Você está na página 1de 9

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___

VARA CIVÉL DA COMARCA DE _________________.

ANTONIO AUGUSTO, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), inscrito no CPF


sob o nº (número), portador do RG (número), residente e domiciliado à (endereço completo),
(bairro), (cidade), (CEP), endereço eletrônico (email), vem, através de seu advogado que esta
subscreve, perante Vossa Excelência, com o devido respeito e vênia, embasando-se nos arts.
186 e 927 do Código Civil, bem como no art. 5º, X, CRFB/88 e demais dispositivos legais
previstos no Código de Defesa do Consumidor, propor a presente

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MATERIAIS E MORAIS

em face de LOJAS DE ELETRODOMÉSTICOS LTDA, sociedade empresaria


limitada, inscrita no CNPJ de nº (número), situada no endereço (endereço completo), (bairro),
(cidade), (CEP), endereço eletrônico (email), doravante, denominada Requerida A. Em face
de MAX TV S.A., sociedade empresaria anônima, inscrita no CNPJ de nº (número), situada
no endereço (endereço completo), (bairro), (cidade), (CEP), endereço eletrônico (email),
doravante, denominada Requerida B, o que faz de acordo com as razões de fato e de direito a
seguir delineadas pelos fatos e fundamentos que passa a expor:

I – DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA


O (A) autor (a) não possui condições de pagar as custas e despesas do processo sem
prejuízo próprio ou de sua família, conforme declaração de hipossuficiência anexa, com
fundamento no Artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal e Art. 98 do Código de Processo
Civil:
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
(...)
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos;

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de


recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios
tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.”

Desse modo, o Autor faz jus à concessão da gratuidade de Justiça.

II – DA REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO


O Autor opta pela realização de audiência conciliatória, razão qual requer a citação
das para comparecer à audiência designada para essa finalidade.

III – DOS FATOS


O requerente, ao se mudar para seu novo apartamento, recém-comprado, adquiriu em
20/10/2015, diversos eletrodomésticos de última geração, dentre os quais uma TV de LED
com sessenta polegadas, acesso à internet e outras facilidades, pelo preço de R$5.000,00
(cinco mil reais).
Depois de funcionar perfeitamente por trinta dias, a TV apresentou
superaquecimento que levou á explosão da fonte de energia do equipamento, provocando
danos irreparáveis a todos os aparelhos eletrônicos que estavam conectados ao televisor.
Não obstante a reclamação que lhes foi apresentada em 25/11/2015, tanto o
fabricante MAX TV S.A, quanto o comerciante de quem o produto fora adquirido LOJAS DE
ELETRODOMÉSTICOS LTDA. permaneceram inertes, deixando de oferecer qualquer
solução.

III – DO DIREITO

III.01 - DA APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR


O Código de Defesa do Consumidor define, de maneira bem nítida, que o
consumidor de produtos e serviços deve ser agasalhado pelas suas regras e entendimentos,
senão vejamos:
"Art. 3º. Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou
estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de
produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação,
distribuição ou comercialização de produtos ou prestações de serviços."

Com esse postulado o Código de Defesa do Consumidor consegue abarcar devem


responder por todos os fornecedores – sejam eles pessoas físicas ou jurídicas – ficando
evidente que quaisquer espécies de danos porventura causados aos seus tomadores.
Com isso, fica claro a responsabilização das empresas requeridas sob a luz da Lei nº
8.078/90, visto que se trata de um fornecedor de produtos que, independentemente de culpa,
causou danos efetivos a um de seus consumidores.

III.02 - DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA


Percebe-se, outrossim, que o requerente deve ser beneficiado pela inversão do ônus
da prova, pelo que reza o inciso VIII do artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor, tendo
em vista que a narrativa dos fatos encontra respaldo nos documentos anexos, que demonstram
a verossimilhança do pedido, conforme disposição legal:
"Art. 6º. São direitos básicos do consumidor:
(...)
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da
prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a
alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de
experiências;"

O requerimento ainda encontra respaldo em diversos estatutos de nosso ordenamento


jurídico, a exemplo do Código Civil, que evidenciam a pertinência do pedido de reparação de
danos. Além disso, segundo o Princípio da Isonomia, todos devem ser tratados de forma igual
perante a lei, mas sempre na medida de sua desigualdade.
Ou seja, no caso ora debatido, o requerente realmente deve receber a supracitada
inversão, visto que se encontra em estado de hipossuficiência, uma vez que disputa a lide com
uma empresa de grande porte, que possui maior facilidade em produzir as provas necessárias
para a cognição do Excelentíssimo magistrado.

III.03 – DA RESPONSABILIDADE
A responsabilidade pelos vícios de qualidade apresentados por produtos de consumo
duráveis é suportada solidariamente pelo comerciante, nos exatos termos do artigo 18 do
Código de Defesa do Consumidor:
“Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis
respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem
impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor,
assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do
recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as
variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição
das partes viciadas.”

O dispositivo traduz a responsabilidade solidária, que obriga os diversos níveis de


fornecedores a resolver o problema. No caso de protelarem a solução por um dos envolvidos,
os outros também podem ser chamados à responsabilidade.
Basicamente, todas as empresas envolvidas na lesão ao consumidor têm participação
e devem responder pelos problemas causados. Cabe ao consumidor escolher se quer acionar o
comerciante e/ou o fabricante.

III.04 – DOS DANOS MORAIS


As empresas requeridas, ao protelar uma resolução para o problema, seja pelo
conserto do aparelho em tempo hábil ou mesmo a restituição da quantia paga, tem trazido
toda sorte de transtornos ao requerente que se sentiu lesado e humilhado.
O desgaste imposto ao requerente, como já relatado, é ainda maior pelo fato de ter
que procurar o estabelecimento comercial requerido por diversas vezes nas tentativas sempre
falhas de solucionar a questão.
A sensação de impotência ao tentar solucionar o problema junto às requeridas, sendo
tratado por esta com descaso e negligência mesmo diante da explanação do problema, atingiu
de pronto sua alma.
Dessa forma, as esferas patrimonial e emocional foram plenamente atingidas, sendo
que os efeitos do ato ilícito praticado pelas requeridas alcançaram a vida íntima do requerente,
que viu quebrada a paz, a tranquilidade e a harmonia, lhe originando seqüelas que se refletem
em sérios danos morais.
É notória a responsabilidade objetiva das requeridas, a qual independe do seu grau de
culpabilidade, uma vez que incorreu em uma lamentável falha, gerando o dever de indenizar,
pois houve defeito relativo à prestação de serviços. O Código de Defesa do Consumidor
consagra a matéria em seu artigo 14, dispondo que:
"Art. 14. O fornecedor de serviço responde, independentemente da existência de
culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à
prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas
sobre sua fruição e riscos".
Com relação ao dano moral puro, resta igualmente comprovado que as empresas
requeridas, com suas condutas negligentes, violaram diretamente direito do requerente, qual
seja, de ter sua paz interior e exterior inabalada por situações com ao qual não concorreu.
A indenização dos danos puramente morais deve representar punição forte e efetiva,
bem como, remédio para desestimular a prática de atos ilícitos, determinando, não só à
requerida, mas principalmente a outras empresas, a refletirem bem antes de causarem prejuízo
a outrem.
Imperativo, portanto, que o requerente seja indenizado pelo abalo moral em
decorrência do fato, em razão de ter sido vítima de completa e total falha e negligência da
demandada, assim como seja indenizado pelo abalo moral em decorrência do ato ilícito.

III.05 – DOS DANOS MATERIAIS


Quando um consumidor efetua uma compra, inconscientemente, ele exige do
fornecedor que o produto esteja pronto para uso, e que este não possua nenhuma avaria ou
algum vício que lhe diminua o valor, ou, que o impossibilite de utilizá-lo normalmente.
É sabido que a responsabilidade por qualquer vício no produto refere-se a qualquer
defeito no próprio produto, seja ele de quantidade ou qualidade.
Faz-se imperioso destacar que o dano moral deve atender a alguns objetivos
precípuos, quais sejam: a) ressarcir os prejuízos morais decorrentes da violação de um bem
jurídico tutelado; b) coibir, punir e prevenir a prática reiterada de comportamentos deste
gênero por parte do infrator, que agem de forma contrária à legislação e aos consumidores,
prestando-lhes um serviço incompatível com o a fragilidade que é inerente à parte mais fraca
da relação de consumo.
Diante de todo o exposto, O Requerente pugna pelo pagamento a título de danos
materiais, devidamente corrigidos, visto que a explosão do produto gerou prejuízos além do
próprio produto, uma vez que provocou danos irreparáveis a todos os demais aparelhos
eletrônicos que estavam conectados ao televisor.

III.06 – DO QUANTUM INDENIZATÓRIO – DANOS MORAIS E MATERIAIS


Para fixar o quantum indenizatório para os danos morais, embora no ordenamento
jurídico exista controvérsia referente ao quantum a ser fixado para o ressarcimento dos danos
morais, é de fundamental importância que o juiz se atenha profundamente na análise e nas
questões relativas ao fato. Deste modo, em virtude de a situação não ter sido solucionada em
tempo razoável, motivo pelo qual a família ficou durante algum tempo sem a TV, bem como
sem os demais eletrônicos, pugna-se um quantum de R$5.000,00 (cinco mil reais).
Para fixar o quantum indenizatório para os danos materiais, o magistrado deve ter
como parâmetro os prejuízos sofridos pelo Requerente o valor médio dos demais eletrônicos
que estavam ligados à televisão no momento da explosão. Nesse contexto, o Requerido deve
indenizá-lo na quantia de R$35.000,00 (trinta e cinco mil reais), a título de indenização por
danos materiais.
O entendimento doutrinário e jurisprudencial, em função dos fatos acima
demonstrados, assim tem-se a Súmula 37 do STJ menciona que:
“São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do
mesmo fato”.

IV – DOS PEDIDOS
Diante de todos os fatos e fundamentos anteriormente dispostos, REQUER que Vossa
Excelência digne-se de:
a) Conceder o benefício da assistência judiciária gratuita sendo que o requerente
declara conforme documento em anexo, que sua atual condição econômica não permite
demandar em juízo sem prejuízo do seu sustento próprio e da sua família, pelo que pede os
benefícios da justiça gratuita;

b) Citar as empresas Requeridas no endereço informado, para querendo, responder


no prazo legal, sob pena de revelia e confissão; Que também sejam citadas as empresas
requeridas para participarem da audiência de conciliação;

c) Deferir a inversão do ônus da prova, diante do artigo 6º, VIII, do Código de


Defesa do Consumidor;

d) Julgar procedentes os pedidos, para condenar as Requeridas ao pagamento de R$


35.000,00 (trinta e cinco mil reais) a título de danos materiais, devidamente corrigidos, visto a
ausência de prestação de serviço e assistência; e R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a título de
danos morais;

e) Acatar a produção de todos os tipos de provas cabíveis, em especial a prova


documental, depoimento pessoal das Requeridas, oitiva de testemunhas e todas as outras
provas que se fizerem necessárias à busca da verdade;
f) E por fim, condenar a Requerida ao pagamento de honorários sucumbenciais em
20% (vinte por cento) conforme dispõe o art. 85, dada a natureza da causa e o trabalho
desenvolvido, nos termos do caput do Código de Processo Civil.

Dá-se a causa o valor de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais).

Termos em que,
Pede e espera deferimento.

Fortaleza, 21 de setembro de 2021-09-20

ISIS BORGES JUSTINO


Advogado
OAB/UF
DOS PEDIDOS

COM BASE NO EXPOSTO,REQUER:

A) QUE A PARTE REQUERENTE SEJA CITADO DA PRESENTE AÇÃO E INTIMADA


PARA COMPARECER PESSOALMENTE Á AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO,A SER
DESIGNADA NO ATO DA DISTRIBUIÇÃO,SENDO QUE O NÃO
COMPARECIMENTO IMPORTARÁ A PENA DE REVELIA.
01-A SUBSTITUIÇÃO DO TELEVISOR POR OUTRO DO MESMO MODELO OU
SUPERIOR,EM PERFEITO ESTADO;

02-INDENIZAÇÃO DE APROXIMADAMENTE TRINTA E CINCO MIL


REAIS,CORRESPONDENTE AO VALOR DOS DEMAIS APARELHOS DANIFICADOS;

03-INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS,EM VIRTUDE DE A SITUAÇÃO NÃO TER


SIDO SOLUCIONADA EM TEMPO RAZOÁVEL,MOTIVO PELO QUAL A FAMÍLIA
FICOU,DURANTE ALGUM TEMPO,SEM USAR A TV.

Você também pode gostar