27.0% das intoxicações no Brasil, e 16.0% dos
casos de morte por intoxicações são causados por medicamentos.
Além disso, 50.0% de todos os medicamentos são prescritos, dispensados ou
usados inadequadamente, e os hospitais gastam de 15 a 20.0% de seus orçamentos
para lidar com as complicações causadas pelo mau uso dos mesmos.
29
AT E N D E N T E D E F A R M Á C I A

A proposta de alívio imediato do sofrimento, como em um passe de mágica, é


um apelo atraente, mas tem seu preço. Este preço nem sempre se restringe ao
desembolso financeiro, e pode ser descontado na própria saúde. Os requisitos
para o uso racional de medicamentos são muito complexos e envolvem uma
série de variáveis, em um encadeamento lógico.
Para que sejam cumpridos, devem contar com a participação de diversos atores
sociais: pacientes, profissionais de saúde, legisladores, formuladores de políticas
públicas, indústria, comércio, governo.
Quando se trata de venda de medicamentos, principalmente os isentos de
prescrição, deve ter todo cuidado, pois algumas pessoas fazem uso de forma
descontrolada e outros podem mascarar um problema grave que o paciente
tenha.
Dando um exemplo bem simples, temos os analgésicos, medicamentos que
aliviam a dor. Um paciente pode estar fazendo uso de um analgésico por conta
própria para alivio de uma dor de cabeça a um certo tempo, porém ele não sabe
o motivo dessa dor frequente. Nesse caso o correto seria ele procurar ajuda
medica para saber qual o motivo desse dor, assim ele irá solucionar essa questão
da dor frequente.
Nós, como atendentes de uma drogaria, devemos sempre estar atentos aos
nossos clientes/pacientes, que muitas vezes frequentam nosso estabelecimento.
Devemos sempre auxiliar nessa questão de alto medicação e uso correto.
Quando iremos vender ao nosso paciente devemos ler atentamente a prescrição
e passar todas as informações necessárias. Muitas vezes eles vêm até nossa
drogaria e não sabem o que tem escrito e como administrar aquela medicação
que lhe foi passada. Por isso um atendente é de extrema importância para
orientar e ajudar no tratamento correto de um enfermo.

Entender as prescrições médicas;


A prescrição é um documento com valor legal, pelo qual se responsabilizam
aqueles que prescrevem, dispensam e administram os medicamentos, e tem
por objetivo tornar claras as instruções aos pacientes e demais profissionais de
saúde, garantindo a fidelidade da interpretação e a objetividade da informação.
Conforme determina a Resolução CFF nº 357/2001, a avaliação e interpretação
das prescrições quanto aos aspectos técnicos e legais é uma atribuição conferida
ao farmacêutico durante a dispensação.
De acordo com a Resolução CFF nº 357/2001, quando a dosagem ou posologia dos
medicamentos prescritos ultrapassar os limites farmacológicos, ou a prescrição
apresentar incompatibilidade/interação com demais medicamentos prescritos ou
de uso do paciente, o farmacêutico solicitará confirmação ao prescritor, podendo
não atender à prescrição na ausência ou negativa de confirmação.
Neste caso, devem ser expostos os motivos da negativa por escrito, com nome
30
ESCOLEGIS CMM

legível, número do CRF e assinatura do farmacêutico, em duas vias, sendo uma


via entregue ao paciente e outra arquivada no estabelecimento com assinatura
do paciente. Esses motivos também podem ser transcritos no verso da prescrição
que será devolvida ao paciente.
Segundo o Código de Ética Farmacêutica (Resolução CFF nº 596/2014), é direito do
farmacêutico, desde que devidamente justificado, realizar ou não o atendimento
de qualquer prescrição. A prescrição de medicamentos no Brasil somente é
permitida a profissionais legalmente habilitados, como os médicos, médicos-
veterinários, dentistas, farmacêuticos, enfermeiros, biomédicos e nutricionistas.
Cabe esclarecer que algumas das profissões acima citadas possuem certas
limitações quanto às prescrições, e o farmacêutico deve consultar as
regulamentações específicas de cada área de atuação (CRF-SP, 2016b)
Por exemplo, as prescrições (inclusive as Notificações de Receita e Receitas de
Controle Especial) de cirurgiões-dentistas e médicos-veterinários só poderão
ser aviadas quando relacionadas com o uso odontológico e veterinário,
respectivamente.
Vale lembrar que não podem ser dispensados medicamentos cujas receitas
estiverem ilegíveis, com rasuras ou emendas ou que possam induzir a erros ou
confusão.
Atualmente existem diversos tipos de receitas, para diversos tipos de medicamentos
e o atendente precisa saber conferir se a receita está válida, conferindo todos
seus itens obrigatórios para evitar qualquer tipo de problema para a farmácia.
- Identificação do emitente: o nome do médico deve ser impresso ou carimbado
de forma legível, contendo seu nome completo, especialidade médica e o número
do CRM.
- Identificação do usuário: nome e endereço completo do paciente.
- Nome do medicamento ou da substância (sob a forma de Denominação Comum
Brasileira – DCB), dosagem ou concentração, forma farmacêutica, quantidade
(em algarismo arábico e por extenso) e posologia.
- Data da emissão: deve conter a data do dia em que a receita foi emitida.
- Assinatura do médico: o médico deve assinar a receita, caso os dados do médico
estejam impressos na receita, não há necessidade do carimbo.
- Endereço: deve conter o endereço completo e telefone para contato, do
consultório médico.

31
AT E N D E N T E D E F A R M Á C I A

O farmacêutico poderá realizar a prescrição de medicamentos e outros produtos


com finalidade terapêutica, cuja dispensação não exija prescrição médica,
incluindo medicamentos industrializados e preparações magistrais - alopáticos
ou dinamizados -, plantas medicinais, drogas vegetais e outras categorias ou
relações de medicamentos que venham a ser aprovadas pelo órgão sanitário
federal para prescrição do farmacêutico.

MEDICAMENTOS ISENTOS DE PRESCRIÇÃO (MIPs)


Os MIPs, apesar de não necessitarem de prescrição médica para serem adquiridos,
apresentam riscos à saúde. A fim de minimizá-los, a orientação do farmacêutico
torna-se imprescindível
Quando se trata de MIPs, a orientação farmacêutica costuma ser decorrente da
solicitação de um MIP específico – automedicação – ou de alguma solução para
o problema de saúde relatado pelo paciente – prescrição farmacêutica. Acabar
com a automedicação é impossível, mas é possível minimizá-la, cabendo haver
uma estreita relação entre farmacêutico e paciente.
Disposição de MIPs em farmácias e drogarias A RDC da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) nº 41/2012 torna facultativa a disposição dos MIPs
ao alcance dos usuários nas farmácias e drogarias. Considerando que os MIPs
compõem uma categoria em que a intervenção farmacêutica pode ser um dos
principais fatores para o sucesso farmacoterapêutico e para a segurança do
paciente, o livre acesso aos medicamentos pode desestimular a busca pela
orientação e acarretar práticas prejudiciais à saúde.
Dessa forma, é recomendável manter todos os medicamentos em área de acesso
restrito aos funcionários do estabelecimento, conforme determina o parágrafo
32
ESCOLEGIS CMM

1º do artigo 40 da RDC Anvisa nº 44/2009, que permanece em vigor:


Art. 40 - §1º - Os medicamentos deverão permanecer em área de circulação
restrita aos funcionários, não sendo permitida sua exposição direta ao alcance
dos usuários do estabelecimento. Vale lembrar que a responsabilidade pela
dispensação dos MIPs é do farmacêutico. Portanto, se um paciente adquirir o
produto sem orientação, por simplesmente ter tido acesso ao medicamento
disponível em uma gôndola e sofrer algum dano ou agravo a sua saúde, o
farmacêutico poderá responder administrativamente e na justiça comum.

MEDICAMENTOS SOB PRESCRIÇÃO


São considerados medicamentos sob prescrição médica aqueles cuja dispensação
exija apresentação de prescrição e que apresentem tarja (vermelha ou preta) em
sua embalagem porém, trataremos nesse item as classes de medicamentos que
possuem regras especiais para prescrição e dispensação.
Dispensação de medicamentos antimicrobianos
O farmacêutico possui papel fundamental na promoção do uso racional de
antimicrobianos e deve contribuir no combate às infecções e à resistência
bacteriana. Assim, é essencial que o profissional domine o disposto na RDC
Anvisa nº 20/2011, que regulamenta o controle de medicamentos à base de
substâncias antimicrobianas. Essa resolução é válida para antimicrobianos de
uso oral, dermatológico, ginecológico, oftálmico e otorrinolaringológico, incluindo
os manipulados, e se aplica a farmácias e drogarias privadas e públicas que
disponibilizem medicamentos mediante ressarcimento (ex.: Programa Farmácia
Popular do Brasil).
A prescrição dos medicamentos abrangidos pela RDC Anvisa nº 20/2011 deverá
ser realizada por profissionais legalmente habilitados. O receituário deve ser
escrito de forma legível, sem rasuras e em duas vias, sendo que: 1ª via: será
devolvida ao paciente com anotação comprovando atendimento; 2ª via: será
retida no estabelecimento farmacêutico. Apesar de não existir um modelo de
receituário específico para a prescrição de antimicrobianos, a receita deve conter,
obrigatoriamente, as informações que constam no modelo:

33
AT E N D E N T E D E F A R M Á C I A

O farmacêutico poderá completar apenas os dados de idade e sexo do paciente,


caso o prescritor não tenha preenchido, garantindo o acesso do paciente ao
tratamento sem acarretar prejuízo sanitário, uma vez que esses dados visam ao
aperfeiçoamento do monitoramento do perfil farmacoepidemiológico do uso
destes fármacos.
No ato da dispensação, o farmacêutico deve registrar os dados abaixo nas
duas vias e reter a segunda via no estabelecimento: I - data da dispensação; II
- quantidade aviada do antimicrobiano; III - número do lote do medicamento
dispensado; IV - rubrica do farmacêutico, atestando o atendimento, no verso da
receita.
Conforme determina a RDC Anvisa nº 20/2011, a dispensação de antimicrobianos
deve atender essencialmente ao que foi prescrito. Nas situações em que não
for possível a dispensação da quantidade exata por motivos de inexistência
no mercado de apresentação farmacêutica com a quantidade adequada ao
tratamento, deve ocorrer a dispensação da quantidade superior mais próxima ao
prescrito, de maneira a promover o tratamento completo ao paciente, evitando-
se desse modo, a resistência bacteriana e promovendo uma melhor relação risco-
benefício para o paciente.
Em situações de tratamento prolongado, a receita deverá conter a indicação de
uso contínuo, com a quantidade a ser utilizada para cada 30 dias. Ela poderá
ser usada para aquisições posteriores dentro de um período de 90 dias a contar
da data de sua emissão. Assim, cada dispensação deve ser realizada de modo
que o medicamento seja suficiente para 30 dias de tratamento no mínimo,
34
ESCOLEGIS CMM

sendo também permitida a dispensação de todo medicamento em um único


atendimento, ou seja, a venda de toda a quantidade para uso por 90 dias.
Caso queira comprar a quantidade suficiente para um mês, o paciente poderá
realizar todas as compras no mesmo estabelecimento ou em locais diferentes
a cada mês. Realizando todas as compras em um mesmo estabelecimento, o
farmacêutico deve reter a segunda via da receita no primeiro atendimento e
atestar cada dispensação mensal na parte da frente (anverso) de ambas as vias.
Se o paciente optar por comprar em outra farmácia ou drogaria, a cada compra o
farmacêutico deve conferir que a prescrição é para um tratamento prolongado e
que já houve uma venda anterior. Deve então fazer uma cópia da via do paciente e
atestar o novo atendimento no anverso de ambas as vias. No caso de tratamentos
relativos a programas do Ministério da Saúde que exijam períodos diferentes
de tratamento, a prescrição e a dispensação deverão atender às diretrizes do
programa.
A receita é válida em todo o território nacional por dez dias a contar da data
de sua emissão. Por fim, não existe previsão na legislação vigente da existência
de receituário de emergência para a dispensação de antimicrobianos, devendo
a prescrição ser realizada em receituário privativo do prescritor ou de
estabelecimento de saúde.

Medicamentos sujeitos a controle especial


Os critérios e procedimentos para a autorização, o comércio, o transporte, a
prescrição, a escrituração, a guarda, os balanços, a embalagem, o controle e
a fiscalização de substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial são
estabelecidos pela Portaria SVS/MS n° 344/1998 e pela instrução normativa
aprovada pela Portaria SVS/MS nº 06/1999.
As substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial são divididos em
listas constantes no Anexo I da Portaria SVS/MS n° 344/1998, que são revisadas
e atualizadas frequentemente. Dessa forma, deve-se sempre consultar o site da
Anvisa (http://portalanvisa.gov.br) para verificar se houve modificações.
As listas possuem adendos, onde são apontados alguns detalhes e exceções.
Dadas as peculiaridades das substâncias e medicamentos sujeitos a controle
especial, a dispensação é diferenciada entre as listas e seus adendos, incluindo,
em alguns casos, receituário de controle especial e até notificação de receita.
A dispensação das substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial,
deverá ser feita exclusivamente por farmacêutico, sendo vedado delegar a
responsabilidade sobre a chave dos armários a outros funcionários da farmácia
que não sejam farmacêuticos. É responsabilidade do farmacêutico manter a
guarda, registro e controle dos medicamentos e produtos sujeitos a controle
especial.
As prescrições e notificações de receita devem estar preenchidas de forma
legível, sendo a quantidade em algarismos arábicos e por extenso, sem emenda
35
AT E N D E N T E D E F A R M Á C I A

ou rasura. A farmácia ou drogaria somente poderá aviar ou dispensar quando


todos os itens da receita e da Notificação de Receita estiverem devidamente
preenchidos.
A Receita de Controle Especial é válida em todo o Território Nacional, sendo que
as farmácias ou drogarias ficarão obrigadas a apresentar dentro do prazo de 72
horas, à Autoridade Sanitária local, as Receitas de Controle Especial procedentes
de outras Unidades Federativas, para averiguação e visto.
É permitido que o prescritor substitua o Receituário de Controle Especial por uma
receita comum, desde que sejam preenchidos todos os campos obrigatórios e
cumpridos os mesmos requisitos para que ocorra a dispensação. Nesse caso,
também existe a necessidade de duas vias.
Notificação de Receita
A Notificação de Receita é o documento que, acompanhado da receita, autoriza a
dispensação de medicamentos à base de substâncias constantes das listas:
• A1 (entorpecentes);
• A2 (entorpecentes de uso permitido somente em concentrações especiais);
• A3 (psicotrópicas);
• B1 (psicotrópicos);
• B2 (psicotrópicas anorexígenas);
• C2 (retinoicas para uso sistêmico);
• C3 (imunossupressoras).
Exemplos de receitas de controle especial:

36
ESCOLEGIS CMM

Vias de Administração;
Conhecer as principais vias de administração de medicamentos e quando cada
uma é recomendada é uma tarefa muito importante. Isso porque a administração
correta de medicamentos promove uma melhor assistência ao paciente, causando
menos danos a sua saúde e, principalmente, garantindo o seu bem-estar.

Os medicamentos são introduzidos no corpo por diversas vias. Eles podem ser

• Tomados pela boca (via oral)

• Administrados por injeção em uma veia (via intravenosa, IV), em um


37
AT E N D E N T E D E F A R M Á C I A

músculo (via intramuscular, IM), no espaço ao redor da medula espinhal


(via intratecal) ou sob a pele (via subcutânea, SC)

• Aplicados sob a língua (via sublingual) ou entre a gengiva e a bochecha (via


bucal)

• Inseridos no reto (via retal) ou na vagina (via vaginal)

• Aplicados nos olhos (por via ocular) ou ouvido (por via otológica)

• Inalados pelo nariz e absorvidos através das membranas nasais (via nasal)

• Aspirados até os pulmões, geralmente através da boca (por inalação) ou


boca e nariz (por nebulização)

• Aplicados sob a pele (via cutânea) para um efeito local (tópico) ou em todo
o corpo (sistêmico)

• Aplicados na pele através de um adesivo (via transdérmica) para um efeito


sistêmico

Cada via de administração tem vantagens, desvantagens e objetivos específicos.

Muitos medicamentos podem ser administrados oralmente como líquidos,


cápsulas, comprimidos ou comprimidos mastigáveis. Como a via oral é a
mais conveniente e, geralmente, a mais segura e menos dispendiosa, ela é a
via utilizada mais frequentemente. No entanto, ela tem limitações devido ao
trajeto característico do medicamento ao longo do trato digestivo. No caso de
medicamentos administrados por via oral, a absorção pode começar na boca e
no estômago.

No entanto, a maioria dos medicamentos geralmente é absorvida no intestino


delgado. O medicamento passa pela parede intestinal e chega ao fígado,
antes de ser transportado pela corrente sanguínea até sua região-alvo. A
parede intestinal e o fígado alteram quimicamente (metabolizam) muitos
medicamentos, diminuindo a quantidade que chega à corrente sanguínea. Por
isso, esses medicamentos geralmente são administrados em doses menores
quando injetados por via intravenosa para produzirem o mesmo efeito.

Quando se toma um medicamento por via oral, alimentos e outros medicamentos


no trato digestivo podem afetar a quantidade e a rapidez com que este é absorvido.
Dessa forma, alguns medicamentos devem ser tomados com o estômago vazio,
outros devem ser tomados com alimentos, outros não podem ser tomados com
certos medicamentos e, em alguns casos, a via oral é contraindicada.

Alguns medicamentos administrados por via oral irritam o trato digestivo. Por
exemplo, a aspirina e a maioria dos outros medicamentos anti-inflamatórios não
esteroides (AINEs) podem danificar o revestimento do estômago e do intestino
delgado, podendo causar úlceras ou agravar  úlceras  preexistentes. Outros
38
ESCOLEGIS CMM

medicamentos são absorvidos mal ou inadequadamente no trato digestivo ou


são destruídos pelo ácido e pelas enzimas digestivas no estômago.
Outras vias de administração são necessárias quando a via oral não pode ser
utilizada, por exemplo:

• Quando a pessoa não pode tomar nada pela boca

• Quando o medicamento deve ser administrado rapidamente ou em uma


dose precisa ou muito elevada

• Quando o medicamento é mal ou irregularmente absorvido pelo trato


digestivo

Vias injetáveis
A administração por injeção (administração parenteral) inclui as seguintes
vias:

• Subcutânea (sob a pele)

• Intramuscular (no músculo)

• Intravenosa (na veia)

• Intratecal (ao redor da medula espinhal)

Um produto farmacêutico pode ser preparado ou fabricado de forma que sua


absorção a partir do local da injeção seja prolongada por horas, dias ou mais
tempo. Tais produtos não precisam ser administrados tão frequentemente
quanto aqueles com absorção mais rápida.

Na administração por via subcutânea, insere-se uma agulha no tecido adiposo


logo abaixo da pele. Após um medicamento ser injetado, ele se move para os
pequenos vasos sanguíneos (capilares) e é transportado pela corrente sanguínea.
Alternativamente, um medicamento pode alcançar a corrente sanguínea através
dos vasos linfáticos (consulte a figura  Sistema linfático: ajudando a proteger
contra infecções).

Medicamentos que são proteínas grandes, como a insulina, costumam alcançar


a corrente sanguínea pelos vasos linfáticos, pois esses medicamentos movem-se
lentamente dos tecidos para o interior dos vasos capilares. A via subcutânea é a
utilizada para muitos medicamentos proteicos, visto que eles seriam destruídos
no trato digestivo caso fossem tomados por via oral.
Alguns medicamentos (como a progesterona, utilizada no  controle hormonal
da natalidade) podem ser administrados através da inserção de cápsulas de
plástico sob a pele (implante).

No entanto, essa via é muito pouco utilizada. Sua principal vantagem é a de


fornecer um efeito terapêutico de longo prazo (por exemplo, o etonogestrel
implantado para contracepção pode durar até três anos).
39
AT E N D E N T E D E F A R M Á C I A

A via intramuscular é preferível à via subcutânea quando são necessárias maiores


quantidades de um produto farmacêutico. Como os músculos estão abaixo da
pele e dos tecidos adiposos, utiliza-se uma agulha mais longa. Os medicamentos
geralmente são injetados em um músculo do braço, coxa ou nádega. A rapidez
com que o medicamento é absorvido na corrente sanguínea depende, em parte,
do suprimento de sangue para o músculo: Quanto menor for o suprimento de
sangue, mais tempo o medicamento demora para ser absorvido.

Na administração por  via intravenosa,  insere-se uma agulha diretamente na


veia. Assim, a solução que contém o medicamento pode ser administrada em
doses únicas ou por infusão contínua. Em caso de infusão, a solução é movida
por gravidade (a partir de uma bolsa de plástico colabável) ou por uma bomba
infusora através de um tubo fino flexível (cateter) introduzido em uma veia,
geralmente no antebraço.

A via intravenosa é a melhor maneira de disponibilizar uma dose precisa por


todo o corpo de forma rápida e bem controlada. Ela também é utilizada na
administração de soluções irritantes, que causariam dor ou danificariam os
tecidos se fossem administradas por injeção subcutânea ou intramuscular. Uma
injeção intravenosa pode ser mais difícil de administrar do que uma injeção
subcutânea ou intramuscular, já que inserir uma agulha ou cateter em uma veia
pode ser difícil, especialmente se a pessoa for obesa.

Quando um medicamento é administrado por via intravenosa, ele chega


imediatamente à corrente sanguínea e tende a apresentar efeito mais
rapidamente do que quando administrado por qualquer outra via. Por isso,
os médicos monitoram cuidadosamente as pessoas que recebem uma injeção
intravenosa quanto a sinais de que o medicamento está fazendo efeito ou está
provocando efeitos colaterais indesejáveis. Porém, o efeito de um medicamento
administrado por essa via costuma durar menos tempo. Portanto, alguns
medicamentos devem ser administrados por infusão contínua para manter seu
efeito constante.

Para a via intratecal, insere-se uma agulha entre duas vértebras na parte inferior
da coluna vertebral dentro do espaço ao redor da medula espinhal. Neste caso,
o medicamento é injetado no canal medular. Frequentemente é utilizada uma
pequena quantidade de anestésico local para tornar a zona da injeção insensível.
Essa via é utilizada quando é necessário que um medicamento produza um
efeito rápido ou local no cérebro, medula espinhal ou tecido que os envolvem
(meninges) — por exemplo, para tratar infecções nessas estruturas. Algumas
vezes, anestésicos e analgésicos (como morfina) são administrados dessa
maneira.

40
ESCOLEGIS CMM

Vias sublingual e bucal


Alguns medicamentos são colocados sob a língua (tomados via sublingual)
ou entre a gengiva e os dentes (via bucal) para que possam se dissolver e ser
absorvidos diretamente pelos pequenos vasos sanguíneos que ficam sob a língua.
Esses medicamentos não são ingeridos. A via sublingual é especialmente boa
para nitroglicerina, que é utilizada para aliviar a angina, devido à sua absorção
rápida e ao fato de o medicamento entrar imediatamente na corrente sanguínea,
sem necessidade de passar primeiro pela parede intestinal e pelo fígado. No
entanto, a maioria dos medicamentos não pode ser administrada dessa forma,
porque eles podem ser absorvidos de maneira incompleta ou indevida.

Via retal
Muitos dos medicamentos que são administrados por via oral também podem
ser administrados por via retal em forma de supositório. Nesse formato, o
medicamento é misturado com uma substância cerosa, que se dissolve ou
liquefaz depois de ter sido introduzida no reto. A absorção do medicamento
é rápida, uma vez que o revestimento do reto é fino e a irrigação sanguínea é
abundante. Prescrevem-se supositórios quando alguém não pode tomar um
medicamento por via oral devido a náuseas, impossibilidade de deglutir ou
restrições alimentares, como acontece antes e depois de muitas intervenções
cirúrgicas. Os medicamentos que podem ser administrados por via retal
incluem acetaminofeno (para a febre), diazepam (para convulsões) e laxantes
(para a constipação). Medicamentos que são irritantes em forma de supositório
geralmente precisam ser administrados por injeção.

Via vaginal
Alguns medicamentos podem ser administrados a mulheres por via vaginal na
forma de solução, comprimido, creme, gel, supositório ou anel. O medicamento
é lentamente absorvido pela parede vaginal. Esta via é usada com frequência
para administrar estrogênio a mulheres durante a menopausa para aliviar
sintomas vaginais, como secura, dor e vermelhidão.

Via ocular
Os medicamentos utilizados para tratar os problemas oculares (como glaucoma,
conjuntivite e lesões) podem ser misturados com substâncias inativas para
produção de um líquido, gel ou pomada para serem aplicados no olho. Colírios
em forma líquida são de uso relativamente fácil, mas podem sair dos olhos
muito rapidamente, impedindo uma boa absorção. Fórmulas em gel e pomada
mantêm o medicamento em contato com a superfície do olho durante mais
tempo, mas podem embaçar a visão. Também estão disponíveis apresentações
sólidas para inserção ocular, que liberam o medicamento de forma contínua e
lenta, mas esses produtos podem ser de difícil aplicação e manutenção no local
exato.

Os medicamentos oculares são utilizados quase sempre devido a seus efeitos


locais. Por exemplo, lágrimas artificiais são utilizadas para aliviar a secura dos
41
AT E N D E N T E D E F A R M Á C I A

olhos. Outros medicamentos (por exemplo, os utilizados para tratar glaucoma


[veja a tabela Medicamentos usados para tratar glaucoma], como acetazolamida
e betaxolol, e os que são utilizados para dilatar as pupilas, como fenilefrina e
tropicamida) produzem um efeito local (agindo diretamente nos olhos) depois de
serem absorvidos através da córnea e conjuntiva. Alguns desses medicamentos
entram na corrente sanguínea e podem causar efeitos colaterais indesejáveis
em outras partes do corpo.

Via otológica
Medicamentos usados para tratar inflamação e infecção de ouvido podem ser
aplicados diretamente nos ouvidos afetados. Gotas para ouvidos contendo
soluções ou suspensões são tipicamente aplicadas apenas no canal auricular
externo. Antes de aplicar gotas para ouvidos, as pessoas devem limpar
cuidadosamente os ouvidos com um pano úmido e secá-los. A menos que os
medicamentos sejam utilizados por um longo período ou utilizados em excesso,
uma pequena quantidade de medicamento entra na corrente sanguínea, logo,
os efeitos colaterais generalizados são ausentes ou mínimos. Os medicamentos
que podem ser administrados por via otológica incluem hidrocortisona (para
aliviar a inflamação), ciprofloxacino (para tratar infecção), e benzocaína (para
insensibilizar os ouvidos).

Via nasal
Caso um medicamento deva ser inalado e absorvido através da fina membrana
mucosa que reveste as fossas nasais, ele precisa ser transformado em pequenas
gotículas no ar (atomizado). Uma vez absorvido, o medicamento entra na
corrente sanguínea. Medicamentos administrados por essa via costumam
atuar rapidamente. Alguns deles irritam as vias nasais. Os medicamentos que
podem ser administrados por via nasal incluem nicotina (para deixar de fumar),
calcitonina (para osteoporose), sumatriptana (para enxaqueca) e corticosteroides
(para alergias).

Via inalatória
Os medicamentos administrados por inalação pela boca devem ser atomizados
em partículas menores do que os administrados por via nasal, para que seja
possível que o medicamento passe pela traqueia e entre nos pulmões. A
profundidade atingida pelo medicamento nos pulmões depende do tamanho
das gotículas. Gotículas menores alcançam maior profundidade, o que aumenta
a quantidade de medicamento absorvido. No interior dos pulmões, elas são
absorvidas e entram na corrente sanguínea.

Administração de medicamentos por inalação


Relativamente poucos medicamentos são administrados dessa forma, pois
a inalação deve ser controlada cuidadosamente para que a pessoa receba a
quantidade correta de medicamento em um determinado período. Além
disso, pode ser necessário um equipamento especializado para administrar
o medicamento por essa via. Geralmente, este método é utilizado para
administrar medicamentos que agem especificamente nos pulmões, tais
42
ESCOLEGIS CMM

como  aerossolizados  medicamentos antiasmáticos em recipientes de doses


controladas (chamados inaladores), e para administrar gases utilizados para
anestesia geral.

Via por nebulização


Similar à via inalatória, medicamentos administrados por nebulização devem
ser aerossolizados em pequenas partículas para alcançarem os pulmões.
A nebulização requer o uso de dispositivos especiais, geralmente sistemas
ultrassônicos ou nebulizadores a jato. A utilização apropriada de um dispositivo
ajuda a aumentar a quantidade de medicamento liberado nos pulmões. Os
medicamentos que são nebulizados incluem tobramicina (para fibrose cística),
pentamidina (para pneumonia provocada por Pneumocystis jirovecii) e albuterol
(para ataques de asma).
Os efeitos colaterais podem incluir aqueles que ocorrem quando o medicamento
é depositado diretamente nos pulmões (tais como tosse, sibilos, falta de ar
e irritação pulmonar), disseminação do medicamento no meio ambiente
(possivelmente afetando outras pessoas diferentes daquelas que tomam
o medicamento), e contaminação do dispositivo utilizado para nebulização
(particularmente quando o dispositivo é reutilizado e inadequadamente limpo).
Utilizar o dispositivo adequadamente ajuda a evitar efeitos colaterais.

Via cutânea
Os medicamentos aplicados na pele geralmente são utilizados por seus
efeitos locais e, assim, são mais comumente usados no tratamento de
distúrbios da pele superficiais, como  psoríase,  eczema, infecções de pele
(virais, bacterianas e fúngicas), prurido e pele seca. O medicamento é misturado
com substâncias inativas. Dependendo da consistência dessas substâncias
inativas, a formulação pode ser uma pomada, um creme, uma loção, uma
solução, um pó ou um gel (veja Preparados tópicos).

Via transdérmica
Alguns medicamentos são disponibilizados no corpo todo através de um
adesivo sobre a pele. Algumas vezes, esses medicamentos são misturados a
uma substância química (como o álcool) que intensifica a penetração pela pele
e entrada na corrente sanguínea sem uso de injeções. Através de um adesivo, o
medicamento pode ser administrado lentamente e de forma constante, durante
muitas horas, dias ou até mesmo mais tempo. Como resultado, os níveis do
medicamento no sangue podem ser mantidos relativamente constantes. Os
adesivos são particularmente úteis no caso de medicamentos que o organismo
elimina com rapidez, pois, se os mesmos fossem administrados de outras
formas, teriam de ser tomados frequentemente. No entanto, os adesivos podem
irritar a pele de algumas pessoas. Além disso, os adesivos são limitados pela
rapidez com que o medicamento pode atravessar a pele. Apenas medicamentos
que devem ser administrados em doses diárias relativamente baixas podem
ser administrados através de adesivos. Exemplos desses medicamentos são:
nitroglicerina (para dor torácica), escopolamina (para enjoo do movimento),
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nicotina (para deixar de fumar), clonidina (para hipertensão arterial) e fentanila


(para alívio da dor).

Técnica básica de um cálculo farmacêutico;


Frequentemente chega no balcão da farmácia receitas médicas para as quais
devemos realizar cálculos a fim de determinar a quantidade a ser administrada
ou dispensada. O farmacêutico e o balconista precisam ter noções de matemática
para executar diversas tarefas relacionadas à dispensação de medicamentos,
como orientar ao paciente a dose necessária de determinado medicamento, a
quantidade de caixas ou frascos que precisam ser dispensados para atender o
tratamento total, dentre outros, para tanto, é imprescindível conhecer as unidades
de medidas, as expressões que representam a concentração ou dosagem do
medicamento, além da habilidade de saber executar os cálculos necessários para
uma dispensação que contemple o uso racional de medicamentos.
Ao receber uma prescrição na farmácia, algumas informações devem ser
consideradas antes que o cálculo seja iniciado, são elas:

a) Paciente: verificar se a pessoa que vai utilizar o medicamento é adulto, criança


ou idoso;

b) Dosagem ou concentração do medicamento: observar a unidade de medida


utilizada, que pode estar expressa em grama (g), miligramas, (mg), micrograma
(mcg), unidades internacionais (UI) para forma farmacêutica sólida ou expressa
em porcentagem (%), miligramas por mililitros (mg/ml), unidades internacionais
por mililitros (UI/ml), para as formas farmacêuticas líquidas;

c) Posologia:  avaliar o modo de administrar o medicamento, quantidade de


doses necessárias por dia e o tempo de tratamento.
Após a análise da prescrição, o profissional deve verificar na embalagem do
medicamento se a dosagem ou concentração corresponde ao prescrito, a
quantidade de medicamento dentro de cada embalagem e, finalmente, aplicar
os cálculos.
Durante a dispensação, as duas principais finalidades de realizar os cálculos
farmacêuticos são:

1º Descobrir a dose do medicamento que deverá ser administrada (podendo ser


o volume de medicamentos para pegar no copo dosador ou seringa dosadora,
a quantidade de gotas necessárias ou quantidade de comprimidos necessários);

2º Descobrir a quantidade de embalagens necessárias para atender o tratamento


total.
A regra de três é um dos cálculos mais utilizados nessas situações. A seguir,
apresentaremos alguns exemplos de cálculos para fins didáticos. (Obs.: as
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informações utilizadas nos exemplos não retratam fielmente uma prescrição).


Cálculo para dispensação de forma farmacêutica sólida: 
Neste exemplo, observamos na caixa da isotretinoína que cada cápsula tem 20 mg.
O paciente precisa tomar 40mg, portanto, 2 cápsulas em cada dose, descoberto
isso, realizamos o cálculo para determinar a quantidade de embalagens
necessárias, por meio do qual obtemos que o paciente irá precisar de 4 caixas,
com 30 cápsulas cada, para o tratamento de 30 dias.

Cálculo para dispensação de forma farmacêutica líquida: 


Para formas farmacêuticas líquidas, como soluções, suspensões e xaropes, por
exemplo, o objetivo inicial é determinar o volume a ser administrado por dose.
Neste exemplo, precisamos descobrir quantos mililitros de amoxicilina precisam
ser administrados, para tanto, é preciso observar a concentração na embalagem,
que é de 250mg/5mL, assim, temos que cada 5mL tem 250mg, portanto, aplicando
a regra de três, descobrimos a dose de 500mg corresponde a 10 ml. O paciente
deve tomar 10 ml de amoxicilina, de 8 em 8 horas, ou seja, 3 vezes ao dia por 7
dias, devemos multiplicar esses valores, obtendo que serão necessários 210mL.
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Sabendo que cada embalagem contém 150mL, serão necessários 2 frascos de


amoxicilina.

Cálculo envolvendo gotas


Neste exemplo, a dose já está expressa em gotas, dessa forma precisamos
descobrir apenas quantos frascos dispensar para o tratamento de 60 dias. A
embalagem do clonazepam informa que cada mililitro da solução oral contém
25 gotas, o tratamento completo requer 900 gotas, portanto, após os cálculos
encontramos que serão necessários 2 frascos.

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Cálculo envolvendo porcentagem


Na prescrição de levomepromazina, temos que a concentração de 4% equivale a
4g por 100mL. É preciso realizar a conversão da massa em grama para massa em
miligrama, em seguida, encontrar o volume por dose e a partir disso, descobrir
quantas gotas administrar e quantos frascos dispensar. Após os cálculos,
descobrimos que será necessário dispensar 5 frascos para o tratamento de 30
dias e o paciente deve tomar 15 gotas por dose.

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Cálculo envolvendo peso


O cálculo envolvendo peso pode estar presente tanto para formas farmacêuticas
sólidas, quanto para líquidas. Nesse exemplo temos que uma criança de 10 Kg
deverá tomar 25 mg de amoxicilina para cada quilo, dessa forma obtemos que
será necessário 250 mg. Como o medicamento prescrito se apresenta sob a forma
de suspensão, será necessário descobrir o volume necessário para administrar
em cada dose, assim, obtemos que será necessário administrar 2,5 ml por dose.
Posteriormente, identificamos que será preciso apenas 50mL para atender
o tratamento total, sendo necessário apenas 1 frasco, visto que a embalagem
contém 150 ml.
A título de conhecimento, se a estabilidade dessa apresentação fosse de 7 dias,
seriam necessários 2 frascos e nesse contexto, o paciente deve ser orientado a
administrar o primeiro frasco por 7 dias, desprezando o excedente e só então,
reconstituir o segundo frasco para dar continuidade aos 3 dias restantes de
tratamento.
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Dispensação de medicamentos.
A dispensação deve ser entendida como integrante do processo de atenção ao
paciente, ou seja, como uma atividade realizada por um profissional da saúde,
com foco na prevenção e promoção da saúde, tendo o medicamento como
instrumento de ação.
Neste ato, deve informar e orientar o paciente sobre o uso adequado do
medicamento. Além disso, é nesse momento que o profissional conversa com o
usuário e pode desenvolver outras ações relacionadas à saúde do paciente. 
Ainda que seja um procedimento simples, a dispensação deve respeitar algumas
etapas, a fim de garantir que tudo corra da melhor maneira possível. Abaixo,
vamos descrever cada uma dessas etapas.

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1º passo: ACOLHIMENTO
O acolhimento é essencial para um bom atendimento. Segundo o Ministério da
Saúde, acolher significa “um modo de operar os processos de trabalho em saúde,
de forma a atender a todos que procuram os serviços de saúde, ouvindo seus
pedidos e assumindo no serviço uma postura capaz de acolher, escutar e dar
respostas mais adequadas aos usuários”.
Portanto, para acolher é necessário prestar um atendimento com resolutividade
e responsabilização. Deve demonstrar respeito e interesse por todos os pacientes
que chegam ao balcão de atendimento. Adote um tom de voz adequado e
encaminhe o paciente para um local mais tranquilo se necessário.  

2º passo: AVALIAÇÃO DA PRESCRIÇÃO


A  prescrição de um medicamento  é um documento com valor legal, que deve
ser tratado com responsabilidade e profissionalismo por todos os envolvidos
(médicos, pacientes e farmacêuticos).
Ao receber a prescrição, deve analisá-la levando em conta sua legitimidade com
base em aspectos terapêuticos (farmacêuticos e farmacológicos), na adequação
dela à situação do paciente e às possíveis contraindicações e interações
medicamentosas – evento clínico que pode ocorrer quando a ação de um
medicamento é alterada pela utilização de outro fármaco. Só depois desta análise
a dispensação de medicamentos poderá ser realizada.
Como avaliar a prescrição 
Antes de mais nada, deve-se avaliar  para quem a prescrição está direcionada.
Pergunte para o paciente se a medicação é para ele. Essa informação é importante
para obter informações que possibilitem avaliar a aplicabilidade da medicação e
a posologia. 
Sempre que possível, procure chamar o paciente pelo nome para que a relação
terapêutica entre paciente e colaborador seja estabelecida com mais facilidade.
Durante o atendimento, pode coletar informações importantes do paciente
e, assim, prevenir problemas como a baixa  adesão ao tratamento. De acordo
com o Ministério da Saúde, aproximadamente 70% dos pacientes com pressão
alta, diabetes ou dislipidemias (excesso de lipídios no sangue) não conseguem
controlar suas doenças, mesmo tendo a prescrição e diagnóstico médico. Na
maioria dos casos, esses pacientes utilizam vários medicamentos.
Avalie a legalidade e a legibilidade da prescrição. No que tange a legalidade, devem
ser avaliadas todas as informações sugeridas pelas Boas Práticas de Prescrição
(OMS, 1998), bem como pelos dispositivos legais brasileiros.
A data da receita também deve ser observada, uma vez que indica a continuidade
de um tratamento ou a reutilização de uma prescrição. A reutilização de uma
prescrição pode não fazer sentido quando o paciente resolve, por exemplo,
comprar um antibiótico 3 meses após o diagnóstico de uma infecção.
Caso seja identificado algum problema na prescrição que impeça a dispensação
de medicamentos, o paciente deverá ser encaminhado ao médico, portando uma
orientação por escrito do farmacêutico.
E quando o comprador não for o paciente ou o cuidador? O que fazer? 
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Se o paciente estiver impossibilitado de adquirir os medicamentos por conta


própria, pode acontecer dele pedir auxílio a um parente, amigo ou vizinho. Se o
nome que consta na prescrição não for o mesmo do comprador, cabe ao atendente
realizar uma breve investigação para descobrir a relação entre o comprador e o
paciente.
Isso é importante para que, durante o atendimento, recolha todas as informações
possíveis sobre o paciente para determinar a aplicabilidade dos medicamentos
prescritos, com base em dados como idade, peso, condição de saúde, remédios
de que o paciente faz uso, etc.

3º passo: AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO


Se o paciente acabou de receber o diagnóstico médico, ele precisa de informações
mais detalhadas acerca do tratamento. Nesta situação, o acolhimento que precede
a dispensação de medicamentos é ainda mais importante, pois o paciente pode
estar em um momento vulnerável, tendo de lidar com as fases iniciais do processo
de adaptação à doença.
Caso a prescrição seja do paciente e ele esteja  iniciando um tratamento, não
deixe de fazer as seguintes perguntas:
O(a) senhor(a) sabe porque vai tomar esse medicamento?
O médico lhe explicou como esse medicamento deve ser tomado?
O médico explicou o que deve ser feito caso uma dose seja esquecida?
Caso o paciente  já faça uso do medicamento, outras perguntas pertinentes
podem ser feitas:
Como o(a) senhor(a) toma esse medicamento?
O senhor(a) faz uso de outros medicamentos além desse?
Como está sendo o tratamento?
Seu colesterol está controlado?
Sentiu algum efeito adverso?

4º passo: FINAL DO ATENDIMENTO


Após tirar todas as dúvidas do paciente e dispensar o medicamento prescrito,
podemos aproveitar para  oferecer outros  serviços de saúde  que julgar
pertinentes. Como, por exemplo, encaminhar ao farmacêutico para uma revisão
da farmacoterapia.
A revisão da farmacoterapia é um serviço no qual o farmacêutico realiza a análise
de todos os medicamentos utilizados pelo paciente, com o intuito de resolver
problemas relacionados à prescrição, à utilização, aos resultados terapêuticos,
entre outros. 
Como o uso de diferentes medicamentos pode acarretar nas já mencionadas
interações medicamentosas, é importante que a revisão leve em conta todos
os remédios que o paciente toma, não somente os prescritos pelo médico, mas
também os utilizados para automedicação e até mesmo os fitoterápicos.
Para ser um bom atendente de farmácia devemos estar em constante atualização,
já que vimos nesse curso que a área da farmácia sempre está se inovando e
atualizando, aparecendo novos produtos, medicamentos e técnicas para melhorar
a saúde e o tratamento de cada paciente.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O mercado de trabalho para atendentes de farmácia é bastante promissor.
Muitos profissionais começam suas carreiras nessas funções e chegam a ocupar
cargos de gerentes e farmacêuticos. Tudo isso dependerá apenas do seu esforço
e dedicação.
Mantenha-se atualizado sobre o mercado, estude, se dedique e a
possibilidade de desenvolver um plano de carreira será alta. Além disso, algumas
farmácias e drogarias costumam dividir os atendentes em funções como júnior,
pleno e sênior. Assim, podendo chegar até mesmo a gerência do estabelecimento.
A profissão de atendente de farmácia ou balconista está em constante crescimento
e é uma ótima oportunidade para iniciar sua vida profissional. Com esse curso,
sua dedicação e constante atualização não faltará vaga de emprego e crescimento
profissional, visto que a área da farmácia é uma das que mais cresce no Brasil.

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REFERÊNCIAS
Site da ANVISA: www.anvisa.gov.br Site
Site do Ministério da Saúde: www.saude.gov.br
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Cartilha ―O trabalho dos agentes comunitários de saúde na promoção do uso
correto de medicamentos‖ – Ministério da Saúde, 2001.
Portal Farmácia – www.portalfarmacia.com.br
SOUZA, C. Você é líder da sua vida. Rio de Janeiro : Sextame, 2007.
LOVELOCK, C. H.; WRIGHT, L. Serviços: marketing e gestão. São Paulo: Saraiva,
2002.
LUPPA, L. P. A Essência da liderança de resultados. São Paulo: Landscape, 2006.
MAXIMIANO, A. C. Administração para empreendedores .São Paulo: Pearson
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OMS. Organização Mundial da Saúde. Guia para a boa prescrição médica. Porto
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PEPE, V.L.E.; CASTRO, C.G.S.O. A interação entre prescritores, dispensadores e
pacientes: informação compartilhada como possível benefício terapêutico. Cad.
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sanitária e regulamentação da profissão. Rev. Saúde Pública, v. 38, n. 3, p. 429-
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de 2009. Dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do
funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação
de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências.
Diário Oficial da União, Brasília, DF, 18 ago. 2009, seção 1, p. 78.
Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 20, de 05 de maio
de 2011b. Estabelece os critérios para a prescrição, dispensação, controle,
embalagem e rotulagem de medicamentos à base de substâncias classificadas
como antimicrobianos de uso sob prescrição, isoladas ou em associação. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 09 maio. 2011, seção 1, p. 39.
Conselho Federal de Farmácia. Resolução CFF nº 357, de 20 de abril de 2001.
Aprova o regulamento técnico das Boas Práticas de Farmácia. Diário Oficial do
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Farmácia Estabelecimento de Saúde. Fascículo I. São Paulo, 2009b. (Farmácia
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Consulta e Prescrição Farmacêutica. Fascículo XI. São Paulo, 2016a. (Farmácia
Estabelecimento de Saúde).
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