Você está na página 1de 10

ESTÁGIO SUPERVISIONADO IV 1

ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS

ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS – Trata-se da defesa final do réu,


antes da prolação da sentença. O rito ordinário, o sumário e grande parte dos
ritos especiais que adotam o rito ordinário como base prevêem, ao término da
instrução probatória, a oportunidade para a acusação e defesa manifestarem-
se oralmente, antes da decisão final.
Como regra, o artigo 403 do CPP diz que não havendo requerimento de
diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas alegações finais orais por 20
(vinte) minutos, respectivamente pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por
mais 10 (dez), proferindo o Juiz, a seguir, sentença. Havendo mais de um
acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um será individual.
Caso haja assistente de acusação, após a manifestação do Ministério Público,
serão concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo
de manifestação da defesa.
Ocorre que esses debates orais podem ser substituídos por memoriais escritos,
notadamente em duas situações, por disposição expressa do artigo 403,
parágrafo 3º e do artigo 404, parágrafo único, aplicáveis ao rito ordinário e por
analogia, aos demais.
São elas: 1) Caso, ao término da instrução probatória, seja necessária a
realização de novas diligências (determinadas de ofício pelo Juiz ou a
requerimento das partes), após a diligência ter sido realizada as partes
apresentarão, no prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, suas alegações finais, na
forma de memoriais; 2) Quando o caso for complexo ou houver número
excessivo de réus, o Juiz poderá conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias
sucessivamente para a apresentação de memoriais escritos.
Competência: Os memoriais devem ser sempre dirigidos ao Juiz da causa, em
uma peça única.
A apresentação dos memoriais serão na seguinte ordem: primeiro ao Ministério
Público ou ao querelante; segundo ao assistente da acusação, se houver e
terceiro ao defensor do réu.
Legitimidade: Tanto à acusação quanto à defesa devem apresentar
memoriais. Da parte da acusação, tanto o Ministério Público como o querelante
(no caso de ação penal privada). Pode o assistente da acusação apresentar
memoriais, manifestando-se logo após o Ministério Público.

Falta de apresentação das alegações finais orais (memoriais): Existe um


entendimento já consagrado, relativo à falta de apresentação das alegações
finais: na ação penal exclusivamente privada, o não oferecimento das
alegações, agora memoriais, enseja perempção, gerando a extinção da
punibilidade do querelado. Também é causa de perempção a hipótese da
ausência de requerimento de condenação do querelado por ocasião das
alegações finais.
ESTÁGIO SUPERVISIONADO IV 2

Se a ação for privada subsidiária da pública, a falta de manifestação do


querelante obriga o Ministério Público a retomar a ação, devendo este
apresentar os memoriais. Se a ação for pública, não pode o Ministério Público
deixar de apresentá-los, em face do princípio da indisponibilidade.
Na hipótese da defesa não apresentar os memoriais escritos, existe o
entendimento que seja qual for o tipo de ação, é obrigatória, em obediência ao
princípio da ampla defesa, a sua apresentação e na falta dela, não pode o Juiz
proferir sentença, sob pena de nulidade por cerceamento de defesa.
Caso haja desídia do defensor, o Juiz deverá considerar o réu indefeso e
nomear advogado “ad hoc” para apresentar a peça. Caso não o faça e condene
o réu, gera nulidade processual absoluta.
O que se deve requerer nas alegações finais: Nas alegações finais da
acusação, seja pública ou privada, deve em regra oferecer memoriais
apresentando a existência de justa causa para a condenação. Deve assim
demonstrar a comprovação de autoria e materialidade do fato típico e requerer
seja julgada procedente a ação e decretada a condenação do réu nas penas do
tipo penal imputado na inicial.

Excepcionalmente, e apenas no caso de acusação pública, o Ministério


Público, cuja função, mais do que simplesmente acusar, é fiscalizar o regular
cumprimento da lei, pode pleitear a absolvição do acusado e isso porque,
embora tenha ajuizado a ação penal, é possível que, ao final da instrução
probatória, a prova reunida não seja suficiente para ensejar a condenação, ou
ainda que tenha o réu conseguido comprovar circunstância que exclui o crime
ou a culpabilidade. Importante ressaltar que o requerimento de absolvição do
Ministério Público não vincula o julgamento do Juiz, podendo o magistrado
condenar o réu ainda que haja um pedido de absolvição do Ministério Público.

A defesa em seus memoriais deve, em regra, requerer a absolvição do


acusado. Não pode jamais requerer a condenação ou concordar com o pedido
da acusação, sob pena de gerar nulidade absoluta. Os memoriais são o
momento oportuno para a arguição de todas as teses de defesa, devidamente
exploradas e demonstradas no curso da instrução processual. É o momento de
atacar o mérito da ação (tese de mérito), apontarem-se as falhas do processo
(nulidade processual) ou requerer-se, subsidiariamente, no caso de eventual
condenação, a concessão dos benefícios cabíveis.

Nas alegações finais poderá ser levantada preliminar quer para arguir alguma
nulidade havida após o transcurso do prazo para diligências (art. 571, II do
CPP), quer para ser apontada alguma causa extintiva de punibilidade, prevista
no artigo 107 do Código Penal. Deve também produzir todas as suas
alegações quanto ao mérito e às preliminares, sob pena de preclusão.
O oferecimento das alegações finais é termo essencial do processo, vez que a
omissão causa o esvaziamento do contraditório. Assim, sua falta implica
nulidade absoluta. Como já dito, cabe ao magistrado nomear defensor “ad hoc”
para o seu oferecimento se o defensor do réu se omitir.
ESTÁGIO SUPERVISIONADO IV 3

Na hipótese de renúncia por parte do defensor constituído, não pode, num


primeiro momento, o magistrado nomear defensor “ad hoc”, devendo intimar o
acusado para que este informe se há interesse na constituição de novo
patrono.
Em seu silêncio, caberá a nomeação de advogado para o ato, sendo certo que
a não observância desse princípio acarretará nulidade.
A apresentação das alegações finais é ato privativo de advogado habilitado,
importando em nulidade insanável a sua não obediência.
São nas alegações finais orais (memoriais) que a defesa irá argumentar com
as teses defensivas como por exemplo: Falta de justa causa; nulidade; abuso
de autoridade e extinção de punibilidade. Vejamos:
a) Caso a defesa alegue falta de justa causa, o pedido deverá ser a absolvição
do acusado;
b) Caso a defesa alegue nulidade processual, o pedido deverá ser a anulação
do processo, “ab initio” ou a partir do ato viciado;
c) Caso sejam alegadas as duas teses de defesa, ou seja, nulidade
processual (a ser arguída em preliminar) e falta de justa causa (deduzida no
mérito), o pedido deverá ser alternativo, ou seja, a absolvição do réu e,
subsidiariamente, a anulação da ação;
d) Caso seja alegada a extinção da punibilidade, o pedido deverá ser a
decretação desta.

Alegações finais no Tribunal do Júri: No rito do Júri, não há, tal como ocorre
no rito ordinário, previsão expressa da possibilidade de substituição das
alegações finais orais por memoriais. No entanto, a maioria da doutrina tem
entendido tranquilamente pela possibilidade de substituição, vez que as regras
do procedimento ordinário aplicam-se subsidiariamente aos demais
procedimentos especiais, no que forem compatíveis.
Aceitos os memoriais, são eles a última manifestação das partes antes do
encerramento do sumário de culpa. Logo a seguir, deverá o Juiz proferir
sentença, que pode ser de pronúncia, impronúncia, absolvição sumária ou
desclassificação, além de, poder também anular o processo ou reconhecer a
extinção da punibilidade.

No procedimento especial do Tribunal do Júri, os pedidos são diversos, devido


ao fato deste rito ser bifásico e as alegações finais são apresentadas no
sumário de culpa (1ª fase), em momento imediatamente anterior à sentença
que encerra essa fase do procedimento. Portanto, neste momento jamais se
pode requerer a condenação ou a absolvição do acusado. Deve ser observado,
o seguinte raciocínio:

a) Nas alegações finais da acusação, o pedido será sempre a pronúncia do


réu;

b) Nas alegações finais da defesa, o pedido poderá ser:


ESTÁGIO SUPERVISIONADO IV 4

- Impronúncia do réu (art. 414 do CPP) - Quando não houver indícios de autoria
ou prova da materialidade do delito (falta de prova);

- Desclassificação da infração penal (art. 419 do CPP) - Quando estiver claro


que o delito em apreço, ora imputado ao seu cliente, não é de competência do
Tribunal do Júri, ou seja, não é um crime doloso contra a vida, tentado ou
consumado (ex: latrocínio);

- Absolvição sumária do réu (art. 415 do CPP) - Quando estiver comprovada a


existência de alguma excludente de antijuridicidade ou ilicitude (legítima
defesa, estrito cumprimento do dever legal, estado de necessidade, exercício
regular do direito) ou houver a inexistência do fato; negativa de autoria;
atipicidade; excludente de culpabilidade.

Processamento: As alegações finais são a última oportunidade de


manifestação das partes antes de a sentença ser proferida, portanto, nela tanto
a defesa quanto a acusação devem deduzir da forma mais completa possível a
sua argumentação, de modo a persuadir o magistrado.

Ordem nas alegações finais:

a) Crime de ação penal privada: 1º) Querelante, 2º) Ministério Público e 3º)
Defesa.
b) Crime de ação penal pública: 1º) Ministério Público, 2º) Assistente da
Acusação (se houver) e 3º) Defesa.

Estrutura da peça:

a) Endereçamento: Juiz da causa;


b) Preâmbulo: Nome e qualificação do acusado (não inventar dados),
capacidade postulatória (por seu procurador ao final subscrito),
fundamento legal (artigo 403, §3º, ou 404, parágrafo único, do CPP),
nome da peça (memoriais escritos), frase final (pelos fatos e
fundamentos jurídicos a seguir expostos):
c) Corpo da peça (teses defensivas);
d) Pedidos:
d.1) Nulidades (acompanhar a ordem das preliminares);
d.2) Absolvição com base no artigo 386 do CPP: materialidade (incisos I
e II); autoria (incisos IV e V); tipicidade (inciso VI); culpabilidade (inciso
VI); subsidiariedade.
d.3) Diminuição da pena, regime carcerário, etc;

e) Parte final: Local, data, advogado e OAB.

MODELO DE ALEGAÇÕES FINAIS SOB A FORMA DE MEMORIAIS


ESTÁGIO SUPERVISIONADO IV 5

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA___VARA


CRIMINAL DA CAPITAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – SP (crimes não
dolosos contra a vida e matéria estadual)

(ou)

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ___VARA


CRIMINAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE____________ (crimes não dolosos
contra a vida e matéria federal)

(10 linhas)

Processo nº ______/____

(Nome), já devidamente qualificado,


nos autos do processo crime em epígrafe, vem, por seu advogado(a) ao final
subscrito(a), nos autos da ação penal que lhe move a JUSTIÇA PÚBLICA,
vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento no
artigo 403, parágrafo 3º do Código de Processo Penal, apresentar
MEMORIAIS, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos:

(2 linhas)

I – DOS FATOS:

O réu (Copiar o problema apresentado


– Narrar o fato criminoso, com todas as circunstâncias, sem inventar dados).

(2 linhas)

II – DO DIREITO:

Ocorre que.......(apresentar
argumentação conforme a tese de defesa que for ser utilizada, que poderá ser:
falta de justa causa, extinção de punibilidade, nulidade processual ou abuso de
autoridade).

(2 linhas)

III – JURISPRUDÊNCIA:
ESTÁGIO SUPERVISIONADO IV 6

Segundo entendimento
Jurisprudencial: (Copiar uma ou duas Jurisprudências a respeito da matéria).

(2 linhas)

IV – DO PEDIDO:

Diante do exposto, postula-se (o


pedido irá variar conforme a tese deduzida), como por ex:...a absolvição do réu,
com fulcro no artigo 386, (escolher um dos incisos do Código de Processo
Penal), como medida da mais legítima Justiça (se a tese for falta de justa
causa); ou...a extinção da punibilidade dos fatos imputados ao réu, com fulcro
no artigo 107, (escolher um dos incisos do Código Penal), como medida da
mais legítima Justiça (se a tese for extinção da punibilidade); ou...a anulação
do processo “ab initio” ou a partir de (mencionar o ato viciado), como medida
da mais legítima Justiça.

ou

Diante do exposto, requer-se:

a) Em preliminar (se houver, como por exemplo nulidade e extinção de


punibilidade);

b) No mérito, a absolvição do réu, com fundamento no artigo 386, inciso___do


Código de Processo Penal ou salvo melhor juízo_______(elaborar outros
pedidos, como por exemplo desclassificação do crime, uma diminuição de
pena, benefícios legais, atenuantes, regime mais brando caso o Juiz condene o
réu, fixação da indenização cível em seu patamar mínimo e a concessão do
direito de apelar em liberdade,etc.)

Nestes termos,

Pede deferimento.

Local e data

_______________________________

OAB nº ...
MODELO DE ALEGAÇÕES FINAIS SOB A FORMA DE MEMORIAIS:
TRIBUNAL DO JÚRI
ESTÁGIO SUPERVISIONADO IV 7

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA___VARA DO


JÚRI DA COMARCA DE ___________ (crimes dolosos contra a vida e
matéria estadual)

(ou)

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ___VARA DO


JÚRI DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE____________ (crimes dolosos contra a
vida e matéria federal)

(10 linhas)

Processo nº ______/____

(Nome), já devidamente qualificado,


nos autos do processo crime em epígrafe, vem, por seu advogado(a) ao final
subscrito(a), nos autos da ação penal que lhe move a JUSTIÇA PÚBLICA,
vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento no
artigo 403, parágrafo 3º, c/c artigo 394, parágrafo 5º, ambos do Código de
Processo Penal, apresentar MEMORIAIS, pelos motivos de fato e de direito a
seguir aduzidos:

(2 linhas)

I – DOS FATOS:

O réu (Copiar o problema apresentado


– Narrar o fato criminoso, com todas as circunstâncias, sem inventar dados).

(2 linhas)

II – DO DIREITO:

Ocorre que.......(apresentar
argumentação conforme a tese de defesa que for ser utilizada). Em se tratando
de Tribunal do Júri a tese via de regra, será: falta de provas suficientes de
autoria ou materialidade do delito (impronúncia), existência de crime que não
seja de competência do Júri (desclassificação) ou existência de circunstância
que exclua o crime ou isente de pena o réu, inexistência do fato, negativa de
autoria, atipicidade (absolvição sumária).

(2 linhas)

III – JURISPRUDÊNCIA:
ESTÁGIO SUPERVISIONADO IV 8

Segundo entendimento
Jurisprudencial: (Copiar uma ou duas Jurisprudências a respeito da matéria).

(2 linhas)

IV – DO PEDIDO:

Diante do exposto, postula-se (o


pedido irá variar conforme a tese de defesa), como por ex:...a sentença de
impronúncia, com fulcro no artigo 414 do Código de Processo Penal (quando
não houver indícios de autoria ou prova da materialidade do delito), como
medida da mais legítima Justiça; ou...sentença de desclassificação, com fulcro
no artigo 419 do Código de Processo Penal (quando o crime não for da
competência do Tribunal do Júri), como medida da mais legítima Justiça;
ou...sentença de absolvição sumária, com fulcro no artigo 415 do Código de
Processo Penal, (existência de circunstância que exclua o crime ou isente de
pena o réu, inexistência do fato, negativa de autoria, atipicidade), como medida
da mais legítima Justiça.

ou

Diante do exposto, requer-se:

a)Em preliminar (se houver, como por exemplo nulidade e extinção de


punibilidade);

b) No mérito, que seja julgada improcedente a presente ação penal,


decretando-se a impronúncia (artigo 414 do Código de Processo Penal) ou
absolvição sumária (artigo 415 do Código de Processo Penal) ou
desclassificação (artigo 419 do Código de Processo Penal), como medida da
mais legítima Justiça.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Local e data

_______________________________

OAB nº ...

PROBLEMA PRÁTICO
ESTÁGIO SUPERVISIONADO IV 9

Jorge, com 21 anos de idade, em um bar com outros amigos, conheceu


Analisa, linda jovem, por quem se encantou. Após um bate-papo informal e
trocarem beijos, decidiram ir para um local mais reservado. Nesse local
trocaram carícias, e Analisa, de forma voluntária, praticou sexo oral e vaginal
com Jorge.

Depois da noite juntos, ambos foram para suas residências, tendo antes
trocado telefones e contatos nas redes sociais.

No dia seguinte, Jorge, ao acessar a página de Analisa na rede social,


descobre que, apesar da aparência adulta, esta possui apenas 13 (treze) anos
de idade, tendo Jorge ficado em choque com essa constatação.

O seu medo foi corroborado com a chegada da notícia, em sua residência, da


denúncia movida por parte do Ministério Público Estadual, pois o pai de
Analisa, ao descobrir o ocorrido, procurou a autoridade policial, narrando o fato.

Por Analisa ser inimputável e contar, à época dos fatos, com 13 (treze) anos de
idade, o Ministério Público Estadual denunciou Jorge pela prática de dois
crimes de estupro de vulnerável, previsto no artigo 217- A, na forma do artigo
69, ambos do Código Penal. O “Parquet” requereu o início de cumprimento de
pena no regime fechado, com base no artigo 2º, §1º, da lei 8.072/90, e o
reconhecimento da agravante da embriaguez preordenada, prevista no artigo
61, II, alínea “l”, do CP.

O processo teve início e prosseguimento na XX Vara Criminal da cidade de


Curitiba, no Estado do Paraná, local de residência do réu.

Jorge, por ser réu primário, ter bons antecedentes e residência fixa, respondeu
ao processo em liberdade.

Na audiência de instrução e julgamento, a vítima afirmou que aquela foi a sua


primeira noite, mas que tinha o hábito de fugir de casa com as amigas para
frequentar bares de adultos.

As testemunhas de acusação afirmaram que não viram os fatos e que não


sabiam das fugas de Ana para sair com as amigas.

As testemunhas de defesa, amigos de Jorge, disseram que o comportamento e


a vestimenta da Analisa eram incompatíveis com uma menina de 13 (treze)
anos e que qualquer pessoa acreditaria ser uma pessoa maior de 14 (quatorze)
anos, e que Jorge não estava embriagado quando conheceu Analisa.

O réu, em seu interrogatório, disse que se interessou por Analisa, por ser muito
bonita e por estar bem vestida. Disse que não perguntou a sua idade, pois
acreditou que no local somente pudessem frequentar pessoas maiores de 18
(dezoito) anos. Corroborou que praticaram o sexo oral e vaginal na mesma
oportunidade, de forma espontânea e voluntária por ambos.
ESTÁGIO SUPERVISIONADO IV 10

A prova pericial atestou que a menor não era virgem, mas não pôde afirmar
que aquele ato sexual foi o primeiro da vítima, pois a perícia foi realizada
longos meses após o ato sexual.

O Ministério Público pugnou pela condenação de Jorge nos termos da


denúncia.

A defesa de Jorge foi intimada no dia 24 de abril de 2014 (quinta-feira).

Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser
inferidas pelo caso concreto acima, redija a peça cabível, no último dia do
prazo, excluindo a possibilidade de impetração de Habeas Corpus,
sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes.

Você também pode gostar