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DIREITO PENAL E PROCESSO PENAL ELABORADO POR: DR.

FIRMINO HUAMBO

PENAL E PROCESSO PENAL


AS FASES DA INSTRUÇÃO PRELIMINAR

INQUÉRITO

FASE PRELIMINAR

INSTRUÇÃO ~

FASE PROCESSUAL POR EXCELÊNCIA- JULGAMENTO

O processo pode findar na fase do inquérito, porque não se verificou a acusação; De instrução Porque a acusação foi rejeitada.

Estas fases preliminares têm início com a notícia do crime.

Porém, antes do inquérito e da instrução ou simultaneamente, pode ocorrer outra actividade de carácter extra-processual, pela necessidade e utilidade
para o processo. São as medidas cautelares e de polícia, as quais se destinam a preservar os meios de prova

OBS: A instrução só pode ser considerada finda, quando há provas bastantes para acusar.

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É importante saber que a notícia do crime consiste numa fase extra- processual. A notícia é prévia, exterior ao processo, porém, é um acto processual de
grande importância.

A notícia do crime tem lugar quando o Ministério Público tem conhecimento do factum criminis- art 186º da CRA

PRAZOS
INSTRUÇÃO PREPARATÓRIA

1- O que é que dá lugar a abertura da instrução preparatória?

R: A notícia da infracção penal (art. 302º nº 2)

2- Prazo para a instauração do procedimento criminal.

R: A polícia criminal deve remeter non prazo máximo de 10 dias ao Ministério Público, art. 308º nº 2.

3- Quem é o titular da acção penal?

R: M P, art. 307º nº 1

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4- O juiz de pronúncia pode intervir na fase de julgamento?

R: Não, art. 316º- 352º-354º nº 4

5- Quando é que se pode requerer a prestação antecipada de depoimentos e declarações?

R: Art 317º

6- Duração da instrução preparatória.

R: Arguido preso: 6 meses- 10 meses.

Arguido não preso: 24 meses.

7- Em que circunstâncias arquiva-se o processo?

R: Art. 322º=325º= Obrigação de comunicação ao Magistrado Judicial.

8- Quem pode reclamar do despacho de arquivamento? = Art. 323º

R: O assistente que não tiver requerido a instrução contraditória.

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O denunciante com a faculdade de se constituir assistente.

9- Quando ou em que circunstâncias se pode suspender provisoriamente o processo? = art 826º

R: Crimes não puníveis com pena não superior a 5 anos

Com pena não privativa de liberdade

- A iniciativa pode ser : MP, Arguido ou assistente, com o cumprimento dos requisitos do nº 2 e 3 do art. 326º.

10- Prazo para deduzir a acusação.

R: 10 dias, art.328º nº 1

11- Número de testemunhas admissíveis.

R: 20, art.329º nº 5.

Assistente- 8 dias, art. 331º nº 1 e 330º nº 1 (crime particular)

Crime particular- testemunhas admissíveis= 10 (art. 331º nº 3)

Deduzida a acusação particular o MP tem o prazo de 5 dias para aderir a mesma, art.331º nº 4

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12- A instrução contraditória é obrigatória ou facultativa?

R: Facultativa, art. 332º nº 2

13- Nos processos especiais, existe instrução contraditória?

R: Não, art.332º mº 2 ex vi art.336º.

14- Quem pode requerer a instrução contraditória?

R: Arguido e assistente, art. 332º nº 4 alíneas a) e h)

15- Prazo da instrução contraditória - para requerer.

R: Art. 333º, 10 dias.

16- Número de testemunhas na instrução contraditória.

R: Art, 333º nº 3- não deve ultrapassar 20.

Havendo vários arguidos ou assistentes com prazos diferentes, podem beneficiar-se os últimos, art. 333º nº 4

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17- Quem preside a instrução contraditória? Art. 334º

R: O juiz, dela pode fazer parte o MP, o arguido e o seu defensor, o assistente e o seu advogado.

18- Durante a instrução contraditória, havendo alteração dos factos supervenientes, o juiz ouve o arguido sobre os factos novos e concede-lhe entre 5
e 10 dias, se a alteração for ou não substancial.

19- Art. 349- Prazos de duração da instrução contraditória.

R: 2 Meses, arguidos presos e 4 meses arguidos não detidos, contados a partir da data da entrada do requerimento, elevados entre 3 a 6 meses- crimes
puníveis com penas de 8 anos. Ler nº 3 do art. 350º.

20- Despacho de pronúncia- art.352º.

R: Havendo indícios suficientes sobre a existência do crime e a atribuição da pena, o juiz pronuncia-se pelos factos indiciados e provados.

Não havendo indícios suficientes, o juiz profere o despacho de não pronúncia, nº 4.

21- Consequências do despacho de não pronúncia.


R: Art. 322º

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22- Quando é que se pode requerer a nulidade do despacho de pronúncia?

R: Requer-se a nulidade na parte em que pronunciar o arguido por factos novos que alterem substancialmente a acusação. Art. 353º

23- Em quanto tempo se pode requerer a nulidade?

R: 8 dias, da data da notificação do despacho de pronúncia.

O despacho de pronuncia é irrecorrível- Art. 354º= Art 353º nº 3.

Julgamento- Art. 355º

Não havendo instrução contraditória, o processo remete-se imediatamente ao tribunal e o juiz recebe a acusação na forma em que foi lavrada, podendo
rejeita-la, se manifestamente não tiver fundamento.

Pode o juiz rejeita-la quando haja alteração substancial dos factos, objecto da acusação particular, art. 331º.

O juiz da pronúncia não pode ser o juiz do julgamento.

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Competências dos juízes- Art. 12º:

Proceder a instrução contraditória

Proferir o despacho de pronúncia ou de não pronúncia ou de arquivamento

Dirigir a fase de julgamento e proferir a sentença

Apreciar e decidir sobre o habeas corpus

Juízes Entre outros previstos por lei

Impedimentos e suspeições dos juízes, art.35º, 36º e 37º

Declaração de impedimento, art. 38º

Efeitos do impedimento, art. 39º

SUJEITOS PROCESSUAIS Suspeita e recusa, art. 34º e ss

EM DTO PENAL Competências do Ministério público, art. 48º:

ART. 9º E SS Promover o processo penal

Realizar e dirigir a instrução preparatória

Ministério Exercer a acção penal, deduzindo a acusação, defendendo-a na fase de instrução contraditória e julgamento,

Público arquivamento do processo

Interpor recursos em defesa da legalidade

Promover a execução das penas e das medidas de segurança

Entre outras aferidas por lei- Impedimentos e suspeições, art. 48º à 54º

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Comunicar ao MP al. B), d) e c)- sob direcção do MP

Proceder interrogatórios

Orgão de Ordenar revistas e buscas

Polícia Acompanhar as buscas autorizadas pela autoridade judicial competente

Criminal Ordenar a apreensão de objectos relacionados com a infracção criminal

Art. 55º a 57 Ordenar a detenção fora de flagrante delito, nº 3, art. 254º

SUJEITOS PROCESSUAIS

EM DTO PENAL

ART. 9º E SS São auxiliares do processo

Subordinam-se a actividade do MP

Assistentes Deduzir a acusação independente da acusação do MP

Art. 58º Requerer a abertura da instrução contraditória e intervir nas respectivas diligências

Participar na fase de julgamento e interpor recursos

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Sobre quem recai fortes indícios da prática de um crime

Sobre quem foi deduzida acusação- instrução contraditória

Quem for constituído nos termos do art. 64º e 65º

Arguido Aplica-se também o previsto nos termos do art. 64º nº 4.

Art. 63º Comparecer perante o juiz, MP e aos OPC, quando convocado

Deveres especiais Responder com verdade às perguntas sobre a sua identidade e antecedentes

SUJEITOS PROCESSUAIS Art. 68º criminais

EM DTO PENAL Submeter-se às diligências de prova e medidas de coação

ART. 99º E SS Não perturbar a instrução e normal desenvolvimento do processo

Direitos, art.67º

Assistência em todos os interrogatórios do arguido detido ou preso

Participar no debate instrutório e na audiência de julgamento

Defensor Participar em todo e qualquer acto processual em que intervêm pessoas incapazes, inimputáveis

Art. 69º e inimputabilidade diminuída. Em outros actos nos termos da lei

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ACTOS PROCESSUAIS, ART. 94 E SS

Os actos decisórios são sempre fundamentados, DESPACHO: Quando conhecem de questões interlocutórias ou puserem termo ao processo, fora

Razões de facto e de direito que justificam a dos casos subsequentes;

decisão

JUIZ SENTEÇA: Quando conhecem do objecto do processo e forem proferidos por um tribunal singular

OS ACTOS DECISÓRIOS DO JUIZ ASSUMEM

A FORMA DE: ACORDÃO: Proferidos por tribunal colegial

MP- As decisões do MP tomam a designação de despachos.

O arguido ou demais intervenientes processuais, podem intervir apresentando: EXPOSIÇÕES OU REQUERIMENTOS.

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Ar.t 96º: Assistência aos actos processuais realizados no processo

O ACTO PROCESSUAL É PÚBLICO, ART.95º Divulgação dos actos por meio de comunicação

EXCEPÇÕES, ART. 95º Nº 3 Art. 101º: A consulta do processo e obtenção de certidões , cópias e extractos de qualquer peça

Ou elemento que dele faça parte- 102º

Segredo de justiça: O processo está em segredo de justiça até proferido o despacho de pronúncia ou o despacho que designar o dia para o
julgamento- Os limites do segredo de justiça estão estritamente estabelecidos nos termos do art. 97º nº 2 al. A) e b) e o art. 100º.

Durante a instrução preparatória, o arguido pode requerer: Consulta do processo e dos elementos que o facultam

Consultas do processo As respectivas cópias, certidões ou extractos

ART.102º M P nº 2: Indefere o pedido do requerente Prejudicar a investigação dos factos, objecto do processo;

se entender que a pretensão pode Apuramento da verdade; ou dos direitos processuais dos participantes

processuais ou das vítimas

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Findos os prazos da instrução preparatória, a consulta é livre, salvo nos termos do nº 5 do art. 102º

Momento da prática dos actos Em regra nos dias úteis e nos horários de expediente

Processuais Art. 119º Casos excepcionais: Sábados, domingos e feriados

Arguidos detidos ou presos indispensáveis a garantia da liberdade

Processos sumários

Outros actos que por necessidade, a autoridade judiciária considerar urgente praticar

Durante as férias judiciais podem no sábado, domingo e feriados

Ser praticados, quando requeridos,

Actos como:

1ª- Instrução preparatória Decisões da autoridade judiciária e actos de mero expediente, nº 4 do art. 119º

2º- Instrução contraditória

3º Audiência de julgamento, Momento em que não se efectua o interrogatório: art. 120º

Decisões das autoridades e actos de Prazos: 121º e 122º, 123º, 124º 123º- renúncia

Mero expediente Justo impedimento-125º

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