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d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é

materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido;


e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita
ou implicitamente, na regra de competência.

Art 5º§ 4º Na defesa do patrimônio público caberá a suspensão liminar do ato lesivo impugnado.

Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades referidas no art. 1º, contra as
autoridades, funcionários ou administradores que houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato
impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo.
§ 3º A pessoas jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato seja objeto de impugnação, poderá
abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado do autor, desde que isso se afigure útil ao interesse
público, a juízo do respectivo representante legal ou dirigente.

Art. 7º A ação obedecerá ao procedimento ordinário, previsto no Código de Processo Civil, observadas as
seguintes normas modificativas:
I - Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:
a) além da citação dos réus, a intimação do representante do Ministério Público;
b) a requisição, às entidades indicadas na petição inicial, dos documentos que tiverem sido referidos pelo
autor (art. 1º, § 6º), bem como a de outros que se lhe afigurem necessários ao esclarecimento dos fatos, ficando
prazos de 15 (quinze) a 30 (trinta) dias para o atendimento.
IV - O prazo de contestação é de 20 (vinte) dias, prorrogáveis por mais 20 (vinte), a requerimento do interessado,
se particularmente difícil a produção de prova documental, e será comum a todos os interessados, correndo da
entrega em cartório do mandado cumprido, ou, quando for o caso, do decurso do prazo assinado em edital.

Art. 11. A sentença que, julgando procedente a ação popular, decretar a invalidade do ato impugnado, condenará
ao pagamento de perdas e danos os responsáveis pela sua prática e os beneficiários dele, ressalvada a ação
regressiva contra os funcionários causadores de dano, quando incorrerem em culpa.

Art. 12. A sentença incluirá sempre, na condenação dos réus, o pagamento, ao autor, das custas e demais
despesas, judiciais e extrajudiciais, diretamente relacionadas com a ação e comprovadas, bem como o dos
honorários de advogado.
VAMOS APRENDER A FAZER UMA
AÇÃO POPULAR?
(XXVIII)A sociedade empresária K, concessionária do serviço de manutenção de uma estrada municipal, na qual
deveria realizar investimentos sendo remunerada com o valor do pedágio pago pelos usuários do serviço, decidiu
ampliar suas instalações de apoio. Após amplos estudos, foi identificado o local que melhor atenderia às suas
necessidades. Ato contínuo, os equipamentos foram alugados e foi providenciado o cerco do local com tapumes.
De imediato, foi fixada a placa, assinada por engenheiro responsável, indicando a natureza da obra a ser realizada
e a data do seu início, o que ocorreria trinta dias depois, prazo necessário para a conclusão dos preparativos.
João da Silva, usuário da rodovia e candidato ao cargo de deputado estadual no processo eleitoral que estava em
curso, ficou surpreso com a iniciativa da sociedade empresária K, pois era público e notório que o local escolhido
era uma área de preservação ambiental permanente do Município Alfa. Considerando esse dado, formulou
requerimento, dirigido à concessionária, solicitando que a obra não fosse realizada. A sociedade empresária K
indeferiu o requerimento, sob o argumento de que o local escolhido fora aprovado pelo Município, que concedeu
a respectiva licença, assinada pelo prefeito Pedro dos Santos, permitindo o início das obras. O local, ademais, era
o que traria maiores benefícios aos usuários. João da Silva, irresignado com esse estado de coisas, contratou seus
serviços, como advogado(a). Ele afirmou que quer propor uma ação judicial para que seja declarada a nulidade
da licença concedida e impedida a iminente realização das obras no local escolhido, que abriga diversas espécies
raras da flora e da fauna silvestre. Levando em consideração as informações expostas, elabore a medida judicial
adequada, com todos os fundamentos jurídicos que confiram sustentação à pretensão. (Valor: 5,00)
AO JUÍZO DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DO MUNICÍPIO ALFA, ESTADO... (OBS: ACEITARAM
TAMBÉM VARA CÍVEL).
(10 linhas)

JOÃO DA SILVA, estado civil, profissão, domicílio e residência, CPF e RG, endereço eletrônico, título de eleitor, por seu
advogado, procuração em anexo, escritório na, vem perante Vossa Excelência com fulcro no art. 5º, LXXIII, da CRFB c/c
a Lei 4.717/65, propor AÇÃO POPULAR, com pedido de liminar, contra Pedro dos Santos, prefeito do Município Alfa ,
estabelecido na..., contra o Município Alfa, pessoa jurídica de direito público interno, CNPJ, com sede na... e a
Sociedade Empresária, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ, com sede na... pelos fatos e fundamentos jurídicos
abaixo expostos:

DO CABIMENTO
É cabível a ação popular, pois visa anular ato lesivo ao patrimônio público, da moralidade e do meio ambiente na
forma da Lei 4.717/65 e do art. 5º, LXXIII, da CRFB:
“Art. 5°...
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público
ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
DA LEGITIMIDADE:
A legitimidade ativa de João da Silva decorre do fato de ser cidadão conforme dispõe o Art. 5º, inciso LXXIII, da CRFB/88 e o
Art. 1º, caput, da Lei nº 4.717/65, qualidade intrínseca à sua condição de candidato ao cargo de Deputado Estadual.
A Legitimidade passiva do prefeito Pedro dos Santos decorre do fato de ter concedido a licença de construção nos termos
da Lei nº 4.717/65, Art. 6º, caput.
A Legitimidade passiva do Município Beta por se almejar obstar os efeitos de uma licença que concedeu por intermédio do
prefeito nos termos do Art. 6º, § 3º, da Lei nº 4.717/65,
Por fim, a legitimidade passiva da sociedade empresária K pelo fato de ser a beneficiária da licença concedida nos termos
do Art. 6º, caput, da Lei nº 4.717/65.

DOS FATOS
(Daquele jeito, só resumir o enunciado)
DO DIREITO
A licença concedida pelo Prefeito Pedro dos Santos é lesiva ao meio ambiente, porque o local abriga uma área
de preservação ambiental permanente do Município Alfa, sendo cabível a sua anulação conforme o Art. 5º.,
LXXIII, da CRFB/88 OU Lei nº 4.717/65, Art. 2º, parágrafo único, alínea c.
Além do mais, não merece ser acolhido o argumento de que o possível benefício dos usuários justifica a lesão
ao meio ambiente, pois os atos do poder concedente e do concessionário devem ser praticados em harmonia
com a sua proteção, nos termos do Art. 225, caput, da CRFB/88.
Mas não é só isso, a proteção ao meio ambiente deve ser observada no âmbito da atividade econômica,
conforme dispõe o Art. 170, inciso VI, da CRFB/88.
Ademais, a licença concedida afrontou a concepção mais ampla de legalidade, prevista no Art. 37, caput, da
CRFB/88.
Por fim, a sociedade empresária K, enquanto concessionária do serviço público, não deve causar danos ao meio
ambiente, ainda que amparada por um ato estatal que nitidamente o permita.
DO PEDIDO DE LIMINAR
A fumaça do bom direito está presente nos argumentos fáticos e jurídicos expostos acima, decorrendo da
flagrante ilegalidade da licença de construção, violando o artigo 5º LXXIII, 225, 170,VI, e 37 CAPUT da CF.
O perigo da demora decorre da iminência de serem causados danos irreversíveis ao meio ambiente,
considerando as raras espécies da fauna e da flora silvestre existentes no local.
Requer a concessão da liminar, para impedir que a sociedade empresária K inicie as obras no local.

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