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em face de TOP MOVEIS FRANQUIA E COMERCIO DE MOVEIS LTDA, pessoa jurídica de direito
privado, devidamente inscrita no CNPJ sob número 34.129.391/0002-41, com sede na R. José
Ernesto dos Santos, 242 - Centro, Lauro de Freitas - BA, 42702-630, e-mail:
sac@topmoveisonline.com.br, telefones para contato:( (71) 3512-9097 / (71) 99938-1252 / (71)
99631-0564 / (71) 99734-1244/ (71) 3105-7275 / 99938-1252 / 99631-0564 / 99734-1244, pelas
razões de fato e de direito a seguir expostas.
PRELIMINARMENTE
DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
A Parte Autora manifesta interesse pela adesão ao “Juízo 100% Digital”, conforme
Resolução nº 345, de 09 de outubro de 2020 do CNJ e Art. 2º, § 1º do Ato Normativo Conjunto nº
32, de 14 de dezembro de 2020 do TJBA.
DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
DO COMPROVANTE DE ENDEREÇO
Cumpre informar que, apesar do comprovante de endereço não estar em seu nome, a
Requerente possui a posse e propriedade do imóvel nesta localidade, tendo em vista que adquiriu
este por meio de contrato de compra e venda em março de 2022, conforme documento acostado
aos autos.
Sendo assim, faz jus a tramitação da presente demanda nesta comarca, cumprindo com os
requisitos do Código de Processo Civil para fins de competência territorial.
DOS FATOS
No dia 06 de março de 2023, o Autora se dirigiu até a loja de móveis da empresa Ré,
localizada no centro de Lauro de Freitas - Ba, com nome fantasia TOP MAGAZINE. Na
oportunidade, foi adquirido conjunto de cozinha (1 Balcão Valdemóveis Itália 1200 C/ Tampo
Cinamomo/Off White, 1 Armário Aéreo Valdemóveis Itália 2P 800 Cinamomo/Off White, 1
Balcão Valdemóveis Itália 2P 800 Cinamomo/Off White, 1 Armário Aéreo Valdemóveis Itália
3P C/ Vidro Cinamomo/Off White, 1 Armário Geladeira Valdemóveis Itália Cinamomo/Off
White), no valor de R$ 2.754,00 (dois mil setecentos e cinquenta e quatro reais).
Durante a negociação de compra, foi prometido pelo vendedor, Sr. Leanderson, serviço de
montagem grátis, o que foi prontamente aceito e concebido um dia após a compra.
Com efeito, começam agora os inúmeros problemas enfrentados por esta consumidora que
vos escreve:
No dia seguinte, 07 de março de 2023, o montador de nome Jhosefer procedeu com a
montagem dos móveis e, desde já, constatou que TODAS as portas do armário possuíam avarias,
além da ausência de alguns puxadores. Uma frustração tamanha!
Segue:
Indagado sobre como procederia com as trocas dos produtos avariados, o montador informou
que abriria um chamado de troca e em até 15 dias úteis, a loja, ora Ré, procederia com o
recolhimento das peças defeituosas e montagem das peças sem defeito:
Ocorre, Excelência, que a troca só foi realizada 03 de maio de 2023, ou seja, 57 dias após o
pedido de troca! Isso após INÚMERAS tentativas de cobrança com o vendedor! Seguem prints
das conversas como provas do alegado:
Mas como diria o ditado popular: “Nada é tão ruim que não possa piorar!”, mesmo após 57
dias de espera para realizar a troca das peças avariadas, eis que os produtos trocados
TAMBÉM ESTAVAM AVARIADOS! A tratativa com o vendedor e com o SAC da loja já se faziam
exaustivas. Nem o próprio vendedor sabia mais como proceder. A loja respondia quando queria.
E esta causídica tirava paciência - de onde não se tinha mais! - para resolver a questão de forma
pacífica:
Como prova do alegado, a Autora acosta anexo o vídeo do recebimento das peças com
avarias pela segunda vez.
Superadas as tratativas de resolução do caso, foi-se solicitada pela TERCEIRA VEZ a troca das
peças avariadas. Pois bem.
Antes de tecer informações sobre a terceira experiência de troca, é importante esclarecer que a
Ré tentará sustentar que esta causídica deu causa ao atraso na entrega dos produtos, conforme
algumas tentativas de entrega frustradas, embora esta não seja a verdade.
Além disso, solicitou também que as entregas fossem convencionadas e informadas com
antecedência, haja vista que a autora atende presencialmente nos municípios de Salvador – Ba,
Lauro de Freitas – Ba e Terra Nova – Ba, donde mantém três domicílios profissionais distintos –
conforme rodapé desta. Também informou que por ser advogada militante no direito criminal, é
bastante requisitada em caráter de urgência em horários comerciais e não comerciais, o que
ensejaria a sua ausência em seu domicílio, e, consequentemente, o prejuízo da entrega dos
produtos aqui debatidos. Suplicou, várias vezes, que fosse avisada com antecedência quando das
entregas, mas, obviamente, todos esses detalhes e pedidos foram desconsiderados!
E como a palavra “absurdo” ainda é elogio para adjetivar o comportamento desta empresa Ré, a
própria fez questão de mandar um montador DESMONTAR a cozinha sem o consentimento desta
Autora:
Pois bem. Voltemos à terceira tentativa de troca das peças avariadas, que foi realizada em 08 de
agosto de 2023 e para surpresa de ninguém, eis que as peças vieram NOVAMENTE
AVARIADAS! Isso mesmo, Excelência! A RÉ ENVIOU PEÇAS AVARIADAS PARA A TROCA,
PELA TERCEIRA VEZ!
Como prova do alegado, a autora faz juntada de link de acesso aos vídeos probatórios das duas
entregas com produtos avariados:
https://drive.google.com/drive/folders/1ES9FnbbsQVx3J1S3EUnWFZWZKAJ4eOJ4?usp=drive_li
nk
Cumpre salientar, que em meados de abril, a Autora, por meio de contato telefônico, conseguiu
falar com o gerente/supervisor (não há lembrança exata) da empresa Requerida e sugeriu o
abatimento do valor do produto para fins de compensação pelos danos sofridos – conforme dispõe
o art. art. 18, § 1º, incisos I, II e III, do CDC – o que foi amplamente negado.
Recentemente, como contraproposta, a empresa sugeriu a troca da cozinha por outra da mesma
marca e modelo, com prazo de entrega de até 20 dias úteis, sem a instalação na parede e sem a
adaptação da pia e do aparelho cooktop, procedimentos estes que no ato da primeira
entrega/montagem, foram custeados pela Autora, no montante de R$250,00 (duzentos e cinquenta
reais) ao próprio montador da Top Magazine (Jhosefer), em caráter extraordinário.
Ou, alternativamente, que a Autora fosse até a loja e escolhesse um modelo de cozinha do mesmo
valor ou, se mais caro, completasse com o valor faltante.
Todas as propostas descabidas foram prontamente negadas! Primeiro, porque a autora não confia
mais na empresa e na qualidade do produto ofertado. Segundo que, não se vê mais esperando 1
dia sequer para receber um produto que, por questões óbvias, pode vir avariado novamente. E
terceiro, porque haveriam custos adicionais de instalação e adaptação que a Autora não tem
condições de custear novamente. Não é justo que após 5 meses de dores de cabeça, a parte
autora ainda tenha que pagar pra ter o mínimo que tem direito!
DO DIREITO
O Primeiro fundamento jurídico para a propositura desta ação encontra-se fulcro na Carta da
Republica, onde prevê expressamente em seu artigo 5º, XXXV:
“a lei não poderá excluir da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.”
Fica nítida a relação de consumo no caso em tela, haja vista, a Autora ser a destinatária final,
ficando, portanto, nos moldes do disposto nos artigos 2º e 3º, § 2º, do CDC, fato pelo qual deve
ser utilizado o Código de Defesa do Consumidor:
Contudo, a Ré violou os Princípios que regem as relações de consumo, constantes do art. 4º, I, III
e IV do CDC, quais sejam a Boa-fé, Equidade, o Equilíbrio Contratual e o da Informação:
Nesse giro, tem-se a falha na prestação de serviços da Ré, além da violação clara na forma do
art. 18, § 1º, incisos I, II e III, do CDC, uma vez que a Autora se manifestou expressamente sua
vontade em abater proporcionalmente o valor do produto:
Dessa sorte não restam dúvidas que a situação em tela gera transtornos a Autora que ultrapassam
o mero aborrecimento, quando não há boa fé por parte da empresa Ré (art. 4º da lei 8.078/90)
devendo ser aplicado o disposto no art. 6º, VI, do CDC., que prevê como direito básico do
consumidor, a prevenção e a efetiva reparação pelos danos morais sofridos, sendo a
responsabilidade civil nas relações de consumo OBJETIVA, desse modo, basta apenas a
existência do dano e do nexo causal.
O código de Defesa do Consumidor no seu art. 20, protege a integridade dos consumidores:
“Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de
qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes
diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da
disparidade com as indicações constantes da oferta ou
mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir,
alternativamente e à sua escolha:
A Constituição Federal, no seu art. 37, § 6º, levante o Princípio da Responsabilidade Objetiva, pelo
qual o dever de indenizar encontra amparo no risco que o exercício da atividade do agente causa
a terceiros, em função do proveito econômico daí resultante, senão vejamos:
Assim, é insofismável que a Ré feriu os direitos da Autora, ao agir com total descaso, desrespeito
e negligência, configurando má prestação de serviços, o que causou danos de ordem domiciliar,
social e profissional. Deste modo, amparada pela lei, doutrina e jurisprudência pátria, a Autora,
deverá ser indenizada pelos danos que lhe forem causados.
DO DANO MORAL
A Autora cumpriu com a sua obrigação, qual seja, pagar pelo produto e aguardar a data da entrega
e montagem, contudo, mesmo após 5 meses da compra, está sem poder gozar inteiramente do
produto adquirido, haja vista as inúmeras avarias que o mesmo apresenta, mesmo após
sucessivas trocas. Não se pode aceitar que a má prestação dos serviços de forma contínua seja
um mero aborrecimento do cotidiano coma a Ré tende a argumentar. A realidade é que a situação
apresentada na presente ação, já transcendeu esta barreira, razão pela qual a parte autora busca
uma devida reparação por todos os danos, aborrecimentos, transtornos causados pela Ré, que
age com total descaso com seus clientes.
A Constituição Federal em seu art. 5º, consagra a tutela do direito à indenização por dano material
ou moral decorrente da violação de direitos fundamentais, tais como a intimidade, a vida privada
e a honra das pessoas:
Outrossim, o art. 186 e o art. 927, do Código Civil de 2002, assim estabelecem:
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano
a outrem, fica obrigado a repará-lo.” (grifamos)
Também, o Código de Defesa do Consumidor, no seu art. 6º, protege a integridade moral dos
consumidores:
A teoria do desvio dos recursos produtivos do consumidor deixa claro que o consumidor, por ficar
absolutamente vulnerável e tendo em vista as práticas abusivas por parte das fornecedoras de
produtos e serviços, evidencia que a autora sofreu com a PERDA DE SEU TEMPO PRODUTIVO,
ou seja, o tempo que a mesma teria para outras atividades (seja descansar ou trabalhar) não foi
utilizado para o seu devido fim, por um problema ocasionado NÃO por sua culpa, mas por culpa
da empresa.
A doutrina e jurisprudência já entendem pela aplicação da teoria, uma vez que o tempo produtivo
do consumidor não pode ser retirado por um problema causado pela empresa ré. A empresa deve
ser punida por este fato. Mesmo entendendo que não há no Brasil o dano punitivo (punitive
damage), o entendimento é que o dano moral, através da aplicação do desvio produtivo –
referente, também ao dano existencial – seja aplicado.
Conforme exposto acima, a teoria do desvio produtivo vem sendo aplicada de forma ampla no
judiciário brasileiro. O entendimento encontra-se base no fato, como salientado na explicação
anterior a jurisprudência, na perda do tempo útil do consumidor para dirimir problemas causados
pela fornecedora de produto ou serviço.
DO QUANTUM INDENIZATÓRIO
As situações de angústia, paz de espírito abalada, de mal estar e amargura devem somar-se nas
conclusões do juiz para que este saiba dosar com justiça a condenação do ofensor. Conforme se
constata, a obrigação de indenizar a partir do dano que a Autora sofreu no âmbito do seu convívio
domiciliar, social e profissional, encontra amparo na doutrina, legislação e jurisprudência de
nossos Tribunais, restando sem dúvidas à obrigação de indenizar da Promovida.
Assim sendo, deve-se verificar o grau de censurabilidade da conduta, a proporção entre o dano
moral e material e a média dessa condenação, cuidando-se para não se arbitrar tão pouco, para
que não se perca o caráter sancionador, ou muito, que caracterize o enriquecimento ilícito.
DOS PEDIDOS
a) A citação da empresa Ré para, caso queira, apresentar resposta no prazo legal, sob pena
de sofrer os efeitos da revelia, sendo considerados verdadeiros os fatos narrados na
inicial;
b) O deferimento da justiça gratuita, inclusive para fins de possível recurso;
e) Seja julgado procedente o pedido para compelir a empresa Ré a devolver a quantia paga
pelo produto avariado, qual seja, (1 Balcão Valdemóveis Itália 1200 C/ Tampo
Cinamomo/Off White, 1 Armário Aéreo Valdemóveis Itália 2P 800 Cinamomo/Off
White, 1 Balcão Valdemóveis Itália 2P 800 Cinamomo/Off White, 1 Armário Aéreo
Valdemóveis Itália 3P C/ Vidro Cinamomo/Off White, 1 Armário Geladeira
Valdemóveis Itália Cinamomo/Off White), no valor de R$ 2.754,00 (dois mil setecentos
e cinquenta e quatro reais), devendo o valor ser corrigido, sob pena de multa diária a ser
arbitrada por este juízo;
f) Condenar a empresa Ré a pagar a autora o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), a título
de indenização por danos morais e compensação pela perda do tempo produtivo, face
aos transtornos experimentados, não somente em caráter punitivo, bem como, em caráter
preventivo-pedagógico;
g) A inversão do ônus da prova de acordo com o art. 6º, VIII da lei 8078/90;
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial a prova
documental e testemunhal.
Dá-se à causa o valor de R$ 12.754,00 (doze mil setecentos e cinquenta e quatro reais).
https://drive.google.com/drive/folders/1ES9FnbbsQVx3J1S3EUnWFZWZKAJ4eOJ4?usp=drive_li
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