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Universidade Federal de Uberlândia - UFU Faculdade de Direito

"Professor Jacy de Assis" - FADIR

Graduação em Direito Prática Civil

Jéssica Emanuelle Santos Alves


11811DIR213

4º TRABALHO – CONTESTAÇÃO

Uberlândia 2021
MENDES & DUARTE

ADVOGADOS

AO JUÍZO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE UBERLÂNDIA/MG

PROCESSO Nº: XXXXXXX-XX.2016.8.13.0702

MAX TV S.A, CNPJ sob o nº 01234567/0001-00, com sede na Av. Giovanni Gronchi,
7143, CEP 05724-006, na cidade de São Paulo – SP, com e-mail jurídico.maxtv@max.com, por
intermédio de seu advogados, [NOME DO ADVOGADO(A) - OAB/MG [Nº DA OAB], com endereço
profissional na Avenida João Naves de Ávila, n. 1820, Bairro Santa Mônica, CEP 38408-975, na
cidade de Uberlândia – MG, endereço eletrônico: mendeseduarte.adv@adv.com, onde recebe
intimações, vem a presença de Vossa Excelência, apresentar

CONTESTAÇÃO

Nos autos da ação que lhe move ANTÔNIO AUGUSTO, já qualificado nos autos, nos
termos expostos a seguir:

1 - SÍNTESE DA INICIAL

Alega o autor que recentemente se mudou para seu novo apartamento no bairro
Santa Mônica e com isso adquiriu na data do dia 20 de outubro de 2015 inúmeros
eletrodomésticos comprados nas LOJAS ELETRODOMÉSTICOS LTDA.
Dentre os diversos eletrodomésticos, adquiriu uma TV de Led, de padrão grande
com 60 Polegadas, fabricada pela empresa MAX TV S.A com inúmeros recursos tecnológicos,
entre eles acesso à internet.
No primeiro mês de uso a TV funcionou em perfeito estado, nenhum recurso
apresentava qualquer vício identificável, no entanto, na data do dia 21 de

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novembro de 2015, exatamente um mês após o uso do aparelho, a mesma apresentou um


superaquecimento repentino o que posterior gerou uma explosão na fonte de energia em que
estava conectada, ocasionando, assim, a queima de todos os aparelhos que estavam instalados
juntamente com a mesma, dentre eles os seguintes aparelhos com seus respectivos valores:
1 – TV Led de 60 Polegadas com acesso à internet:

Valor R$ 5.000,00 (cinco mil reais);


Itens que o autor
alegar ter tido 2 - PlayStation 5: Valor R$ 10.000,00 (dez mil reais);
prejuízo, mas não
demonstra qualquer 3 – Vídeo Cassete – Modelo Clássico: Valor R$ 5.000,00
prova dos mesmos (cinco mil reais);

5 – Notebook Dell – Modelo Gamer – Core I7: Valor R$


10.000,00 (dez mil reais)

6 – Iphone – Valor R$ 5.000,00 (cinco mil reais)

Após o problema ocasionado pela TV Led, o autor alega que entrou em contato de
forma direta com a fornecedora LOJAS ELETRODOMÉSTICOS LTDA em diversas vezes, conforme
documentação em anexo.
Em resposta, a LOJAS ELETRODOMÉSTICOS LTDA solicitou que o autor entrasse em
contato diretamente com o fabricante MAX TV S.A, pois conforme a fornecedora LOJAS
ELETRODOMÉSTICOS LTDA a responsabilidade pelos prejuízos causados era de inteira
responsabilidade da mesma, se excluindo dessa forma da relação consumerista existente.
O autor relata que encaminhou diversos e-mails para a fabricante MAX TV S.A e após
vários não respondidos, o único que obteve retorno informou que seria encaminhado técnico
para analisar a situação.
Na data do dia 06 de novembro de 2015 compareceu na residência do autor o
técnico responsável e encaminhado pela fabricante Max TV S.A, o SR. Saulo Nilson Cunha Reis.
Ademais, o autor alega que o laudo pericial do técnico constatou que que o
superaquecimento, e consequentemente a explosão ocorreu por um

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controle de tensão da TV que se mostrou obsoleto em diversas unidades do mesmo modelo, e


afirmou que a fabricante Max TV S.A encaminharia em no máximo uma semana um novo
aparelho com modelo igual atualizado ou superior ao adquirido e uma proposta indenizatória
para os outros bens que tiveram perda total.
Acontece que após a visita do técnico já se passaram 2 anos e até a presente data
em momento algum o autor recebeu a referida troca do aparelho, bem como a respectiva
indenização prometida dos outros aparelhos.
O autor relara ainda que em mais de setenta vezes nos últimos dois anos vem
tentado obter resposta da empresa, no entanto a mesma em todas as tentativas se escusa do
atendimento mostrando claramente atitudes que vão de encontro com a má-fé.
Diante de tais fatos, o autor alega por fim que após receber resposta negativa de
ambas as partes, vem o autor perante o Poder Judiciário requerer a solução do conflito existente,
de forma que as tentativas tanto com a fornecedora como com a fabricante se mostraram
infrutíferas.

2 – PRELIMINARMENTE

2.1 – AUSÊNCIA DE INTERESSE PROCESSUAL

Não há na petição inicial, documentos suficientes para comprovar os gastos


alegados pelo autor, sendo possível afirmar ainda que o autor busca apenas utilizar-se do Poder
Judiciário como meio de enriquecimento ilícito
Alega por diversas vezes que sofreu enorme prejuízo em diversos aparelho, MAS
EM MOMENTO ALGUM JUNTOU A ESTE PROCESSO FOTOS OU MESMO NOTAS FISCAIS PARA
COMPROVAR A EXISTÊNCIA DOS APARELHOS QUE DIZ TER PERDIDO.
Ora Excelência, o autor relata em f. 5 que teve o prejuízo dos seguintes

aparelhos:

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1 – TV Led de 60 Polegadas com acesso à internet: Valor R$ 5.000,00


(cinco mil reais);

2 - PlayStation 5: Valor R$ 10.000,00 (dez mil reais);


3 – Vídeo Cassete – Modelo Clássico: Valor R$ 5.000,00 (cinco mil reais);
5 – Notebook Dell – Modelo Gamer – Core I7: Valor R$ 10.000,00
(dez mil reais)

6 – Iphone – Valor R$ 5.000,00 (cinco mil reais)


Os objetos acima descritos pelo autor chegam a causar arrepios pelas INVERDADES
lançadas. Como o autor pode alegar que teve prejuízo em diversos aparelhos como PlayStation
5: Valor R$ 10.000,00 (dez mil reais), Notebook Dell – Modelo Gamer – Core I7: Valor R$
10.000,00 (dez mil reais), Iphone – Valor R$ 5.000,00 (cinco mil reais), se sequer na data do
ocorrido estes aparelhos foram lançados no mercado. Não havia sequer as versões apontadas
dos aparelhos pois os mesmos só forma lançados depois de em média 05 anos, o que mostra
tão somente o caráter malicioso do autor que busca utilizar-se do Poder Judiciário com o
propósito de obter enriquecimento ilícito.
Logo, configura-se como uma das hipóteses previstas no art. 485, IV, do Código de
Processo Civil:

“Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:


IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de
desenvolvimento válido e regular do processo;”
Nesse sentido, deve ser concluída a carência da ação em relação à ausência explícita
de pressupostos básicos de constituição e desenvolvimento regular do processo, pois, é notório
que a possibilidade jurídica do pedido deve ter um liame objetivo com a causa de pedir.
Ademais, é possível verificar a inépcia da petição inicial, tendo em vista o art. 330,
I e o §1º, III do Código de Processo Civil:

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“Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:


I - for inepta;
§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando:
III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;”
Isso, pois, os fatos narrados pelo autor mostram-se insatisfatórios para atender aos
fins por ele proposto, já que o autor alega ter sofrido diversos prejuízos, mas em momento algum
junta aos autos documentos comprobatórios que permeabilizam a respectiva argumentação.
Desse modo, os acontecimentos elencados pela parte autora não constituem
motivos suficientes para garantir a procedência do pedido, não decorrendo, portanto,
logicamente a conclusão por ele sugerida.
Sobre o analisado, percebe-se com clareza que o autor em vários momentos se
utiliza de uma narrativa desvinculada da realidade com o propósito base de distorcer os fatos,
sem a qualquer momento, na retórica falaciosa, apresentar documentos que comprovem a
veracidade das alegações.
Alega o autor, também, em vários momentos da inicial, que há meses vem tentando
buscar meios de contatos com a empresa Max S.A, o que adiante será demonstrado ser
inverídico, causando ao mesmo tal circunstância vexatória ( o que na verdade é baseada em fatos
fantasiosos e ilícitos) custeando até mesmo um aluguel de um outro apartamento em
decorrência de que, conforme alega, a sua moradia se encontra inabitável em razão de efeitos
psicológicos negativos que traz ao autor pelo incêndio (mas uma vez fantasioso) causado pela
explosão da TV Max S.A, e com isso, em decorrência de seu baixo poder aquisitivo, vem sofrendo
enormemente (nova alegação incoerente com a realidade econômica do
autor).
Ora Excelência, em momento algum foi anexado aos autos

documentos que comprovem o suposto gasto do autor, e mais, apresenta somente


alegações genéricas descabíeis.

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Ocorre que, existem diversas decisões judiciais que reafirmam esse entendimento,
conforme decisão a seguir:
PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. AÇÃO DECLARATÓRIA ENTRE
PESSOAS NATURAIS. INCOMPETÊNCIA. INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL.
ILEGITIMIDADE PASSIVA. EXTINÇÃO DA AÇÃO SEM
JULGAMENTO DO MÉRITO. 1. Não se insere entre as competências
originárias desta Corte, previstas no art. 102, I, da Constituição, o
processamento e julgamento de ações cíveis entre pessoas naturais. 2.
A narração dos fatos na petição inicial é incompreensível e dela não
decorre logicamente a conclusão. 3. A magistrada relatora do
processo no Superior Tribunal de Justiça é parte ilegítima em ação
declaratória da validade de documento examinado naqueles autos, já
que, em razão de sua imparcialidade judicial, não possui interesse
jurídico em negar ou afirmar a validade do documento. 4. Agravo
regimental desprovido, mantendo-se a extinção da ação sem resolução
do mérito.
(STF - Pet: 8801 SP 0090848-46.2020.1.00.0000, Relator:
ROBERTO BARROSO, Data de Julgamento: 16/06/2020, Primeira
Turma, Data de Publicação: 10/08/2020)
Dessa forma, requer a Vossa Excelência, que em razão da contrariedade das
alegações fúteis apresentadas pela parte autora, A AÇÃO SEJA EXTINTA SEM APRECIAÇÃO DO
MÉRITO, conforme a égide do dispositivo previsto art. 485, IV, do Código de Processo Civil.

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2.2 – DA INDEVIDA CONCESSÃO DE GRATUIDADE DE

JUSTIÇA

Assevera o art. 98 do CPC:


“Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com
insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais
e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na
forma da lei.”
Além disso, conforme a Constituição Federal, em seu art. 5°, inciso LXXIV, diz que:
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: LXXIV
- o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos
que comprovarem insuficiência de recursos;”
Dessa forma, o Benefício de Gratuidade de Justiça se torna um efetivo meio de
proporcionar o real exercício de ação assegurado pela Constituição Federal, e deve ser utilizado
pelos mais vulneráveis que não possuem meios para custear os diversos encargos que são
necessários para discutir seu direito em juízo.
No caso concreto, o autor se mostra totalmente desconexo com a realidade ao
utilizar-se do instituto processual civil da gratuidade. O autor, conforme análise no sistema de
prestações de contas do Governo Federal, Portal da Transparência
(http://www.portaltransparencia.gov.br), ocupa o cargo de Tenente-Coronel, e aferiu nos
últimos três meses os valores líquidos correspondentes:

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ABRIL: R$ 19.677,30
MAIO: R$ 19.677,30
JUNHO: R$ 33.218,61

Provas que o
autor não faz
jus à
Gratuidade de
Justiça

Dessa forma, é totalmente desproporcional a pretensão do autor de requerer o


benefício da justiça gratuita.
Considera-se irrazoável tal atitude, na tentativa de inviabilizar a plena efetividade do
sistema de Justiça, e, portanto, requer que seja REVOGADO O BENEFÍCIO DA GRATUIDADE que
foi concedida ao autor.

2.3 - DA ILEGITIMIDA ATIVA AD CAUSAM


O autor é parte ilegítima para promover a presente ação pois o direito que se baseia
a respectiva demanda está lastreado no vínculo consumerista entre fornecedor e comprador.
Conforme dados e emissão de notas fiscais, a TV Led, objeto central da presente
demanda foi adquirida por outra pessoa, a saber: SRA. RUTE RODRIGUES PASTANA inscrita no
CPF de nº 123.456.789.10.

Nesse mesmo sentido, disserta o art. 17 e 18 do CPC:


“Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e
legitimidade.

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Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio,


salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico.”
Assim, o autor, Sr. Antônio Augusto, em momento algum adquiriu a TV diretamente
com a fornecedor Lojas de Eletrodomésticos LTDA, o que induz a isso que a presente TV pode
então ter sido adquirido de forma intermediada por outra pessoa (produto comprado de forma
usada de terceiro) já com defeitos presentes em sua estrutura em decorrência do uso/gasto
natural. .
Ante o exposto, FALTA À AÇÃO CONDIÇÃO ESSENCIAL À SUA PROPOSITURA, A
LEGITIMIDADE DE PARTE, O QUE ENSEJA A

EXTINÇÃO DO PROCESSO sem julgamento de mérito, nos termos do art. 485


- VI do NOVO CPC;

3 - DO MÉRITO
3.1 - DA REALIDADE DOS FATOS
Primeiramente, importante salientar que a linha que a empresa MAX S.A, como
fabricante do aparelho de TV após ter ciência do relatado pelo autor de imediato se prontificou
para atendimento, MESMO QUE A RELAÇÃO DE CONSUMO ESTABELECIDA TENHA SIDO
REALIZADA ENTRE O AUTOR E
TERCEIRO, pois a TV Led foi adquirida já no estado de usada (nos temos do item 2.3).
Adiante, o técnico encaminhado para a casa do autor constatou algo que
inimaginável, ou seja, O AUTOR PELO QUE TUDO INDICA CONCORREU ATIVAMENTE PARA
QUE A RESPECTIVA EXPLOSÃO

OCORRESSE.

Nessa linha de argumentação, o art. 12, §3º incisos I à III caracterizam basicamente
o ocorrido, ou seja, NÃO EXISTE RESPONSABILIDADE POR PARTE DO FABRICANTE,
CONSTRUTOR OU IMPORTADOR QUANDO O FATO FOR OCASIONADO POR CULPA EXCLUSIVA
DO CONSUMIDOR OU DE TERCEIRO:

“Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou


estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da
existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação,
construção, montagem,

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fórmulas, manipulação, apresentação ou


acondicionamento de seus produtos, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.

§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será


responsabilizado quando provar:

I - que não colocou o produto no mercado;

II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito


inexiste;

III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.

De tal forma, em que pese a argumentação despendida pelo autor, razão não lhe
assiste, posto que a requerida não concorreu para o ocorrido, pois claramente a instalação
elétrica representa não apenas risco para o autor, mas como também para todos que moram no
mesmo prédio, pois a fiação que se observa (vulgo gambiarra) demonstra claramente que é de
inteira responsabilidade do mesmo pela instalação e manutenção da rede elétrica EM SUA
RESIDÊNCIA (autor), não cabendo à MAX S.A tal responsabilidade.
Desta forma, resta evidente que a empresa MAX S.A NÃO praticou qualquer
conduta ilícita em face do autor, na medida em que a explosão que o mesmo alega ter
acontecido foi ocasionada exclusivamente em decorrência do mesmo que faltou no dever de
cuidado para com sua residência, promovendo ligações elétricas insuscetíveis a nenhuma
demanda de qualquer aparelho, pois a melhor definição que se aplica, conforme fotos em anexo,
se refere ao termo “gambiarra”.
Assim por todo o exposto, REQUER SEJAM JULGADOS TOTALMENTE
IMPROCEDENTES OS PEDIDOS DO AUTOR, visto que a

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empresa não praticou qualquer ato ilícito, SENDO A DETERMINADA RESPONSABILIDADE


AFASTADA DA MESMA CONFORME DETERMINADO NO ART. 12 §3º INCISO III DO CÓDIGO DE
DEFESA DO CONSUMIDOR.

4 - DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA


Conquanto, em que pese o regramento de inversão do ônus da prova nas causas
que envolvem relação de consumo para que o mesmo seja aplicado e se aperfeiçoe, é essencial
o caráter verossímil das alegações autorais deduzidas, elemento fundamental ao transcurso
equilibrado da relação jurídico-processual, o que não ocorreu no caso em tela.
Isso porque, ao se afastar da discussão a existência ou não de culpa na conduta da
requerida, quase sempre, impõe-se ao fornecedor o ônus de produzir prova impossível ou
negativa, levando-se, desta forma, a relação jurídica que se analisa ao nocivo efeito colateral do
desequilíbrio no sentido inverso.
Nesse diapasão, vale destacar a lição do ilustre Ministro Antônio Herman V.
Benjamin, Membro da Comissão de Juristas do CDC, fundador e primeiro presidente do Instituto
Brasileiro de Política e Direito do Consumidor – BRASILCON, na sua obra em co-autoria com os
doutos professores Claudia Lima Marques e Leonardo Roscoe Bessa:
"A alteração sistemática da responsabilização,
retirando-se o requisito de prova da culpa, não implica
dizer que a vítima nada tenha de provar. Ao contrário, cabe-
lhe comprovar o dano e o nexo de causalidade entre este e
o produto ou serviço." ("Manual de Direito do Consumidor", 1ª
ed. ano 2008, Editora Revista dos Tribunais, p. 123).

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Insta salientar que o CDC não adotou a responsabilidade civil fundada no risco
integral, logo, a comprovação acerca da existência de um dano, é indispensável demonstrar a
relação de causalidade entre a lesão suportada e o bem colocado no mercado de consumo.
A situação trazida pelo autor é onde a requerida encontra fundamento para as
excludentes de responsabilidade previstas nos artigos 12, § 3º e 14, § 3º da lei 8.078/90,
referindo-se, ambas, à necessária comprovação pelo réu de fato que signifique a quebra na
cadeia causal como forma de se ver exonerado do dever de reparar.
Com efeito, o direito do consumidor também se submete aos princípios gerais do
direito e aos microssistemas naquilo que couber.
Desta forma, o Magistrado não pode deixar de desempenhar o seu papel no que se
refere à subsunção da relação jurídica de consumo ao princípio que veda o enriquecimento sem
causa.
Justamente por isso, a hipossuficiência prevista no CDC não exime o consumidor de
demonstrar o nexo de causalidade entre a conduta praticada e o resultado danoso.
Ante ao exposto, as alegações da requerente encontram-se divorciadas dos fatos,
dos registros de atendimento constantes do banco de dados da requerida e das provas juntadas
aos autos.
Apesar de ser objetiva a responsabilidade civil do fornecedor de serviços, via
de regra, independente da verificação do dolo ou da culpa, não significa que a Lei
Consumerista tenha dispensado a comprovação do nexo causal entre a conduta e o
resultado para a caracterização da responsabilidade.
Inobstante incidirem no presente caso, em tese, as normas protetivas ao
consumidor, entre elas a de facilitação da defesa do consumidor em juízo, inclusive com a
inversão do ônus da prova (art. 6º, inciso VIII, do CDC), tais regras não têm o condão de atribuir
veracidade a toda e qualquer alegação do

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consumidor, principalmente divorciadas de qualquer prova e são impugnadas pela parte


contrária.
As modernas tendências protetivas, regulamentadas pelo Estado no CDC - Lei n.º
8.078/90, devem ser apreciadas com moderação sob pena de desviarem da sua finalidade
instrumentalizadora e garantidora de direitos, descambando-se para um estímulo às atitudes
casuísticas, destoantes do sistema, privilegiando abusos, tal como se observa no presente caso.
A admissão da inversão do ônus da prova na presente demanda, importaria em
prova negativa, pois se basearia apenas em alegações infundadas. Assim, O INDEFERIMENTO DA
INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA É MEDIDA QUE SE IMPÕE.

5 - DO ENRIQUECIMENTO INDEVIDO
Concluir pela ocorrência de lesão moral na presente hipótese equivaleria ao
enriquecimento sem causa do autor, o que é vedado em nosso ordenamento jurídico.
A esse respeito, a Ré se socorre dos ensinamentos do Professor Orlando Gomes,
que assim discorre sobre o tema:
“(...) há enriquecimento ilícito quando alguém, às expensas de outrem,
obtém vantagem patrimonial sem causa, isto é, sem que tal vantagem
se funde em dispositivo de lei ou em negócio jurídico anterior.”

(In Obrigações, 6ª edição, Editora Forense, pág. 250).


Portanto, o eventual acolhimento do pleito indenizatório formulado na petição
inicial, configurará vantagem patrimonial sem causa do autor.
Em face do exposto, improcede inteiramente o pedido de indenização por danos
morais, uma vez que em nenhum dos argumentos elencados resta demonstrado o dano sofrido,
bem como não há o nexo de causalidade entre o suposto dano e a conduta da requerida.

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Caso não seja este o entendimento de V. Exa., o dano moral deve ser mensurado
de forma a atender os princípios da Razoabilidade e Proporcionalidade, pautando-se na
extensão do dano, nos termos do art. 944 do Código Civil.

6 - DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Diante de todo o exposto, requer o réu Max TV S.A:

1 - O acolhimento das preliminares arguidas, devendo a presente demanda


ser extinta sem o julgamento do mérito nos termos do artigo 485, incisos iv
e vi do código de processo civil.

2 - Caso não seja este o entendimento de Vossa Excelência, requer a total


improcedência dos pedidos, nos termos do artigo 487, inciso I do Código de
Processo Civil, uma vez que inexistem documentos capazes de comprovar os
alegados danos materiais pleiteados pelo autor.

3 - Quanto aos supostos danos morais, deverá igualmente ser julgada


improcedente a demanda nos moldes do artigo 487, inciso I do CPC, visto
que, ainda que ocorrido o dano, este foi prontamente reparado pelo réu em
visita técnica, bem como o réu não concorreu para o acontecimento dos fatos,
nos termos do art. 12 §3, inciso III do CDC, afastando qualquer alegação de
angústia, sofrimento ou ainda humilhação do autor.

4 - Condenar o autor ao pagamento das custas processuais e demais


consectários legais, de igual sorte ao pagamento dos

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honorários advocatícios, a serem arbitrados por este juízo,


consoante dispõe o art. 82 e seguintes do Código de Processo Civil;

5 - Conceder os benefícios da justiça gratuita por assim necessitar a


parte Ré, nos termos do artigo 99, § 3º da Lei nº 13.105/2015, não
podendo esta dispor de meios suficientes para demandar em juízo
sem prejuízo próprio conforme documentos que seguem em anexo
que demonstram que a mesma está passando por graves
dificuldades financeiras.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito


admitidos, especialmente pela produção de prova testemunhal, cujo rol será
oportunamente apresentado, ressalvada a possibilidade de produção de eventual
contraprova.

Requer ainda, que todas as futuras intimações e publicações sejam


dirigidas ao advogado DR. LUCAS FELIPE MENDES DUARTE - OAB/MG 11.111.

Nestes termos, pede e espera deferimento.

Uberlândia – MG, 20 de junho de 2021.

[NOME DO ADVOGADO(A)]

Advogado OAB/MG nº [Nº DE INSCRIÇÃO NA OAB

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