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PARÓQUIA SÃO BENTO

CATEQUESE – COMUNIDADE SÃO BENTO

GINCANA BENEDITINA 2022


Data: 17/07/2022 (Domingo)

BIOGRAFIA DE SÃO
Sua vida é narrada por São Gregório Magno no livro dos Diálogos. Descreve-o como um homem que
recebeu o dom da sabedoria, desde sua mais tenra idade, e que viveu o Espírito de todos os justos.
O nascimento de São Bento ocorreu por volta do ano 480. Provinha, assim disse São Gregório Magno,
«ex provincia Nursiae» – da região da Núrsia. Seus pais, Eupróprio ou Eutrópio e Abundância, logo o
mandaram para realizar os estudos em Roma. Ele, porém, não se firmou muito tempo na Cidade Eterna.
Como explicação plenamente acreditável, Gregório Magno indica o fato de que o jovem Bento estava
incomodado pelo estilo de vida de muitos de seus colegas de estudos, que viviam de modo dissoluto, e não
queria cair nos mesmos erros. Queria agradar a Deus somente; «soli Deo placere desiderans» (II Dial., Prol
1).
Assim, ainda antes da conclusão de seus estudos, Bento deixou Roma e se retirou na solidão dos
montes ao leste de Roma. Depois de uma primeira estadia no vilarejo de Effide (hoje: Affile), onde por certo
período se associou a uma «comunidade religiosa» de monges, fez-se eremita na distante Subiaco. Lá viveu
por três anos completamente só em uma gruta que, a partir da Alta Idade Média, constitui o «coração» de um
mosteiro beneditino chamado «Sacro Speco». O período em Subiaco, um período de solidão com Deus, foi
para Bento um tempo de amadurecimento. Lá devia suportar e superar as três tentações fundamentais de
todo ser humano: a tentação da auto-afirmação e do desejo de pôr a si mesmo no centro, a tentação da
sensualidade e, por fim, a tentação da ira e da vingança. Era, de fato, convicção de Bento que, só depois de
ter vencido estas tentações, ele poderia dizer aos outros uma palavra útil para sua situação de necessidade. E
assim, pacificada sua alma, estava em condições de controlar plenamente os impulsos do eu, para ser assim
um criador de paz em torno de si. Só então decide fundar os primeiros mosteiros no vale do Anio, vizinho a
Subiaco.
Em 503 recebe grande quantidade de discípulos e funda doze pequenos mosteiros. Em 529, por causa
da inveja do sacerdote Florêncio, tem de se mudar para Monte Cassino, onde funda o mosteiro que viria a ser
o fundamento da expansão da Ordem Beneditina. É nesse episódio que Florêncio lhe envia de presente um
pão envenenado, mas Bento dá o pão a um corvo que todos os dias vinha comer de suas mãos e ordena à ave
que o leve para longe, onde não pudesse ser encontrado. Durante a saída de Bento para Monte Cassino,
Florêncio, sentindo-se vitorioso, saiu ao terraço de sua casa para ver a partida do monge. Entretanto, o
terraço ruiu e Florêncio morreu. Um dos discípulos de Bento, Mauro, foi pedir ao mestre que retornasse, pois
o inimigo havia morrido, mas Bento chorou pela morte de seu inimigo e também pela alegria de seu
discípulo, a quem impôs uma penitência por regozijar-se pela morte do sacerdote.
Em todo o segundo livro dos Diálogos, Gregório Magno nos ilustra como a vida de São Bento estava
imersa em uma atmosfera de oração, principal fundamento de sua existência. Sem a oração não há
experiência de Deus. Mas a espiritualidade de Bento não era uma interioridade fora da realidade. Na
inquietude e na confusão de seu tempo, ele vivia sob o olhar de Deus e justamente assim não perde mais de
vista os deveres da vida cotidiana e o homem com suas necessidades concretas. Vendo Deus, entende a
realidade do homem e sua missão. Na sua Regra, ele qualifica a vida monástica como «uma escola do
serviço do Senhor» (Prol. 45) e pede a seus monges que «à Obra de Deus [isto é, ao Ofício Divino ou à
Liturgia das Horas] não se anteponha nada» (43, 3). Sublinha, porém, que a oração é em primeiro lugar um
ato de escuta (Pról. 9-11), que deve pois traduzir-se em ação concreta. «O Senhor espera que nós
respondamos todo dia, com fatos, a seus santos ensinamentos», ele afirma (Pról. 35). Assim, a vida do
monge se torna uma simbiose fecunda entre ação e contemplação, «a fim de que em tudo Deus seja
glorificado» (57, 9). Em contraste com uma auto-realização fácil e egocêntrica, hoje mesmo exaltada, o
primeiro e irrenunciável empenho do discípulo de São Bento é a sincera busca de Deus (58, 7), sobre o
caminho traçado por Cristo humilde e obediente (5, 13), ao amor do qual ele não deve antepor qualquer coisa
(4, 21; 72, 11); e justamente assim, no serviço ao outro, torna-se homem do serviço e da paz.

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PARÓQUIA SÃO BENTO
CATEQUESE – COMUNIDADE SÃO BENTO

No exercício da obediência transformada em ato com uma fé animada pelo amor (5,2), o monge
conquista a humildade (5,1), à qual a Regra dedica um capítulo inteiro (7). Deste modo, o homem se torna
sempre mais conforme a Cristo e alcança a verdadeira auto-realização como criatura à imagem e semelhança
de Deus.
A lei fundamental que devia reinar soberana entre os monges era a caridade fraterna, como se lê nos
capítulos da regra que tratam do ofício do abade e do relacionamento entre os monges.
A raiz dessa convivência era a oração e a Palavra de Deus. Não só a oração comum feita no coro, mas
também a meditação pessoal e a que cada um podia repetir livremente em breves intervalos com simples
invocações. A Palavra de Deus, pois, não se limitava à escuta respeitosa, mas era interiorizada para ser
encarnada concretamente no comportamento cotidiano normal. Era este o sentido profundo da Lectio Divina
(leitura orante da Bíblia).
O lema “ora et labora” (oração e trabalho) resume e exprime bem a espiritualidade beneditina, porque
realiza uma feliz síntese entre oração e trabalho. Este lema foi fermento de progresso religioso e, ao mesmo
tempo, civil: a oração e a meditação davam incentivo, inspiração e entusiasmo ao cansaço do trabalho, às
vezes muito duro, na origem das várias fundações de mosteiros.
A poucos quilômetros de Monte Cassino, Santa Escolástica, irmã gêmea de São Bento, adotou a Regra
para as mulheres, dando origem às monjas beneditinas.
São Bento faleceu em Monte Cassino em 547 no dia 21 de março, com 67 anos de idade. Mas por
causa da coincidência com a Quaresma, sua memória foi transferida para o dia 11 de julho, dia em que,
desde a Idade Média, em alguns lugares, fazia-se particular memória do santo. Sua figura histórica
agigantou-se cada vez mais, encontrando rápida ressonância na literatura, na arte e sobretudo na vida
religiosa consagrada. A Igreja o reconhece como o padroeiro da Europa.

As representações de São Bento geralmente mostram, junto com o santo, o livro da Regra, um cálice
quebrado e um corvo com um pão na boca, em memória ao pão envenenado que recebeu do sacerdote
invejoso.

MEDALHA DE SÃO BENTO

Na frente da medalha (veja foto) são apresentados uma cruz e entre seus braços estão gravadas as
letras C S P B, cujo significado é, do latim: Cruz Sancti Patris Benedicti - "Cruz do Santo Pai
Bento".
 Na haste vertical da cruz lêem-se as iniciais C S S M L: Crux Sacra Sit Mihi Lux - "A
cruz sagrada seja minha luz".
 Na haste horizontal lêem-se as iniciais N D S M D: Non Draco Sit Mihi Dux - "Não seja o
dragão meu guia".
 No alto da cruz está gravada a palavra PAX ("Paz"), que é lema da Ordem de São Bento.
Às vezes, PAX é substituído pelo monograma de Cristo: I H S.

À partir da direita de PAX estão as iniciais: V R S N S M V: Vade Retro Sátana Nunquam Suade Mihi Vana - "Retira-
te, satanás, nunca me aconselhes coisas vãs!"

S M Q L I V B: Sunt Mala Quae Libas Ipse Venena Bibas - "É mau o que tu me ofereces, bebe tu mesmo o teu
veneno!".

Nas costas da medalha está São Bento, segurando na mão esquerda o livro da Regra que
escreveu para os monges e, na outra mão, a cruz. Ao redor do Santo lê-se a seguinte
jaculatória ou prece: EIUS - IN - OBITU - NRO - PRAESENTIA - MUNIAMUR - "Sejamos
confortados pela presença de São Bento na hora de nossa morte".

É representado também a imagem de um cálice do qual sai uma serpente e um corvo com um
pedaço de pão no bico, lembrando as duas tentativas de envenenamento, das quais São Bento
saiu, milagrosamente, ileso.

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