Você está na página 1de 11

Sandra Mara Dobjenski

XXXI EXAME DA OAB


DIREITO ADMINISTRATIVO
31. Diante da necessidade de construção de uma barragem no Município Alfa, a ser
efetuada em terreno rural de propriedade de certa sociedade de economia mista
federal, o Poder Legislativo local fez editar uma lei para declarar a desapropriação
por utilidade pública, após a autorização por decreto do Presidente da República,
sendo certo que, diante do sucesso das tratativas entre os chefes do Executivo dos
entes federativos em questão, foi realizado acordo na via administrativa para ultimar
tal intervenção do Estado na propriedade.
Diante dessa situação hipotética, assinale a afirmativa correta.
A A autorização por decreto não pode viabilizar a desapropriação do bem em
questão pelo Município Alfa, porque os bens federais não são expropriáveis.
B A iniciativa do Poder Legislativo do Município Alfa para declarar a
desapropriação é válida, cumprindo ao respectivo Executivo praticar os atos
necessários para sua efetivação.
C A intervenção na propriedade em tela não pode ser ultimada na via administrativa,
mediante acordo entre os entes federativos envolvidos.
D O Município Alfa não tem competência para declarar a desapropriação por
utilidade pública de propriedades rurais.
FUNDAMENTAÇÃO: o Poder Legislativo poderá tomar a iniciativa da
desapropriação (editar a lei), cumprindo, neste caso, ao executivo, praticar os
atos necessários à sua efetivação (tratativas entre os chefes do executivo), art.
8º do DL nº 3.365/41.
DESAPROPRIAÇÃO
SEM caráter de sanção: Qualquer ente federativo (indenização justa, prévia e
em dinheiro)
COM caráter de sanção:
a)Urbana: por Município - titulo da divida pública (10 anos)
b)Rural: pela União - titulo da divida agrária (20 anos)
c)Confiscatória: pela União - zero indenização
Súmula 157 do STF:
Sandra Mara Dobjenski

É necessária prévia autorização do Presidente da República para


desapropriação, pelos Estados, de empresa de energia elétrica.
DL nº 3.365/41, art. 8º O PL poderá tomar a iniciativa da desapropriação,
cumprindo, neste caso, ao Executivo, praticar os atos necessários à sua
efetivação.
32. Rafael, funcionário da concessionária prestadora do serviço público de
fornecimento de gás canalizado, realizava reparo na rede subterrânea, quando
deixou a tampa do bueiro aberta, sem qualquer sinalização, causando a queda de
Sônia, transeunte que caminhava pela calçada.
Sônia, que trabalha como faxineira diarista, quebrou o fêmur da perna direita em
razão do ocorrido e ficou internada no hospital por 60 dias, sem poder trabalhar.
Após receber alta, Sônia procurou você, como advogado(a), para ajuizar ação
indenizatória em face
A da concessionária, com base em sua responsabilidade civil objetiva, para
cuja configuração é desnecessária a comprovação de dolo ou culpa de Rafael.
B do Estado, como poder concedente, com base em sua responsabilidade civil
direta e subjetiva, para cuja configuração é prescindível a comprovação de dolo ou
culpa de Rafael.
C de Rafael, com base em sua responsabilidade civil direta e objetiva, para cuja
configuração é desnecessária a comprovação de ter agido com dolo ou culpa,
assegurado o direito de regresso contra a concessionária.
D do Município, como poder concedente, com base em sua responsabilidade civil
objetiva, para cuja configuração é imprescindível a comprovação de dolo ou culpa de
Rafael.
.FUNDAMENTAÇÃO: §6º do art. 37 da CF
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras
de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa.
Artigo 25 da Lei 8.987/95: “Incumbe à concessionária a execução
do serviço concedido, cabendo-lhe responder por todos os prejuízos causados
Sandra Mara Dobjenski

ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização


exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa responsabilização.”
DIREITO AMBIENTAL
33. Seguindo plano de expansão de seu parque industrial para a produção de
bebidas, o conselho de administração da sociedade empresária Frescor S/A autoriza
a destruição de parte de floresta inserida em Área de Preservação Permanente,
medida que se consuma na implantação de nova fábrica.
Sobre responsabilidade ambiental, tendo como referência a hipótese narrada,
assinale a afirmativa correta.
A Frescor S/A responde civil e administrativamente, sendo excluída a
responsabilidade penal por ter a decisão sido tomada por órgão colegiado da
sociedade.
B Frescor S/A responde civil e administrativamente, uma vez que não há tipificação
criminal para casos de destruição de Área de Preservação Permanente, mas apenas
de Unidades de Conservação.
C Frescor S/A responde civil, administrativa e penalmente, sendo a ação penal
pública, condicionada à prévia apuração pela autoridade ambiental competente.
D Frescor S/A responde civil, administrativa e penalmente, sendo agravante da
pena a intenção de obtenção de vantagem pecuniária.
.FUNDAMENTAÇÃO: A tripla responsabilidade ambiental está prevista na
própria CF:
Art. 225 § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos
causados [civil].
Lei 9.605/1998 - Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de
preservação permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com
infringência das normas de proteção:
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente. (B)
Tríplice responsabilidade:
Sandra Mara Dobjenski

Lei 9.605/1998 - Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas


administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos
em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou
contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua
entidade. (A/B/C/D) (A)
Lei 9.605/1998 Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal é
pública incondicionada. (C)
Lei 9.605/1998 Art. 15 São circunstâncias que agravam a pena, quando não
constituem ou qualificam o crime:
II - ter o agente cometido a infração:
a) para obter vantagem pecuniária;
34. Efeito Estufa Ltda., sociedade empresária que atua no processamento de
alimentos, pretende instalar nova unidade produtiva na área urbana do Município de
Ar Puro, inserida no Estado Y. Para esse fim, verificou que a autoridade competente
para realizar o licenciamento ambiental será a do próprio Município de Ar Puro.
Sobre o caso, assinale a opção que indica quem deve realizar o estudo de impacto
ambiental.
A O Município de Ar Puro.
B O Estado Y.
C O IBAMA.
D Profissionais legalmente habilitados, às expensas do empreendedor.
FUNDAMENTAÇÃO: É possível acertar a questão pensando simplesmente no
Princípio de Direito Ambiental do Poluidor-Pagador.
O Princípio do Poluidor-Pagador, grosso modo, atribui às próprias empresas a
responsabilidade de arcar com os custos da poluição ambiental que causam
durante a realização de suas atividades.
Art. 11 da Resolução 237/1987 do CONAMA:
Art. 11. Os estudos necessários ao processo de licenciamento deverão ser
realizados por profissionais legalmente habilitados, às expensas do
empreendedor.
Sandra Mara Dobjenski

Parágrafo único: O empreendedor e os profissionais que subscrevem os


estudos previstos no caput deste artigo serão responsáveis pelas informações
apresentadas, sujeitando-se às sanções administrativas, civis e penais.
DIREITO CIVIL
35. João, único herdeiro de seu avô Leonardo, recebeu, por ocasião da abertura da
sucessão deste último, todos os seus bens, inclusive uma casa repleta de
antiguidades.
Necessitando de dinheiro para quitar suas dívidas, uma das primeiras providências
de João foi alienar uma pintura antiga que sempre estivera exposta na sala da casa,
por um valor módico, ao primeiro comprador que encontrou.
João, semanas depois, leu nos jornais a notícia de que reaparecera no mercado de
arte uma pintura valiosíssima de um célebre artista plástico. Sua surpresa foi enorme
ao descobrir que se tratava da pintura que ele alienara, com valor milhares de vezes
maior do que o por ela cobrado. Por isso, pretende pleitear a invalidação da
alienação.
A respeito do caso narrado, assinale a afirmativa correta.
A O negócio jurídico de alienação da pintura celebrado por João está viciado
por lesão e chegou a produzir seus efeitos regulares, no momento de sua
celebração.
B O direito de João a obter a invalidação do negócio jurídico, por erro, de alienação
da pintura, não se sujeita a nenhum prazo prescricional
C A validade do negócio jurídico de alienação da pintura subordina-se
necessariamente à prova de que o comprador desejava se aproveitar de sua
necessidade de obter dinheiro rapidamente.
D Se o comprador da pintura oferecer suplemento do preço pago de acordo com o
valor de mercado da obra, João poderá optar entre aceitar a oferta ou invalidar o
negócio.
FUNDAMENTAÇÃO: Produz efeitos regulares, pois se trata de negócio anulável
e não nulo de imediato, além de que não havia de se falar de lesão no
momento que o negócio jurídico produziu seus efeitos, a compra e venda
finalizou com ambas as partes saindo satisfeitas, só depois que o comprador
anunciou o preço por valor muito superior o da compra e o vendedor se sentiu
Sandra Mara Dobjenski

lesado, abrindo a possibilidade da ação por anulação da compra e venda em


decorrência da lesão, mas, lembre-se que o negócio não é nulo, se o vendedor
não tentasse anular o pedido, ele iria convalescer, tornando-se um negócio
jurídico perfeito, pois seria impossível anular esse negócio. O efeito de um
contrato de compra e venda é a inversão da posse em decorrência da tradição
que por consequência transfere a propriedade das coisas móveis.
Ambas as partes são maiores e capazes, o produto é lícito e houve
consentimento de ambas, não tem como o efeito não ser regular. Seria
irregular se o produto fosse ilícito como drogas ou parte absolutamente
incapaz, por exemplo, o negócio sequer teria ocorrido na visão da lei.
O negócio jurídico de alienação da pintura celebrado por João está viciado
por lesão e chegou a produzir seus efeitos regulares, no momento de sua
celebração.
Art. 157, CC: Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade,
ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente
desproporcional ao valor da prestação oposta.
Aos que não compreenderam o expressão "produzir efeitos regulares, no
momento de sua celebração", compreende-se que no momento da celebração,
João estava realizando o negócio jurídico válido, haja vista a manifestação de
vontade livre, consciente e voluntária. Contudo, a prestação se
tornou manifestamente desproporcional apenas depois, quando ele descobriu
a desproporcionalidade em razão de sua inexperiência.
36. Salomão, solteiro, sem filhos, 65 anos, é filho de Lígia e Célio, que faleceram
recentemente e eram divorciados. Ele é irmão de Bernardo, 35 anos, médico bem-
sucedido, filho único do segundo casamento de Lígia. Salomão, por circunstâncias
sociais, não mantinha contato com Bernardo.
Em razão de uma deficiência física, Salomão nunca exerceu atividade laborativa e
sempre morou com o pai, Célio, até o falecimento deste. Com frequência, seu primo
Marcos, comerciante e grande amigo, o visita.
Com base no caso apresentado, assinale a opção que indica quem tem obrigação
de pagar alimento a Salomão.
A Marcos é obrigado a pagar alimentos a Salomão, no caso de necessidade deste.
Sandra Mara Dobjenski

B Por ser irmão unilateral, Bernardo não deve, em hipótese alguma, alimentos a
Salomão.
C Bernardo, no caso de necessidade de Salomão, deve arcar com alimentos.
D Bernardo e Marcos deverão dividir alimentos, entre ambos, de forma igualitária.
FUNDAMENTAÇÃO: Em se tratando de obrigação de alimentos, o irmão se
encontra na lista de convocados caso não seja possível o cumprimento por
parte de ascendentes e descendentes, independendo deste ser unilateral ou
bilateral. Marcos, portanto não possui obrigação de fornecer alimentos, já que
é primo.
Sucessivamente pai, mãe;
Demais ascendentes, proximidade;
Descendentes, ordem de sucessão;
Irmãos germanos ou unilaterais.
Art. 1.697 CC. Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes,
guardada a ordem de sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos
como unilaterais.
37. Jacira mora em um apartamento alugado, sendo a locação garantida por fiança
prestada por seu pai, José. Certa vez, Jacira conversava com sua irmã Laura acerca
de suas dificuldades financeiras, e declarou que temia não ser capaz de pagar o
próximo aluguel do imóvel. Compadecida da situação da irmã, Laura procurou o
locador do imóvel e, na data de vencimento do aluguel, pagou, em nome próprio, o
valor devido por Jacira, sem oposição desta.
Nesse cenário, em relação ao débito do aluguel daquele mês, assinale a afirmativa
correta.
A Laura, como terceira interessada, sub-rogou-se em todos os direitos que o locador
tinha em face de Jacira, inclusive a garantia fidejussória.
B Laura, como terceira não interessada, tem apenas direito de regresso em
face de Jacira.
C Laura, como devedora solidária, sub-rogou-se nos direitos que o locador tinha em
face de Jacira, mas não quanto à garantia fidejussória.
D Laura, tendo realizado mera liberalidade, não tem qualquer direito em face de
Jacira.
Sandra Mara Dobjenski

FUNDAMENTAÇÃO: terceiro não interessado (não tem interesse jurídico)


1. Paga a dívida em seu próprio nome tem o direito de exigir o reembolso
2. Paga a dívida em nome do devedor não tem direito a reembolso
ART.305 CC, O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio
nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos
direitos do credor.
Outro ponto que deve ser observado é que se Jacira tivesse se oposto ao
pagamento, não caberia o regresso.
Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição
do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha
meios para ilidir a ação.
38. Antônio, divorciado, proprietário de três imóveis devidamente registrados no RGI,
de valores de mercado semelhantes, decidiu transferir onerosamente um de seus
bens ao seu filho mais velho, Bruno, que mostrou interesse na aquisição por valor
próximo ao de mercado.
No entanto, ao consultar seus dois outros filhos (irmãos do pretendente comprador),
um deles, Carlos, opôs-se à venda. Diante disso, bastante chateado com a atitude
de Carlos, seu filho que não concordou com a compra e venda do imóvel, decidiu
realizar uma doação a favor de Bruno.
Em face do exposto, assinale a afirmativa correta.
A A compra e venda de ascendente para descendente só pode ser impedida pelos
demais descendentes e pelo cônjuge, se a oposição for unânime.
B Não há, na ordem civil, qualquer impedimento à realização de contrato de compra
e venda de pai para filho, motivo pelo qual a oposição feita por Carlos não poderia
gerar a anulação do negócio.
C Antônio não poderia, como reação à legítima oposição de Carlos, promover a
doação do bem para um de seus filhos (Bruno), sendo tal contrato nulo de pleno
direito.
D É legítima a doação de ascendentes para descendente, independentemente
da anuência dos demais, eis que o ato importa antecipação do que lhe cabe na
herança.
Sandra Mara Dobjenski

FUNDAMENTAÇÃO: VENDA - de ascendente a descendente - necessita


de ANUÊNCIA dos demais descendentes e cônjuge, sendo portanto, anulável -
Art. 496 Código Civil.
Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros
descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.
DOAÇÃO - de ascedente a descendente - NÃO necessita de ANUÊNCIA pois é
configurado antecipação da legítima - Art. 544 Código Civil.
Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro,
importa adiantamento do que lhes cabe por herança.
39. Márcia, adolescente com 17 anos de idade, sempre demonstrou uma maturidade
muito superior à sua faixa etária. Seu maior objetivo profissional é o de tornar-se
professora de História e, por isso, decidiu criar um canal em uma plataforma on-line,
na qual publica vídeos com aulas por ela própria elaboradas sobre conteúdos
históricos.
O canal tornou-se um sucesso, atraindo multidões de jovens seguidores e
despertando o interesse de vários patrocinadores, que começaram a procurar a
jovem, propondo contratos de publicidade. Embora ainda não tenha obtido nenhum
lucro com o canal, Márcia está animada com a perspectiva de conseguir custear
seus estudos na Faculdade de História se conseguir firmar alguns desses contratos.
Para facilitar as atividades da jovem, seus pais decidiram emancipá-la, o que
permitirá que celebre negócios com futuros patrocinadores com mais agilidade.
Sobre o ato de emancipação de Márcia por seus pais, assinale a afirmativa correta.
A Depende de homologação judicial, tendo em vista o alto grau de exposição que a
adolescente tem na internet.
B Não tem requisitos formais específicos, podendo ser concedida por instrumento
particular.
C Deve, necessariamente, ser levado a registro no cartório competente do
Registro Civil de Pessoas Naturais.
D É nulo, pois ela apenas poderia ser emancipada caso já contasse com economia
própria, o que ainda não aconteceu.
FUNDAMENTAÇÃO: Deve-se registrar o ciclo da vida - Art. 9 do CC:
 Nasce;
Sandra Mara Dobjenski

 Emancipa;
 Casa;
 Interdita (incapacidade absoluta ou relativa);
 Declara ausência;
 Morre (inclusive a presumida).
Averba - Art. 10 do CC:
 Divórcio;
 Separação judicial e restabelecimento de vínculo conjugal;
 Reconhecimento de filiação.
Código Civil
Art. 9 Serão registrados em REGISTRO PÚBLICO:
I - os nascimentos, casamentos e óbitos;
II - A EMANCIPAÇÃO POR OUTORGA DOS PAIS (VOLUNTÁRIA) OU POR
SENTENÇA DO JUIZ (JUDICIAL)
III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa;
IV - a sentença declaratória de ausência e de morte presumida.
40. Arnaldo faleceu e deixou os filhos Roberto e Álvaro. No inventário judicial de
Arnaldo, Roberto, devedor contumaz na praça, renunciou à herança, em 05/11/2019,
conforme declaração nos autos. Considerando que o falecido não deixou testamento
e nem dívidas a serem pagas, o valor líquido do monte a ser partilhado era de R$
100.000,00 (cem mil reais).
Bruno é primo de Roberto e também seu credor no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil
reais). No dia 09/11/2019, Bruno tomou conhecimento da manifestação de renúncia
supracitada e, no dia 29/11/2019, procurou um advogado para tomar as medidas
cabíveis.
Sobre esta situação, assinale a afirmativa correta.
A Em nenhuma hipótese Bruno poderá contestar a renúncia da herança feita por
Roberto.
B Bruno poderá aceitar a herança em nome de Roberto, desde que o faça no prazo
de quarenta dias seguintes ao conhecimento do fato.
C Bruno poderá, mediante autorização judicial, aceitar a herança em nome de
Roberto, recebendo integralmente o quinhão do renunciante.
Sandra Mara Dobjenski

D Bruno poderá, mediante autorização judicial, aceitar a herança em nome de


Roberto, no limite de seu crédito.
FUNDAMENTAÇÃO: Código Civil - Art. 1.813. Quando o herdeiro prejudicar os
seus credores, renunciando à herança, poderão eles, com autorização do juiz,
aceitá-la em nome do renunciante.
§ 1º A habilitação dos credores se fará no prazo de trinta dias seguintes ao
conhecimento do fato. (motivo da letra B estar errada)
§ 2º Pagas as dívidas do renunciante, prevalece a renúncia quanto ao
remanescente, que será devolvido aos demais herdeiros. (ou seja, o credor
não pode receber integralmente o quinhão do renunciante, somente o
suficiente para pagar a dívida)

Você também pode gostar