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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA _______VARA DO JUIZADO

CIVEL DA COMARCA DE CABEDELO – PARAÍBA

Pedro Andrade Silva, brasileiro, casado, despachante, inscrito no CPF sob nº


895.020.852-07 e RG sob nº 5898985 SSP, residente e domiciliado a Rua Antônio
Carlos Junior, nº 33, Guardiol, Cabedelo/PB, CEP nº 56.031-180, vem, através sua
advogada e procuradora que esta subscreve com endereço profissional apontado na
procuração anexada, perante este douto Juízo, propor a presente:

AÇÃO DE IDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS

em face de Loja Armazém Duarte SA, pessoa jurídica de direito privado,


inscrita no CNPJ sob nº 47.960.950/0001-21, com sede em a Rua João Tiburtino Leite,
nº 89, Laranjeiras, Cabedelo /PB, CEP nº 69874450 e Seguro Sura AS, pessoa jurídica
de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº 89.968.569/0002-2, com sede em Rua
Meirelles Almeida, nº 18, João Pessoa/PB, pelos fatos a seguir expostos:
I. DA TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA

O autor é pessoa idosa e atualmente possui mais de 60 anos, razão pela qual se
faz necessário requisitar prioridade da tramitação da presente demanda, nos termos do
Estatuto do Idoso - Lei n° 10.741/2013 e nos termos do art. 1.048, inciso I, do
CPC/2015.

II. DA JUSTIÇA GRATUITA

O autor não tem condições de arcar com as despesas do processo, uma vez que
seus recursos financeiros são insuficientes para pagarem todas as despesas processuais,
inclusive o recolhimento das custas iniciais, sendo assim, não resta senão requerer a
gratuidade da justiça, tendo em vista que não dispõem dos recursos para custear a
demanda.

O Código de Processo Civil prevê a possibilidade de deferimento da gratuidade


da justiça em seus artigos 99, e seguintes:

CPC - Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na


petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no
processo ou em recurso.

§ 1º (...)

§ 2o O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos


que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de
gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a
comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos.

§ 3o Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida


exclusivamente por pessoa natural.

§ 4o A assistência do requerente por advogado particular não impede a


concessão de gratuidade da justiça.

Sendo assim, entender de outra forma seria impedir os mais humildes de ter
acesso à Justiça, garantia maior dos cidadãos no Estado Democrático de Direito. Por
não ser possível para os Autores arcar com as custas desta demanda, requerem os
benefícios da gratuidade de justiça, vez que não detém de recursos financeiros capazes
de custear a ação, sem prejuízo de seu sustento próprio.

III. BREVE SÍNTESE DOS FATOS

No dia 10 de janeiro de 2022 o autor realizou a compra de uma impressora da


marca HP de modelo Mult. JT TANQ. GT5822. PR POR22A, na primeira reclamada,
a Loja Armazém Duarte SA.

A impressora foi adquirida no valor de R$ 899,00 (oitocentos e noventa e nove


reais) e no ato da compra, adquiriu também junto a seguradora e segunda reclamada
(Seguro Sura SA) um seguro no valor de R$ 300,00 (trezentos reais), cuja cobertura é
igual
a oferecida pelo fabricante, tendo como prazo de duração de 10/01/2023 à
10/01/2024.

Em doze de janeiro de 2023 o aparelho apresentou vícios que impossibilitaram


seu uso, o autor, sabendo que faz uso diário e que o aparelho é indispensável para a sua
rotina, levou a impressora a assistência técnica, conforme foi instruído através do
protocolo de atendimento.

Após meses de frustações e diversas tentativas de resolução mediante contato


com a seguradora, destacando que o autor abriu ao todo cinco protocolos de
atendimento que nunca resultaram em nada, se passaram dois meses e não houve
devolução do produto, ou sequer solução para o problema.

Destaca-se, o demandante adquiriu a impressora em função de seu trabalho, bem


como para auxiliar seus estudos, uma vez que necessita usar de forma constante o
equipamento para atender seus clientes, bem como, produzir material de sua pós-
graduação.

Frisa-se também que o seguro apenas foi adquirido para trazer mais estabilidade,
uma vez que o aparelho é de extrema importância no seu dia a dia, entretanto, mesmo
sendo seu direito, a seguradora não cumpriu com o que foi prometido.
Visto que como mencionado anteriormente a impressora é necessária nos seus
dias, o demandante passou a pagar os serviços de uma copiadora enquanto não tem o
problema da impressora resolvido e atualmente possui o prejuízo de R$ 350,00
(trezentos e cinquenta reais) em cópias e impressões, conforme notas fiscais dos
serviços de copiadora em anexo.

Diante dessa situação, cansado de tentar resolver administrativamente e com


dificuldades no trabalho em função da falta do equipamento, bem como com os
prejuízos que só aumentam, o autor não achou outra solução que não seja recorrer a
Justiça, através da presente demanda.

IV. DO DIREITO

IV.1. DA RESPONSABILIDADE DAS REQUERIDAS

Inicialmente, destaca-se que a responsabilidade pelos vícios de qualidade


apresentados por produtos de consumo duráveis é suportada solidariamente pelos réus,
nos exatos termos do artigo 18 do Código de Defesa do Consumidor, vejamos:

Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não


duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou
quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a
que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles
decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente,
da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as
variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a
substituição das partes viciadas.

Frisa-se a responsabilidade da segunda referida, visto que ela possuiu um


contrato com o autor, onde assegura a garantia estendida original até 10/01/2023. Desse
modo, destaca-se o artigo 12 do CDC:

Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou


estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da
existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação,
construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou
acondicionamento de seus produtos, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
Sendo assim, nota-se que, todas as empresas envolvidas na lesão ao consumidor
têm participação e devem responder pelos problemas causados. Cabe ao consumidor
escolher se quer acionar o comerciante ou o fabricante.

Dessa maneira, frisa-se que assim como preconiza o Art. 18 CDC, se ao adquirir
um produto, se o consumidor verificar que ele apresenta defeito, o Código de Defesa do
Consumidor assegura, que:

§ 1º Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o


consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I- a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas
condições de uso;
II- a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada,
sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
III – o abatimento proporcional do preço.

Sendo assim, conforme presente no parágrafo primeiro do artigo 18, sem que o
fornecedor efetue o reparo cabe ao consumidor a escolha de qualquer das alternativas
acima mencionadas, assim como cabe a responsabilidade a ambos requeridos.

IV.2. DO DANO MATERIAL

Faz-se necessário ressaltar que o desgaste imposto ao Requerente, como já


relatado, é ainda maior pelo fato de ter que procurar por diversas vezes, os requeridos,
bem como ter aberto cinco protocolos, na tentativa de resolver o problema e nunca
obteve qualquer solução

Destaca-se que diante todo o ocorrido, o autor foi tratado com total descaso e
negligência, mesmo diante da explanação do problema, que atingiu de pronto sua vida e
prejudicou o seu trabalho.

Sendo assim e levando em consideração as esferas patrimoniais foi plenamente


atingida, sendo que os efeitos do ato ilícito praticado pelas requeridas alcançaram a vida
íntima da requerente, que viu quebrada a sua paz.

Está assegurado na Constituição Federal de 1988 o direito relativo à reparação


de danos materiais, vejamos:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e àpropriedade, nos termos seguintes:

X – São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem


das pessoas, assegurado o direito à indenização por dano material ou
moral decorrente de sua violação.

É notória a responsabilidade objetiva das requeridas, a qual independe do seu


grau de culpabilidade, uma vez que incorreu em uma lamentável falha, gerando o dever
de indenizar, pois houve defeito relativo à prestação de serviço, com destaque ao art 14,
devidamente supracitado.

Dessa maneira, visto que até o presente momento o autor não teve qualquer
ressarcimento ou amparo por parte de nenhuma das requeridas, se faz necessário a
restituição de todo valor do aparelho, este sendo uma impressora da
marca HP de modelo Mult. JT TANQ. GT5822. PR POR22A, no valor de R$ 899,00
(oitocentos e noventa e nove reais).

Destaca-se também o prejuízo do autor referente ao gasto com impressões, uma


vez que a impressora é necessário dia a dia do autor. Sendo assim, se faz necessário o
ressarcimento no valor de R$ 350,00 (trezentos e cinquenta reais).

IV.3. DO DANO MORAL

Em relação ao dano moral, resta igualmente comprovado que as requeridas, com


sua conduta negligente, violaram diretamente direito do Requerente, qual seja, de ter um
facilitador na sua vida, uma vez que adquiriu a impressora na premissa de auxiliar tanto
no seu trabalho, quanto nos estudos.

A indenização dos danos puramente morais deve representar punição forte e


efetiva, bem como, remédio para desestimular a prática de atos ilícitos, determinando,
não só à requerida, mas principalmente a outras empresas, a refletirem bem antes de
causarem prejuízo a outrem.
Sendo assim, se faz necessário que o Requerente seja indenizado pelo abalo
moral em decorrência do ato ilícito, em razão de ter sido vítima de completa e total
falha e negligência das demandadas, assim como seja indenizado pelo abalo moral em
decorrência do ato ilícito.

Destaca-se o entendimento dos nossos tribunais sobre o tema;

CIVIL – CDC – DANOS MORAIS COMPROVADOS –


RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA PRESTADORA DE
SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES – INDENIZAÇÃO
DEVIDA – VALOR FIXADO DENTRO DOS PARAMÊNTROS
DETERMINADOS PELA DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA, A
SABER: COMPENSAÇÃO E PREVENÇÃO I Restando patentes os
danos morais sofridos e o nexo causal entre a lesão e a conduta
negligente da instituição prestadora de serviços, esta tem
responsabilidade civil objetiva na reparação dos mesmos, conforme
determina a lei nº. 8.078/90 (CDC). II – correta é a fixação de
indenização por danos morais que leva em conta os parâmetros
assentados pela doutrina e pela jurisprudência, mormente os que
dizem respeito à compensação pela dor sofrida e à prevenção, este
com caráter educativo a fim de evitar a repetição do evento danoso; III
– Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida”.
(Ac. 1ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais do
DF, na Ap. Cív. 20020110581572, j. 12.08.03).

Sendo assim, visto que está configurado o dano moral, sendo certo que os
transtornos causados ao consumidor superam em muito os aborrecimentos do cotidiano,
os Réus devem ser condenados à restituição por danos morais, num valor apreciável,
nos termos do art. 186 do Código Civil.

V. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:

1) A citação das RÉ para que, querendo, compareça à audiência designada, e apresente


tempestivamente sua defesa, sob pena de confissão e revelia;
2) PROCEDENCIA DA PRESENTE AÇÃO, em todos os termos dos pedidos,
condenando a Requerida na obrigação de reparar o dano, com a RESTITUIÇÃO DO
VALOR TOTAL DA IMPRESSORA, com atualização monetária e juros, além de
despesas processuais e honorários advocatícios, nos moldes do artigo  85, §
2º do Código de Processo Civil, bem como a condenação das Requeridas em danos
morais a serem pagos ao Requerente no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais);
3) Conceder a inversão do ônus da prova, ante a hipossuficiência dos requerentes
perante a requerida, nos termos do artigo 6º, VIII, do Código de Defesa do
Consumidor;

4) Requer, ainda, a condenação das Rés nas custas e honorários advocatícios na base
de 20% do valor da causa, em possível recurso à colenda Turma.

Por fim, protesta pela produção de todos os meios de prova em direito


admitidos, mormente a juntada de outros documentos, depoimento da parte autora,
oitiva de testemunhas e dos prepostos das empresas rés, além de outras que se fizerem
necessárias.

Dá-se a presente o valor de R$ 15.000,00 (vinte mil reais).


Nestes Termos, pede Deferimento.

João Pessoa, 10 de abril de 2023.

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