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003-0/BA, PIS
Allegri, apt. 404, Cabula, Salvador/Ba, CEP 41.150-000, vem à presença de Vossa
1. DOS FATOS
Relata a parte requerente que na data de 04 de julho de 2022, efetuou a compra do
seguinte produto: 1(um) tênis modelo ADIZERO ADIOS PRO 2 ENERGY RODSU
no valor R$1.699,99 (um mil seiscentos e noventa e nove reais e noventa e nove
centavos) através do aplicativo oficial da ADIDAS DO BRASIL LTDA sendo o
pagamento realizado através de cartão de crédito dividido em dez parcelas (anexo
aos autos).
Ressalta-se que a compra em comento, efetuada na modalidade online, tinha como
previsão para entrega da mercadoria a data 8 de julho de 2022 e que a autora
objetivava presentear seu companheiro tendo em vista que na data 13 de julho de
2022, o casal comemoria sua união, ocasião em que a consumidora pretendia
entregar o produto para que o companheiro pudesse utiliza-lo.
Ocorre que, o produto em comento jamais fora entregue no endereço destinado, bem
como, foi enviado pela empresa ADIDAS DO BRASIL LTDA a parte autora um e-
mail (em anexo) na data 11 de julho de 2022 informando que a mercadoria havia sido
extraviada.
Excelência, nítido é o descaso da parte requerida, haja vista não ter sequer informado
em tempo hábil a consumidora sobre o prejuízo que a impôs tanto em esfera material
como moral, tendo aguardado dias após a data que deveria ter sido realizada a
entrega.
Ademais, cumpre salientar que a parte ré não restituiu o valor pago pela autora,
corroborando para ideia de que a prática abusiva ilustrada nesta exordial integra
verdadeiro ultraje ao ordenamento jurídico ora vigente.
Importa trazer a baila que a sensação de impunidade não deve ser aceita pelo
Judiciário no caso em tela, sobretudo em virtude da hipossuficiência da consumidora
perante empresa de grande monta como a ADIDAS DO BRASIL LTDA, frisando a
necessidade de responsabilização da parte requerida, em cumprimento aos ditames
legais.
Diante da falta de solução, esclarecimentos e informações, a requerente experimenta
prejuízos de caráter patrimonial, pois continua sem o valor investido na compra e
sem o produto, bem como prejuízos de caráter extrapatrimonial, sentindo-se
constrangida por não poder cumprir a promessa de entregar o presente para o
companheiro e por sofrer o desgaste de provocar o Judiciário para a resolução do
conflito.
Por todo exposto, resta comprovado por meio da documentação acostada aos autos
que os atos praticados pelas partes Requeridas atingem à esfera patrimonial e
extrapatrimonial da parte autora, motivo pelo qual não resta alternativa senão
requerer o provimento jurisdicional desta especializada em busca da efetivação da
Justiça.
2. DO DIREITO
Não bastasse todo o transtorno sofrido pela Autora de não ter recebido a mercadoria
mesmo tendo efetuado o pagamento, importa frisar a angústia por não puder
presentear o seu companheiro na data em que comemoravam união.
Ora Excelência, trata-se de evidente expectativa criada pelo casal, em especial pela
autora que iria simbolizar seu sentimento através do presente que comprou para seu
marido.
Ante esse raciocínio, deve-se sopesar, em cada caso concreto, todas as circunstâncias
que possam influenciar na fixação do "quantum" indenizatório, levando em
consideração que o dano moral abrange, além das perdas valorativas internas, as
exteriorizadas no relacionamento diário pessoal, familiar, profissional e social do
ofendido.
Deve-se lembrar ainda, por outro ângulo, que a indenização por danos morais deve
ser fixada num montante que sirva de aviso à ré e à sociedade, como um todo, de
que o nosso direito não tolera aquela conduta danosa impunemente, devendo a
condenação atingir efetivamente, o patrimônio da causadora do dano, para que
assim o Estado possa demonstrar que as leis existem para serem cumpridas.
E) DO QUANTUM INDENIZATÓRIO
Assim, o montante de R$5.000,00 (cinco mil reais) equivale a uma justa indenização
por danos morais e materiais no presente caso, tendo em vista que, não enriquece a
parte Autora e adverte a parte Ré.
Ante o exposto, requer que seja concedida a condenação aos danos morais,
suscitando que caso seja de entendimento deste Ilustre Juízo, atribuir valor diverso,
que a mesma seja designada em observância a proporcionalidade e razoabilidade.
3. DOS PEDIDOS:
Ante o exposto, vêm a respeitável presença de V. Exa., requerer:
a) Seja citada a parte requerida para querendo, responder aos termos da presente
ação no prazo legal e compareçam em audiência de conciliação, instrução e
julgamento, designada por este juízo, sob pena de confissão e revelia;
b) Reconhecimento da relação consumerista entre as partes, bem como a aplicação
das normas especiais constantes do CDC;
c) Requer a inversão do ônus da prova tendo em vista manifesta fragilidade e
hipossuficiência na presente demanda;
d) A procedência do pedido, com a condenação da requerida ao ressarcimento
imediato da quantia paga, no valor de R$1.699,99 (um mil seiscentos e noventa
e nove reais e noventa e nove centavos) acrescida ainda de juros e correção
monetária;
e) Seja julgado totalmente procedente o pedido de indenização por danos morais
com fulcro nos arts. 186 CC. e 14 CDC. No montante de R$5.000 (cinco mil
reais).
f) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos.
g) Que sejam todas as intimações direcionadas ao endereço eletrônico do Patrono
elioricardo.adv@gmail.com sob pena de nulidade.
Dá-se a causa o valor de R$6.699,99 (seis mil seiscentos e noventa e nove reais e
noventa e nove centavos).
ÉLIO MIRANDA
AZEVEDO OAB/BA
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