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Procedimentos

A todos os atos que serão praticados em juízo durante o tramitar da ação penal dá-se o nome
de procedimentos, estes devem ser previstos em lei para respeitar o princípio do devido
processo legal, dando anterior conhecimento aqueles que o utilizarão do que devem fazer para
o regular andamento do processo, trata-se de matéria de ordem pública e não pode ser
modificada pelas partas por entenderem que outra forma é mais benéfica aos autos e nem ao
menos pelo juiz, o que acarretará vício a ação penal, gerando então sua nulidade.

Os procedimentos segundo o artigo 394 do CPP, podem ser comuns ou especiais.

Os comuns são três conforme parágrafo 1º:

PROCEDIMENTO TEMPO DE PENA

Ordinário Pena máxima em abstrato igual ou superior a 4 anos, e


para os quais não haja previsão de rito especial

Pena máxima em abstrato superior a dois anos e


inferior a 4 anos e que não haja previsão de rito
Sumário
especial.

Infrações de menor potencial ofensivo que tramitam


perante o Juizado, nos termos do art. 98, I CF – Crimes
Sumaríssimo
cuja pena máxima em abstrato não excedam 2 anos e
contravenções penais.

Aqui levamos em conta o montante de pena e não a espécie (reclusão ou detenção).

Os especiais são aqueles aplicados apenas a determinadas categoria de crimes, no código de


processo penal temos o procedimento especial para os crimes dolosos contra a vida, o
procedimento do júri, contra a honra, contra propriedade imaterial e crimes cometidos por
funcionários públicos no desempenho da função. Na legislação especial teremos Lei de Drogas,
Maria da Penha, Crimes Falimentares, Estatuto do idoso e etc.

Para definição dos procedimentos, além do tempo de pena devem ser levadas em
consideração as qualificadoras e as causas de aumento e diminuição de pena, porque
influenciam no montante da pena máxima em abstrato, a tentativa diminui por exemplo a
pena máxima de diversos crimes por reduzir de 1/3 a 2/3 a pena aplicada.
Quanto a conexão de crimes, devemos analisar primeiramente se um dos crimes possui pena
para procedimento ordinário, ou seja, maior do que 4 anos, caso o tenha será adotado o rito
ordinário para os dois (crime de resistência e roubo). Mas caso haja dois crimes conexos que
nenhum dos dois possua pena máxima em abstrato maior que 4 anos, homicídio culposo e
embriaguez ao volante por exemplo, deve se utilizar ainda o procedimento ordinário, por ter
rito mais amplo que confere maiores possibilidade de defesa.

Lembrando-se que quando há conexão ainda é importante lembrar que havendo conexão com
procedimento especial, a competência sempre será do procedimento especial e não do
comum.

Fase do procedimento Ordinário: art. 395 a 405 do CPP

Com o recebimento da denúncia pelo Juízo no prazo de 5 dias da interposição do MP,


conforme artigo 800, II do CPP, tendo em vista o principio do impulso oficial (se desenvolve
segundo a ordem do procedimento evitando a paralisação), o juiz ao receber a denúncia ou
queixa, determina a adoção do ato seguinte do procedimento que é a citação do acusado,
segundo artigo363, caput CPP.

Citado artigo informa que o processo terá completado a sua formação quando realizada a
citação do acusado, ou seja, estará presente o trinômio fundamental para garantia da justiça,
acusação, defesa e juiz.

A falta de citação ou vícios insanáveis no ato citatório constituem causas de nulidade absoluta
do processo art. 564, III do CPP, salvo se o acusado comparecer em juízo dentro do prazo legal
e apresentar resposta escrita, por ter sido cientificado da acusação por outro meio. O vício de
citação é o pior a existir, invalida o lídimo direito de defesa, devendo os autos retornarem para
o último ato praticado antes daquele maculado expedindo-se em benefício do réu o
consequente Alvará de soltura.

A citação pode ser real, Ficta ou por hora Certa.

Citação Real: é regra no processo penal e deve ser sempre tentada antes de se passar à
citação ficta ou com hora certa, ainda que o acusado não tenha sido localizado na fase do
inquérito. Ela é feita de diversas formas:

Citação por mandado: Feita por oficial de justiça quando o réu reside e está preso na mesma
comarca que corre o processo, ao localizá-lo deve ler o mandado e entregar-lhe a contrafé
(consiste em cópia do mandado e da denúncia ou queixa), na qual constará o dia e a hora em
que a citação se concretizou. O oficial prova que entregou a contrafé e efetivou a citação com
a elaboração de uma certidão, sendo desnecessário que o acusado a assine, também porque
ele pode se negar a fazê-lo o que deverá constar do documento, não impedido a concretização
da citação. Art. 357 CPP.
A citação pode ser feita a qualquer dia e a qualquer hora do dia ou da noite. Caso o oficial não
o encontre nos endereços constantes nos autos, fará certidão informado o juízo, ocasião em
que o juiz poderá determinar a citação por edital.

O réu preso também precisa ser citado pessoalmente no local em que estiver preso.

Art. 352, ao falar do mandado, em seu inciso VI, diz que deve constar a data e o local que o réu
deve comparecer, tal inciso fazia referencia ao regime processual anterior em que após a
citação interrogava-se o réu, hoje, após a citação abre-se o prazo de 10 dias para resposta à
acusação, devendo constar então o juízo a quem deve apresentar sua resposta escrita no
prazo de 10 dias, sob pena de nomeação do defensor dativo caso não o faça.

Se militar a citação será realizada por seu chefe de serviço, caso pratique crime comum artigo
358 CPP. O funcionário público, ao ter a audiência marca ou redesignada deve ter comunicado
o chefe de repartição do dia da ausência do serviço.

Citação por carta precatória: de acordo com artigo 353 do CPP, quando do réu tiver fora do
território da jurisdição do juiz processante será citado mediante carta precatória, trata-se da
pessoa que reside em comarca diversa de onde tramita a ação ou esta presa em outra
comarca. Só ocorrerá no caso de residência ou prisão em outra comarca, jamais quando ele
estiver por período curto em razão de férias ou trabalho, quando terá que se esperar.

O juiz deprecante, ou seja aquele da comarca onde corre ação irá expedir a carta precatória
para o juiz deprecado, o da comarca onde o réu está preso e deverá ser citado ou que lá
resida, quando ela for recebida o juiz deprecado expedirá o mandado citatório para ser
cumprido por oficial de justiça, o qual realizará a citação para que tenha conhecimento da
acusação e passe a correr o seu prazo de defesa escrita de 10 dias, cumprido pelo oficial de
justiça, a carta precatória retornará ao juízo de origem o deprecante.

O prazo de 10 dias para a resposta escrita começa do a correr do cumprimento do mandado e


não de sua juntada aos autos, súmula 710 do STF, no processo penal os prazos correm da data
da intimação e não da juntada aos autos.

Se no juízo deprecado verificar-se que o réu mudou-se para uma outra comarca, a precatória
será remetida diretamente a tal juízo, comunicando-se apenas o fato ao juízo deprecante, é a
chamada carta precatória itinerante.

Após a apresentação de respostas escrita, será marcada pelo juízo deprecante audiência de
instrução e julgamento, onde serão ouvidas as testemunhas e só após a sua oitiva será
expedida nova carta precatória para interrogatório do réu no juízo deprecado, salvo se ele
tiver comparecido no juízo deprecante na audiência de oitiva das testemunhas, hipótese em
que ele passará a ser ouvido no próprio juízo deprecante.

Citação por carta rogatória: 368 CPP, estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será
citado mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso do processo até o seu cumprimento,
ou seja, não fluirá a prescrição, também será expedida carta rogatória no caso de ser cumprida
em legações estrangeiras (embaixadas ou consulados) art. 369 do CPP, caso em que terá que
ser dirigida ao Ministro da Justiça que solicitará o cumprimento ao Ministério das Relações
Exteriores.
Quando o réu estiver no estrangeiro em local desconhecido, deve ser citado por edital.

Citação por carta de ordem: quando o acusado goza de foro por prerrogativa de função , o
tribunal a quem incumbe o julgamento em grau originário emite carta de ordem determinando
que o juízo da comarca onde reside o réu providencie a citação. Em regra, são ordens
expedidas pelo STF, STJ, TSE, TRE’s, TRF’s ou Tribunais de Justiça estaduais, pelos processos
que têm competência originária.

Citação por hora certa: art. 362 do CPP, quando se verifica que o réu se oculta para ser citado
o oficial de justiça certificará a ocorrência e realizará a citação por hora certa na forma
estabelecida pela legislação processual civil art. 252 a 254 do CPC, é necessário inicialmente
que o oficial de justiça tenha procurado o acusado em sua residência ou domicilio por pelo
menos duas vezes sem encontrá-lo, se ele suspeitar que ele está se ocultando, deverá intimar
o vizinho ou alguém de sua família que no dia seguinte voltará em determinada hora para citá-
lo, no dia seguinte se o réu estiver fará a citação pessoal, caso não esteja dará o réu como
citado entregando ao vizinho ou familiar contrafé da denúncia, aperfeiçoando-se a citação
mesmo que ninguém queira assiná-la ou estejam todos ausentes. Após a efetivação da citação
o escrivaõ enviará ao réu no prazo de 10 dias, carta, telegrama ou correspondência eletrônica,
dando-lhe de tudo ciência. Caso ele não apresente resposta escrita em 10 dias, será nomeado
defensor dativo, não ficando suspensa a ação penal.

Citação Ficta: Trata-se da citação por edital, ela ocorrerá quando:

O réu não for encontrado para citação pessoal art. 363, parágrafo 1º, é necessário que ele
tenha sido procurado em todos os outros endereços que tenham constado dos autos, inclusive
locais de trabalho e nos números telefônicos existentes, sob pena de nulidade da citação por
edital, a prova de que ele está em local processual desconhecido é a certidão por oficial de
justiça, ainda que ele não tenha sido encontrado na fase de inquérito em todos os endereços
obtidos em órgãos públicos e outros, é necessário em juízo que se tente sua citação pessoal
em todos novamente antes da citação por edital.

Se o réu está viajando é necessário aguardar seu retorno e não determinar a citação por edital,
a súmula 351 do STF ainda informa que é nula a citação por edital de réu preso na mesma
unidade da federação em que o juiz exerce sua jurisdição, sendo necessário ainda que ele
providencie a expedição de ofícios aos órgãos competentes da administração judiciária para
verificar se ele não está preso em seu estado.

Mas a nulidade da citação por edital atualmente não possui muito efeito pois o processo após
o réu ser citado por edital fica suspenso, não ocorrendo qualquer ato até sua localização ou
prescrição, só sendo útil então caso já tenha ocorrido produção antecipada de prova, quando
está deverá novamente ser produzida.

Nos termos do artigo 364 do CPP, o prazo do edital é de 15 dias.

Quando inacessível o local que o réu se encontra, por exemplo no caso de guerra civil,
problemáticas com natureza que dificulte o acesso do oficial de justiça, poderá ser citado por
edital para suspender o processo nos termos do artigo 366 do CPP, o prazo do edital será
fixado entre 15 e 364 dias.

O artigo 365 do CPP, informa que deve constar do edital o nome do juiz que determinar a
citação, o nome do réu ou suas características físicas, residência, profissão e o que mais
relativo a ele constar do processo, o porquê está sendo citado, o juízo, o dia endereço que
deverá comparecer e o prazo do edital, que será contado da publicação na imprensa se houver
ou da sua afixação. Ainda deve conter menção ao fato criminoso, sem necessitar descrever a
denúncia, para que ele possa oferecer resposta à acusação segundo súmula 366 do STF, que
diz que não é nula a citação por edital quando só faz menção ao artigo de lei, sem fazer
menção a descrição do fato na denuncia.

Resposta Escrita:

Trata-se de ato obrigatório conforme artigo 396 – A, parágrafo 2º, e possui o prazo de 10 dias
para sua apresentação, só pode ser oferecida mediante advogado, sendo que caso não seja
apresentada subentenderá que o réu não o possui e nomear-se-á um defensor dativo para
tanto, que terá novo prazo de 10 dias para apresenta-la a partir da data que receber os autos
com vista.

Nos termos do art. 396-A em tal resposta o acusado poderá:

a) Arguir preliminares, b) alegar tudo o que interessa a sua defesa, c) apresentar


documentos, d) apresentar justificações – refere-se as excludentes de ilicitude, e)
requerer a produção de provas que entenda relevante, f) arrolar testemunhas no
número máximo de 8.

Nas preliminares poderá arguir que o juiz é incompetente, litispendência e etc.. no


entendo segundo o parágrafo primeiro deste mesmo artigo quando opuser alguma
exceção na defesa escrita como as exemplificadas, bem como ilegitimidade e coisa
julgada, será processado em apartado e o procedimento seguirá as regras previstas em
torno desses temas.

Os fatos que interessa a defesa são: que o fato narrado na denúncia não é crime, que
não há indícios de crime imputado, que já ocorreu prescrição ou qualquer outra causa
extintiva de punibilidade e etc.

As testemunhas necessitam ser apresentadas na resposta a acusação sob pena de


preclusão, ocasião que se quiser poderá esclarecer que elas comparecerão à audiência
independente de intimação, tornando assim desnecessária a expedição de mandado.

Após a resposta à acusação será verificado se estão presentes os elementos de


absolvição sumária a qual extinguirá o processo sem necessidade de instrução.

A acusação não se manifesta após a resposta escrita, salvo se houver a apresentação


de documento novo para respeitar o princípio do contraditório. Em relação aos meros
argumentos trazidos pela defesa de que o fato é atípico ou que a denuncia carece de
embasamento probatório por exemplo, o juiz não deve dar oportunidade da acusação
se manifestar, já que em razão da ampla defesa esta deve ser a última a apresentar
seus argumentos antes da decisão judicial.

Apresentada a resposta escrita o Juiz deve absolver sumariamente o acusado ou


determinar o prosseguimento do feito.

Suspensão do Processo: De acordo com o art. 366 do CPP se o réu citado por edital
não apresentar resposta escrita no prazo previsto e não constituir defensor, ficarão
suspensos o curso do processo e o prazo prescricional, esta regra se aplica a qualquer
que seja o crime apurado e a qualquer procedimento.

Ao decretar a referida suspensão o juiz deverá analisar:


Se é caso de prisão preventiva, quando verificará a gravidade do crime cometido e se
sua fuga foi intencional, podendo decretá-la.
Se existe a necessidade de produção antecipada de provas caso sejam consideradas
urgentes: Súmula 455 do STJ – a decisão que considerar a produção antecipada de
provas com base no 366, só poderá fazê-lo se fundamentada, não podendo requerer
apenas pelo decurso do tempo – testemunha com doença grave que está prestes a
morrer ou vítima de mudança para outro país. .

A produção antecipada de provas prejudica a autodefesa do réu, e a citação por edital


não gera o efetivo conhecimento da acusação por parte dele, ou seja, cerceando desta
feita sua defesa. Se houver a necessidade de produzi-la o ato será realizado na
presença da acusação e do defensor dativo nomeado para o ato.
Sendo decretada a suspensão do processo ficará suspenso ainda o curso do prazo
prescricional, a qual só será revogada se o réu comparecer em juízo por meio de
advogado nomeado ou pessoalmente pela prisão.

O prazo da suspensão da prescrição está previsto na súmula 415 do STJ – a qual


informa que o período de suspensão é regulado pelo prazo máxima da pena cominada.
Se o prazo máximo foi de 4 anos e só se passou 3 meses quando da suspensão, ficará
suspensa a prescrição por 4 anos, e após os 4 anos voltará a correr a partir dos 3
meses, ou seja faltará 3 anos e 9 meses para prescrever, onde deverá então ser
decretada a extinção da punibilidade do agente.

O Recurso cabível para as decisões que decretam a suspensão do processo é o recurso


em sentido estrito por interpretação extensiva ao artigo 581, XVI do CPP, que permite
tal espécie recursal contra decisões que permitem a suspensão do feito para aguardar
julgamento de questão prejudicial art. 3º do CPP.

No caso de comparecimento do réu em juízo ou de nomeação de defensor, o prazo


para resposta acusação começará a fluir da data de seu comparecimento ou do
ingresso do defensor constituído em juízo, mas se ele for preso será determinada a
citação pessoal e a partir dela correrá o prazo da resposta escrita.

Absolvição Sumária:
Apresentada resposta escrita, caso tenha sido trazida alguma preliminar ou
apresentado documento, o Juiz dará vista para o Ministério Público para manifestação.
Poderá ainda ouvir o MP no caso de matérias não argumentadas pela Defesa mais
passíveis de decisões ex officio, em atenção a proibição de decisões surpresas arts. 9º
e 10 do NCPC.
Se a defesa tiver alegações apenas quanto a inocência do acusado pela ausência de
provas, os autos não serão encaminhados ao MP e estarão conclusos diretamente para
o Juiz para decisão, este baseado nas provas existentes absolverá sumariamente o réu
ou determinará o prosseguimento do feito.

A absolvição sumária será decreta nos termos do art. 397 do CPP quando:
I – verificar a existência de manifesta causa excludente da ilicitude do fato – prova
necessária de que o réu agiu em legítima defesa, estado de necessidade, estrito
cumprimento do dever legal ou exercício regular do direito, mas caso haja dúvidas
deve requerer que seja os autos enviados para instrução, onde as provas serão
produzidas na sua presença, se as dúvidas ainda continuarem a existir, deverá absolve-
lo com base no princípio in dubio pro reo.

II- Existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, exceto


inimputabilidade: exige prova cabal de que ele agiu em razão de coação moral
irresistível, obediência hierárquica de ordem não manifestamente ilegal, embriaguez
fortuita e complexa, erro de proibição e etc. Todavia, em se tratando de doente
mental não há a possibilidade da absolvição sumária, vez que para eles é aplicado
medida de segurança devendo a instrução prosseguir, porque a instrução pode levar a
verificar que ele é inocente sem a necessidade da absolvição imprópria.

III- Que o fato narrado evidentemente não constitua crime: No caso de crime de porte
ilegal de arma de fogo, sendo ele denunciado sem a juntada do laudo para atestar a
eficácia da arma, após a juntada verifica-se que não era armamento capaz de disparar,
tratando-se de um objeto decorativo, ocasião em que deve absolver sumariamente o
réu pois ele não praticou crime, ou quando o réu acusado de estelionato consiga a
prova depois da denuncia e antes da resposta a acusação que ele agiu de boa-fé,
afastando-se assim o estelionato.

IV – Que ocorreu causa extintiva da punibilidade do agente: não obstante constitua


como hipótese de absolvição sumária, as causas extintivas de punibilidade podem ser
reconhecidas a qualquer tempo, inclusive de ofício pelo juiz.

Recursos: A absolvição sumária faz coisa julgada material, de modo que o surgimento
de novas provas não possibilita a reabertura. Os recursos cabíveis contra ela no caso
dos incisos I, II e III é a apelação, enquanto a hipótese do inciso IV é o recuso em
sentido estrito art. 581, VIII.
No caso de não reconhecimento da absolvição sumária, a única opção é o Habeas
Corpus para o trancamento da ação penal.

Revelia: Se o réu intimado para comparecer a qualquer ato do processo não o fizer e
não justificar, bem como mudar de endereço sem comunicar o juízo terá sua revelia
decreta nos termos do art. 367 do CPP.
A revelia no processo penal não possui semelhança com a revelia no processo civil, o
réu neste caso não confessa os fatos, em virtude do princípio da verdade real, ou seja
trata-se de dever da acusação provas os fatos por ela imputados, e caso não prove terá
o réu que se absolvido. Ademais, a única consequente que possui é deixar de ser
intimado pessoalmente para os atos do processo, todavia seu advogado continua o
sendo e podendo exercer livremente a ampla defesa. A revelia ainda pode ser
levantada a qualquer tempo, caso ele justifique sua ausência ou volte a comparecer
aos atos do processo mesmo não intimado. Ex: Marcada audiência de instrução e
julgamento, ele não aparece, não obstante a audiência de instrução e julgamento seja
una, pela impossibilidade de se achar uma das testemunhas a remarcam, ocasião que
mesmo revel, se aparecer na nova audiência remarcada poderá ser ouvido, visto que
lhe foi levantada a revelia.
Mesmo que ele não venha a comparecer os atos do processo, jamais perderá o direito
de ser intimado pessoalmente da sentença.
Audiência de instrução e julgamento:

Se o juiz não tiver absolvido sumariamente o acusado deverá marcar audiência


de instrução e julgamento para data não superior a 60 dias art. 400 do CPP, e
ordenará a intimação do Ministério Público, do acusado, do seu defensor e se
for o caso do assistente de acusação e do querelante. Art. 399 do CPP.

A ausência injustificada do querelante na ação penal privada implica


perempção caso seu comparecimento pessoal tenha sido determinado art. 60,
III do CPP, havendo-se justificativa adia-se a audiência.

No caso de ação pública subsidiária – a falta do querelante faz com que MP


assuma a titularidade da ação e a audiência se realiza..

Se faltar o réu solto, assistente de acusação e ou advogado do querelante,


desde que notificados não ocorrerá o adiamento – art. 457 CPP.

A falta do representante do MP importará adiamento do ato, caso injustificada a


ausência, deverá o juiz expedir ofícios ao procurador geral de justiça para
eventuais providencias administrativas, inviável a nomeação de promotor “ad
hoc” em face da vedação constitucional prevista no artigo 129, paragrafo 2º.

A audiência também será adiada se por motivo justificado o defensor não


puder comparecer art. 265, parágrafo 1º do CPP, incumbe o defensor
comprovar seu impedimento até a abertura da audiência, senão fizer o juiz
determinará a continuação do ato, devendo nomear defensor substituto (ad
hoc), ainda que provisoriamente ou só para efeito do ato.

Se o réu estiver preso será requisitada sua apresentação para o dia da


audiência, a não apresentação ou a falta de requisição impede a realização do
ato.

Se houver testemunha que tenha que ser ouvida por carta precatória o juiz
dará tempo razoável para que seja cumprida e devolvida, e intimará as partes
de sua expedição. A expedição de carta precatória não suspende a instrução.
Findo o prazo concedido pelo juiz, o julgamento poderá ser realizado, mas a
todo tempo, sendo a precatória devolvida será juntada aos autos – art. 222
CPP

Na audiência de instrução serão realizados os seguintes atos:

1) Oitiva da vítima,
2) Oitiva das testemunhas de acusação,
3) Oitiva das testemunhas de defesa,
4) Interrogatório do réu,
5) Oportunidade para requerimentos,
6) Debates orais,
7) Julgamentos.

Oitiva da vítima e testemunhas: Ao abrir a audiência o juiz ouvirá


necessariamente neste ordem conforme artigo 400 do CPP, a vítima ou
vítimas, as testemunhas de acusação e por último as de defesa. No caso de
ausência de testemunha de acusação com a mantença do pedido de sua oitiva
pelo MP, o Juiz deverá necessariamente redesignar outra audiência para que a
testemunha de acusação seja ouvida primeiro que as de defesa, assim nem
sempre a audiência será uma, já que ela pode ser cindida por diversas razões,
falta de testemunha, deferimento de diligencias requeridas e audiência e etc.

Artigo 401 – na audiência de instrução poderão ser ouvidas até 8 testemunhas


inquiridas pela acusação e 8 testemunhas inquiridas pela defesa, não se
incluindo nessa conta aquelas que não prestam compromisso e as referidas.

As partes podem desistir do testemunho de quaisquer de seus testemunhas se


considerarem suficientes as provas produzidas, se for testemunha comum, de
ambas as partes, deve haver anuência da parte contraria para que a
desistência seja válida, em qualquer caso a desistência deve ser homologada
pelo juiz, o qual pode querer ouvi-la em busca da verdade real.

As testemunhas serão ouvidas individualmente, de modo que nenhuma saiba


do depoimento da outra, antes do inicio da audiência e durante sua realização
serão reservados espaços separados no fórum para garantir a
incomunicabilidade delas artigo 210 do CPP.

Se o juiz verificar que a presença do réu pode causar qualquer efeito na vítima
que prejudique o seu depoimento e a colheita de um testemunho real pode
requer que seu depoimento seja feito por vídeo conferencia ou, senão tiver o
equipamento, que seja feito sem a presença do réu, o mais comum, artigo 217
do CPP.

Quando entrar em audiência a testemunha será alertada pelo juiz do crime de


falso testemunho, depois a parte que a arrolou fará as perguntas diretamente
para ela, após encerrado seus questionamentos a parte contraria passará a
fazer, artigo 212 do CPP. Se tratando da vítima primeiro a acusação fará as
perguntas depois a defesa.

Senão houver processo de estenotipia ou de gravação de depoimentos, as


partes farão o juiz deve ditar as respostas ao escrevente de sala para ele
transpor no papel, bem como cabe a ele interferir nos questionamentos e
indeferir as perguntas feitas de forma a induzir as respostas ou que não
tenham relação com a causa.

Encerradas as perguntas, o juiz poderá complementar a inquirição sobre


pontos que entenda que ainda não foram suficientemente esclarecidos.

Em seguida, se a acusação ou a defesa tiverem previamente requerido, o


perito prestará os esclarecimentos que lhe forem solicitados art. 400, par. 2.
CPP.

Em seguida se solicitadas teremos a acareação e ainda serão feito o


reconhecimento de coisas e pessoas.
Interrogatório: o último ato instrutório é o interrogatório, quando o juiz houve o
réu o querelado sobre sua versão dos fatos descritos na denuncia ou queixa. A
primeira fase do interrogatório diz respeito a perguntas referentes a pessoa do
acusado, a segunda, na qual ele pode permanecer em silencio, diz respeito ao
fato criminoso, o juiz deve alerta-lo sobre o direito de permanecer silente e
dizer que o silencio não poderá prejudica-lo, art. 186 CPP.

O interrogatório é obrigatoriamente feito na presença do defensor, constituído


ou dativo, além disso, antes do interrogatório é assegurado ao réu a entrevista
com seu advogado reservadamente art. 185, paragrafo 2º do CPP, quando o
interrogatório é feito na mesma audiência, depois da oitiva das vítimas e
testemunhas, deve ser dada a oportunidade para o defensor conversar a sós
com o réu após os referidos depoimentos.

As partes podem fazer perguntas ainda após o interrogatório, as quais serão


feitas por intermédio do juiz, que pode indeferi-las se entender impertinentes ou
irrelevantes art. 188 do CPP.

Se tratando de réu preso o juiz deverá realizar o interrogatório no


estabelecimento prisional em que ele se encontrar, salvo senão houver
segurança suficiente neste local, hipótese em que o ato se dará em juízo, em
tal hipótese o réu será requisitado junto ao estabelecimento para comparecer
em juízo, com sua remoção art. 399 CPP.

A sistemática de interrogatório ao final da audiência de instrução prevista no


artigo 400 do CP, deve ser aplicado também aos procedimentos especiais,
como no caso de tráfico de drogas, que o prevê antes de quaisquer
depoimentos, tendo em vista que ele favorece a implementação do principio
constitucional da ampla defesa e do contraditório conforme entendimento do
STF.

Fase de diligências – artigo 402 do CPP – produzidas as provas, ao final da


audiência, o MP, querelante assistente e a seguir o acusado poderão requerer
diligencias, mas apenas aquelas cuja necessidade se origine de circunstancias
ou fatos apurados na instrução.

Alegações Finais: 403-404 CPP – não havendo requerimento de diligencias


ou sendo indeferidas será realizada as alegações finais orais por 20 minutos
respectivamente pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10
minutos.

Havendo mais de um acusado o tempo previsto para defesa de cada um será


individual.

Ao assistente do Ministério Público, após manifestação deste, serão dados 10


minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa.

Se a causa for complexa ou houver excessivos números de acusados, ou


ainda se forem deferidas diligencias, a alegações finais serão escritas no prazo
de 5 dias. O juiz ainda pode conceder alegações finais escritas quando era
caso de alegações finais orais, o que não causará nulidade do feito, mas mera
irregularidade.

Se MP não apresentar os memoriais finais, deverão os autos ser remetidos ao


procurador geral que deverá apresenta-los ou nomear novo membro da
instituição para o fazê-lo, no caso do querelante a não apresentação causa
perempção. No caso do advogado, o juiz intimará o réu para substitui-lo, caso
não faça nomeará um defensor dativo, se este não o fizer será oficiado a OAB
para sanções disciplinares e nomeado outro.

Sentença: 403 e 404 do CPP – Após a apresentação das alegações finais


orais o juiz deverá proferir sentença oral na própria audiência, mas se as
alegações finais forem escritas a sentença também será no prazo de 10 dias.

Registro da audiência art. 405 CPP – do ocorrido em audiência será lavrado


termo em livro próprio, assinado pelo juiz e pelas partes, contendo breve relato
dos fatos relevantes nela ocorridos, no entanto os registros dos depoimentos e
provas colhidas em audiência devem sempre que possível, serem feitos
através de meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia digital ou
técnica similar, inclusive audiovisual.

Sequencia de atos do procedimento ordinário

1- Rejeição ou recebimento da denuncia ou queixa


2- Em caso de recebimento da denuncia ou queixa, citação do acusado,
3- Resposta escrita a acusação
4- Vista a parte autora para manifestar-se sobre preliminar e documentos
juntados
5- Absolvição sumária
6- Não sendo o caso de absolvição, audiência de instrução e julgamento
7- Fase de diligencias
8- Alegações finais
9- Sentença
10- Registo de sentença

Procedimento Sumário
Ele é mais simplificado, objetivo, célere, possui quase as mesmas fases do anterior,
com algumas sendo supridas ou reduzidas.

Prazo para realização da audiência de instrução e julgamento: a audiência de


instrução e julgamento deve ser realizada no prazo máximo de 30 dias art. 531 do
CPP – no ordinário o prazo é de 60 dias.

Número de testemunhas: art 532 CPP – 5 testemunhas arroladas por cada parte – no
ordinário são 8 testemunhas
Inexistencia da fase de diligencia: após a conclusão da audiência de instrução e
julgamento, as partes devem necessariamente oferecer as suas alegações finais.
Artigo 535, nenhum ato será adiado, salvo quando imprescindível a prova faltante,
determinando o juiz a condução coercitiva de quem tenha que comparecer, a
testemunha que comparecer será inquirida independente da suspenção da audiência.

Alegações finais orais: No procedimento sumário, as alegações finais sempre serão


orais, se houver pelo juiz a oportunidade de apresentar memoriais escritos não haverá
nulidade, mas mera infrações aos procedimentos, se o réu estiver preso cabe
relaxamento de prisão.

A sentença também será oral, e no caso de haver sentença escrita não acarreta
nulidade mas cabe relaxamento de prisão.
Nos procedimentos do juizado especial criminal, quando forem encaminhados para
adoção de outro procedimento, sempre será o sumário independente da somatória das
penas artigo 538 do CPP. Isso ocorre quando: I – se o réu não for encontrado para ser
citado, pois não cabe citação por edital no juizado especial criminal, II se a causa for
complexa necessitando demais procedimentos para propositura da denuncia, o MP e o
querelante podem pedir a remissão ao procedimento comum, Art. 77 da Lei 9099/95.

Procedimento Comum Sumaríssimo: Aplicado nos feitos que tramitam perante o


juizado especial criminal – Lei 9099/95

Competencia em razão da matéria – artigo 60 a 61, tem competência para conciliação,


o julgamento e a execução das infrações de menor potencial ofensivo, as quais
englobem contravenções penais e os crimes de pena máxima não superior a 2 anos
cumulada ou não com multa. Mesmo que uma infração de menor potencial ofensivo
tenha seu procedimento em lei especial, como no caso do artigo 28 da lei de drogas,
será julgada pelo juizado especial criminal, adotando procedimento comum
sumaríssimo por força do artigo 61 do Juizado.
A lei Maria da Penha previu em seu artigo 41 que não são aplicados os procedimentos
do juizado especial criminal, então quando se tratar de procedimento especial, para
não aplicação necessita da vedação.
Competencia territorial: artigo 63 – é competente o juízo em que for praticada a
infração penal, teoria da atividade, local da ação ou omissão.
Conexão e competência: Se a infração penal de menor potencial ofensivo for praticada
em conexão ou continência com competência com crime do juízo comum ou do júri,
será este último o órgão competente, no entanto mesmo neste segundo juízo, será
possível a aplicação de composição civil dos danos e transação penal para infração de
menor potencial ofensivo.
Termo circunstanciado de Ocorrencia: art. 69 – havendo pratica de crime de menor
potencial, será lavrado TCO e não inquérito.
Prisão e flagrante e fiança: Se o autor do fato for imediatamente encaminhado ao
juizado ou assumir comparecer não importará prisão em flagrante e ao menos fiança.
Dois procedimentos: Fase preliminar e fase processual propriamente dita.
Fase preliminar: Audiencia preliminar - artigo 72 a 76 – será possível a aplicação de
três institutos distintos:
1 – composição civil – 74 – trata-se de uma composição entre o autor da infração e a
vítima, visando reparar os danos por ela suportados, este acordo necessita de
homologação pelo juízo, uma vez homologado terá caráter de título executivo na
justiça cível. Caso não haja a composição cível, se tratando de ação penal privada, o
juiz suspenderá a audiência e informará o querelante que deve oferecer queixa crime
no prazo decadencial, caso não o faço mostra-se prejudicada a ação penal, a queixa
pode ser oferecida oralmente ainda, ao fazê-lo, segue a designação de audiência com
com a possibilidade de oferecimento prévio da transação penal, direito subjetivo do
réu, que caso ele aceite, mostra-se prejudicada a ação.
2- Direito de representação verbal – art 75 – não obtida a composição civil, é dada a
palavra a vítima, que poderá exercer seu direito de representação oral, mas senão o
fizer não decai seu direito, podendo ser exercido dentro do prazo.
3- Transação Penal – 76 – é proposta imediata de pena restritiva de direito ou multa, a
ser feita pelo MP e aceita pelo autor do delito. Esta proposta só poderá ser formulada
se previsto indícios suficientes de autoria e materialidade, se for ação penal
condicionada a representação, só depois da representação da vítima, além domais
deve preencher o réu os requisitos previsto no artigo – não ter sido condenado com
sentença definitiva a pena privativa de liberdade, não ter sido beneficiado nos últimos
cinco anos, indicarem as circunstancias judicias ser necessária e suficiente a adoção.
É um poder-dever para o MP, caso preencha os requisitos deve oferece-lo, e senão o
fizer o juiz pode invocar o artigo 28 do CPP. O agente do delito não está obrigado a
aceitar, podendo oferecer contraproposta, caso aceite não funciona como confissão de
culpa, não valerá como maus antecedentes ou reincidência, sendo registrada para
evitar novo oferecimento do beneficio no prazo de 5 anos. Só terá efeito se
homologada pelo juízo. Se o juiz não homologa ou homologa cabe apelação. Se
descumprida, ela é revogada e cabe oferecimento da denúncia – súmula 35 do STF.
O estatuto do idoso prevê o procedimento sumaríssimo para crimes nele previstos
com pena privativa de liberdade de até 4 anos, mas a transação e a composição civil
apenas para crimes de até dois anos de pena.
É obrigatório o comparecimento da vítima na audiência preliminar, o seu não
comparecimento deve ser aguardar o decurso do prazo decadencial.
Procedimento Sumaríssimo propriamente dito
Audiencia de instrução e julgamento:
Denuncia ou queixa oral – 77 – na própria audiência preliminar, senão houver
necessidade de diligencias imprescindíveis, deve ser apresentada a denuncia ou
queixa oral, a inicial não precisa estar acompanhada de exame de corpo de delito se a
infração deixar vestígios, podendo ser substituída por boletim médico ou prova
equivalente, mas será obrigatório para os fins de condenação penal, podendo ser
substituído por prova testemunhal caso os vestígios tenham desaparecido, oferecida a
denuncia ou queixa ela será reduzida a termo e entregue copia ao acusado art. 78.
Citação – com cópia da denuncia ou queixa o réu é imediatamente citado na audiência
e notificado para comparecimento na audiência de instrução, assim como as demais
partes, senão tiver presente deve ser regularmente citado na forma do artigo 66 a 68,
devendo a ela trazer seus testemunhas ou apresentar requerimento para intimação no
prazo de 5 dias antes de sua realização.
Audiencia de instrução e julgamento: 79-81 – A audiência de instrução e julgamento é
iniciado com a tentativa de composição civil e transação penal, senão foi possível o
oferecimento destes na fase preliminar, na sequencia o defensor do réu deverá
apresentar oralmente a sua resposta a acusação, vindo o juiz a decidir logo em
seguida pelo recebimento ou não da denuncia, passa-se após no caso de recebimento
a oitiva da vítima, das testemunhas de acusação e defesa, não há previsão do número
de testemunhas, mas por analogia ao procedimento sumária, a doutrina sustenta que
seriam no máximo de 5 para cada parte, e depois será interrogado o réu, nenhum ato
será adiado e o juiz deverá pedir a condução coercitiva de quem deva comparecer.
Após ocorrerá os debates orais, devem ser definidos pelo juiz o prazo, mas por
analogia entende-se que pode ser aplicado o do sumário, 20 para cada parte
prorrogáveis por mais 10. A sentença também deve ser dada oralmente, caso o juiz
faça de forma escrita a mera irregularidade.
Recursos: Contra sentença homologatória de transação, decisão de rejeição da inicial
e a sentença final do procedimento – apelação art. 82, será dirigido a turma recursal a
ser oferecido já com as razões no prazo de 10 dias, contrarrazões também de 10 dias.
Prazo em dias corridos. Cabe embargos no prazo de 5 dias art. 83.
Seqüência dos atos:
1- Denuncia ou queixa oral
2- Citação, notificação e intimações
3- Audiência de instrução ou julgamento
4- Recursos
5- Execução
Suspensão condiciona do processo: art 89 – quando a pena mínima cominada do
crime for menor que 1 ano em abstrato deverá o MP oferecer proposta de suspensão
condicional do processo, desde que ele não esteja sendo processado ou tenha sido
condenado por algum crime e os demais requisitos para suspensão condicional da
pena art. 77 – a proposta deste instituto pode ser apresenta mesmo fora do juizado
especial criminal, pois diz respeito a pena mínima e não a pena máxima. Ainda
segundo entendimentos dos tribunais superiores, é possível a suspensão se entre a
data do cumprimento da condenação anterior e a infração posterior, tiver ocorrido o
decurso de 5 anos – igual ocorre com a reincidência.
O feito poderá ficar suspenso pelo período de 2 a 4 anos, período de prova – artigo 89,
o juiz ainda poderá prever mais condições, durante o período da suspensão suspende
também a prescrição, findo o prazo haverá extinção da punibilidade, mas poderá ser
revogada se no prazo de prova vir a ser processado por outro crime e não efetuar sem
motivo justificado a reparação do dano, e poderá ser revogada se ele for processado
por contravenção ou deixar de cumprir alguma outra condição.
A suspensão também não se aplica na justiça militar e a delitos da lei maria da pena,
precisa ser homologada pelo juiz, e caso não seja cabe recurso em sentido estrito,
arto 581, I CPP.
Procedimento Especial do Tribunal do Júri
Arts. 406/497 do CPP
Competencia para julgar crimes dolosos contra a vida previstos nos artigos 121 a 127
do CP, podendo ser eles tentados ou consumados conforme artigo 5º XXXVIII da CF,
bem como os crimes que lhe são conexos ou continentes artigo 78 do CPP. Não são
de competência os crimes de latrocínio, lesão corporal seguida de morte, estupro
seguido de morte e etc. súmula 603 do STF.
Composição: Trata-se de um tribunal de natureza mista, conta com a participação de
um juiz togado, com suas competências previstas no artigo 497 do CPP e 25 jurados,
consoante previsão do artigo 447 do CPP.
Dos 25 apenas sete irão compor o Conselho de Sentença por sorteio, tratando-se de
juízes leigos, juízes de fato que devem decidir se acusado deve ser condenado ou
absolvido conforme os quesitos.
Para fins de instalação dos trabalhos no tribunal do Júri devem estar presentes pelo
menos 15 jurados artigo 463, CPP.

É um órgão horizontal, não há qualquer hierarquia entre o juiz presidente e os jurados.


É um órgão temporário que só funciona determinados períodos dos anos, será a lei de
organização judiciária de cada Estado que definirá o período de reunião.
Principios constitucionais:
Plenitude de defesa, sigilo das votações (os jurados devem se manter incomunicáveis
ao longo do julgamento como forma de garantir a pluralidade de decisões), soberania
dos vereditos (apenas sobre o Conselho de Sentença, o Juiz pode ter suas decisões
revistas pelo Tribunal, o julgamento proferido pelos jurados não podem ser revisto pelo
juiz togado ou pelo tribunal de justiça, caso haja recurso de apelação porque os
jurados julgaram contrários as provas colhidas nos autos, o tribunal não modificará
absolutamente nada, anulará aqueles julgamento e submeterá o acusado a novo júri)
competência para julgamento dos crimes dolosos contra a vida.

Procedimento Bifásico – escalonado:


A primeira fase é a fase de formação da culpa ou sumário da culpa ou instrução
preliminar, ou juízo de admissibilidade ou juízo de acusação. Não participação do
jurados, tramita apenas perante o juiz presidente do tribunal do Juri. A segunda fase é
conhecida como fase do julgamento propriamente dito, da acusação em plenário ou
juízo de mérito ou juízo da causa, o marco divisório entre essas duas fases é a
decisão de pronuncia.
A primeira fase visa definir se é de competência do tribunal do júri e simplificar o
procedimento para os jurados e tratam-se de pessoas leigas, e para seu encerramento
é necessário apenas um mero juízo de probabilidade ou de admissibilidade da causa,
pois quem decide pela absolvição ou condenação são os jurados na segunda fase.
A primeira fase é praticamente idêntica ao rito ordinário com as seguintes diferenças:
Manifestação o autor após a resposta escrita do réu em 5 dias artigo 409 CPP
Prazo máximo para audiência de instrução e julgamento de 10 dias. 410 CPP
Inexistência de fase de diligencias.
Alegações finais orais art 411 – não há possibilidade de alegações finais escritas e o
prazo é idêntico do rito ordinário, mas no caso de sua ausência, mesmo que tenha
sido pela defesa, o STF decidiu que gera apenas nulidade relativa e deve-se
demonstrar o prejuízo no prazo do artigo 571, I do CPP
Prazo para conclusão do procedimento – deve ser concluído em 90 dias – 412 CPP –
não existe prazo no ordinário.
Segundo o STJ a etapa do artigo 397 – absolvição sumária não se aplica ao âmbito do
tribunal do Júri, em virtude do principio da especialidade.
Ao final da primeira fase surge para o Juiz sumariamente 4 decisões possíveis:
pronuncia, impronuncia, absolvição sumária e desclassificação.
Pronuncia: quando houver indícios suficientes de autoria e prova de materialidade -
artigo 413, caput, CPP.

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