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Tutoria Direito Processual Penal

Ma lde Braz Teixeira

Formas de Processo: Forma Comum


Tem a tramitação mais complexa. É de aplicação subsidiária.
1. No cia do crime

Crimes Públicos Crimes Semi-Públicos


(48º) e Par culares

2. Inquérito
O inquérito é a fase da inves gação e recolha de provas sobre a existência de um crime
e as pessoas que o cometeram e a que tulo. O MP promove o processo penal dando
início ao inquérito, sendo o seu dominus (263/1) e pra ca os atos previstos nos arts.
267º e 268º. O MP inves ga mas os OPC executam.
O inquérito inicia-se com um despacho do MP a determinar a sua abertura, sem o qual
o processo é nulo (119/b). Tem natureza inquisi va.
3. Acusação (instrução)
Tratando-se de crime público/semi-público e recolhidos os NÃO EXISTE RAI NOS
indícios e as provas de que foi pra cado um facto CRIMES PARTICULARES
penalmente relevante e que esse facto responsabiliza um
agente, o MP deve acusar no prazo de 10 dias. (283º).
Tratando-se de crime par cular, e recolhidos os indícios e provas, o MP deve no ficar o
assistente para acusar num prazo de 10 dias (285º). Se o assistente nada fizer, o
processo é arquivado.

 Requerimento de Abertura de Instrução pelo assistente face à acusação.


Requisitos:
- legi midade: apenas pode ser o assistente (287/1)
- quanto a factos que cons tuíssem uma alteração substancial dos factos que foram
deduzidos pelo MP (1º/f)
- em 20 dias a contar da no ficação da acusação.

 Requerimento de Abertura de Instrução pelo arguido face à acusação.


Tem os mesmos requisitos (287/1).
O arguido tem legi midade para requerer abertura de instrução quer quanto a factos
quer quanto a matéria de direito. O requerimento não necessita de quaisquer
formalidades.
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Ma lde Braz Teixeira

A fase da instrução encerra com um despacho de pronúncia ou um despacho de não


pronúncia.

 O Despacho de Pronúncia é a decisão instrutória que recebe a acusação e


decide remeter o processo para a fase de julgamento após terem sido
recolhidos os indícios suficientes.
 O Despacho de Não Pronúncia encerra a fase instrutória concluindo pela não
indiciação.
A decisão instrutória faz caso julgado material?

GMS entende que despacho de não pronúncia é um despacho de mera forma,


similar ao despacho de arquivamento.
Isto não está correto porque isso implicaria tratar a fase de instrução como uma
fase equiparada ao inquérito.

4. Arquivamento
Findo o inquérito, o MP pode concluir que aqueles factos que deram origem ao
inquérito não veram lugar naqueles termos (277/1) ou apurou que não existem
indícios suficientes da sua prá ca - aqui há lugar a arquivamento do inquérito (277º).
O despacho de arquivamento dá lugar a dois meios processuais alterna vos de
controlo da decisão do arquivamento.
- 278º - intervenção hierárquica da competência do imediato superior hierárquicos do
MP que arquivou o processo.
- 286º - corresponde à fase da instrução. O assistente pode requerer a abertura da
instrução, considerando os requisitos da legi midade, os 20 dias e o conteúdo.

5. Arquivamento em caso de dispensa da pena


Uma das alterna vas que o MP tem é arquivar o processo, aplicando ao arguido uma
dispensa de pena (280º). A dispensa de pena consiste numa declaração de culpa sem
atribuição concreta da pena.
O 74º CP estabelece a sua possibilidade para crimes com pena não superior a 6 meses,
se a ilicitude do facto e da culpa forem diminutas; se o dano ver sido reparado; se não
houverem razões de prevenção.
O MP pode então promover o arquivamento previsto no 280º sendo exigida a
concordância do JIC.
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Ma lde Braz Teixeira

6. Suspensão provisória do processo


Prevista nos 281º e 282º é um dos mecanismos de diversão processual que permite ao
MP suspender o processo em alterna va a acusar, mediante a imposição ao arguido de
regras de confuta desde que o JIC concorde e se verifiquem os requisitos do 281/1,
nomeadamente a pena de prisão não superior a 5 anos e a concordância do arguido e
do assistente.

 Cumprida a regra de conduta, o MP pode promover o arquivamento do


processo.
 Violada a regra de conduta, o processo con nuará a sua tramitação.

7. Envio para a forma sumaríssima


Quando o MP deduz acusação, faz o requerimento para que o facto seja julgado em
processo sumaríssimo (392/1 e 394º). Ob do acordo entre o MP, o tribunal e o
arguido (396º), passa-se para a fase final.

8. Mediação Penal (Lei 21/2007)


Aplica-se a crimes semi-públicos e par culares e permite suspender o processo
criminal e enviar o processo para uma mediação com o acordo do arguido e do
ofendido. A existência deste acordo determina a desistência do processo.

Nota:

O processo sumaríssimo é uma opção


do MP no final do inquérito, seguindo-
Consequências da forma incorreta:
se até aí a forma comum
- Nulidade sanável: é u lizada a forma comum quando
deveria ter sido a forma especial (120/2a)
- Nulidade insanável: emprego de uma forma especial fora dos casos previstos na lei
(179/f).

Lembrete:

Processo Sumário: situações de flagrante delito


(381º a 391º)

Processo Abreviado: um sucedâneo da forma


sumária quando não for possível o julgamento até
ao limite do prazo legal. (391º-A a 391º-G)

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