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EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DA 2ª JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA REGIONAL DA


BARRA DA TIJUCA - RJ

PROCESSO Nº 0825950-59.2022.8.19.0209

PEDRO DOS SANTOS RODRIGUES, já devidamente qualificada nestes autos, vem, perante Vossa
Excelência, apresentar a presente

REPLICA A CONTESTAÇÃO

Diante os novos fatos alegados pela ré, que serão impugnados adiante.

1. LIMINARMENTE

1.1 DO JULGAMENTO ANTECIPADO DO MÉRITO.

Informa a este nobre juízo que o autor não possui mais provas a serem produzidas,
visando a celeridade processual em benefício a ambas as partes, requer o julgamento
antecipado da lide.

2. DA INEXISTÊNCIA DE ATO ILÍCITO PRATICADO PELA RÉ (VIA S.A)

Alega a ré em sua contestação que, a Ré (Via S.A.) não identificou qualquer pedido de
troca ou cancelamento da compra realizada pela parte autora.
Excelência, informa que, conforme ID- 35090419, além da reclamação realizada pelo site,
o autor entrou em contato diversas vezes pelo contato 0800 724 4845, onde nada foi resolvido
pela empresa ré no viés administrativo.
Alega ainda a ré que, deve-se dizer que o dever de indenizar pressupõe a prévia
verificação de três requisitos: (i) a existência do dano; (ii) uma conduta culposa; e (iii) o nexo de
causalidade entre o dano sofrido e essa conduta culposa. Trata-se de princípio que se aplica,
obviamente, também à indenização por dano moral.
Conforme mencionado pela ré, o referido caso demonstra todos os requisitos
ensejadores a responsabilidade da ré, uma vez que, conforme ID – 35090417, o produto veio
faltando peças, deixando o produto inutilizável, havendo a existência de um dano, havendo nexo
de causalidade, pois o fornecedor do serviço entregou um produto com vício e inutilizável, e a
conduta culposa de uma entrega cuja o produto almejado pelo autor foi frustrado por um
produto com vício.

3. DA RESPONSABILIDADE DA RÉ

O autor neste caso é um consumidor que adquiriu um jogo de panelas pela internet, e
ao receber o produto se deparou com uma situação desagradável: várias panelas estavam sem
suas respectivas alças e puxadores. É inegável que essa situação é totalmente inadequada e
viola os direitos do consumidor, previstos na legislação brasileira.
De acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC), o artigo 18 estabelece que o
fornecedor de produtos é responsável por todos os vícios de qualidade que o tornem impróprio
ou inadequado ao consumo, ainda que esses vícios não tenham sido conhecidos ou visíveis no
momento da compra. Além disso, o artigo 12 do mesmo diploma legal assegura ao consumidor
o direito de reclamar quanto a eventual descumprimento dessas obrigações, com a
possibilidade de solicitar reparação do dano sofrido.
Contudo, a ré deve ser responsável pelos vícios de seus produtos vendido a seus clientes.

4. INOCORRÊNCIA DO DANO MORAL

Alega a ré que, veja que a parte Autora não comprova a ocorrência de qualquer situação
vexatória ou humilhante em demasia ao ponto de gerarlhe infortúnio digno de mácula à sua
personalidade ou integridade psíquica, derivada de qualquer das atitudes da Ré.
Excelência, é perfeitamente cabível a condenação da empresa em danos morais no
presente caso, tendo em vista a lesão aos direitos do consumidor previstos na legislação
brasileira.
A teoria da perda do tempo livre e útil é uma doutrina que considera que o tempo é
um bem precioso para o ser humano, e por esse motivo, é possível buscar reparação pelos
danos causados a esse bem. No caso em questão, o autor comprou um jogo de panelas pela
internet, e ao receber o produto, se deparou com uma situação inesperada e desagradável: as
panelas estavam sem as alças e puxadores, o que representou uma perda do tempo livre e útil
do autor, que precisou lidar com a situação de forma inadequada.
Além disso, é importante destacar que o Código de Defesa do Consumidor prevê, em seu
artigo 6º, que o consumidor tem direito a uma informação adequada e clara sobre os
produtos e serviços oferecidos, além de poder esperar uma qualidade que atenda aos seus
anseios e expectativas, tendo em vista o preço cobrado pelo produto. Nesse sentido, é
possível identificar que a empresa que vendeu o jogo de panelas violou esses direitos do autor,
causando um dano moral que é passível de reparação.
A doutrina jurídica reconhece a possibilidade de indenização pelo dano moral, conhecido
pela expressão latina “lato sensu”, que engloba uma série de prejuízos, como a ofensa à
dignidade da pessoa, o abalo emocional, a humilhação, entre outros.
No presente caso, é possível afirmar que o autor sofreu um dano moral em decorrência
da situação vivenciada, o que é passível de reparação.
Por fim, é de se destacar que a proteção do consumidor é uma questão fundamental na
sociedade brasileira, e por esse motivo, é importante que a empresa seja condenada a reparar
os danos causados ao autor.
A lesão aos direitos do consumidor não pode ser tolerada, e é necessário que sejam
impostas sanções às empresas que descumprem suas obrigações, para garantir uma sociedade
mais justa e equilibrada.

Contudo, a ré deve ser penalizada por sua conduta, tendo em vista que mesmo após o
ingresso da presente ação nenhuma medida foi adotada pela ré, a não ser impugnar todo o
alegado do autor, onde permanece evidente que a ré não possui o menor interesse em uma
resolução amigável na forma administrativa.

5. DOS PEDIDOS FINAS

Ante o exposto, em sede de Réplica o Promovente REITERA todos os termos da Exordial.


Não bastando, renova ‘in actu’ a total procedência dos pedidos alinhados à Exordial, bem
como:
a) O recebimento e processamento desta Réplica;
b) A manutenção da concessão da Justiça Gratuita;
c) Sejam indeferidos todos os pedidos formulados em Contestação pela parte
promovida;

d) Ao final, A TOTAL PROCEDÊNCIA da presente AÇÃO INDENIZATÓRIA, nos termos acima


peticionados;
É o que se apresenta e requer, ‘in actu’, na presente RÉPLICA à Contestação.

Nestes termos,
Pede e espera deferimento.

Rio de Janeiro 10 de janeiro de 2023.

PEDRO DOS SANTOS RODRIGUES


OAB/RJ 231.087

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