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ILUSTRÍSSIMO(A) SENHOR(A) COORDENADOR(A) DO PROCON DA COMARCA DE ARACAJÚ - SE

F.A. Nº 2211002900100079302

BRITANIA ELETRODOMESTICOS S.A, pessoa jurídica de direito privado, com sede e foro na cidade
de Curitiba/PR, situada na Av. Nossa Senhora da Luz nº 1330, inscrita no CNPJ/MF sob o nº.
76.492.701/0001-57, por seu advogado, e nos autos do processo administrativo que lhe move
NILMA SANTOS DA COSTA, vem respeitosamente à presença de Vossa Senhoria, apresentar
DEFESA ADMINISTRATIVA, nos termos dos Artigos 45, 46 e 47 do Decreto n.º 2.181/97 e do artigo
44 da Lei 8.078/90, conforme segue abaixo:

BREVE SÍNTESE DA RECLAMAÇÃO

Ingressou a reclamante com a presente, alegando em breve síntese que adquiriu uma LAVADORA
ROUPAS SEMI AUT BLRS10B 127V fabricada pela reclamada, contudo após pouco tempo de uso
o produto apresentou mau funcionamento que comprometia sua qualidade.

Alega que já diligenciou junto a reclamante na busca de resolutividade, porém não obteve êxito
na solução administrativa.

Contudo, em que pesem os fatos expostos em sua peça exordial, razão alguma assiste aos
Autores, como se passa a demonstrar pelos fundamentos de fato e direito abaixo aduzidos. Senão
vejamos.

DO MÉRITO

DA REALIDADE DOS FATOS

A Philco já possui muitos anos de existência no mercado de fabricação de bens de consumo,


sempre disponibilizando produtos que foram criteriosamente testados, a fim de garantir a
satisfação completa e permanente de seu consumidor.

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Inicialmente devemos esclarecer que a fabricante Britânia fornece aos seus consumidores
garantia de 360 dias contatados da emissão da nota fiscal. Tal informação é contida no certificado
de garantia que acompanha o produto.

Ressalta-se que o processo de garantia desta fabricante consistente na formação de equipes


especializadas em assistência técnica que contam com laboratórios próprios para testes,
composto por profissionais qualificados e um sistema de avaliação que garante a análise do
vício/defeito do produto.

Neste sentido, constatada qualquer falha de funcionamento dos produtos que possa ser
resultado de vício de fabricação, o consumidor tem a opção de contatar a requerida para fins de
obter informações de como proceder ou ainda encaminhar o produto diretamente para algumas
das assistências técnicas credenciadas que estarão em prontidão para atendê-los.

Pensando nisso, todos os produtos da marca Philco são colocados no mercado e entregue aos
consumidores acompanhados de a) um Manual de Instruções que ostenta informações acerca de
utilização adequada do bem e; b) Certificado de Garantia esclarecendo a forma, o prazo e o lugar
em que pode ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, nos termos do art. 50 do Código
de Defesa do Consumidor, bem como todos os contatos da fabricante que o consumidor possa
buscar orientações sobre o acionamento da garantia.

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O caso em tela, conforme apurou-se internamente, recebeu atendimento especializado e
gratuito, tendo a fabricante empenhado peculiar esforço para que o efetivo reparo do bem
dentro do prazo de 30 dias. Todavia, em razão do fortuito externo ocasionado por questões de
logística, não foi possível a finalização do reparo dentro prazo de 30 (trinta) dias, o que não
ocorreu por negligência ou descaso na resolução do problema.

Isso porque, a fabricante manteve o empenho para que o consumidor rapidamente pudesse
desfrutar de seu produto, tanto que efetuou um acordo com o reclamante para ressarcimento
do valor pago pelo produto, mas não obteve retorno.

Ademais, o 2º do art. 18 do Código de Defesa do Consumidor faculta as partes a pactuação de


prazo superior aos 30 dias, desde que não ultrapasse 180 dias, veja-se:

Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis


respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os
tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes
diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a
indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem
publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o
consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o
consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas
condições de uso;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem
prejuízo de eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
§ 2° Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação do prazo previsto
no parágrafo anterior, não podendo ser inferior a sete nem superior a cento e
oitenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula de prazo deverá ser
convencionada em separado, por meio de manifestação expressa do
consumidor.

Dessa forma, tem-se que não houve conduta Ilícita ou omissa da fabricante, que permaneceu
diligente para sanar o vício do produto, considerando sempre que o mais importante é a
satisfação do seu consumidor.

DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Sabendo que a inversão do ônus da prova é um mecanismo de facilitação da defesa do


consumidor, previsto no Código de Defesa do Consumidor, em seu Art. art. 6º, VIII, exige
premissas para sua aplicação, quais sejam: a verossimilhança das alegações ou a hipossuficiência
do consumidor.

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Primeiramente, em relação à verossimilhança das alegações é importante destacar que o ônus
da prova de uma situação é de quem relata, conforme leciona o art. 333, I, do Código de Processo
Civil, e, como diz a máxima jurídica, o que não restar provado nos autos, é para o Direito como se
nunca houvesse existido.

Posteriormente, no tocante à hipossuficiência do consumidor, o juiz deverá observar a questão


econômica, o desconhecimento técnico, bem como a falta de informação sobre o produto.
Portanto, totalmente descabido o pedido da inicial, já que não estão presentes as premissas
autorizadoras de sua aplicação.

CONCLUSÃO

Diante do exposto, requer o arquivamento do processo administrativo junto a este r. órgão


administrativo, uma vez que a Empresa Reclamada prestou todos os esclarecimentos necessários
e sendo certo que nenhum prejuízo efetivo foi causado ao Reclamante.

Por derradeiro, requer que todas as publicações veiculadas no Diário Oficial, intimações e
qualquer ato de comunicação no presente processo sejam realizadas exclusivamente em nome
do patrono REINALDO LUIS TADEU RONDINA MANDALITI OAB/SE 762A, Avenida Getúlio Vargas,
3-03, Vila Guedes de Azevedo, Cep: 17.017-000, Bauru-SP, sob pena de nulidade dos atos que
vierem a ser praticados, em consonância com o disposto nos parágrafos 2º e 5º, do artigo 272 do
Código de Processo Civil.

Termos em que,
Pede deferimento.

ARACAJÚ - SE, 20 de janeiro de 2023

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