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21/05/2021
Joana Darque, brasileira, casada, divorciada, domiciliada em Caratinga – MG, adquiriu nas
Lojas São Paulo Ltda, também, estabelecida em Caratinga – MG, um refrigerador Brastemp
Inverter, de 500 L, em 23/03/2021, data da nota fiscal. O produto foi entregue em sua
residência no dia 31/03/2021. Recebido o produto, Joana Darque o ligou na tomada e
começou a utilizá-lo.
No mesmo dia reparou que parte da borracha de vedação do aparelho estava descolada, mas
o aparelho funcionava normalmente. Assim Joana Darque continuou utilizando o produto. Em
03/05/2021, chegou a conta de luz na casa de Joana e ela percebeu um aumento na conta de
quase 50%.
A partir de então, começou a perceber que o refrigerador começou a criar crostas de gelo em
volta da porta e a congelar alimentos dentro da geladeira.
Essa situação perdurou até o dia 05/07/2021, quando Joana Darque resolveu procurar uma
advogado e ingressou com uma ação de indenização perante o Juizado Especial Cível da
Comarca de Caratinga – MG, mediante a qual pedia a troca do produto, por imprestável ao uso
a que se destinava e, ainda, danos materiais relativo ao aumento da conta de luz, que imputou
à falta de vedação do produto e, ainda, danos morais.
No caso em tela trata-se de fato do produto, contudo não existe o acidente de consumo sem
vício pre existente. Nesse sentido o CDC traz a regulamentação em seus art.12 a 17.
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar,
levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - o modo de seu fornecimento;
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa.
Lojas São Paulo Ltda, com sede na Avenida XXX, nº XXX, Cidade Monções, São Paulo/SP,
inscrita no CNPJ/MF sob o nº XXXXX, nos autos da ação em epígrafe que lhe move Clóvis
Bevilaqua, vem, por seu advogado, oferecer a sua CONTESTAÇÃO, aos pedidos formulados
na inicial, pelos fatos e argumentos expostos a seguir.
A parte autora alega que: a) comprou um refrigerador Brastemp Inverter, de 500 ; b) percebeu
o vício aparente na borracha de vedação da porta; c) continuou a utilizar o produto; d) percebeu
o aumento do valor da conta de energia e consequentemente o congelamento das coisas
colocas dentro do refrigerador.
Assim, diante de tais considerações, com as devidas vênias, a versão autoral não corresponde
à verdade dos fatos, tal como será demonstrado a seguir, com o indispensável rigor.
II – PRELIMINARMENTE
Em análise das questões preliminares, destaca-se que a Ré somente tomou conhecimento dos
fatos alegados pela parte Autora quando do recebimento da citação, ou seja, não houve
contato prévio em nenhum dos canais de atendimento disponibilizados pela Ré, seja para
relatar o problema e buscar uma solução administrativa, ou até mesmo para se evitar o
presente litígio na esfera Judicial.
Caso não seja esse o entendimento de V. Excelência, pugna pela análise do mérito que se
expõe a seguir, eis que ensejarão os motivos que levarão a improcedência da ação.
DA DECADÊNCIA
Outrossim, a autora recebeu o produto em sua casa em 31/03/2021 tendo ajuizado a ação em
05/07/2021 tendo decorrido o prazo de 90 dia, consequentemente tendo operado a decadência
como institui o art.26 do CDC:
“Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em:
§ 2° Obstam a decadência:
II VETADO;
III - DO MÉRITO
Caso ultrapassado a análise das preliminares apresentadas, por amor ao debate, ainda
conhecemos da clara improcedência dos pedidos autorais, conforme se demonstrará a seguir.
A parte autora não pode alegar sua torpeza, tendo em vista que a presente ação cuida de vício
aparente, onde o uso continuo do produto, após identificado o vício, levou ao acidente de
consumo alega do pela outra parte.
Ressalto aqui que para que aconteça o acidente de consumo é necessária a lesão da parte
consumidora, que como fica claro não existe nexo de causalidade entre o dano alegado e o
produto.
A parte autora alega que sua conta de energia ficou 50% mais caro em decorrência da
utilização, tal argumento não merece prosperar, tendo em vista que a conta de energia da
autora poderia ter aumentado por diversos fatores, como o aumento dos impostos, a compra
outros eletrodomésticos para a casa entre outros.
Não existe dano moral no caso em tela tendo em vista que a honra do autor nunca foi ferida,
atacada ou questionada.
Os danos morais pressupõem como requisito para o surgimento do dever de indenizar, que o
direito personalíssimo da parte. seja atingida, então não pode qualquer perturbação ser tratado
como dano moral e deve ser tratado como mero aborrecimento.
A inversão do ônus da prova (art. 6º, VIII, CDC) é admitida somente quando presentes os seus
pressupostos.
O instituto da inversão do ônus probatório somente tem cabimento em situações quando
devidamente comprovada a hipossuficiência da parte autora, não se eximindo a parte autora de
apresentar prova mínima do seu direito, o que não ocorreu no caso em tela, deixando, portanto,
de atender ao determinado no art. 373, I do Código de Processo Civil.
Portanto, não há que se falar na aplicabilidade dos princípios e regras norteadoras do CDC,
tampouco em inversão do ônus da prova no caso em epígrafe, devendo o mesmo ser
indeferido.
VI - DA CONCLUSÃO
Postula, por fim, que todas as intimações sejam realizadas em nome do advogado xxx, inscrito
na OAB xxxx, sob pena de nulidade.
Xxxx
OAB/xxxxxx