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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

FACULDADE DE HISTÓRIA(FH/UFG)

FLAVIANNY M. DE PAULA

REGRAS DE SÃO BENTO-

ANÁLISE HISTORIOGRÁFICA

HISTÓRIA MEDIEVAL 1

GOIÂNIA-GO

setembro de 2021

FLAVIANNY M. DE PAULA
REGRAS DE SÃO BENTO-

ANÁLISE HISTORIOGRÁFICA

HISTÓRIA MEDIEVAL 1

Análise Historiográfica da matéria de História Medieval 1


do curso de História com o intuito de aprendizado e
conhecimento da matéria dita.

Profa..: Armênia

GOIÂNIA-GO
2021

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“ A quem mais se confia, mais se exige”
-Bento de Núrsia- Regras de São Bento
RESUMO
Podemos afirmar o quão impactante para a história a regra de São Bento de Núrsia foi, e
ainda é, já que reflete nos dias de hoje. O objetivo principal de Bento em relação a sua obra
foi trazer maior organização para os mosteiros e comunidade, para que assim pudessem
prosperar no caminho de Cristo. Mesmo com a situação que Roma se encontrava devido ao
declínio Bento teve uma grande perspicácia quando escreveu sua regra, pois foi objetivo com
o seus ensinamentos, deixando claro seu objetivo principal que era Servir a Deus e ir para o
reino do céu com boas obras.

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SUMÁRIO

Introdução …………………………………………………………………………………..……….p.5

Biografia do Autor…………………………………………………………………………………...p.6

Identificação do tema…………………………………………………………………..…………….p.9

Resumo da obra…………………………………………………………………………………….p.10

Identificação dos objetivos principais………………………………………………………..….


….p.11

Ideias Principais…………………………………………………………………………………….p.12

Argumentos que sustentam………………………………………………………………………....p.13

Problematizações Principais………………………………………………………………………..p.14

As fontes e os principais autores………………………………………………………………..….p.16

Síntese crítica……………………………………………………………………………………….p.17

Conclusão……………….………………………………………………………………………….p.18

Bibliografia………………………………………………………………………………………....p.19

INTRODUÇÃO
Nesta análise historiografia será apresentada pontos importantes para o melhor
entendimento da obra, de acordo com o roteiro proposto para a metodologia.

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Antes de analisar a obra apresentarei uma breve biografia de São Bento de Núrsia
partindo do momento que deixa Roma para se tornar eremita. A sua obra também terá uma
menção junto a seus feitos religiosos. A estrutura de sua obra será listada para assim, ficar
claro seus objetivos e fontes.
Portanto, ao final da investigação manifestarei um panorama crítico em relação aos
pontos importantes e seu papel na história ocidental.

BIOGRAFIA DO AUTOR

É complexo encontrar fontes e resquícios sobre a vida de Bento de Núrsia, e só se sabe sobre
sua vida e histórias graças ao Gregório de Magno que escreveu depois de 50 anos da morte de Bento
a obra "Diálogos" que contava sobre os diversos momentos, antemão devo acrescentar que, Gregório
de Magno escreveu depois de quase cinquenta anos da morte de Bento, o livro foi baseado nos
relatos de monges que havia tido convivência com Bento. Gregório ainda era prefeito de Roma
quando teve seu primeiro contato com os beneditinos quando eles fugiam do Mosteiro de
Montecassino, mosteiro este, havia sido o primeiro construído por bento; buscavam refúgio na
cidade, pois, havia sido invadido por longobardos. Com a aproximação de Gregório com os monges
percebeu sua vocação na religião e se tornou beneditino, largando seu posto de prefeito e doando
suas riquezas para construção de novos mosteiros; havia uma grande admiração que beirava ao
fanatismo vindo de Gregorio para com Bento de Núrsia, sendo o ponto de partida para conhecer a
vida de Bento e se tornar seu biógrafo.
Nascido na Núrsia (atual Nórcia) vilarejo que fica na Itália no ano de 480, Bento sempre teve
uma ligação maior com a religião, filho de uma nobre família de romanos, sempre se dedicou aos
estudos; aos 13 anos foi para Roma, lugar este, estava sob domínio dos bárbaros ostrogodos para
estudar filosofia e retórica. Contudo, Bento se encontrou decepcionado com o modo de vida das
pessoas que habitavam a cidade, pois estavam corroídas pela corrupção e imoralidades. Com isso
Bento largou seus estudos e a cidade nos anos 500 com sua governanta que o acompanhava,
decidindo ir em busca de aprendizado e uma solução que pudesse salvar sua cidade.

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Seu primeiro milagre aconteceu quando estavam em uma pousada em São Apóstolo e sua
governanta, por acidente, quebrou um crivo que pegara emprestada; ao ver o desespero de sua
governanta com os cacos do crivo Bento pediu que os entregasse e fez uma reza em cima dos cacos
com uma cruz, quando a governanta percebeu que o crivo estava reparado. Isso fez com que Bento
ficasse conhecido pelo vilarejo e começasse a pregar.
Depois de 7 anos pregando decidiu se tornar um eremita e se isolar em uma caverna em
Subiaco, até que foi descoberto por um monge que morava por perto, o mesmo prometeu guardar
segredo e deu um traje monástico negro, que mais tarde veio a se tornar a roupa que Bento, assim
como seus discípulos usaria; se tornaram grandes amigos e de tempos em tempos o monge tirava
metade da sua própria ração para levar para Bento. Passou-se 3 anos como eremita até que pastores
que passaram pela região o encontrou, logo, a caverna recebia visitas de várias pessoas diariamente
para ouvir Bento e pedir conselhos espirituais, assim, percebeu que já havia chegado ao fim seu
pedido por reclusão.
Mesmo recusando várias vezes devido às diferenças de costumes, Bento se tornou abade do
convento de São Cosimato que se localizava em Vicovaro, no norte da Itália. Devido sua rigidez os
monges não o aceitavam e não estavam dispostos a largar suas vidas desregradas para ter disciplina e
responsabilidade espiritual. Com isso, tentaram matar Bento envenenado; existem alguns relatos que
afirma que essa situação só serviu para fortalecer espiritualmente Bento, sendo assim um novo
milagre, visto que, quando ele abençoou o vinho envenenado a taça estilhaçou, deixando claro para
Bento a tentativa absurda dos monges. Encarando isso como um sinal, ele saiu do mosteiro e seguiu
seu caminho sozinho voltando para Subiaco.
Quando reconheceu estar há muito tempo consigo mesmo, foi para Nápoles com seus
discípulos e construíram 12 mosteiros para seus 12 discípulos, dado que, Roma o reconhecia assim
como sua história repleta de milagres. Alguns nobres começaram a entregar seus filhos para que
Bento criasse para servir ao Senhor, entre estes estavam, Equício que entregou seu filho Mauro, e o
nobre Tertulo, a de Plácido, que era mais novo que Mauro; ambos seguiram fielmente o caminho do
senhor e se tornaram grandes discípulos beneditinos. Assim como seu mestre, eles foram
santificados.
Seu mosteiro havia se tornado um exemplo para os outros mosteiros e isso havia gerado uma
inveja no sacerdote Florêncio, que havia tentado o envenenar no ano de 529, desta vez o
envenenamento teria sido tentado por um pedaço de pão, que desconfiado, Bento pediu para o corvo
que comia sempre pão das mãos de Bento levar para longe e não se alimentar do mesmo, quando o
corvo voltou recebeu o alimento que era costumo Bento entregar; assim como anteriormente, Bento
viu isso como um sinal para se afastar das multidões, nomeou os superiores dos mosteiros e levou
consigo poucos discípulos.
Foram parar em Monte Cassino localizado no sul da Itália, onde havia um templo de Apolo
que ainda era venerado por alguns moradores da região, sendo este que Bento destruíra e construíra
a primeira sede benedita, na mesma também construiu a Capela de São Martinho e a Capela de São
João; a sede se tornou o mosteiro mais famoso da Europa.
Bento permaneceu leigo durante sua vida, por recusar a ordenação, permaneceu servindo o
abade durante 20 anos. Sendo um eremita que buscava melhoria espiritual não apenas para si, mas
para o povo; criou-se no ano de 334 a regra monástica que no futuro se tornaria muito famosa e usada
por todos os mosteiros da Europa.
O objetivo da regra era reformar a forma que o monasticismo era posto, era um pequeno
prólogo de 73 capítulos sendo divididos de acordo com seus objetivos e funções. Do capítulo 1 ao 3
era apenas para organizar a hierarquia monástica, os capítulos 4 ao 7 explicava como seria as
confissões e qual seria o papel do abade, já os capítulos 8 ao 72 regulamentaria uma organização
mais sólida para a comunidade, enquanto o capítulo 73 finalizaria os ensinamentos concluindo.

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Mesmo havendo outros monges que escreveram também regras, nada se compara com a regra
de Bento, toda a disciplina e organização fez com que os mosteiros se tornasse exemplos na
literatura, ciência, educação, hospitais, pois os monges precisavam aprender a ler e escrever para
fazer cópias do livro sagrado, para armazenar situações importante que acontecia na época,
precisavam entender a ciência para criar remédios para o enfermo e cuidar dos que precisavam. Em
pouco tempos os mosteiros, incluindo o mosteiro de sua irmã gêmea que também era monge,
aplicaram a regra e seguia o modelo beneditino. Se não fosse pelos mosteiros, grande parte dos
registros da antiguidade haviam sido perdidos, dessa forma; os beneditinos haviam se tornado a
esperança do ocidente após a queda de Roma.
Em 21 de março de 547 já doente e com o corpo cansado ele faleceu, uma semana antes do
ocorrido ele havia avisado seus discípulos, chegada a hora, pediu que o ajudassem ir ao oratório para
fazer a ceia, então com a ajuda dos irmãos que o segurava Bento morreu. Assim como os discípulos
presentes, os ausentes souberam de sua morte por um sinal enviado; como cita Gregório Magno:
“No mesmo dia, foi comunicada a dois irmãos, dos quais um
estava no mosteiro e o outro distante, igual visão: ambos
viram um caminho forrado de tapeçarias e coruscante
inumeráveis luzes, estendido desde a cela de Bento até o
céu[...]”
(Gregório Magno. Vida e milagres de São Bento (Locais do Kindle 930-932). Família Católica.
Edição do Kindle. )
Ele foi sepultado ao lado de sua irmã gêmea Escolástica, na capela de São Batista, aquela
mesma, que havia construído no lugar que estivera o templo de Apolo em Montecassino.
IDENTIFICAÇÃO DO TEMA
Temas Centrais:
● Hierarquia entre os quatro tipos de monges.
● Como o abade deve funcionar.
● Priorizar os conselhos da comunidade em assuntos importantes.
● Regras a serem cumpridas dentro do abade e comunidade.
● Obedecer sempre os ensinamentos de Deus.
● Manter o silêncio para não pecar.
● Ser humilde para entrar no reino dos céus.

Fonte do Arquivo
● Escrituras sagradas da Bíblia.
● São Pacômio
● São Basílio
● Vitae Patrum
● Santo Agostinho
● Cassiano

Idioma da Fonte
● Hebraico e grego ( versão original) traduzido para o latim ( românico).

Tipologia do Documento
● Regra Monástica
Clausura religiosa que os praticantes da religião precisam seguir

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RESUMO DA OBRA
Para Bento, existiam quatro gêneros de monges e cada um tinha sua própria função e
propósito. Os monges cenobitas eram considerados como os mais disciplinados e poderosos, os
anacoretas que costumavam viver isolados lutando contra os vícios da carne e pensamentos, os
sarabaítas que não seguem regras e julgam o que é santo ou ilícito através de seus próprios desejos e
os giróvagos não possuem uma morada fixa ou estabilidade, sendo escravos de desejos como a
sedução e gula. Dentre esses gêneros de monges, o mais poderoso é o cenobita.
Para o abade ser feito o responsável era necessário seguir algumas diretriz: não poderia
ensinar ou seguir nada além dos ensinamentos de Deus, priorizar a disciplina repreendendo quando o
seguidor ter atos pecaminosos ou não se manter nos caminhos de Deus; não esquecer de dar papeis
para a comunidade cumprir dentro da igreja ou buscar conselhos na comunidade para assuntos
importantes. Sendo sempre solícito e tratar todos de forma igualitária.
Por conseguinte, deve sempre ser humilde e obedecer aos ensinamentos e o abade para ter
êxito espiritual e conseguir a vida eterna; evitar falar palavras irrelevantes ou fazer brincadeiras
promíscuas, pois quanto mais fala maior é a facilidade de pecar, sendo então sempre submisso
quando pedir permissão para dizer. A humildade vai ainda mais além, pois não se pode exaltar ou se
esquecer da posição do abade, optando sempre por fazer as vontades do Senhor ao invés das próprias.

IDENTIFICAÇÃO DOS OBJETIVOS PRINCIPAIS

Bento buscava uma organização baseada nos ensinamentos sagrados para ser possível ir para o
reino dos céus, e viver através do caminho espiritual.

“[22] Se queremos habitar na tenda real do acampamento desse reino, é preciso correr pelo caminho
das boas obras, de outra forma nunca se há de chegar lá.”

(Bento. Regra de São Bento -Documento PDF pg. 2)

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“[50] De modo que não nos separando jamais do seu magistério e perseverando no mosteiro, sob a
sua doutrina, até a morte, participemos, pela paciência, dos sofrimentos do Cristo a fim de também
merecermos ser co-herdeiros de seu reino.”

(Bento. Regra de São Bento -Documento PDF pg. 4)

IDEIAS PRINCIPAIS

● Trazer maior organização para a vida monástica e preservação dos mosteiros.


● Ensinar para os seguidores o caminho dos céus.
● Apresentar ensinamentos bíblicos para ter boas obras.

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ARGUMENTOS QUE SUSTENTAM

Sua regra se baseava em seguir com excelência as escrituras sagradas da Bíblia e ao


mesmo tempo criar uma maior organização na vida monástica para os seguidores e
monges. Para isso, Bento afirma que era preciso renunciar aos desejos carnais e viver em
santidade com boas obras para entrar no reino dos céus. Como ele próprio afirma no
primeiro parágrafo do prólogo da regra: ”[3] A ti, pois, se dirige agora a minha palavra,
quem quer que sejas que, renunciando às próprias vontades, empunhas as gloriosas e
poderosíssimas armas da obediência para militar sob o Cristo Senhor, verdadeiro Rei.”
Com a expectativa que seus seguidores seguissem sua organização e ensinamentos Bento
sintetizou os ensinamentos da Bíblia em sua regra para que com a humildade e obediência
pudessem fazer boas obras. Podendo observar na citação a seguir:

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“[75] Eis aí os instrumentos da arte espiritual: [76] se
forem postos em ação por nós, dia e noite, sem cessar, e devolvidos no dia do juízo, seremos
recompensados pelo Senhor com aquele prêmio que Ele mesmo prometeu: [77] "O que olhos não
viram nem ouvidos ouviram preparou Deus para aqueles que o amam". [78] São, porém, os
claustros do mosteiro e a estabilidade na comunidade a oficina onde executaremos diligentemente
tudo isso.”

PROBLEMATIZAÇÕES PRINCIPAIS

Os princípios seguidos pelos mosteiros beneditinos contribuíram bastante para a


preservação da Europa na Idade Média, pois com a regra escrita por Bento de Núrsia
marcaram bastante algumas áreas, entre elas os hospitais e educação.

Bento era bem prescritivo em relação aos enfermos pois, para ele não bastava cuidar
apenas da alma, também era preciso cuidar do corpo. Principalmente em meios a tantas
batalhas contra os bárbaros, era necessário uma ala hospitalar para cuidar daqueles que
precisavam seguindo então a Bíblia e no futuro sua própria regra. Já que, Bento cede um
capítulo completo a favor dos enfermos. Um desses ensinamentos seria:

“[1] Antes de tudo e acima de tudo deve tratar-se dos enfermos de


modo que se lhes sirva como verdadeiramente ao Cristo, [2] pois Ele disse: "Fui enfermo e
visitastes-me" [3] e "Aquilo que fizestes a um destes pequeninos, a mim o fizestes".”

(Capítulo 36- Regra de São Bento)

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Em relação à educação Bento priorizava ainda mais, pois para ele a educação era
essencial para a igreja, já que era necessário saber ler e escrever para repassar os
ensinamentos para a comunidade e preservar as escrituras. Graças a isso, a regra de São
Bento foi um grande marco na área tendo especificamente uma ala própria para ensinar
nos mosteiros, seguindo a afirmação de Franco Cambi “Nos mosteiros, ademais, toma
corpo um primeiro modelo de escola cristã, diferente em parte da antiga, porém mais
baseada na enhyhlios paidéia , é caracterizado pela centralidade na autoridade do
magister, pelo estudo da Bíblia,[...].

Bento sempre incentivava aos nobres a entregarem seus filhos para os mosteiros e assim
se tornarem servos do Senhor, por exemplo, seus fiéis discípulos Mauro e Plácido os
mesmos que foram citados em sua biografia. Bento de Núrsia também adultos
analfabetos a ingressarem nos mosteiros para aprender e seguir o caminho sagrado,
demonstrando, dessa forma, o seu zelo e cuidado com a educação.

Sua regra também gerou uma grande mudança na cultura ocidental, pois com a
expansão no monasticismo o povo passou a seguir seus ensinamentos; causando então
impactos em várias instituições, uma delas foi a familiar. Visto que, antes da expansão,
a família era vista como autoridade e os princípios das regras monásticas começaram a
apreciar a família como uma união envolta no amor, sendo comparado o papel do pai
semelhante ao Pai do Espírito Santo, além disso, Bento mostrou em sua regra explícita a
função do pai de acordo com o comportamento do Abade; já que ele seria o pai da
igreja. Assim citado por Anselmo Chagas “Ao revestir o abade com estas
características, quis São Bento construir uma sociedade familiar, onde há um pai que
provê, ensina e, principalmente, ama e respeita [...].”

Lembrando também que o monasticismo também impactou na arquitetura europeia, pois


foram construídos vários monumentos semelhantes à sede beneditina em Montecassino.
Com o declínio de Roma, cristianização e a popularização dos mosteiros contribuíram
para que todos aderissem à arquitetura monástica e “esquecessem” a arquitetura
românica, que era julgada como heresia.

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AS FONTES E OS PRINCIPAIS AUTORES

Bento usou em sua obra várias fontes historiográficas, mas que não foram citadas
diretamente; regras de monges que vieram antes dele próprio, por exemplo Santo
Agostinho, monges do Oriente Médio a pedido do Concílio Vaticano II como o
considerado pai de todos os monges Santo Antão entre outros monges.

Sempre deu ênfase a Cristo em sua regra, sempre ao final de cada lição deixava uma
referência à Bíblia ou aos ensinamentos da mesma. Mesmo quando era algo que não
mostrava nas Escrituras como o ato de ter escolas nos mosteiros, Bento dizia que era de
Cristo sendo a famosa palavra tão citada “Regra-Cristo” .

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SÍNTESE CRÍTICA

A regra monástica de São Bento como podemos ver nos tópicos citados foi de suma
importância para o ocidente. A situação que Roma se encontrava potencializou ainda
mais sua obra, pois precisavam de uma nova organização seja ela, comunitária e
espiritual.

Bento não havia sido o primeiro a priorizar os hospitais e cuidados com enfermos, Santo
Agostinho havia iniciado criando o primeiro hospital de Portugal conforme citado:

”Fudados pois nesta doutrina os primeiros, & santos Cone


gos do Mosteiro de S. Cruz, tratarão logo no principio da Fundação do mesmo Mosteiro de
edificar junto a elle hum hospital; pera nelle se exercitarem em todo o genero de charidade com
os pobres, & peregrinos, & lavandolhes os pés; dandolhes de comer, vestindo sua pobreza, &
curando suas enfermidades.”

( Santo Agostinho- livro VII, o capitulo XV parte 2 pg.62)

Sendo uma das principais fontes que Bento baseou sua obra.

Contudo, graças à sua exigência com a disciplina e educação que a história e cultura da
Europa não foi apagada, pois os copistas sempre escreviam além das escrituras as
anotações do mundo em que viviam, envolvendo até mesmo a política da época.

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CONCLUSÃO

Bento foi de suma importância para a Europa pós declínio românico, de mesmo modo foi
os autores de sua fonte para criação da regra.

Muitos nobres acreditavam que Bento era a esperança do Ocidente e de fato foi, pois com
a sua regra trouxe disciplina e responsabilidade para a civilização que estava perdida na
corrupção e imoralidade.

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BIBLIOGRAFIA

Aleteia-São Bento, um dos homens mais importantes da história

Amaral, Dom Emanuel- Papel e função do claustro na arte monástica de construir

B. Ribeiro, Luís Alexandre- Bento de Núrsia

Caderno de cultura (publicação periódica)-Medicina na beira interior da pré- Historia ao


século XX.

Cambi, Franco-História da pedagogia

Chagas de Paiva, Anselmo- Alguns princípios pedagógicos na Regra de São Bento

Cruz Terra Santa- História de São Gregório Magno

Ferreira, Franklin- Servo de Deus- Espiritualidade e teologia na história da igreja

Forte, Isabel-( Academia Edu)- Análise da regra de São Bento

Magno, Gregório- Diálogos

Miguel, Luís Duarte-Dos Licores aos Hospitais - As sugestões da Regra de São Bento-
(Faculdade de Letras da Universidade do Porto)

S. Agostinho-Confissões Livros VII,X e X

UY, Bruno Mosconi. REIS, Jaime Estevão dos-Rotinas Assistencialistas e


Administrativas dos Hospitalários na Idade Média.

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