Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
I- CITAÇÃO
ATENÇÃO! Por óbvio a falta/defeito na citação pode ser sanada caso o réu
compareça antes de o ato se consumar, conforme a inteligência do art. 570, do CPP,
vejamos:
EX: Imagine que o oficial de justiça queira citar BARBARA KELLY, porém ao
chegar na casa desta quem recebe o oficial é sua amiga BIG BIG, a qual se passa
por BARBARA KELLY e recebe a citação, sem, contudo, informar BARBARA KELLY
do ocorrido. Por coincidência, naquela mesma semana a ré BARBARA KELLY
tentou pegar um nada consta da justiça para se candidatar a uma vaga de emprego
na Tv tucuju, canal 24, e não conseguiu, justamente em razão daquela ação penal.
Assim, compareceu ao tribunal e tomou conhecimento do teor daquela ação penal,
sanando está a falta ou nulidade da citação. Ela irá participar de todos os termos do
processo, sendo a ela concedido prazo para apresentar resposta à acusação.
ATENÇÃO! Sendo a citação o ato que noticia ao acusado que ele tem contra
si uma ação penal, ela apenas vai se efetivar uma única vez dentro do processo!
Não há que se citar o réu mais do que uma vez. A própria execução da pena, em
caso de sentença penal condenatória, não demanda nova citação.
PESSOAL: A regra no processo penal é que a citação seja sempre pessoal, ou seja,
realizada diretamente ao próprio acusado. Aqui não temos qualquer dúvida de
que o acusado teve pleno conhecimento de que há contra ele uma ação penal e
de que ele deve se defender. Há várias formas de se efetivar a citação pessoal:
por mandado, por carta precatória, por carta rogatória e por carta de ordem.
Obs: no processo penal, não temos a possibilidade de citação por telefone, e-mail
Espécies de ou mesmo eletrônica. O art. 6º da Lei n. 11.419/2006, inclusive, diz textualmente
Citação que não se admite citação eletrônica no processo penal. Qualquer tentativa nesse
sentido, culminará em uma citação nula, por falta de previsão legal.
Dúvidas Frequentes:
1- Citação do PRESO deve ser PESSOAL ainda que este esteja fora
da unidade federativa onde o juízo que está lhe citando possui
jurisdição (art. 360, do CPP);
2- Citação do FUNCIONÁRIO PÚBLICO também é PESSOAL. O art.
359, do CPP, apenas dispõe que o dia designado para o funcionário
público comparecer em juízo, como acusado, será notificado não só
este, mas também seu chefe na repartição, no afã de garantir a
continuidade da prestação do serviço público;
3- A citação do MILITAR DA ATIVA É UM EXCEÇÃO A REGRA, o art.
358, do CPP, dispõe que a citação do militar será por intermédio do
chefe do respectivo serviço. O juiz expede ofício ao chefe do
respectivo serviço, e o chefe é quem vai efetivar a citação do militar.
I.IV- CITAÇÃO POR CARTA PRECATÓRIA e CARTA ROGATÓRIA e
CARTA DE ORDEM
juízo deprecado, ao receber a carta,
determina a expedição de mandado a
ser cumprido por oficial de justiça,
visando à citação do réu. Após isso, será
devolvida ao juízo deprecante.
CARTA DE ORDEM: A carta de ordem também visa a citar réu que não reside
na sede da jurisdição do Tribunal processante. por exemplo, em um processo
de Competência Original do Supremo Tribunal Federal que tenha por réu
pessoa que reside em Minas Gerais, por exemplo. Nesse caso, o Supremo
Tribunal Federal expede uma Carta de Ordem, visando a que aquele réu seja
citado no local em que se encontra, o que será efetivado pelo juízo da
comarca da residência do réu.
ATENÇÃO! A carta rogatória também vai ser utilizada para efetivar citações em
legações estrangeiras, ou seja, em embaixadas e consulados. Dessa forma,
caso haja a necessidade de citar alguém que resida em embaixada ou
consulado estrangeiro, a citação irá se operacionalizar por meio de carta
rogatória.
Atenção! Para que esse efeito se opere, preciso ter um acusado que
foi citado por edital e que não compareceu e nem constituiu advogado, ou seja,
que não apresentou resposta à acusação no prazo legal. Se o réu foi citado por
outros meios (por mandado ou por hora certa, por exemplo). NÃO HAVERÁ
SUSPENSÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL! O art. 366 do CPP tem aplicação
ao citado por edital que não comparece. Portanto, fique ligado!
Verifica-se qual a pena máxima em abstrato que a lei penal prevê para
aquele crime que está sendo imputado ao réu. A partir daí, verifica-se no
dispositivo do Código Penal (art. 109) que trata da prescrição em quantos anos
prescreve aquele crime. Exemplo: um crime que prescreve em 8 anos vai ficar
suspenso (o processo e a prescrição) pelo prazo de 12 anos. Após isso, o
processo volta ao trâmite regular. Caso se atinja o prazo prescricional (que
voltou a correr!), há que se reconhecer a prescrição.
• 2ª corrente: STF - A suspensão do processo e da prescrição pode
perdurar por prazo indeterminado (STF, RE 460971).
A prisão preventiva no art. 366 não pode, jamais, ser considerada uma
prisão automática. Não é o simples fato de ter o acusado sido citado por edital e
não ter comparecido e nem constituído advogado que leva à prisão dele. deve ser
demonstrado os requisitos e pressupostos da prisão preventiva, previstos nos arts.
312 e 313 do CPP, para poder decretá-la. Não se pode presumir que o réu está
tentando se furtar à aplicação da lei penal porque ele não atendeu ao chamamento
do edital, pois quem tem hábito de ler edital? Pode ser, que o réu não tomou
conhecimento da ação penal pelas circunstâncias da vida, e não porque está
fugindo.
Afirma que no processo por crime nela previsto, não se aplica o art. 366 do
Código de Processo Penal, e em caso de ser o réu citado por edital, o processo irá
prosseguir até o julgamento, com nomeação de defensor. A doutrina critica esse
dispositivo, dizendo ser inconstitucional por ferir o princípio da ampla defesa, mas há
questão de prova de concurso exigindo o conhecimento da literalidade desse
dispositivo.
Tal modalidade se aplica ao acusado que se oculta para não ser citado.
Caso o oficial de justiça constate que o réu está se ocultando, não precisa sequer
informar antecipadamente tal fato ao juiz. É dever de ofício dele tomar as
providências necessárias para efetivar a citação por hora certa. E o procedimento
adotado é o mesmo do Código de Processo Civil, que, no seu art. 252, traz como
requisitos para a citação por hora certa:
• o acusado tem que ter sido procurador por duas vezes em seu de
endereço e não ser encontrado;
ATENÇÃO! Caso o réu, citado por hora certa, não venha aos autos, não
apresente resposta à acusação, o juiz vai nomear advogado dativo e
determinará o prosseguimento do feito, nos termos do parágrafo único do art.
362 do Código de Processo Penal.
É importante não confundir citação por hora certa com citação por edital:
Citação por Citação por
edital hora certa
réu não comparece – nomeia
advogado dativo e processo
réu não comparece - processo segue regularmente. Esse é o
e prescrição suspensos. mesmo regramento que se
aplica ao réu que, citado
pessoalmente, não comparece.
O momento correto para que o juiz promova a A mutatio libelli NÃO PODE OCORRER EM SEGUNDO
correção é por ocasião da sentença, nos termos do GRAU DE JURISDIÇÃO, como prevê a Súmula 453 do STF,
art. 383 do CPP. Excepcionalmente, todavia, poderá que tem grande incidência em concursos públicos: “Não
fazer em momento anterior, até mesmo por se aplicam à segunda instância o art. 384 e parágrafo
ocasião do recebimento da denúncia quando: 1. A único do CPP, que possibilitam dar nova definição
incorreta capitulação importar em supressão de jurídica ao fato delituoso, em virtude de circunstância
algum benefício ao réu ou quando. Ex: Sursi elementar não contida, explícita ou implicitamente, na
Processual no crime de furto 2. A incorreta denúncia ou queixa”
capitulação importar em deslocamento da
competência criminal. Ex: lesão corporal não Caso ocorra o aditamento, o defensor do acusado será
relacionada ao genero feminino ouvido no prazo de 5 dias, antes de o juiz receber o
aditamento. Admitido o aditamento, o juiz deverá
A emendatio libelli é cabível tanto em primeira designar dia e hora para a continuação da audiência,
instância quanto na fase recursal, diversamente do com oitiva de até 3 testemunhas de cada parte e novo
que acontece com a mutatio libelli. No entanto, interrogatório do réu, debates e julgamento.
para que seja aplicada a emendatio libelli em
segunda instância, é necessário que NÃO HAJA
reformatio in pejus.