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Bem-vindos à disciplina

Prática Jurídica Penal

Prof. Marcelo Mariano Pereira


Assunto 1
Ritos Processuais Penais
Processo e Procedimento

Processo
• É termo amplo que abrange as ideias
de procedimento
Procedimento
• é o conjunto de atos que se
desenvolvem pelo processo
Pressupostos Processuais
Partes: Autor e Réu
Existência Jurisdição: Juiz
Pedido: demanda
Pressupostos Competência
Requisitos Imparcialidade do juiz
Capacidade das partes
Validade
Capacidade postulatória
Inexistência de coisa julgada,
litispendência e perempção
Fases Procedimentais
Fase Postulatória

Fase Instrutória

Fase Decisória

Fase Executória
Procedimento monofásico e bifásico

O procedimento monofásico é a regra adotada na maior parte dos


processos.
Nele, não prevê o legislador a necessidade de decisão intermediária
entre as fases de instrução e julgamento, voltada a verificação da
existência ou não de fundamentos para a acusação.

Por outro lado, o procedimento bifásico (ou escalonado) apresenta duas


fases decisórias: a primeira acerca da seriedade da acusação e a
segunda referente ao julgamento da causa propriamente dito.

Trata-se de exceção, tendo por exemplo marcante o procedimento


adotado no Tribunal do Júri.
Procedimento Comum
Ordinário, se ao crime for cominada
abstratamente pena máxima privativa
de liberdade igual ou superior a 4 anos;

Sumário, se ao delito for cominada


Procedimento
abstratamente, pena máxima privativa
Comum
de liberdade inferior a 4 anos;

Sumaríssimo, nos casos de infração de


menor potencial ofensivo, na forma da
Lei n. 9.099/95.
Procedimento Comum

Para se definir qual dos procedimentos será o


cabível no caso concreto, devem também ser
consideradas a presença de qualificadoras e
causas de aumento ou diminuição da pena.
Porém, não devem ser levadas em conta as
circunstâncias atenuantes e agravantes.
Procedimentos
Disposições Gerais.
✔ Procedimento Comum: Ordinário e Sumário
(Crimes da Competência do Juiz Comum).
✔ O procedimento comum é aplicável a todos
os processos, salvo disposição legal em
sentido contrário.
✔ Os procedimentos ordinário e sumário são
iguais no começo, razão pela qual são
estudados juntos.
(Instrução e julgamento)
Procedimento Comum
A Lei n. 11.719/2008 modificou substancialmente a matéria
relativa aos procedimentos, aproximando muito os ritos ordinário e
sumário.

A fase postulatória dos dois procedimentos, que se inicia com a


denúncia ou queixa e termina com o oferecimento da resposta
escrita, é idêntica e será a seguir abordada.

O procedimento comum é aplicável a todos os processos, salvo


disposição legal em sentido contrário (art. 394, § 2º), como, por
exemplo, nos feitos de competência do Tribunal do Júri, regidos
pelo disposto nos arts. 406 a 497 do CPP (art. 394, § 3º).
Recebimento e rejeição da denúncia ou queixa

✔ Oferecida a denúncia ou queixa, o juiz analisará a presença dos


requisitos formais, dos pressupostos processuais e das condições da
ação para que esta possa ser efetivamente recebida.
✔ O STJ e o STF já decidiram que o recebimento da denúncia não
exige fundamentação, pois trata-se de decisão interlocutória
simples.
Já a decisão que rejeita denúncia ou queixa, nas hipóteses do art.
395, deve ser fundamentada.
✔ Isto porque é decisão interlocutória terminativa, uma vez que põe
fim à relação processual. Tanto assim que o Código de Processo
Penal prevê recurso contra a decisão de rejeição (art. 581, I),
inexistindo expressamente recurso contra a de recebimento.
Recebimento e Resposta Escrita

Recebimento e resposta escrita Entendendo que a denúncia ou queixa


preenche os requisitos formais legalmente exigidos, as condições da ação
e os pressupostos processuais, deverá o juiz recebê-la, cabendo-lhe
determinar a citação do réu para oferecer resposta escrita no prazo de 10
dias. Poderá o réu, na resposta, arguir questões preliminares e matérias
que interessem à defesa, sendo-lhe facultado o oferecimento de
documentos e justificações. Deve, ainda, especificar as provas pretendidas
e arrolar testemunhas sob pena de preclusão, qualificando-as e
requerendo, se necessário, sua intimação. A apresentação de resposta
escrita é obrigatória e, caso não oferecida no prazo legalmente fixado, ou
se o réu, legalmente citado, não constituir advogado, deverá o juiz nomear
defensor para fazê-lo. Após o oferecimento da resposta escrita, duas são
as opções do magistrado: absolver sumariamente o réu, se presente
alguma das situações do art. 397, ou designar dia e hora para a
audiência, ordenando a intimação do réu, seu defensor, do Ministério
Público e, se for o caso, do querelante e do assistente.
Absolvição Sumária

O juiz poderá absolver sumariamente o réu quando verificar (art.


397):
I – existência manifesta de causa excludente de ilicitude do fato;
II – existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do
agente, salvo inimputabilidade;
III – que o fato narrado evidentemente não constitui crime;
IV – extinta a punibilidade do agente.

✔ Recursos: as decisões de absolvição sumária dos incisos I, II e III


constituem verdadeiras sentenças absolutórias, razão pela qual são
impugnáveis por recurso de apelação.
✔ Já a decisão que julga extinta a punibilidade, sentença terminativa
de mérito, comporta recurso em sentido estrito.
Procedimento Comum Ordinário

A audiência deverá ser realizada no prazo máximo de 60


dias, contado a partir do recebimento da denúncia.
Designada a audiência, o juiz deverá ordenar a intimação
do réu, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o
caso, do querelante e do assistente de acusação. Na
audiência, serão ouvidas a vítima, seguida das
testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, bem
como eventual testemunho de peritos, nesta ordem,
ressalvados os casos de testemunha residente fora da
comarca, ouvidas por carta precatória.
Procedimento Comum Ordinário

Cada parte poderá arrolar até 8 testemunhas, não sendo


computadas nesse número as que não prestem
compromisso e as referidas. A parte que arrolou a
testemunha poderá desistir de sua oitiva, exceto se o juiz
entender necessário o depoimento.
Caso seja necessário, realizar-se-ão acareações e
reconhecimento de pessoas e coisas.
O último ato da instrução criminal é o interrogatório,
composto de duas partes, a primeira sobre a pessoa do
acusado e a segunda sobre o fato que lhe é imputado.
Procedimento Comum Ordinário

Finda a instrução criminal, o Ministério Público, o


querelante, o assistente e a seguir o réu, por seu defensor,
poderão requerer a realização de diligências cuja
necessidade originou-se daquilo que se apurou na
instrução (CPP, art. 402). O juiz, ex officio, também poderá
determinar diligências imprescindíveis. Após a efetivação
das diligências, as partes, no prazo de 5 dias,
sucessivamente, serão intimadas para oferecer suas
alegações por escrito, por meio de memoriais. No prazo de
10 dias, o juiz proferirá a sentença.
Procedimento Comum Ordinário

Não havendo diligências ou sendo os requerimentos


indeferidos, haverá debates orais. Cada parte terá 20 minutos,
prorrogáveis por mais 10, para tecer suas alegações finais. Em
havendo dois ou mais acusados, o tempo para defesa de cada
um será individual. O assistente usará de 10 minutos após as
alegações do Ministério Público. Terminados os debates, o juiz
proferirá a sentença.
Em face da complexidade do caso ou do número de acusados,
o juiz poderá abrir às partes, sucessivamente, a possibilidade
de apresentação de memoriais no prazo de 5 dias. Nesta
hipótese, o magistrado terá 10 dias para proferir a sentença.
Procedimento Comum Sumário

A audiência una de instrução e julgamento é idêntica ao


procedimento sumário, porém, esta deverá ser realizada
em 30 dias contados a partir do recebimento da denúncia
ou queixa.
Tudo o que foi dito em relação ao desenvolvimento da
instrução criminal aplica-se ao procedimento sumário.
Entretanto, no procedimento sumário, permite-se que
cada parte arrole até 5 testemunhas apenas.
Outrossim, a lei não previu para o procedimento sumário
a possibilidade de o juiz converter as alegações orais em
memoriais.
Bons Estudos!!!

Forte Abraço!!!
Prof. Me.
Marcelo Mariano Pereira
✔Advogado
✔Sócio na D’Mariano Soluções Empresariais
responsável setor jurídico.
✔Especialista em Direito Penal pela Escola
Superior do Ministério Público do Estado de São
Paulo.
✔Especialista em Direito Público pela Escola
Superior do Ministério Público do Estado de São
Paulo.
✔Especialista em Direito Civil e Processo Civil pela
Escola Superior da Advocacia.
✔Mestre em Adolescente em Conflito com a Lei
(Direitos Humanos) pela Universidade
Bandeirante de São Paulo.

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