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OBRIGAÇÕES
PROFª. JULIANA LUIZ PREZOTTO
TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES
oCessão de crédito
oCessão de débito
oAssunção de dívida
oCessão de contrato
Claudia Josefo
Atos conservatórios do direito cedido
O cessionário, enquanto “novo credor”, pode promover todos atos
de conservação e proteção do débito cedido.
◦ Importante – o novo credor pode, inclusive, inscrever o nome do
devedor em cadastros de proteção ao crédito, promover o
protesto do título e dar prosseguimento aos atos de execução no
processo executivo, dentre outros – independentemente da
notificação do devedor.
◦ Art. 293. Independentemente do conhecimento da cessão pelo devedor,
pode o cessionário exercer os atos conservatórios do direito cedido.
Oposição de exceções
oEmbora a posição do devedor permaneça a mesma, não se
pode agravá-la tão somente em razão da cessão.
oA partir do momento em que ele é notificado, poderá opor exceções
tanto em relação ao cedente quanto ao cessionário (incapacidade,
defeitos do negócio jurídico, dentre outras exceções).
o Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem,
bem como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha
contra o cedente.
Responsabilidade pelo crédito
Em suma, o cedente é responsável por garantir a existência,
veracidade e autenticidade do crédito que cede. Isso significa que se
responsabiliza caso tenha cedido um crédito que já havia sido pago
em uma obrigação já resolvida.
Entretanto, nesses casos, a responsabilidade do cedente assume
feições diferentes a depender se a cessão foi promovida de forma
gratuita ou onerosa.
oNas cessões de crédito onerosas, o cedente responde pelo valor do
crédito cedido, considerando a data em que foi cedido;
oNas cessões de crédito gratuitas, o cedente responde apenas se
comprovada a má-fé – conhecimento do cedente da inexistência do
débito.
o Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize,
fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe
cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver
procedido de má-fé.
Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não
responde pela solvência do devedor.
oCessão pro soluto – é aquela em que o cedente não responde
pela solvência do devedor
oCessão pro solvendo – é aquela em que o cedente responde
pela solvência do devedor, por estipulação das partes.
oA regra é que o cedente não responda pela solvência do
devedor, salvo estipulação em contrário.
Via de regra, o cedente não se responsabiliza pela solvência do
devedor; mas se por acaso se responsabilizar, isso se dá apenas
no limite daquilo que recebeu de pagamento do cedente.
Nesse caso, se o devedor for insolvente, o cedente precisa
ressarcir as despesas da cessão e as despesas com cobrança.
oArt. 297. O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do
devedor, não responde por mais do que daquele recebeu, com os
respectivos juros; mas tem de ressarcir-lhe as despesas da cessão e
as que o cessionário houver feito com a cobrança.
Cessão em caso de penhora
oOcorre, geralmente, no contexto da execução.
oA partir do momento em que ocorre a penhora, a transferência do crédito
penhorado por parte do cedente pode levar ao reconhecimento de fraude à
execução.
oSe o devedor pagar o débito, entretanto, sem saber da penhora, fica exonerado
do pagamento; cabe ao exequente, nesse caso, buscar os direitos em face do
cessionário.
o Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor que
tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, não tendo notificação dela,
fica exonerado, subsistindo somente contra o credor os direitos de terceiro.
Cessão de débito/assunção de dívida
oÉ livre ao devedor transmitir o débito a terceiro, desde que com a ciência do
credor.
oNesse caso, o devedor primitivo fica exonerado da dívida, a não ser que
aquele que assumiu a dívida (assuntor) já fosse insolvente (isso porque seria
uma maneira de utilizar a situação como manobra), sem o conhecimento do
credor. Nesse caso, o devedor primitivo segue no polo passivo como devedor
subsidiário.
oSe o credor, de má-fé, sabia da insolvência do assuntor, exonera o devedor
primitivo da dívida.
o Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando
exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava.
- O credor pode se recusar e as partes podem dar a
ele prazo para anuência; mas seu silêncio é
considerado recusa, não anuência.
Garantias
oAs garantias que tenham sido prestadas por terceiros se
extinguem com a cessão do débito, a não ser que haja
expressa concordância deles pela manutenção.
oAs garantias prestadas pelo devedor primitivo também se
extinguem se ele não concordar com a assunção das
garantias.
Art. 300 do CC -Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor
primitivo, consideram-se extintas, a partir da assunção da dívida, as
garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor.
oInterpretação do artigo dada pelo enunciado nº 352 da IV Jornada
de Direito Civil:“Salvo expressa concordância dos terceiros, as
garantias por eles prestadas se extinguem com a assunção da dívida;
já as garantias prestadas pelo devedor primitivo somente serão
mantidas se este concordar com a assunção.”
oAs garantias prestadas por terceiros não se restauram se a
substituição do devedor for anulada e se o débito for
restaurado, a não ser que tais terceiros soubessem do vício
que maculava a assunção.
oEntretanto, as garantias prestadas pelo devedor se restauram.
o Art. 301 do CC. Se a substituição do devedor vier a ser anulada,
restaura-se o débito, com todas as suas garantias, salvo as garantias
prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vício que inquinava
a obrigação.
oExceções pessoais só se opõem à pessoa que as
porta, o que significa que o novo devedor não
pode opor ao credor as exceções pessoais que
competiam ao credor primitivo.
oArt. 302 do CC - novo devedor não pode opor ao credor as
exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo.
Art. 303 do CC – alteração da regra do consentimento do
credor
◦ No caso de adquirente de imóvel hipotecário, o credor é
notificado a impugnar a transferência do débito em 30 (trinta) dias,
sob pena de se presumir sua anuência.
◦ Se nos outros casos é preciso manifestação no sentido do aceite da
assunção, nesse é necessário tão somente que o credor não se
oponha.
Cessão de contrato/de posição contratual
É aquela por meio da qual se opera a transferência da posição
contratual como um todo, sem que se possa identificar a
fragmentação dos elementos jurídicos que compõem a posição
contratual.
Seria a forma mais completa de transmissão de obrigações.
◦ Exemplo: contrato de mandato – transfere-se a terceiro por meio de
substabelecimento sem reserva de poderes.
◦ Modificação de titularidade da empresa – o adquirente assume o posto do
antigo titular em todos os direitos e obrigações que decorrem dos vínculos
empregatícios mantidos.
Requisitos: a) negócio jurídico entre cedente e cessionário;
b) integralidade da cessão (cessão global); c) a anuência
expressa da outra parte (cedido) nem sempre.
Parte da doutrina entende que não existe cessão de
contrato e sim cessão de débito cumulada com cessão de
crédito.
01
Ano: 2022 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-RJ Prova: CESPE / CEBRASPE - 2022 - PC-RJ -
Delegado de Polícia
Acerca da transmissão das obrigações, prevista no Código Civil Brasileiro, assinale a opção correta.
A. A cessão de contrato, também chamada cessão de posição contratual, é vedada no direito
brasileiro, mesmo se ambos os contratantes estiverem de acordo com a cessão.
B. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos os seus acessórios.
C. Na cessão de crédito, salvo estipulação em contrário, o cedente responde pela solvência do
devedor.
D. Na cessão de crédito pro solvendo, o cedente responde apenas pela existência e validade do
crédito cedido.
E. Na assunção de dívida, o novo devedor pode opor ao credor todas as exceções pessoais que
competiam ao devedor primitivo.
02
Ano: 2021 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Guarujá – SP Prova: VUNESP - 2021 - Prefeitura de Guarujá - SP
- Procurador Jurídico
Sobre a cessão de crédito, assinale a alternativa correta.
A. Na cessão por título oneroso, o cedente, desde que expressamente previsto no negócio jurídico, fica
responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu.
B. O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do devedor, não responde por mais do que daquele
recebeu, com os respectivos juros e não tem o dever de ressarcir-lhe as despesas da cessão e as que o
cessionário houver feito com a cobrança.
C. O cedente responde pela solvência do devedor, salvo se ignorava o estado de insolvência deste no momento
da cessão.
D. Na cessão a título gratuito, o cedente somente é responsável pela existência do crédito ao tempo da cessão
se tiver procedido de má-fé.
E. O crédito, uma vez penhorado, poderá ser transferido pelo credor que tiver conhecimento da penhora; mas o
devedor que o pagar, não tendo notificação dela, fica exonerado, subsistindo somente contra o credor os
direitos de terceiro.
03
Ano: 2019 Banca: FCC Órgão: TJ-AL Prova: FCC - 2019 - TJ-AL - Juiz Substituto
Por conta de mútuo oneroso, João devia a Teresa a importância de cem mil reais. No intuito de
ajudar o amigo em dificuldade, Leopoldo assumiu para si a obrigação de João, para o que houve
expressa anuência de Teresa. Nesse caso,
A. João ficará exonerado da dívida, salvo se Leopoldo, ao tempo da assunção, fosse insolvente e
Teresa ignorasse essa sua condição.
B. Leopoldo poderá opor a Teresa as exceções pessoais que competiam a João.
C. se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito de João, sem nenhuma
garantia, independentemente de quem a tenha prestado.
D. preservam-se as garantias especiais originariamente dadas a Teresa por João,
independentemente do assentimento dele.
E. João responderá apenas pela metade da dívida, ainda que Leopoldo não cumpra a obrigação
assumida perante Teresa.
TJPR
RECURSO INOMINADO. DIREITO BANCÁRIO. INSCRIÇÃO EM ÓRGÃOS DE
PROTEÇÃO AO CRÉDITO. CESSÃO DE CRÉDITO. DESNECESSIDADE DE PRÉVIA
NOTIFICAÇÃO DO CESSIONÁRIO. CONTRATO APRESENTADO. AUSÊNCIA DE
PROVA DO PAGAMENTO DA DÍVIDA. INSCRIÇÃO DEVIDA. COBRANÇA VEXATÓRIA
NÃO COMPROVADA. SENTENÇA REFORMADA. Recurso conhecido e provido.
(TJPR - 5ª Turma Recursal dos Juizados Especiais - 0018269-73.2021.8.16.0182 -
Curitiba - Rel.: JUÍZA DE DIREITO DA TURMA RECURSAL DOS JUÍZAADOS
ESPECIAIS FERNANDA DE QUADROS JORGENSEN GERONASSO - J. 03.10.2022)