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Processo Penal

Requisitos do Ato Citatório


1- Classificação da Citação:
1.a – Citação Real: Ou “in facien”
Feita diretamente na pessoa do réu. Grande probabilidade de certeza que
se citou a pessoa certa;
Contato direto/pessoal que o servidor da justiça garante a certeza do ato
de citação;
Citação por mandado, carta precatória, ordem ou requisição de tribunais
superiores ou carta rogatória;
1.b – Ficta ou Presumida: Realizada através do diário virtual, onde se
presume legalmente que o destinatário tomou conhecimento da citação;
Não tem certeza se o réu conhece o teor da citação;

Tipos de Citação:
1- Citação Por Mandado: Ordem escrita, corporificada num
documento;
Ordem de citação do réu, só é emitido para réus que tenham endereço
certo e sabido, dentro do território do juiz processante;
Judiciário possui os sistemas necessários para localizar o réu;
Lugar certo – País, estado e cidade;
Lugar sabido – Endereço, nome da rua, bairro e n° da casa;
Art.352 – Requisitos da citação por meio de mandado;
Nome do juiz, nome do querelante (autor da ação privada), nome do
querelado (réu), endereço, finalidade para qual é feita a citação, dia e
hora que o réu precisa comparecer em juízo;
Dependendo do rito judicial, a finalidade do mandado pode ser diferente.
O rito preceitua a finalidade para qual o mandado está sendo expedido;
Até 2008, réu era citado nos exatos termos do 352, §6° do CPP. O rito
previa que o réu era citado para ser interrogado. Não funciona mais assim,
o rito hoje consiste no réu ser citado para apresentar uma DEFESA
ESCRITA;
Requisitos extrínsecos do mandado – A forma pela qual o mandado,
produzido pelo cartório e executado pelo oficial de justiça, que o oficial de
justiça vai cumprir o mandado;
Art.357 CPP – Contra fé: Produção de uma certidão na qual [... cerifica e
dá fé que no dia “xxx” horário “xxx” citou, do inteiro teor do mandado, o
citado “xxx” aceitou/ou não a citação ...]
Prazo para o réu apresentar a defesa (prevista no 396, a CPP) NÃO É
CONTADO EM DIA ÚTIL;
Primeiro dia útil subsequente que foi citado pelo oficial de justiça, que
começa a contar;
Não pode terminar num dia que não seja útil. Caso aconteça, se prorroga
para o próximo dia útil SUBSEQUENTE;
Processo segue validamente desde que o réu possua um advogado;
Advogado dativo – Escolhido pelo MP para o réu sem meios de contratar
um. Atos são anulados, quando não houver a defesa do réu;
Precisa ser refeito os atos, quando ainda não havia defesa;
Nulo, passível de nulidade quando faltar a defesa;

2 – Citação Por Carta Precatória (353 do CPP): Se destina ao querelado


que não mora no juízo processante;
Requisitos extrínsecos são idênticos a citação por mandado;
Expedição de carta precatória, citando “ad facem” do acusado que resida
em comarca diversa do juizo processante;
Requisitos no art.354 do CPP;
Tem que contem no documento o juiz deprecante (onde o processo
corre), quem expede a precatória ao juiz deprecado (quem recebe, onde
reside o réu), A sede do juizo de cada uma das comarcas, o fim para qual é
feita a citação (com todas as especificações), hora, dia e afins;
Carta precatória itinerante: Possibilidade do juizo deprecado, quando não
encontra o réu na jurisdição, mas tem ciência da nova localização do réu,
encaminha a precatória para uma nova comarca para tentar localizar o
réu;

1) Citação do Réu Preso: Nada de diferente quanto a forma anterior.


Depreca uma ordem para que seja entregue a contra fé, que a
devolve assinada ao juízo deprecante, em caso de réu preso em
comarca diferente;
O preso é citado igual ao réu solto. Se mora na comarca, um dos oficiais
de justiça vai até o presidio e cita o réu normalmente;
Se estiver preso em outra comarca (do que a do processo), juiz expede
carta precatória e envia ao juiz deprecado, que cumpre a precatória na
comarca (leitura do mandado, e afins) e devolve o precatório para a
comarca que corre o processo;
Prazo contado do primeiro dia útil subsequente, não precisa aguardar
chegar carta precatória;

2) Citação do Militar: Artigo 358, CPP. Disciplina como deve ser


realizada a citação do réu. Será feita pelo chefe do respectivo
serviço. Não é o oficial de justiça que realiza a citação;
Superior hierárquico do militar deve saber que seu subordinado está
sendo julgado, podendo dar ensejo então para processo administrativo,
gerando assim a expulsão do militar em questão;

3) Citação de Funcionário Público: Art.337 do CP conceitua o


funcionário público;
Art.359 = Dia designado para o funcionário público comparecer como réu,
será notificado assim a ele e seu chefe de repartição;
Oficial de justiça quem cita. Se residir em outra comarca do juízo
processante, será citado normalmente por carta precatória com todos os
requisitos de citação pessoal;
Quando se cita um funcionário público, é preciso notificar o superior do
mesmo, para notificar o dia/hora e afins que deverá comparecer em juízo;

Réu no estrangeiro, art.368 do CPP. Carta rogatória, suspendendo assim o


prazo de prescrição até seu cumprimento (da carta rogatória);
Prescrição é suspensa, tramitação fora do país é demorada. Prazo
paralisado desde a expedição da carta, até seu cumprimento efetivo. Aí
então que o prazo começa a correr;
Efetivo cumprimento = citação do réu e tradução efetiva, com o retorno
da carta ao juízo rogante (parte majoritária da doutrina);

Juízo Rogado – Onde o acusado se encontra, fora do Brasil;


Cada legislação do mundo tem seus sistemas judiciários, cada um
cumprindo-o de maneira de diferente;
Carta rogatória exprime ao governo de fora como deve ser realizado o
processo, dentro dos trâmites da lei brasileira. Porém não é obrigatório
aos governos rogados agirem conforme;
Prazo da defesa corre nos 10 dias, após juntada nos atos do processo,
como nas outras citações pessoais;

Petição de relaxamento de PF (modelo para realizar);


EXCL senhor dr juiz de direito da vara criminal da comarca de ... (1)

Qualificação e endereçamento do cliente;


Respeitosamente, vem a presença de vossa excelência, por intermédio de
seu advogado, conforme procuração em anexo, requerer o relaxamento
da prisão em flagrante; (2)
3) Artigos e fundamentos que serão utilizados (CF artigo 5°, inciso
LXV); imediatamente juiz deve relaxar a prisão, caso perceba a
inconstitucionalidade da prisão.
Bem como o artigo 310, inciso I do CPP, pelos fundamentos de fato e
direito abaixo expostos;

4) Narrativa dos fatos: Resumo objetivo do que aconteceu;

5) Fundamentação Jurídica: Jurisprudências. Preso não pode sofrer


incolumidades, devendo ser levado o mais breve possível frente ao
magistrado apresentar seus argumentos;
PEÇA DE RELAXAMENTO DE PF 145 do STF;
24 horas para entregar a nota de culpa, onde o preso toma conhecimento
do motivo da prisão e quem o está o prendendo;
Ilegalidades na maneira como aconteceu a prisão em flagrante. Uso de
algemas, entrar na casa à noite para prender, falta do questionamento
quanto ao
6) Pedido: Diante de todo exposto requer de vossa excelente, que
após manifestação do MP, o relaxamento da prisão em flagrante;
Expedindo o competente alvará de soltura do preso xxx
Termos em que, pede deferimento;
3° bimestre

Emendatio Libelli – art.383 do CPP


Os fatos descritos na inicial acusatória não se alteram. Nenhum
elemento/fato novo trazido ao processo;
Sem acréscimos, apenas a correção da capitulação jurídica;
Magistrados interpretam os fatos de maneira diferente, seja por equívoco
ou interpretação diferente da norma ou supressão de circunstância ou
elementar;
Para efeitos de aplicação, não tem importância se a pena se altera ou não,
haja visto que o fato (determinante ao direito penal) permanece o
mesmo;
Indefere se a pena é maior, menor ou igual;
Art. 383.  O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa,
poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em conseqüência, tenha de
aplicar pena mais grave.           (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 1o  Se, em conseqüência de definição jurídica diversa, houver possibilidade de
proposta de suspensão condicional do processo, o juiz procederá de acordo com o
disposto na lei.           (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 2o  Tratando-se de infração da competência de outro juízo, a este serão
encaminhados os autos

1° hipóteses = Defeito na capitulação jurídica: erro do promotor ou


querelante; EX: errar no tipo penal;
2° hipóteses para aplicar = Interpretação diferente entre o tipo que o
promotor de justiça realizou o enquadramento legal e aquilo que o juiz
entende como correto;
Divergência quanto a norma correta aplicada ao fato. O fato é o mesmo,
interpretação é outra;
3° Hipótese por supressão de circunstância: Capitulação quando não
resta provado uma das circunstâncias da tipificação penal. No curso da
instrução, notou-se que houve uma situação não provada, havendo assim
a necessidade de suprimir e julgar apenas no que fora concretamente
provado;
Suspenção Condicional do Processo = possibilidade em que o réu, a
depender de situação antecedente, se tiver a pena mínima do caso, pode
o promotor requisitar a suspenção condicional do processo (por 2 a 4
anos). Durante o período, se satisfeitos os requisitos do acordo processual
(limitações, cesta básica, compromissos) o réu tem declarado a extinção
da punibilidade. Voltará a ser primário;

“transação art. 76, da Lei 9099/95; suspensão condicionmal do processo art. 89, lei 9.99/95”

Quando há um erro no sentido de competência, remete o juiz o processo


ao juiz que tenha a competência para tanto.

Mutatio Libeli:
Art. 384.  Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova
definição jurídica do fato, em conseqüência de prova existente nos autos
de elemento ou circunstância da infração penal não contida na acusação,
o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5
(cinco) dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em
crime de ação pública, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito
oralmente.           (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 1o  Não procedendo o órgão do Ministério Público ao aditamento,
aplica-se o art. 28 deste Código.           (Incluído pela Lei nº 11.719, de
2008).
§ 2o  Ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 (cinco) dias e admitido
o aditamento, o juiz, a requerimento de qualquer das partes, designará
dia e hora para continuação da audiência, com inquirição de testemunhas,
novo interrogatório do acusado, realização de debates e
julgamento.           (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 3o  Aplicam-se as disposições dos §§ 1o e 2o do art. 383 ao caput deste
artigo.           (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 4o  Havendo aditamento, cada parte poderá arrolar até 3 (três)
testemunhas, no prazo de 5 (cinco) dias, ficando o juiz, na sentença,
adstrito aos termos do aditamento.           (Incluído pela Lei nº 11.719, de
2008).
§ 5o  Não recebido o aditamento, o processo prosseguirá.
Alteração dos fatos inicialmente imputados ao réu no começo do
processo. Inicial está em harmonia com a capitulação jurídica, porém no
curso do processo surge um fato novo, não descrito, sendo que este fato
novo leva a uma readequação da inicial acusatória;
Não há pedido condenatório ainda para o fato que surgiu;
MP tem prazo de 5 dias para aditar o novo fato na denúncia;
Após isso, juiz está liberado para julgar o caso;

súmula 453, do STF: Não se aplicam à segunda instância o art. 384 e


parágrafo único do Código de Processo Penal, que possibilitam dar nova
definição jurídica ao fato delituoso, em virtude de circunstância elementar
não contida, explícita ou implicitamente, na denúncia ou queixa;

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