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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA

DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DO MUNICÍPIO Y, NO ESTADO...

José Rico, brasileiro, estado civil, profissão, RG nº..., CPF nº...,


residente e domiciliado na rua..., vem, por seu advogado, infrafirmado, com
procuração anexa e endereço profissional na rua..., onde serão
encaminhadas as intimações do feito, propor 

AÇÃO POPULAR COM PEDIDO DE LIMINAR em face de,

1. Município y, pessoa jurídica de direito público interno, CNPJ nº...,


com sede na rua...;
2. João da Silva, prefeito, nacionalidade, estado civil, agente público,
RG nº..., CPF nº..., residente e domiciliado na rua...;
3. Empresa W, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ nº..., com
sede na rua...;
4. Antonio Precioso, nacionalidade, estado civil, profissão, RG nº...,
CPF nº..., residente e domiciliado na rua...;

Pelos fatos e fundamento a seguir.

DO CABIMENTO

É cabível a presente ação popular com fulcro no Art. 5º, inciso LXXIII
da Constituição Federal e Art. 1º e seguintes da Lei nº 4.717/65, por se
tratar de ato lesivo ao interesse público.

DOS FATOS

"in verbis"
O Município Y, representado pelo Prefeito João da Silva, celebrou
contrato administrativo com a empresa W – cujo sócio majoritário vem a ser
Antonio Precioso, filho da companheira do Prefeito –, tendo por objeto o
fornecimento de material escolar para toda a rede pública municipal de
ensino, pelo prazo de sessenta meses. O contrato foi celebrado sem a
realização de prévio procedimento licitatório e apresentou valor de cinco
milhões de reais anuais.
José Rico, cidadão consciente e eleitor no Município Y, inconformado
com a contratação que favorece o filho da companheira do Prefeito, o
procura para, na qualidade de advogado (a), identificar e minutar a medida
judicial que, em nome dele, pode ser proposta para questionar o contrato
administrativo.

DOS REQUISITOS PARA A LIMNAR

O Art. 5º, § 4º da Lei nº 4.717/65 c/c Art. 300 do CPC/15 estabelece


como requisitos para concessão de tutela antecipada, a verossimilhança
das alegações e o fundado receio de dano irreparável.

A verossimilhança das alegações baseia-se no fato de que a


contratação com o Poder Público foi efetivada sem prévio procedimento
licitatório, com inobservância do disposto no Art. 37, inciso XXI da CRFB e
Art. 2º da Lei nº 8.666/93, com prazo superior ao estipulado no Art. 57 da
Lei nº 8.666/93 e com violação aos princípios da impessoalidade e
moralidade estampados no Art. 3º da Lei nº 8.666/93.

O fundado receio de dano irreparável decorre do fato de que o


contrato foi celebrado e se encontra vigente, causando prejuízo ao interesse
público.

Portanto, o contrato impugnado deve ser suspenso até a decisão final


do processo.

DO MÉRITO
Primeiramente, o Art. 37, inciso XXI da Constituição Federal
estabelece o dever de licitar para celebração de contrato com o Poder
Público. Vejamos:

Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,


serviços, compras e alienações serão contratadas mediante processo de
licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os
concorrentes (...).

Na situação apresentada o contrato foi celebrado sem o prévio


procedimento licitatório, violando o princípio da legalidade, pois a lei
determina que haja licitação para a contratação firmada pelo Poder Público
com o particular.

Ademais, o prazo do contrato firmado viola frontalmente o disposto no


Art. 57, inciso II e § 3º da Lei nº 8.666/93, segundo o qual, a vigência dos
contratos administrativos está adstrita à vigência dos créditos
orçamentários, podendo, no entanto, serem prorrogados por iguais e
sucessivos períodos de forma justificada e autorizada ao limite máximo de
sessenta meses.

Igualmente, a referida contratação viola ao princípio da


impessoalidade, visto que o administrador não pode atuar com vistas a
beneficiar ou prejudicar pessoas determinadas e no caso em foco a
contratação efetivada teve como objetivo beneficiar o filho da companheira
o prefeito.

Além disso, o ato administrativo também violou o princípio da


moralidade ou probidade administrativa, vista que a contratação direta, fora
das hipóteses de dispensa ou inexigibilidade, com vistas a beneficiar o
enteado do prefeito, viola os padrões éticos, com os quais o servidor público
deve está cingido.
Diante disso, em razão de todos os vícios apresentados o contrato
ora impugnado deve ser anulado, sobretudo porque a sua existência
constitui ato lesivo à moralidade administrativa e ao interesse público.

DOS PEDIDOS

Pelo exposto requer:

1. a citação dos Réus para, querendo, contestar o feito;


2. a antecipação dos efeitos da tutela com a suspensão do contrato
ora impugnado;
3. a concessão da liminar com a procedência dos pedidos,
determinando a anulação do contrato e o ressarcimento ao erário por
eventuais danos causados, nos termos do Art. 11 da Lei n. 4.717/65.
4. a produção de todos os meios de provas admitidos em direito e
necessários à solução da controvérsia, inclusive a juntada dos documentos
anexos e do título de eleitor que comprova a qualidade de cidadão do Autor;
5. a intimação do Ilustríssimo representante do Ministério Público
para atuar como fiscal da lei;
6. a condenação dos Réus nos ônus da sucumbência.

Dá-se à causa o valor de R$ 5.000.000,00 (cinco milhões)


Termos em que pede deferimento.

Município Y, ____de _____ de ______ 

Advogado
OAB/...

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