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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

ESCOLA DE DIREITO, NEGOCIOS E COMUNICAÇÃO - EDNC


PRO- REITORIA DE GRADUAÇÃO
NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA

AO JUÍZO DA __ VARA CÍVEL DA COMARCA DE APARECIDA DE


GOIÂNIA/GO.

ADRIANO, brasileiro, técnico em informática, casado,


RG n.º 56256, CPF n.º 123.123.123-12, e-mail autor@xx.com.br, residente e domiciliado na
Rua Benjamim, nº 854, Bairro Atenas, na cidade Goiânia, Estado de Goiás, CEP nº 25.252-
222, por via de sua advogada, que esta subscreve (procuração anexa), com endereço
profissional na Rua Suiça, nº 902, Bairro Bom Sucesso, Goiânia, Estado de Goiás e-mail
fabianenevesadv@gmail.com, vem perante Vossa Excelência, com base nos arts. 319 e 1.043,
§ 3°, do Código de Processo Civil, propor

AÇÃO DE CONHECIMENTO COM PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS


MATERIAIS E MORAIS

em face do SHOPPING POPULAR, Pessoa Jurídica de Direito Privado, CNPJ nº


02.123.456/0001-22, e-mail shoppinspopular@gmail.com.br residente e domiciliado na Av.
Rio Branco, nº 580, Bairro Jundiaí, na cidade Aparecida de Goiânia, Estado de Goiás, CEP nº
11.333-222, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

I – DOS FATOS

No dia 10 de janeiro do corrente ano, Adriano, brasileiro,


casado, técnico em informática, residente em Goiânia, ao estacionar o seu veículo no pátio do
estacionamento do Shopping Popular, localizado em Aparecida de Goiânia, foi surpreendido
por um indivíduo, com uma arma de fogo a punho, que lhe ordenou a entregar as chaves.

Avenida Fued José Sebba, nº. 1.184, Jardim Goiás, CEP 74.805-100 – Goiânia – Goiás.
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Antes mesmo da evasão do meliante do local, Adriano


ainda conseguiu acionar o Segurança do Shopping para tomar as medidas cabíveis, porém,
sem sucesso, pois, além deste estar desarmado, as cancelas do estacionamento encontravam-
se abertas, sem o controle de entrada e saída de veículos.

Além do carro, avaliado hoje no mercado em


R$75.000,00, foram levados também alguns objetos de valor que se encontravam no interior
do mesmo, a saber, 1 notebook, 1 câmera digital, 1 HD externo, e 1.000 reais em dinheiro,
guardado em um envelope de depósito bancário.

Muito abalado pelo susto de estar à mira de uma arma de


fogo e inconformado de ter sofrido um assalto dentro de um estacionamento, Adriano
procurou a Administração do referido shopping para tentar ser ressarcido amigavelmente
pelos danos sofridos, porém foi informado de que só receberia judicialmente.

O fato foi visto por testemunhas presentes no local e tudo


foi lavrado em Boletim de Ocorrência na Delegacia de Furtos e Roubos do município de
Aparecida de Goiânia.

II – DO DIREITO

II.I. Da Relação de Consumo Estabelecida

Busca-se por meio desta ação sanar grave prejuízo no que


tange a responsabilidade do Shopping Popular de proteger a pessoa e os bens do consumidor.

Como se demonstrará, houve indiscutível violação aos


direitos resguardados pelos artigos 627 e 629 do Código Civil e 14, § 1º, II, do CDC,
tratando-se de falha expressiva quanto a responsabilidade do Shopping Popular em reparar os
danos sofridos. Vejamos:

Art. 627. Pelo contrato de depósito recebe o depositário um objeto

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móvel, para guardar, até que o depositante o reclame.


(...)
Art. 629. O depositário e obrigado a ter na guarda e conservação da
coisa depositada o cuidado e diligência que costuma com o que lhe
pertence, bem como a restituí-la, com todos os frutos e acrescidos,
quando o exija o depositante.

Vê-se, então, que havia a responsabilidade de guarda ao


automóvel em si e dos acessórios dentro dele contidos.

Ademais, no caso em tela, além de uma relação tácita de


depósito, é travada uma relação de consumo, pois o fornecedor, para atrair a clientela oferece
estacionamento estabelecendo uma relação de consumo, têm-se, então, que o Shopping não se
beneficia apenas do valor pago pelos clientes pelo estacionamento, como também atrai
clientela para suas lojas e, com isso, aumenta seus lucros.

A compreensão do STJ a respeito do tema é a de que


haveria, nesta hipótese, não um típico contrato de depósito, tal como o regulado pelo Código
Civil, mas sim, uma assunção tácita do dever jurídico de guarda e vigilância de carros.

Assim, nesta relação de consumo, há responsabilidade de


guarda e vigilância assumida pelo prestador de serviços de acordo com o art. 14, $ 1°, II, do
CDC. In Verbis:
Ast.14. о fornecedor de serviços responde, independentemente da
existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem
como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição
e riscos.
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o
consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as
circunstâncias relevantes, entre as quais:
(...)
II - O resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam

Desse modo, nota-se que o atrativo de um estacionamento


é justamente a segurança que este oferece, o qual, em regra, é guarnecido por funcionários
incumbidos de sua administração e da vigilância dos bens que lá se encontram logo, houve
clara violação as garantias de segurança que deveriam ser fornecidas ao consumidor ao ser
constatada a relação de consumo estabelecida.

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Na mesma trilha, se tratando de relação de consumo, um


dos aspectos mais relevantes do Código de Defesa do Consumidor é a possibilidade de
inversão do ônus da prova prevista no art. 6°, VIII, com a seguinte redação:

Art. 6° São direitos básicos do consumidor:


VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão
do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do
juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente,
segundo as regras ordinárias de experiências;

Têm-se que a inversão do ônus da prova ocorrerá quando a


alegação do consumidor for verossímil OU quando o consumidor for hipossuficiente.

Desta forma, é importante destacar que o consumidor é


presumidamente vulnerável no mercado de consumo de acordo com o art. 4°, I, do CDC.
Desse modo, presume-se, de forma absoluta (jure et de juris), que o consumidor é mais fraco
que o fornecedor na relação jurídica entre eles estabelecida, portanto, solicita-se, no presente
caso, a inversão do ônus da prova.

II.II Da Responsabilidade Civil Do Fornecedor

Ademais da tese antecedente, é importante destacar


também que a respeito da responsabilidade civil dos estabelecimentos foi sumulado o
entendimento de n. 130 do STJ dispõe que "A empresa responde, perante o cliente, pela
reparação de danos ou furto de veículo ocorridos em seu estacionamento".

Desse modo, comprovada a existência de depósito, o


depositário é responsável por eventuais danos à coisa, isto é, depositado o bem móvel
(veículo), ainda que gratuito o estacionamento, se este se danifica ou é furtado, responde o
depositário pelos prejuízos causados ao depositante, por ter aquele agido com culpa in
vigilando, pois, o depositário é obrigado a ter na guarda e conservação da coisa depositada o
cuidado e diligência que costuma com o que lhe pertence. Nesse sentido, vale a pena a

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transcrição dos seguintes julgados:

DIREITO CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. FURTO EM


ESTACIONAMENTO. SHOPPING CENTER.
VEÍCULO PERTENCENTE A POSSÍVEL LOCADOR DE
UNIDADE COMERCIAL. EXISTENCIA DE VIGILANCIA NO
LOCAL. OBRIGAÇÃO DE GUARDA. INDENIZAÇÃO DEVIDA.
PRECEDENTES. RECURSO PROVIDO. I - Nos termos do
enunciado n. 130/STJ, "a empresa responde, perante o cliente, pela
reparação de dano ou furto de veículo ocorridos em seu
estacionamento". II - A jurisprudência deste Tribunal não faz
distinção entre o consumidor que efetua compra e aquele que apenas
vai ao local sem nada dispender. Em ambos os casos, entende-se pelo
cabimento da indenização em decorrência do furto de veículo. III - A
responsabilidade pela indenização não decorre de contrato de
depósito, mas da obrigação de zelar pela guarda e segurança dos
veículos estacionados no local, presumivelmente seguro.
(REsp437.649/SP, Rel. Ministro SALVO DE
FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado
em 06/02/2003, DJ 24/02/2003, р. 242)

DIREITO CIVIL. INDENIZAÇÃO. ESTACIONAMENTO EM


SUPERMERCADO FURTO DE VEICULO. RESPONSABILIDADE
PELA GUARDA DA COISA.
RECURSO PROVIDO. - A EMPRESA QUE, EM ATENÇÃO AOS
SEUS OBJETIVOS EMPRESARIAIS, OFERECE LOCAL
PRESUMIVELMENTE SEGURO PARA ESTACIONAMENTO,
ASSUME OBRIGAÇÃO DE GUARDA E VIGILANCIA, O QUE
TORNA CIVILMENTE RESPONSAVEL POR FURTOS EM TAL
LOCAL OCORRIDOS. (REsp 30033/SP, Rel. Ministro SALVIO DE
FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em
08/02/1993, DJ 08/03/1993, p. 3124)

Nota-se, ainda, que a questão envolvendo furtos de objetos


no interior de automóveis guardados em estacionamentos já foi trazida por diversas vezes ao
Judiciário, sendo firme no STJ a compreensão de que o depositário responde pelos prejuízos
causados ao depositante, ou seja, o depositário deve responder por prejuízos causados a
terceiros independentemente da existência de culpa.

Desta forma, de acordo com o teor da súmula, a empresa


ou estabelecimento que permite aos seus clientes utilizar seu estacionamento, de forma
onerosa ou gratuita, responde por roubo ou furto de veículos a eles pertencentes, tendo em
vista que assume o dever de guarda e proteção independentemente do uso de placas ou

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letreiros que postulam a isenção de responsabilidade, dever este que não foi cumprido no caso
em questão.

II.III Dos Danos Materiais

a) Danos Emergentes

A respeito de danos materiais, o Código Civil, no tópico


em que aborda as perdas e danos, explica o conceito do dano emergente e dos lucros
cessantes. O artigo 402 do mencionado diploma legal descreve que as perdas e danos
abrangem: o prejuizo efetivamente sofrido, chamado de dano emergente; e o que o
prejudicado deixou de lucrar em razão, ou seja, os lucros cessantes. Constata-se:

Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas


e danos devidos ao credor abrangem, além do que ele efetivamente
perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.

Assim, os danos emergentes são os prejuízos causados à


vítima no momento da ação e se tratando dos lucros emergentes, é importante pontuar, de
início, a perda do veículo do requerente, avaliado hoje, de acordo com a tabela FIPE em
R$75.000,00.

Além disso, no interior do veículo encontrava-se um


computador desktop no valor de R$ 3.500, 00, uma câmera digital no valor de RS4.500,00 e
um HD de 500 GB fica de R$ 200,00, que se comprova por meio das notas fiscais que se
encontram em anexo.
Ademais, se encontrava também no interior do veículo o
valor de R$1.000,00 em dinheiro, que se comprova por meio de extrato bancário ocorrido
horas antes do fato em questão.

b) Lucros cessantes

É importante pontuar também a vantagem que a vítima

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deixou de aferir por ter perdido seus objetos de trabalho desde a data do ocorrido. No dia do
fato em questão, foi levado um computador desktop, uma câmera digital e um HD de 500 GB,
que constituem seu meio de trabalho, pois o requerente é Técnico em Informática e trabalha
de forma autônoma.
Nesse sentido, invocáveis são os ensinamentos
doutrinários do renomado Flávio Tartuce a respeito da definição de lucros cessantes:

Além dos danos emergentes, há os lucros cessantes ou danos


negativos, valores que o prejudicado deixa de receber, de auferir, ou
seja, uma frustração de lucro - o que razoavelmente se deixou de
lucrar. No caso de acidente de trânsito, poderá pleitear lucros
cessantes o taxista, que deixou de receber valores com tal evento.
(TARTUCE, Flávio. Direito Civil - Vol. 2 - Direito das Obrigações e
Responsabilidade Civil, 8ª edição. Método, 01/2013, pp. 378-379)

Desse modo, desde a data do ocorrido, o requerente se


encontra impedido de trabalhar. Constatou-se em pesquisa de mercado na cidade de Goiânia
que o salário médio de um Técnico em Informática é de R$2.600,00 em Goiânia, portanto,
fazem dois meses que o requerente deixa de receber este valor em razão do fato ocorrido,
sendo necessário o ressarcimento quanto aos danos materiais sofridos.

II.IV Dos Danos Morais

Por outro lado, deve-se salientar também a necessidade de


responsabilização por danos morais decorrentes do roubo no estacionamento devido à
situação de aflição e sofrimento causado ao consumidor, devendo-se reparar o cliente pelos
danos morais decorrentes do roubo, pois tratando-se de relação de consumo, incumbe ao
fornecedor do serviço e do local do estacionamento o dever de proteger a pessoa e os bens do
consumidor.

Assim, a sociedade empresária que forneça serviço de


estacionamento aos seus clientes deve responder por furtos, roubos ou latrocínios ocorridos no
interior do seu estabelecimento, pois, em troca dos benefícios financeiros indiretos
decorrentes desse acréscimo de conforto aos consumidores, assume-se o dever - implícito na
relação contratual - de lealdade e segurança, como aplicação concreta do princípio da

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confiança.

Desse modo, é assegurado pela Constituição Federal em


sei inciso X do artigo 5° o direito à indenização pelo dano moral sofrido no caso em questão.
Vejamos:
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem
das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou
moral decorrente de sua violação;

Assim, em virtude do referido texto da Lei Maior, deve ser


constado o direito do requerente, fundamentado na garantia constitucional, de ser indenizado,
tendo em vista todo abalo emocional sofrido pelo requerente, pois este fora surpreendido por
um indivíduo, com uma arma de fogo a punho, que lhe ordenou a entregar as chaves. Nesse
sentido, importante é a transcrição do seguinte julgado:

RECURSO ESPECIAL DO BANCO BRADESCO S/A


RESPONSABILIDADE CIVIL - LATROCÍNIO OCORRIDO NAS
DEPENDÊNCIAS DE ESTACIONAMENTO MANTIDO PELA
INSTITUIÇÃO FINANCEIRA – CASO FORTUITO
INEXISTÊNCIA – RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO BANCO
- CONFIGURAÇÃO - DIREITO DE ACRESCER PARA OS
BENEFICIÁRIOS DE PENSÃO MENSAL ADMISSIBILIDADE
DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL SOBRE A EXORBITÂNCIA DO
VALOR DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
SIMILITUDE FÁTICA ENTRE OS CASOS CONFRONTADOS -
AUSÊNCIA - EXAGERO DA VERBA HONORÁRIA - NÃO
OCORRÊNCIA – RECURSO IMPROVIDO. RECURSO ESPECIAL
DE MARCÍLIA ASCIMENTO E DE SUA FILHA - ERRO DE
DIGITACÃO
INOFENSIVO À IDENTIFICAÇÃO DO DISPOSITIVO LEGAL
TIDO POR VIOLADO - IRRELEVÂNCIA - ART. 14,
§ 1°, DO CDC - COMANDO COM CONTEÚDO NORMATIVO
DISSOCIADO DAS RAZÕES DO RECURSO ESPECIAL -
SÚMULA N. 284/STF - APLICAÇÃO -
PRECLUSÃO - FALTA DE INDICAÇÃO PRECISA DOS
DISPOSITIVOS TIDOS POR VIOLADOS - SÚMULA N° 284 DO
STF - INCIDÊNCIA - RESPONSABILIDADE CIVIL
DECORRENTE DE MORTE - INDENIZAÇÃO POR DANOS
MATERIAIS SOB O REGIME DE PENSÃO- SUBSTITUIÇÃO
PELO PAGAMENTO ÚNICO E IMEDIATO DE VALOR
ARBITRADO PELO JUIZ – IMPOSSIBILIDADE -
INTELIGÊNCIA DOS ARTS. 948, II, E 950, PARAGRAFO ÚNICO,
DO CÓDIGO CIVIL - QUANTUM DA INDENIZAÇÃO POR
DANOS MORAIS – IRRISÃO – CONFIGURAÇÃO VALOR
DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - AUSÊNCIA DE
INSIGNIFICÂNCIA – REVISÃO NA VIA DO APELO NOBRE
INADMISSIBILIDADE – RECURSO ESPECIAL
PARCIALMENTE PROVIDO.

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1. A instituição bancária responde objetivamente pelos furtos, roubos


e latrocínios ocorridos nas dependências de estacionamento que
oferecera aos veículos de seus clientes.
2. Não há falar em caso fortuito nessas hipóteses como excludente da
responsabilidade civil, porquanto o proveito financeiro indireto obtido
pela instituição atrai-lhe o ônus de proteger o consumidor de eventuais
furtos, roubos ou latrocínios.
3. O direito de acrescer é admissível nas hipóteses em que há mais de
um beneficiário de pensão mensal paga em decorrência de ilícito civil.
4. Inviável é o recurso especial pela divergência, se inexistir
semelhança fática entre os casos confrontados.
5. Não caracteriza deficiência de fundamentação do recurso especial o
eITo gráfico na indicação do dispositivo legal, quando a exposição
inequívoca da questão jurídica controvertida tornar essa erronia
inofensiva à identificação da norma realmente tida por vulnerada.
6. A desconexão do conteúdo normativo do dispositivo com as razões
do recurso especial configura deficiência de fundamentação, a
convocar a incidência da Súmula n. 284/STF.

7. A falta de indicação do preceito legal supostamente afrontado


impede o exame da questão trazida no apelo nobre com base na alínea
"a" do permissivo constitucional.
8. Em se tratando de responsabilidade civil decorrente de morte, a
indenização dos danos materiais sob o regime de pensão mensal não
pode ser substituida pelo pagamento, de uma só vez, de quantia
estipulada pelo juiz.
9. Esta Corte somente deve intervir para aumentar o valor arbitrado a
título de danos morais quando se evidenciar manifesta irrisão do
quantum, o que ocorre in casu.
10. A via do recurso especial não credencia a discussão acerca da
justiça do quantum arbitrado a título de honorários advocatícios, salvo
em situações de flagrante exorbitância ou insignificância desse valor,
o que não sucede in casu.
11. Recurso especial do Banco improvido. Recurso especial de
Marcília Nascimento e de sua filha parcialmente provido.
(REsp n. 1.045.775/ES, relator Ministro Massami Uyeda,
Terceira Turma, julgado em 23/4/2009, DJe de 4/8/2009.)

Além disso, mesmo estando muito abalado


psicologicamente pelo susto de estar à mira de uma arma de fogo e inconformado de ter
sofrido um assalto dentro de um estacionamento, ao ter acionado Segurança do Shopping para
tomar as medidas cabíveis, este estava desarmado e as cancelas do estacionamento
encontrarem-se abertas, sem controle algum de entrada e saída de veículos.

Em seguida, o requerente, ao procurar a Administração do


referido shopping para tentar ser ressarcido amigavelmente pelos danos sofridos, foi
informado de que só receberia judicialmente, demonstrando o total desprezo, desinteresse e
descaso do Shopping Popular em compensar o ocorrido em suas dependências.

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Portanto, verifica-se que se deve reconhecer o direito do


requerente de ser reparado diante de tantos prejuízos sofridos.

II - DOS REQUERIMENTOS

Isto posto, requer:

a) a procedência do pedido para condenar o requerido a


pagar indenização a título de danos materiais a quantia de R$ 89. 400,00;

b) requer também a procedência do pedido para condenar


o requerido a pagar indenização a título de danos
morais no valor de R12.000;

c) a condenação do requerido nas custas e honorários


sucumbenciais nos limites legais;

d) a produção de todos os meios de prova admitidos em


direito, em especial prova documental, que desde já se
requer a juntada; testemunhal, cujo rol será
oportunamente apresentado em juízo; depoimento
pessoal das partes; etc.;

O requerente manifesta o seu desinteresse pela realização


da audiência de conciliação ou mediação, conforme art. 319, VII c/c art. 334 do NCPC.

Dá-se à causa o valor de R$ 101.400,00 (cento e um mil e


quatrocentos reais).

Nestes termos,

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Pede e espera deferimento.

Goiânia/Go, 13 de setembro de 2023.

OAB/GO N.º 00.000

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