Você está na página 1de 81

DIREITO PROCESSUAL PENAL

LDI - 1ª FASE OAB


11. RECURSOS
Prof. Ivan Marques
@prof.ivanmarques
Ivan Luís Marques
11.2.2
RESE CONTRA DECISÃO DE PRONÚNCIA

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
CABIMENTO - art. 581, IV do CPP

Possui JUÍZO DE RETRATAÇÃO – ART. 589 DO CPP

Estamos no rito especial do Júri


PRAZO DO RESE

• Interposição – 5 dias
• Razões – 2 dias
Competência para o julgamento

A interposição do RESE - ao juiz que proferiu a decisão,


para que este possa rever a decisão, em sede de juízo
de retratação.

As razões de recurso – TJ ou TRF


RESE NA PRIMEIRA FASE DO JÚRI

ART. 581, IV DO CPP.

Contra decisão de pronúncia


IV - Da decisão que pronunciar

A decisão de pronúncia trata-se de uma decisão


interlocutória mista não terminativa, que encerra uma
fase do procedimento, sem julgar o mérito, isto é, sem
declarar o réu culpado.
Identificação desse RESE

Se, ao final da 1ª fase do procedimento do júri, o juiz


proferir uma decisão de pronúncia (art. 413 do CPP),
contra essa decisão cabe recurso em sentido estrito.
FUNDAMENTO LEGAL

581, IV, DO CPP


CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA
• Consumados
• Tentados
CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA

Art. 74. A competência pela natureza da infração será


regulada pelas leis de organização judiciária, salvo a
competência privativa do Tribunal do Júri.
§ 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos
crimes previstos nos arts. 121, §§ 1º e 2º, 122,
parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código
Penal, consumados ou tentados.
CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA

§ 3o Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração


para outra atribuída à competência de juiz singular,
observar-se-á o disposto no art. 410; mas, se a
desclassificação for feita pelo próprio Tribunal do Júri,
a seu presidente caberá proferir a sentença (art. 492, §
2o).
As 4 decisões

413 – PRONÚNCIA

414 – IMPRONÚNCIA

415 – ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA

419 - DESCLASSIFICAÇÃO
As 4 decisões

413 – PRONÚNCIA

Art. 413. O juiz, fundamentadamente, pronunciará o


acusado, se convencido da materialidade do fato e da
existência de indícios suficientes de autoria ou de
participação.
As 4 decisões

413 – PRONÚNCIA
§ 1o A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à
indicação da materialidade do fato e da existência de
indícios suficientes de autoria ou de participação,
devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que
julgar incurso o acusado e especificar as circunstâncias
qualificadoras e as causas de aumento de pena.
As 4 decisões

414 – IMPRONÚNCIA
Art. 414. Não se convencendo da materialidade do
fato ou da existência de indícios suficientes de autoria
ou de participação, o juiz, fundamentadamente,
impronunciará o acusado.
Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção da
punibilidade, poderá ser formulada nova denúncia ou
queixa se houver prova nova.
As 4 decisões
Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá
desde logo o acusado, quando:
I – provada a inexistência do fato;
II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato;
III – o fato não constituir infração penal;
IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de
exclusão do crime.
As 4 decisões

Art. 415. (...)


Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV
do caput deste artigo ao caso de inimputabilidade
prevista no caput do art. 26 do Decreto-Lei no 2.848,
de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, salvo
quando esta for a única tese defensiva.
As 4 decisões

Art. 416. Contra a sentença de impronúncia ou de


absolvição sumária caberá apelação.
Rito do Júri
O que pode ser trabalhado pelo advogado nesse
recurso?
PRELIMINARES
- Nulidades, extinção da punibilidade e
desclassificação do art. 419 do CPP
MÉRITO
- 415
- 414
SUBSIDIARIAMENTE
- Afastamento de qualificadora ou majorante
TESES SUBSIDIÁRIAS

Eventuais teses subsidiárias podem consistir no


afastamento da qualificadora e/ou de causa de aumento
de pena.
11.2.5
APELAÇÃO

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
Apelação no rito comum

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
CONCEITO

É um recurso.
Verbo: interpor o recurso de apelação
Partes: apelante e apelado.

Recurso com duas petições:


1. a interposição (ou juntada);
2. as razões de apelação (ou contrarrazões)

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
IMPORTANTE:

Na prova da OAB, a Apelação pode cair de 2 formas:

1ª 2ª
Forma Forma
Interposição Juntada

Razões
Razões
Contrarrazões

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
PRAZO DA INTERPOSIÇÃO COM RAZÕES

CPP – 5 dias
JECRIM – 10 dias
Júri – 5 dias

PRAZO DA JUNTADA DAS RAZÕES ou


CONTRARRAZÕES (art. 600 CPP)
CPP – 8 dias
Júri – 8 dias
Prof. Ivan Marques
@prof.ivanmarques
Intimação por carta precatória ou mandado
• Súmula 710 do STF - “No processo penal, contam-se os
prazos da data da intimação, e não da juntada aos autos do
mandado ou carta precatória ou ordem”.

• Devem ser intimados o réu e seu defensor, iniciando-se o


prazo após a intimação do advogado.

Sentenças proferidas no júri


• O prazo começa a fluir na própria sessão de julgamento (art.
798, § 5º, b, do CPP).
Prof. Ivan Marques
@prof.ivanmarques
FUNDAMENTO LEGAL DA PEÇA

• 593, I, do CPP – rito comum

• 82, da Lei 9.099 de 95 – JECRIM


(cuidado com o art. 76).

• 593, III, CPP – 2ª fase do Júri

• 416, CPP – 1ª fase do Júri


Prof. Ivan Marques
@prof.ivanmarques
COMO DESCOBRIR ?

Você APELA da sentença condenatória.

- O último ato do enunciado será a SENTENÇA


CONDENATÓRIA do juiz.

Obs: Caso você já esteja atuando como assistente de


acusação nos autos, receberá a intimação depois do
Ministério Público.
Prof. Ivan Marques
@prof.ivanmarques
QUEM PODE INTERPOR APELAÇÃO?

Podem interpor o recurso de apelação:


✔ o Ministério Público
✔ o querelante (ação penal privada)
✔ o réu ou seu defensor (art. 577 do CPP)
✔ o assistente de acusação, habilitado ou não

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
A legitimidade do assistente de acusação (advogado da
vítima em ação pública) está prevista no art. 598 do
CPP. E este pode ser:

a) habilitado nos autos - intimado da sentença, pode


interpor recurso em 5 dias.

b) não habilitado nos autos - não sendo, portanto, intimado


da sentença, razão pela qual terá prazo maior para interpor
apelação - 15 dias (art. 598, parágrafo único, do CPP).
Prof. Ivan Marques
@prof.ivanmarques
LEGITIMIDADE

A contagem do prazo para o assistente de acusação interpor


recurso segue a regra disposta na

Súmula 448 do STF: “O prazo para o assistente recorrer,


supletivamente, começa a correr imediatamente após o
transcurso do prazo do Ministério Público”.

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
A estrutura do recurso de apelação segue dois momentos:

interposição do recurso; e

as razões de recurso.

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
11.2.6
RAZÕES DE APELAÇÃO

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
CONTEÚDO

O item DIREITO na peça das RAZÕES DE APELAÇÃO


pode conter:

A) questões preliminares e/ou


B) matérias de mérito
C) Teses subsidiárias

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
A) PRELIMINARES

NULIDADES ou EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE.

Exemplos: incompetência do juízo; provas obtidas por


meios ilícitos; ilegitimidade de parte; prescrição; inversão
da ordem das testemunhas; inversão da ordem do
interrogatório; violação do direito ao silêncio do acusado.

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
B) MÉRITO

No mérito, seu objetivo é ABSOLVER o réu.

Utilize os incisos do art. 386 do CPP para conseguir


absolver o seu cliente.

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
Absolvição própria do art. 386 do CPP

I e II – ausência de materialidade
III e VI – excludentes
IV e V – ausência de autoria
VII – falta de prova (in dubio pro reo)

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
a) Estar provada a inexistência do fato – art. 386, I, do CPP.
Nesse caso, há prova robusta da inexistência da materialidade
do delito.

Está categoricamente provado que o fato não existiu.

Ex. Vítima de furto que, na verdade, não foi furtada; afirma ter
encontrado os objetos, que, na verdade, estavam perdidos.

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
b) Não haver prova da existência do fato – art. 386, II, do
CPP.

Não há NENHUMA prova do fato criminoso.

O fato pode até ter ocorrido, mas a acusação não achou


nenhuma prova.

Ex.: quando a vítima mente para prejudicar o réu e depois


não fica provado o fato.
Prof. Ivan Marques
@prof.ivanmarques
c) Não constituir o fato infração penal – art. 386, III, do CPP.

TESES DE ATIPICIDADE

Ex. Princípio da insignificância; ausência de dolo ou culpa; erro


de tipo; desistência voluntária; arrependimento eficaz;
atipicidade formal; crime impossível.

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
d) Estar provado que o réu não concorreu para a infração
penal – art. 386, IV, do CPP.

Há prova cabal de que o delito foi praticado por outras


pessoas. Ou o réu tem um álibi.

Ex: réu estava em outro País no momento do crime.

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
e) Não existir prova de ter o réu concorrido para a infração
penal – art. 386, V, do CPP.

O fato ocorreu.
Todavia, não há NENHUMA prova nos autos de que o réu
foi o autor do delito.

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
f) Art. 386, VI, do CPP.

* Excludentes de ilicitude
* Excludentes de culpabilidade

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
g) Insuficiência probatória.

In dubio pro reo

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
C) TESES SUBSIDIÁRIAS

O juiz escolheu CONDENAR o seu cliente.

Temos de estar preparados para essa situação.

Como devemos trabalhar esse tema na peça?

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
Ao condenar o réu, o juiz:

1. Fez a individualização da pena em abstrato para a pena


em concreto.
2. Após a pena em concreto, fixa o regime inicial de
cumprimento.
3. Com base na pena com regime, verificou o cabimento
dos benefícios penais (44 ou 77).

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
E como o ADVOGADO deve trabalhar as teses
subsidiárias?

EM PRIMEIRO LUGAR, devemos tentar:

✔ desclassificação do delito;
✔ afastar qualificadoras.

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
DOSIMETRIA

✔ buscar pena-base no mínimo legal (afastar, por exemplo,


maus antecedentes);
✔ apontar atenuantes (previstas no art. 65 do CP); afastar
agravantes (previstas nos arts. 61, 62 e 63 do CP);
✔ apontar causas de diminuição de pena (ex.: tentativa –
art. 14, parágrafo único, do CP); ou afastar causas de
aumento de pena.

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
✔ BUSCAR:
▪ um REGIME carcerário mais brando
▪ substituição da pena privativa de liberdade por pena
RESTRITIVA de direitos
▪ SURSIS

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
PEDIDO

Faça um pedido específico para cada ponto desenvolvido na


peça.

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
11.2.9 EMBARGOS INFRINGENTE E DE
NULIDADE

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
Conceito
Trata-se de recurso privativo da defesa, voltado a garantir
uma segunda análise da matéria decidida pelo Tribunal de
Justiça ou Tribunal Regional Federal, por ter havido
maioria de votos e não unanimidade, ampliando-se o
quórum do julgamento.

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
Assim, o recurso obriga que órgão do Tribunal seja
chamado a decidir por completo e não apenas com os votos
dos Desembargadores que participaram do julgamento da
apelação, recurso em sentido estrito e agravo em execução.

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
Em determinados Tribunais de Justiça, por exemplo, as
Câmaras são compostas por cinco Desembargadores,
participando da turma julgadora apenas três deles. Dessa
forma, caso a decisão proferida contra os interesses do réu
constituir-se de maioria (dois a um) de votos, cabe a
interposição de embargos infringentes, chamando-se os
demais desembargadores a participarem do julgamento da
matéria divergente.

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
Tecnicamente, o recurso de embargos infringentes guarda
relação com a hipótese em que o acórdão embargado tenha
apresentado divergência em matéria de mérito,
atribuindo-se a nomenclatura embargos de nulidade à
impugnação de acórdãos divergentes em matéria de
nulidade processual.

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
Art. 609. Os recursos, apelações e embargos serão julgados pelos
Tribunais de Justiça, câmaras ou turmas criminais, de acordo
com a competência estabelecida nas leis de organização
judiciária. Parágrafo único. Quando não for unânime a decisão
de segunda instância, desfavorável ao réu, admitem-se embargos
infringentes e de nulidade, que poderão ser opostos dentro de 10
(dez) dias, a contar da publicação de acórdão, na forma do art.
613. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à
matéria objeto de divergência.

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
Legitimidade para oposição de embargos infringentes e de
nulidade

Dispondo a lei que os embargos infringentes ou de nulidade só


podem ser apresentados pela defesa, não é cabível tal recurso da
acusação ou da assistência.

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
Cabimento dos embargos infringentes e de nulidade
Considerando que a previsão legal desses embargos se encontra
no Capítulo V do Título II do Código de Processo Penal, que
trata “do processo e do julgamento dos recursos em sentido
estrito e das apelações”, os embargos infringentes e de nulidade
referem-se apenas ao recurso em sentido estrito e à apelação e,
segundo a jurisprudência majoritária, em agravo em execução, já
que segue o processamento do recurso em sentido estrito.

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
É pacífico na doutrina e na jurisprudência que não é cabível em
revisão criminal e em habeas corpus.

Não cabe recurso de embargos infringentes nos julgamentos


realizados pelas turmas recursais, porque esse órgão colegiado
não possui natureza de tribunal, já que composto por três juízes
de primeiro grau.

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
Também não cabem embargos infringentes contra acórdãos de 1º
grau, ou seja, aqueles proferidos no julgamento de crimes de sua
competência originária (nos casos de foro com prerrogativa de
função). Isso porque o próprio art. 609, parágrafo único, do CPP,
faz expressa alusão às decisões de segunda instância.

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
Assim, no caso, por exemplo, de determinado prefeito, no
exercício do mandato, ser julgado e condenado pelo Tribunal de
Justiça por maioria dos votos, não poderão ser opostos embargos
infringentes, cabendo somente recurso especial e/ou
extraordinário, conforme o caso.

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
Prazo
O prazo para a oposição dos embargos infringentes é de dez dias,
a contar da publicação do acórdão, sendo desnecessária a
intimação pessoal do réu e de seu defensor, salvo, no caso deste
último, quando se tratar de defensoria pública. A intimação do
MP também é pessoal.Por ocasião da interposição, deve o
recurso ser devidamente instruído com as razões, pois não será
aberta vista para essa finalidade.

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
Forma e competência para o julgamento
Os embargos infringentes somente poderão ser opostos por
petição, sendo inadmissível por termo nos autos, já que as razões
devem acompanhar a peça de interposição no momento do
protocolo do recurso.
A petição de interposição deve ser endereçada ao
desembargador-relator do acórdão embargado, enquanto as
razões devem ser dirigidas ao respectivo órgão julgador.

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
A competência para o julgamento nos Tribunais de Justiça
Estaduais depende do Código de Organização Judiciária de cada
Estado. Por isso, sugere-se que as razões sejam endereçadas ao
Tribunal de Justiça. Em sede de Tribunal Regional Federal, o
julgamento dos embargos infringentes opostos contra decisão
das turmas incumbe, normalmente, às seções criminais.

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
Em determinados Tribunais de Justiça, por exemplo, as Câmaras
são compostas de cinco desembargadores, participando da turma
julgadora apenas três deles. Dessa forma, caso a decisão
proferida contra os interesses do réu constituir-se de maioria
(dois a um) de votos, cabe a interposição de embargos
infringentes, chamando-se os demais desembargadores a
participarem do julgamento da matéria divergente.

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
Interpostos os embargos, colhe-se a manifestação do querelante
ou do assistente da acusação, se houver, pelo prazo de dez dias.
Em seguida, obtém-se o parecer da Procuradoria-Geral de
Justiça, por igual prazo.

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
11.2.10 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
Conceito

Trata-se de recurso posto à disposição de qualquer das


partes, voltado ao esclarecimento de dúvidas surgidas no
acórdão, quando configurada ambiguidade, obscuridade,
contradição ou omissão, permitindo, então, o efetivo
conhecimento do teor do julgado, facilitando a sua
aplicação e proporcionando, quando for o caso, a
interposição de recurso especial ou extraordinário.

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
a) Ambiguidade:
é o estado daquilo que possui duplo sentido, gerando
equivocidade e incerteza, capaz de comprometer a
segurança do afirmado. Assim, no julgado, significa a
utilização, pelo magistrado, de termos com duplo sentido,
que ora apresentam uma determinada orientação, ora
seguem em caminho oposto, fazendo com o leitor, seja ele
leigo ou não, termine não entendendo qual o seu real
conteúdo.

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
b) Obscuridade:

é o estado daquilo que é difícil de entender, gerando


confusão e ininteligência, no receptor da mensagem. No
julgado, evidencia a utilização de frases e termos
complexos e desconexos, impossibilitando ao leitor da
decisão, leigo ou não, captar-lhe o sentido e o conteúdo.

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
c) Contradição:

trata-se de uma incoerência entre uma afirmação anterior e


outra posterior, referentes ao mesmo tema e no mesmo
contexto, gerando a impossibilidade de compreensão do
julgado.

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
d) Omissão:

é a lacuna ou o esquecimento. No julgado, traduz-se pela


falta de abordagem do magistrado acerca de alguma
alegação ou requerimento formulado, expressamente, pela
parte interessada, merecedor de apreciação.

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
É importante o embargante indicar o ponto exato da decisão
que contém vício a ser sanado.
Não há manifestação da parte contrária (inaudita altera
parte). Como a ideia é simplesmente buscar corrigir a
decisão, e não alterá-la, é desnecessário ouvir a parte
contrária.
Podem ser interpostos tanto pela acusação (incluindo o
assistente da acusação) quanto pela defesa.

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
Art. 382. Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois)
dias, pedir ao juiz que declare a sentença, sempre que nela
houver obscuridade, ambiguidade, contradição ou omissão.

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
Prazo
Os embargos devem ser interpostos no prazo de dois dias
perante o próprio juiz prolator da sentença (art. 382 do
CPP), ou, no caso dos tribunais (art. 619 do CPP),
endereçados ao próprio relator do acórdão embargado.
No procedimento do Juizado Especial Criminal, o prazo
para oposição dos embargos de declaração é de cinco dias,
nos termos do art. 83, § 1º, da Lei n. 9.099/95.

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
Efeito interruptivo
Por analogia ao disposto no art. 1.026 do novo CPC, os
embargos de declaração possuem o efeito de interromper o
prazo para interposição de recurso.
Com a nova redação do art. 83, § 2º, da Lei n. 9.099/95,
dada pelo novo Código de Processo Civil (Lei n.
13.105/2015), os embargos de declaração no âmbito do
Juizado Especial Criminal passaram também a ter efeito
interruptivo.

Prof. Ivan Marques


@prof.ivanmarques
Ivan Luís Marques

Você também pode gostar