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PROCESSO PENAL III

PROCESSO - meio pelo qual a justiça do Brasil funciona.

PROCEDIMENTOS - forma em que o processo vai se exteriorizar, é um conjunto de


atos.
Art. 394. O procedimento será comum ou especial.
§ 1o O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo:
I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual
ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade;
II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja
inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade;
III - sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma
da lei (JECRIM) - pena igual ou inferior a 2 anos (único que cabe contravenção).
§ 2o Aplica-se a todos os processos o procedimento comum, salvo disposições em
contrário deste Código ou de lei especial.
§ 3o Nos processos de competência do Tribunal do Júri, o procedimento
observará as disposições estabelecidas nos arts. 406 a 497 deste Código. - crimes
dolosos contra a vida e conexos.
§ 4o As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os
procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste Código.
§ 5o Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário e
sumaríssimo as disposições do procedimento ordinário.
Art. 394-A. Os processos que apurem a prática de crime hediondo terão prioridade
de tramitação em todas as instâncias.

Rito Sumaríssimo não pode ser utilizado quando:


● O acusado for citado por edital;
● Provas de difícil produção;
● Excesso de acusados.
RITO COMUM ORDINÁRIO

FASE PRÉ-PROCESSUAL: Inquérito Policial; Auto de Prisão em Flagrante e Termo


Circunstanciado.
A FASE PROCESSUAL é iniciada com a Denúncia ou Queixa-crime.
● Rejeição = Cabe RESE (no JECrim cabe Apelação).

HIPÓTESES DE REJEIÇÃO:
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando:
I - for manifestamente inepta;
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal

RECEBIDA a denúncia, passa-se a CITAÇÃO do acusado, que terá 10 dias para


apresentar resposta à acusação ou a defesa preliminar.

Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o


juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado
para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a
fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído.
Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que
interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas
pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação,
quando necessário. 8 TESTEMUNHAS.
§ 1o A exceção será processada em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste
Código. (meio de defesa indireto - incompetência, suspeição e impedimento,
ilegitimidade …).
§ 2o Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não
constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista
dos autos por 10 (dez) dias corridos.

Na sequência, o Juiz tem duas opções:


A) ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA - caberá Apelação.
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código,
o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:
I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato;
II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo
inimputabilidade;
III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou
IV - extinta a punibilidade do agente. (não é correto, morte não absolve).

B) DESIGNAR AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO


Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a
audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério
Público e, se for o caso, do querelante e do assistente.
§ 1o O acusado preso será requisitado para comparecer ao interrogatório, devendo
o poder público providenciar sua apresentação.
§ 2o O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença.

ORDEM DA AUDIÊNCIA (ART. 400, CPP)


- Ofendido;
- Testemunhas de acusação;
- Testemunhas de Defesa;
- Peritos;
- Acareação e reconhecimento;
- Interrogatório;
- Alegações finais acusação
- Alegações finais defesa;
- Sentença.
§ 1o As provas serão produzidas numa só audiência, podendo o juiz indeferir as
consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias.
§ 2o Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requerimento das partes.

Art. 401. Na instrução poderão ser inquiridas até 8 (oito) testemunhas arroladas
pela acusação e 8 (oito) pela defesa.
§ 1o Nesse número não se compreendem as que não prestem compromisso e
as referidas.
§ 2o A parte poderá desistir da inquirição de qualquer das testemunhas arroladas,
ressalvado o disposto no art. 209 deste Código.

Art. 402. Produzidas as provas, ao final da audiência, o Ministério Público, o


querelante e o assistente e, a seguir, o acusado poderão requerer diligências cuja
necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução.

Art. 403. Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão


oferecidas alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela
acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir,
sentença.
§ 1o Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um
será individual.
§ 2o Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação desse, serão
concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de
manifestação da defesa.
§ 3o O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados,
conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a
apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para
proferir a sentença.

PROCEDIMENTO SUMÁRIO
É igual ao procedimento ordinário, com as seguintes diferenças:
a) Testemunhas - 5;
b) Prazo para a instrução: 30 dias;
c) Não prevê alegações finais por memoriais;
d) Não prevê suspensão da audiência para diligências.

Art. 531. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo


de 30 (trinta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, se
possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta
ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos
esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e
coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se, finalmente, ao
debate.

Art. 532. Na instrução, poderão ser inquiridas até 5 (cinco) testemunhas arroladas
pela acusação e 5 (cinco) pela defesa.

PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO (LEI 9.099/95 - JECrim)


CARACTERÍSTICAS: informalidade, oralidade, celeridade.
● Infrações penais de menor potencial ofensivo = pena máxima igual ou
inferior a 2 anos.

1) FASE PRELIMINAR
a) Composição Civil
b) Transação Penal - Art. 76
● Não há confissão e nem gera antecedentes;
● Prazo de 5 anos para utilizar;

Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública


incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá
propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser
especificada na proposta.
(...) § 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:
I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa
de liberdade, por sentença definitiva;
II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela
aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo;
III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente,
bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção
da medida.
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à
apreciação do Juiz.
§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz
aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência,
sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de
cinco anos.
§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art.
82 desta Lei.
§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de
certidão de antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo
dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação cabível
no juízo cível.

2) FASE PROCESSUAL - em caso de não ser possível resolver a situação da fase


preliminar, será oferecida a denúncia.

SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO


Cabe para qualquer infração penal com pena mínima igual ou inferior a 1 ano,
mesmo que não seja de menor potencial ofensivo.
● Inconstitucionalidade de parte do artigo: “sendo processado”.

Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um
ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia,
poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o
acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro
crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da
pena (art. 77 do Código Penal).

PROCEDIMENTO
1) Denúncia ou Queixa-Crime e Audiência (oral) ou por escrito
2) Citação com a denúncia
3) Audiência de Instrução e Julgamento
4) Resposta à acusação
5) Rejeição da acusação ou Recebimento
6) Com o recebimento = ofendido, testemunha, interrogatório, debates, sentença

PROCEDIMENTOS DE CRIMES DE RESPONSABILIDADE DE FUNCIONÁRIOS


PÚBLICOS
DEFINIÇÃO PENAL DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO:
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função
pública.

§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função


em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço
contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração
Pública.

§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes


previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função
de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de
economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público.

PROCEDIMENTO
● PAD = Processo Administrativo Disciplinar

Denúncia/Queixa-Crime - notificação - defesa prévia - rejeição da


acusação/recebimento com posterior citação e prosseguimento pelo procedimento
ordinário.

PROCEDIMENTO DA LEI DE DROGAS - LEI N. 11.343/06


Crime de posse ou porte para consumo próprio (art. 28): crime de menor potencial
ofensivo. Procedimento sumaríssimo (JECrim)
Crime de tráfico e equivalentes (art. 33 a 36): procedimento especial

FASE POLICIAL
Antes da constatação x laudo pericial - materialidade - perito
Destruição das drogas apreendidas
PRAZO DO IP: 30 + 30 dias - RÉU PRESO 90 + 90 dias - RÉU SOLTO

INVESTIGAÇÃO ESPECIAL
● Infiltração de agentes
● Flagrante deferido ou retardado
● !!!!! OBS: Autorização Judicial !!!!!
FASE PROCESSUAL
Denúncia — notificação (10 dias) — defesa prévia — rejeição (acaba aqui) ou
recebimento — prossegue para citação — audiência de instrução e julgamento:
● Testemunhas de acusação (até 5);
● Testemunhas de defesa (até 5);
● Perito;
● Acareações e reconhecimento;
● Interrogatório (questão polêmica quanto ao momento);
● Alegações Finais;
● Sentença.

PROVA 2
PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI (BIFÁSICO)
1ª FASE — Judicium Accusationis (Sumário de culpa) — semelhante ao
procedimento ordinário.
Vai da denúncia ou quixa-crime até a sentença de pronúncia (art. 406 a 421).
Art. 406. O juiz, ao receber a denúncia ou a queixa, ordenará a citação do acusado
para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
● Da rejeição da denúncia cabe RESE.
§2º A acusação deverá arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito), na denúncia
ou na queixa.
Art. 407. As exceções serão processadas em apartado, nos termos dos arts. 95 a
112 deste Código.
Art. 409. Apresentada a defesa, o juiz ouvirá o Ministério Público ou o querelante
sobre preliminares e documentos, em 5 (cinco) dias.
Denúncia — Contestação — Réplica — Exceção.
Decisão ao final do procedimento:
a) Pronúncia — -é uma decisão interlocutória mista não terminativa (não há
julgamento do mérito e não se põe fim ao processo). O juiz, convencido da
existência material do fato criminoso e de haver indícios suficientes de que o
acusado foi seu autor ou partícipe, encaminha o processo para julgamento
perante o Tribunal do Júri.
b) Impronúncia — ausência de provas — sem resolução do mérito — Se o juiz
não se convencer da existência do crime ou de indício suficiente de autoria,
ou participação, proferirá decisão de impronúncia. Por via de tal decisão, o
julgador reconhece inexistir justa causa para submeter o acusado a
julgamento popular. O réu, portanto, não vai a Júri. Essa decisão, de natureza
interlocutória mista terminativa (não há julgamento do mérito, porém se põe
fim ao processo), não faz coisa julgada material, apenas formal. Assim, se
surgir nova prova, poderá a qualquer tempo ser proposta nova ação (art. 414,
parágrafo único), desde que não se tenha operado causa extintiva da
punibilidade (prescrição, morte do réu, etc.).
c) Absolvição Sumária — certeza! “in dubio pro societate” — É a sentença
definitiva proferida pelo juiz, por meio da qual a pretensão punitiva é julgada
improcedente. Trata-se, portanto, ao contrário do que ocorre com a
impronúncia, de decisão de mérito, que tem lugar quando: a) provada a
inexistência do fato; b) provado não ser o acusado autor ou partícipe do fato;
c) o fato não constituir infração penal; ou d) demonstrada causa de exclusão
do crime ou de isenção de pena, com exceção da inimputabilidade, salvo se
esta for a única tese defensiva.
d) Desclassificação — art. 419 CPP — Caso o juiz, ao analisar a prova dos
autos, conclua que existiu exclusivamente crime que não é da competência
do júri, deverá proferir a decisão de desclassificação. Por via de tal decisão,
de natureza interlocutória mista não terminativa, o julgador estará
reconhecendo a inexistência de prova da ocorrência de crime doloso contra a
vida e, concomitantemente, a existência de elementos que evidenciem a
prática de infração estranha à competência do tribunal popular.

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