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Art. 339. Julgado procedente o depósito, o Art. 343. As despesas com o depósito, quando
devedor já não poderá levantá-lo, embora julgado procedente, correrão à conta do
o credor consinta, senão de acordo com os credor, e, no caso contrário, à conta do
outros devedores e fiadores. devedor.
Aplica-se somente após a sentença. Se a coisa se perder o dono da coisa
Depois da sentença não aceita a desistência sofre com o prejuízo, mas se for por culpa do
da sentença, somente aceita se todos depositário esse terá que restituir com perdas
envolvidos na obrigação concordarem. e danos também, além do valor equivalente.
Art. 340. O credor que, depois de contestar Art. 344. O devedor de obrigação litigiosa
exonerar-se-á mediante consignação, mas, se
a lide ou aceitar o depósito, aquiescer no
pagar a qualquer dos pretendidos credores,
levantamento, perderá a preferência e a
tendo conhecimento do litígio, assumirá o
garantia que lhe competiam com respeito à risco do pagamento.
coisa consignada, ficando para logo Quem paga mal, paga duas vezes.
desobrigados os codevedores e fiadores
que não tenham anuído. Art. 345. Se a dívida se vencer, pendendo
Aplica-se depois da citação e antes litígio entre credores que se pretendem
da sentença. Se o credor concordar com o mutuamente excluir, poderá qualquer deles
levantamento considera-se extinta para requerer a consignação.
todos efeitos legais, nascendo uma nova Os credores NÃO podem pedir a
obrigação apenas entre o devedor e o consignação do pagamento. Eu sou devedor e
credor. meu devedor morre, tem 2 supostos herdeiros.
Se vencer a dívida pendendo litígio, qualquer
um deles poderá consignar em juízo.
Art. 341. Se a coisa devida for imóvel ou
corpo certo que deva ser entregue no
mesmo lugar onde está, poderá o devedor
citar o credor para vir ou mandar recebê-la,
sob pena de ser depositada. Capítulo III
O devedor na citação contra o credor Do pagamento com sub-rogação
para ele ir ou mandar buscar a coisa sob Sub-Rogação real: é a substituição de uma
pena de ser depositada. Na obrigação coisa por outra.
quérable o devedor não precisa pagar as Sub-Rogação pessoal: é a substituição de uma
despesas. pessoa por outra.
Art. 342. Se a escolha da coisa indeterminada No código civil ele só fala sobre sub-
competir ao credor, será ele citado para esse rogação pessoal. Podem ocorrer duas formas a
fim, sob cominação de perder o direito e de transferência em razão do pagamento:
ser depositada a coisa que o devedor escolher; I – Legal = 346 – só quando a lei determina.
feita a escolha pelo devedor, proceder-se-á Não admite analogia. Ex: 786, 831, 1368,
como no artigo antecedente. 1429, 1478, 259.
II – Convencional = 347. interessado a sub-rogação legal, mas pode
entrar no caso da sub-rogação convencional.
Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno
direito, em favor: Art. 347. A sub-rogação é convencional:
Aqui é uma sub-rogação por força do É quando a sub-rogação é pela expressa
texto legal, ela é automática, pois a lei que manifestação das partes.
determina essa sub-rogação. É um benefício
da lei. Essa sub-rogação decorre da vontade I – Quando o credor recebe o pagamento de
da lei. A sub-rogação admite pacto de proibir terceiro e expressamente lhe transfere todos os
a ocorrência de sub-rogação no contrato, pois seus direitos;
essa cláusula é válida. A diferença de sub- Pela vontade livre e manifesta do
rogação e cessão é o título de transferência de credor e lhe transfere todos os seus direitos.
crédito contra o pagamento. Na cessão tem Deve constar no recibo esse texto de sub-
um título registrado em instrumento público e rogação convencional. Pode também transferir
na sub-rogação apenas um recibo de quitação também partes dos direitos. Para ela produzir
do pagamento. efeito, tem que ser contemporânea ao
pagamento (no momento do pagamento –
I – Do credor que paga a dívida do devedor concomitantemente). Expressamente NO
comum; RECIBO.
Art. 350. Na sub-rogação legal o sub-rogado Art. 353. Não tendo o devedor declarado em
não poderá exercer os direitos e as ações do qual das dívidas líquidas e vencidas quer
credor, senão até à soma que tiver imputar o pagamento, se aceitar a quitação de
desembolsado para desobrigar o devedor. uma delas, não terá direito a reclamar contra a
O sub-rogado só se exerce os seus imputação feita pelo credor, salvo provando
direitos e garantias até o valor que ele haver ele cometido violência ou dolo.
desembolsou. Ex: dívida de 100 mil e o sub- Se o devedor não tiver exercido o
rogado paga 70 mil, então ele só pode cobrar direito de imputar o pagamento, o credor pode
os 70 mil que pagou. Este artigo só se aplica imputar no recibo e se o devedor aceitar a
para a sub-rogação legal, não atingindo esse quitação ele não terá direito de reclamar
limitador para no caso de sub-rogação contra a imputação feita pelo credor, salvo se
convencional, a dívida acima a ser cobrada provando haver cometido violência ou dolo.
seria de 100 mil e não mais de 70 mil.
Art. 354. Havendo capital e juros, o
Art. 351. O credor originário, só em parte pagamento imputar-se-á primeiro nos juros
reembolsado, terá preferência ao sub-rogado, vencidos, e depois no capital, salvo
na cobrança da dívida restante, se os bens do estipulação em contrário, ou se o credor
devedor não chegarem para saldar passar a quitação por conta do capital.
inteiramente o que a um e outro dever. Súmula 121 STF; com Art. 591 e
Quando o credor originário e o sub- Decreto 22626/93 no Artigo 4º. O pagamento
rogado que foram pagos parcialmente e ambos imputar-se-á primeiro nos juros vencidos e
estão em cobrança da dívida restante, a depois no capital, salvo estipulação em
preferência fica ao credor originário. contrário ou se o credor anuir dando quitação
por conta do capital. Regra: Primeiro nos
Capítulo IV juros depois no capital.
Exceção 1: Salvo em estipulação em
DA IMPUTAÇÃO DO contrário. Exceção 2: Ou se o credor passar a
PAGAMENTO quitação por conta do capital. Obs: Se o
credor passar quitação por conta do capital
Imputar é apontar, indicar, escolher. sem fazer a ressalva dos juros, presume-se que
Imputação do pagamento é o ato pelo qual o estes foram pagos (Art. 323).
devedor de mais de uma dívida, da mesma
natureza, a um mesmo credor, escolhe qual Art. 355. Se o devedor não fizer a
quer pagar. indicação do art. 352, e a quitação for omissa
quanto à imputação, esta fará nas dívidas
Art. 352. A pessoa obrigada, por 2 (dois) ou líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as
mais débitos da mesma natureza, a um só dívidas forem todas líquidas e vencidas ao
credor, tem o direito de indicar a qual deles mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais
oferece pagamento, se todos forem líquidos e onerosa.
vencidos. Se o devedor e o credor não imputar o
É do devedor o direito de imputar. Para poder judiciário (juiz) irá imputar no lugar
que seja possível realizar o direito de deles e o primeiro critério é o cronológico
imputação são necessários os requisitos: (dívidas líquidas e vencidas em primeiro
1º - Existência de mais de uma dívida; lugar). Se der empate e todas vencidas ao
2º - Ao mesmo credor; mesmo tempo, aplica-se o critério de
3º - Dívidas da mesma natureza (objetos onerosidade, então imputar-se-á a mais
onerosa.
A primeira dívida é a mais onerosa, pois Art. 359. Se o credor for evicto da coisa
possuem mais pessoas envolvidas nela. recebida em pagamento, restabelecer-se-á a
Imputar-se-á a que mais tiver interesse de obrigação primitiva, ficando sem efeito a
quitar. Se não der para distinguir as dívidas quitação dada, ressalvados os direitos de
pelos critérios, cronológico e onerosidade, terceiros.
aplica-se o cpc onde extingue o maior número Evicto é aquele que perdeu a coisa
de dívidas possíveis. adquirida onerosamente, em razão de um
vício anterior da aquisição. Ver. Arts. 447 e
Capítulo V 450.
O credor que recebeu a coisa em dação
Dação De Pagamento que veio perder a coisa por um vício anterior,
restabelece a obrigação anterior, pois a
É o acordo liberatório entre credor e devedor, quitação fica anulada e volta a existir a dívida,
onde o credor aceita a prestação diversa da mas os fiadores não voltam a existir com a
que é devida para liberar o devedor dívida por força do art. 838, inc. III. Exceção:
se provar que o terceiro estava de má fé, ele
Art. 356. O credor pode consentir em receber volta como garantidor. As garantias como a
prestação diversa da que lhe é devida. hipoteca volta respeitando os direitos de
Resulta-se da livre manifestação de terceiros.
vontade do credor em aceitar prestação
diversa para liberar o devedor. Não se admite Capítulo VI
dação em pagamento com dinheiro, se isso
ocorrer é pagamento por perdas e danos. A DA NOVAÇÃO
dação é “aliud pro alio” = uma coisa no lugar
da outra. Devido ≠ Pactuado. Combina-se É a substituição convencional de uma
com o Art – 313 CC. Troca de casa em dívida. dívida antiga por uma dívida nova, “Reforma
Não se fala em dinheiro, não se fala em valor. de papagaio”. Requisitos da novação:
1º - Existência de uma obrigação anterior, que
Art. 357. Determinado o preço da coisa dada ficará extinta pela novação;
em pagamento, as relações entre as partes 2º - A criação de uma obrigação nova;
regular-se-ão pelas normas do contrato de 3º - Capacidade das partes não só para receber
compra e venda. e dar quitação, mas também para dispor do
A dação normal se faz “aliud pro alio”. direito;
A partir do momento que estabelecer o valor, 4º - “Animus Novandi”, a intenção explícita e
transforma-se a dação em uma compra e inequívoca de novar, de criar uma nova
venda. Se o valor da coisa for menor, fica obrigação e substituir a anterior.
ainda o devedor devendo e sendo considerado A Maria Helena e o Silvio Rodrigues
um pagamento parcial. Se o valor da coisa for trás um quinto requisito que é o “Aliquid
superior da dívida, o credor é quem fica Novi”. A manifestação expressa e explícita da
devendo para o devedor. parte em contrariar uma nova dívida para
substituir a anterior, é o que determina a
Art. 358. Se for título de crédito a coisa dada novação, sem necessitar o “aliquid novi”,
em pagamento, a transferência importará em isso é o que os novos doutrinadores e a
cessão. lei determinam.
Se for título de crédito se faz a
transferência aplicando as regras da cessão de Art. 360. Dá-se a novação:
crédito e não mais por compra e venda. No
Art. 296 o cedente não se responsabiliza pela I – Quando o devedor contrai com o credor
solvência do devedor, pois a cessão é “pro nova dívida para extinguir e substituir a
soluto” anterior;
É a novação objetiva: pois permanece o
mesmo credor com o mesmo devedor o que
irá modificar é a obrigação. Não é o valor,
mas a vontade expressa das partes.