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ZOE - RELATÓRIO DE AULA

Módulo A Era das Trevas


Título da Aula O monasticismo beneditino
Professor e Monitor Millena Anjos e Ingrid Vidal

Resumo
Nessa aula demos continuidade ao módulo A Era das Trevas, iniciado no domingo
passado.

As invasões bárbaras puseram um fim ao poderio do Império Romano na região


e reintroduziram o paganismo e o arianismo na Europa Ocidental. As principais
questões desse período eram: os arianos obrigariam os católicos a se converter, ou vice-
versa; e os bárbaros que ainda eram pagãos se tornariam católicos ou arianos.
Dois foram os principais elementos na conversão dos bárbaros, o monasticismo e o
papado.
O monasticismo era um fenômeno principalmente oriental, os monges do
ocidente apenas imitavam o que tinham aprendido com os monges do oriente. Porém,
o monasticismo oriental não se adaptava de todo à Europa Ocidental.

• Diferenças: monasticismo oriental x Europa ocidental


1. A vida ascética: abstenção dos prazeres físicos para alcançar a perfeição
e equilíbrio moral e espiritual;
2. Vida solitária x vida em comunidade: monasticismo oriental era atraído
pela vida solitária enquanto o monasticismo ocidental tinha o ideal de
uma vida em comunidade;
3. A relação monasticismo e igreja: monasticismo oriental não dava muita
atenção à vida da igreja, já o monasticismo ocidental e a igreja sempre
tiveram uma relação muito próxima.

• Benedito de Núrsia
O verdadeiro fundador do monasticismo ocidental.
Nasceu na pequena aldeia italiana de Núrsia, por volta do ano de 480.
Provavelmente, durante a sua mocidade presencial as tensões entre católicos e
arianos que caracterizaram essa época na Itália (que estava nas mãos dos
ostrogodos).
Quando tinha mais ou menos 20 anos, ele foi viver sozinho em uma caverna,
onde se dedicou a um tipo de vida extremamente ascética. Vivia uma luta continua
contra as tentações.
Em pouco tempo, Benedito já era tão famoso que um numeroso grupo de
monges se reuniu a ele e foram organizados em grupos de doze (essa foi a primeira
tentativa de organizar a vida monástica, que foi interrompida quando algumas
mulheres libertinas invadiram a região). Então Benedito se retirou para
Montecassino com seus monges, um lugar tão remoto que ainda havia um bosque
sagrado ali, e os habitantes do lugar continuavam oferecendo sacrifícios em um
antigo templo pagão. Ele logo deu um fim a tudo isso, derrubou as árvores, o altar,
o ídolo do templo e organizou ali uma comunidade monástica para homens.
A fama de Benedito se deve, em especial, à Regra que deu à comunidade de
Montecassino, em 529, que em pouco tempo passou a ser a base de todo
monasticismo ocidental.

• A Regra de São Benedito


A Regra tinha como propósito ordenar a vida monástica de forma concisa e
clara, de acordo com as necessidades da igreja ocidental.
Comparada com os excessos de alguns monges do Oriente, a Regra é um
modelo de moderação em tudo o que se refere à prática ascética. Toda a Regra
domina um espírito prático, as vezes até flexível.
Os dois elementos em que ele se mostra firme são: permanência e obediência
1. Permanência: o monge deverá permanecer o resto de sua vida no
mesmo mosteiro em que fez seus votos, a menos que seja enviado a
outro lugar pelo abade;
2. Obediência: todos devem obedecer ao abade de bom grado, queixas e
murmurações são absolutamente proibidas.

Outras características importantes:


1. A insistência no trabalho físico: todos deveriam participar dos
revezamentos em todas as ocupações. Todos se revezavam na cozinha,
no trabalho nas plantações e em outras tarefas necessárias para o
sustento do mosteiro;
2. A distribuição das tarefas levava em consideração a condição dos
doentes, dos anciãos e dos meninos (para os quais a Regra não era tão
rigorosa nem conferia trabalho muito pesado);
3. Ordem de autoridade e respeito no regulamento do mosteiro: o rico
não tem mais autoridade que o pobre, pois todos são pobres; o mais
velho não tem mais autoridade que o jovem, pois no mosteiro se
contava a idade a partir da data que a pessoa entrou na vida monástica;
4. A pobreza individual: diferente dos monges do deserto, que se faziam
pobres simbolizando renuncia pessoal, para São Benedito, a pobreza
individual era uma maneira de estabelecer uma nova ordem coletiva,
uma maneira de unir o monge ainda mais à sociedade. O monge
deveria ser absolutamente pobre, não possuir coisa alguma, e o
mosteiro deveria ter tudo que fosse necessário para a vida da
comunidade: vestimentas, provisões, instrumentos de trabalho, terras,
prédios e etc.

A principal atividade dos monges era a oração. Todo dia havia horas separas
para oração individual, além dos cultos comuns que tinham lugar na capela ou
oratório.
Nas horas de oração, a maior parte do tempo era dedicado a recitação dos
salmos e à leitura de outras porções das Escrituras. O resultado disso foi que quase
todos os monges sabiam os salmos e outras porções da Bíblia de cor.
• A expansão no monasticismo beneditino

Sobre o ensino Na cultura e na economia


Os mosteiros se transformaram em Os monges devolveram a dignidade
centros de estudo onde se copiava e ao trabalho. Dedicados à agricultura,
conservava manuscritos. Acabaram deram certa estabilidade a um
se transformando em escolas, em que continente constantemente abalado
as crianças aprendiam a ler e a por guerras, e alimentaram os
escrever. famintos com os recursos do seu
próprio trabalho.

• O monasticismo beneditino e a obra missionária


Passou a ser o braço direito da obra missionária na igreja medieval.
A vidas de Bonifácio e de Agostinho de Canterbury servem para nos dar uma
ideia de como a Regra beneditina se estendeu primeiro às Ilhas Britânicas, e depois
ao reino dos francos, depois penetrou na Espanha e em outras regiões.
Essa expansão de relacionou estreitamente com a aliança do monasticismo
beneditino com o crescente poder papal.

Próxima aula: O papado.

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